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Capítulo 1



Estava frio, muito frio, e quando abri a janela do meu quarto na manhã em que completaria vinte anos, senti o vento cortar o meu rosto e fechei meus olhos repelindo a sensação que o toque da brisa gelada me causava.

Não gostava nada quando a temperatura caía, o frio me trazia um pressentimento ruim, assim como os dias cinzas. Sentia como se aquela cor me fizesse mal.

Voltei a abrir meus olhos, admirei o bosque que ficava bem próximo da minha casa, por onde eu caminhava todos os dias e não me cansava de aproveitá-lo. Mesmo antes, a contragosto dos meus pais, e continuei depois que tudo aconteceu.

Naquele dia, alguma coisa parecia diferente em mim, uma sensação de que algo bom ia surgir, me invadia a cada minuto e me deixava ansiosa, até mesmo à espera de um evento ou algo parecido, mas que dentro de mim eu tinha consciência de que não aconteceria, já que minha vida era calma, silenciosa, solitária e sem cor, sempre a mesma rotina e nada de novo.

Eu morava sozinha no meio do nada e sempre estranhei o fato de vivermos ali, sem vizinhos e sem civilização. Antes de morrerem, meus pais plantavam o que comíamos e criavam poucos animais que nos eram úteis para a sobrevivência e que conforme fui crescendo aprendi a cuidar, a abater e a usá-los quando necessário, mas sempre com respeito a cada um.

Nunca fui à escola, aprendi a ler, escrever e tudo que sabia, em casa com os meus pais, que apesar de me tratarem de forma contida, sempre me deram atenção, um pouco de carinho e tudo que eu precisava.

Ensinaram-me a usar espada, como se eu fosse uma guerreira, a montar a cavalo e a me defender. Adoravam me ver aprendendo tudo que tinha nos livros que enchiam nossa estante, na sala pequena, da cabana de madeira em que morávamos.

Para agradá-los nunca pedi para conhecer o resto do mundo, apesar de algumas poucas vezes já ter desejado.

Como passatempo comecei a ler cada vez mais e com isso passei a amar todo o conteúdo dos livros que, segundo eles, eram dos seus antepassados e eu devia aprender. Me interessei em não apenas só conhecer, mas sim aperfeiçoar tudo que lia em cada exemplar.

Nossa vida era um tanto antiquada para o século em que vivíamos e o pouco de modernidade que tínhamos era a luz elétrica e uma televisão por onde eu acompanhava um o mundo fora da imensidão verde onde morávamos. E era só por causa da TV que eu sabia que existia um mundo diferente daquele que eu conhecia ali.

Nossa casa ficava no meio de uma espécie de pasto com mato baixo, seus arredores eram cercados por arame enrolado em toras de madeira e sua frente dava para uma estrada de terra que seguia para lugar nenhum ou, caso fosse para o outro lado, chegaria em uma pequena cidade depois de horas de viagem.

Tinha ido à cidade apenas uma única vez e só fui porque fiquei doente. Meus pais evitavam a todo custo que eu tivesse contato com o mundo fora dos arredores da nossa casa e tinham sempre muito cuidado para que me mantivesse saudável e bem, assim não precisariam encarar o mundo fora da cerca novamente.

Quando perguntei o motivo disso, apenas disseram que o mundo era perigoso, mas eu acreditava que eles não conheciam muito bem nada do que tinham medo.

O bosque próximo a casa, que a cada manhã me parecia mais convidativo, era a minha única distração, como se me chamasse, isso desde que eu era uma menina. Meus pais não gostavam muito que eu fosse até lá, tinham medo de que me acontecesse o pior.

Muitas vezes quando diziam isso, demonstravam medo de algo concreto, outras parecia apenas medo de que eu me machucasse mesmo, e assim, embora contrariados, me deixavam passear pelo bosque. Apenas até o início dele e me pediam sempre muita atenção e cuidado, isso quando não me seguiam para se certificarem de que eu estava bem.

Ainda que sempre os notava atrás de mim, à espreita e tomando conta de todos os passos que eu dava.

A cada dia visitar o bosque se tornava mais meu passatempo favorito, principalmente depois que conheci os livros que ensinavam sobre remédios feitos com plantas e tudo ligado a botânica.

Acordava querendo encontrar plantas novas, aproveitava o cheiro do mato, admirava a cor das borboletas e algo naquele colorido me parecia muito familiar.

No dia do meu aniversário, da janela do meu quarto e pensando na minha pouca diversão, decidi que não seria o frio que me impediria de ir até o lugar que eu mais amava, principalmente por ser a manhã em que eu completaria duas décadas. Sendo assim, voltei para dentro do pequeno cômodo e comecei a me agasalhar para sair.

Enquanto colocava algumas camadas de roupa, flashes do sonho estranho que tive durante a noite, com bichos se curvando diante de mim, invadiam a minha mente e eu me perguntava o motivo daquele sonho ter me marcado tanto e de ficar indo e voltando insistentemente no meu consciente.

Fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi um ganido forte e alto do meu lobo de estimação.

Encarei o grandão que chamava-se Bravo, mas de bravo não tinha nada, e ele me olhou de volta. Logo se levantou do tapete onde antes dormia e se aproximou de mim, colocando sua grande pata na minha perna.

— Claro que vou sonhar com bichos, você não me deixa sozinha nem um minuto, seu grandão falei, sorrindo para o meu melhor amigo e passei a mão em sua cabeça grande, enquanto ele me olhava de volta, encarando os meus olhos como se tentasse me dizer algo.

Vi-o lamber uma marca que eu levava na mão desde sempre e voltou a me encarar. Olhei para a mancha vermelha no dorso da minha mão e ela lembrava o formato de um coração. Às vezes, mudava de cor, ficando de um rosa clarinho a um vermelho escuro. Bravo sempre a lambia, nem parecia um animal selvagem.

— Nós já vamos sair para a nossa caminhada. — Meu lobo pareceu entender o que falei e mesmo com sua cara de mau demonstrou animação.

Eu o adotei quando apareceu na minha casa, há mais ou menos um ano, no dia seguinte a morte dos meus pais, e por mais que eu tentasse expulsá-lo nos dias que seguiram, Bravo insistiu em ficar, até que me venceu pelo cansaço e comecei a amá-lo, se tornando assim minha única companhia e amigo.

De início pensei que ele fizesse parte dos lobos que mataram meus pais, mas o achei estranhamente domesticado e dócil o que me fez concluir que não.

Nunca tive amigos e depois que meus pais morreram, não tinha nem família. Então era apenas Bravo e eu. Sentia-me tão deslocada quanto solitária, como se aquele lugar não fosse o meu.

O que contribuía para esse pensamento era que nem meus pais eram pais de sangue, ambos me contaram que eu havia sido deixada na porta deles ainda bebê e só contaram a minha verdadeira história quando fiz dez anos, pois era difícil esconder nossas diferenças físicas, já que eu era negra, com os olhos cor de mel, cabelos volumosos e cacheados e os dois eram muito brancos. Minha mãe era ruiva. No entanto, mesmo depois de saber a verdade, sempre os vi como meus pais.

No mesmo dia que soube sobre não ser filha biológica, também me contaram que haviam se mudado para a casa em que morávamos no dia anterior ao que apareci e que os dois não tinham família, ou seja, fora eles eu realmente não tinha mais ninguém no mundo.

Apenas o Bravo.

No dia de suas mortes, estranhei quando saíram juntos, com rostos sérios e preocupados, me pediram para não sair de casa e disseram para que eu trancasse tudo. Entretanto, por mais obediente que eu sempre tivesse sido, tive que desobedecê-los pela primeira vez e depois de horas em que ambos não voltavam, decidi procurá-los e os encontrei já sem vida.

Lembrei-me de tudo que vivemos, de como sempre me alertavam sobre o perigo e constatei da pior maneira que tinham razão, só que nem assim deixei de me sentir atraída pelo bosque.

Durante suas vidas pareciam sempre querer me passar ensinamentos e conversavam comigo até sobre suas mortes, como se esperassem por elas. Diziam que se um dia morressem por qualquer motivo que fosse e eu ficasse sozinha, que não era para eu ir para a cidade ou chamar alguém para me ajudar com o que fosse e sim era para que fizesse sozinha seus rituais de passagem e a cerimônia que me ensinaram.

E assim eu fiz. Sozinha.

Quando me ensinavam, nunca se aprofundaram sobre suas culturas e crenças, apenas poucas e rasas explicações e me mandavam ler seus livros. Diziam que era onde eu aprenderia tudo que precisava.

Em respeito, nunca perguntei muito mais do que os livros me mostravam, apesar de me interessar e querer perguntar tudo sobre eles. Quando por acaso citavam o dia em que morreriam, davam a entender que eu não ficaria sozinha para sempre e que algo maior me esperava.

Os dias pós-morte dos dois, foi o momento que mais sofri e mesmo sempre achando que meus pais me tratavam com mais respeito do que amor, eu sabia que me amavam e amavam tanto, que durante suas vidas sempre me trataram como se eu fosse uma rainha e só faltavam me reverenciar a cada dia.

O que me consolou, apesar do sofrimento e da saudade, foi Bravo e sua insistência em ficar comigo. Ainda que me sentisse completamente deslocada e perdida naquele mundo que realmente nunca foi o meu, com meu lobo lado a lado foi mais fácil aguentar a solidão.

O frio no dia do meu vigésimo aniversário não estava fácil, mas enfrentei o caminho para o bosque. Bravo a minha volta andava empolgado, atento e para tentar esquentar, corri com meu lobo dócil que parecia um cachorro, e rumei sentido a mata verde que balançava com a brisa fria.

Assim que passei pela primeira árvore alta antes de adentrar de verdade em meio a mata, senti uma eletricidade tomar meu corpo e juntei a sobrancelha com a sensação.

Bravo fez um som como um rosnado.

— Sentiu isso, garoto? — perguntei para o meu lobo, olhei para o alto e depois constatei: — Acho que foi minha imaginação.

Continuei andando e já completamente em meio às árvores, olhei novamente para cima e observei o sol tímido, que não esquentava o dia frio de inverno. Seus raios passavam por entre as folhas e pelos galhos mais altos, depois tocavam o chão com mato rasteiro, fazendo as flores brancas nativas brilharem ao serem iluminadas.

Ouvi o canto dos pássaros, vi as borboletas à minha volta e eu amava tudo aquilo, principalmente as cores e o cheiro de mato.

Sentia-me acolhida na natureza e naquela manhã tudo dava a impressão de estar mais colorido, parecia algo mágico e eu até sentia que o bosque estava em festa por meu aniversário.

Respirei fundo, senti o ar encher meus pulmões e soltei-o a seguir, imediatamente a sensação que eu vinha carregando durante toda a semana, como se algo fosse acontecer, voltou a tomar conta do meu corpo e tornei a ficar ansiosa e à espera.

Antes eu pensava que a sensação estava me tomando por ser meu aniversário, embora eu não tivesse ninguém além de Bravo para comemorar comigo, entretanto, a data chegou sem surpresas, como sempre, e o frisson prosseguiu.

Andei por entre as árvores, desviando das raízes, respirando o ar fresco e com cheiro de mato que tanto me fazia bem. Cores, muitas cores e flores, muitas flores que eu amava.

Tudo seguia perfeito, até que desviei a atenção da natureza a minha volta e tive a impressão de que estava sendo observada, até ouvi um estalar de galho, como se alguém tivesse pisado sobre um.

Olhei em volta e não vi nada nem ninguém, encarei meu lobo a alguns metros longe de mim e o notei em alerta. Mais uma vez observei em volta, mas minha atenção voltou ao meu lobo, quando Bravo rosnou soltando um barulho forte e imponente que me deixou receosa.

Rosnou novamente e se mexeu como se me chamasse para ir até onde ele estava.

Não costumávamos ir para aquele lado do bosque, na verdade, nem para o outro. Era sempre em linha reta, sem ir muito longe e voltávamos para casa, seguindo o que meus pais instruíram, mas por ser meu aniversário decidi diversificar, me arriscar pelo novo e segui apenas um dos seus conselhos de todas as vezes: levei uma adaga comigo.

Notei que Bravo parecia insistir para que eu o seguisse, tinha o olhar atento como um caçador, a expressão corporal indicando estar a postos para atacar se preciso.

Fez alguns barulhos mais uma vez, até que seu rosnado forte carregou uma ferocidade excessiva que arrepiou meu corpo, me deixou séria e com medo.

Soltei um suspiro e contrariando o que meus pais sempre e repetidamente me diziam, adentrei ainda mais na mata e decidi ir com o Bravo.

Comecei a andar em sua direção e quanto mais eu andava, mais Bravo se afastava, correndo e olhando para mim e para frente, claramente pedindo que eu o seguisse.

— Espera, Bravo! — gritei.

Corri em meio ao mato, desviando com atenção das muitas árvores e raízes para que não tropeçasse e caísse.

Não muito tempo depois de me embrenhar pelo caminho diferente, cheguei em frente à três árvores com troncos enormes, onde Bravo me esperava sentado, como se dissesse que chegamos.

A sensação de que era observada ainda me acompanhava e a calmaria de quando entrei no bosque deu espaço a uma pequena excitação misturada com a fagulha de medo que parecia crescer.

Observei as árvores a minha frente e eram tão grandes que se eu as abraçasse não conseguiria unir as minhas mãos do outro lado. Estavam dispostas na diagonal, como se tivessem sido plantadas dessa forma, propositalmente. O que me causou curiosidade, já que naquela mata as árvores não foram plantadas, era um bosque natural, não tinha donos e a minha casa era a única nas redondezas.

Ainda observava as árvores, quando notei que Bravo começou a se esgueirar pelo pequeno espaço entre elas, até que novamente me olhou e fez um barulho, que entendi como se dissesse para que o acompanhasse.

Estranhamente o obedecendo passei pela primeira árvore, tomando cuidado para não cair ao passar por suas grandes raízes que saíam muito acima da terra, depois passei pela segunda que estava um pouco mais atrás e com pouco espaço de distância da anterior, até que cheguei na terceira e última árvore, onde o espaço entre ela e a segunda era ainda menor, sendo assim, me apertei pelo vão e enfim cheguei onde Bravo me esperava.

Afastando-me das árvores, encontrei um ambiente de terra batida, com algumas rochas pelo chão e era como se fosse um pequeno salão, cercado por grandes pedras, redondo e com clima gelado. Ao fundo vi um grande buraco escuro, como uma caverna que de tão breu o seu interior, não consegui ver o fim.

Olhei em volta e tive a impressão que as três grandes árvores fechavam propositalmente aquele espaço e até mesmo serviam para esconder a entrada da caverna atrás delas.

Bravo mais uma vez grunhiu fazendo com que seu barulho ecoasse pelo ambiente e para dentro do breu que era o túnel caverna adentro. Seu gesto chamou a minha atenção, o olhei e ele dava alguns passos em direção ao escuro e me encarava, como se quisesse me encorajar a acompanhá-lo para dentro da escuridão.

Cogitei a ideia, mas um morcego saiu voando lá de dentro, o que me fez soltar um pequeno grito.

Bravo com mais pressa, outra vez me chamou com uma espécie de latido rouco e seu olhar emitia atenção.

— Ah, eu não vou entrar aí não, Bravo. E acho melhor irmos embora.

Meu lobo tirou os olhos de mim, encarou algo em minhas costas e imediatamente os seus pelos se ouriçaram, Bravo começou a rosnar, assumindo uma postura ofensiva e em alerta, que eu nunca o tinha visto ter.

— O que foi, amigão? — perguntei preocupada.

Antes que pudesse pensar, vi um lobo magro com pelos cinzas e com um rosto aterrorizante, pular em direção ao Bravo, que com uma patada o derrubou e mordeu seu pescoço, fazendo com que jorrasse sangue em seu focinho. Eu gritei.

Em seguida outro lobo, que parecia babar com sua ira, passou pela fenda estreita entre as árvores e pulou em minha direção. Soltei um grito de medo e fechei meus olhos em desespero, já esperando dentes afiados me atingirem, mas antes que isso acontecesse, Bravo novamente pulou de encontro ao outro animal e me defendeu, o estraçalhando.

Tive a impressão de ouvi-lo dizer para que eu entrasse na caverna, mas imediatamente caí em mim e pensei que eu só podia estar ficando louca ou o medo me fazia ouvir coisas.

Encarei meu lobo, paralisada, enquanto o via lutar com lobos maus que continuavam pulando em nossa direção, um a um passando por entre a fenda estreita da terceira árvore.

Perguntei-me o que estava acontecendo, enquanto olhava em volta procurando um modo de fugir dali, mas não tinha outro caminho a não ser por onde entrei ou para dentro da caverna.

Imediatamente meus pais invadiram meus pensamentos e o medo me atingiu com ainda mais força, junto com a angústia de imaginar que os dois haviam passado o mesmo medo que eu sentia naquele momento.

Enquanto pensamentos borbulhavam em minha mente, Bravo seguia lutando com os lobos maus e mesmo no meu impasse sobre ir ou ficar, notei que seu peito sangrava em abundância em algumas partes, além da pata e das orelhas.

O desespero me tomou ao pensar que se Bravo não aguentasse firme, eu seria a próxima e ao mesmo tempo que o encarava lutando para me proteger, não percebi quando mais um lobo passou pela fenda e se esgueirou em minha direção.

No momento em que enfim o percebi-, já encontrava-se muito perto, como se estivesse pronto para me devorar.

— Bravo! — gritei desesperada e pedindo ajuda ao meu lobo que enfrentava dois lobos maus ao mesmo tempo.

Bravo me olhou ao ouvir meu grito e encarou o animal que andava vagarosamente em minha direção. Levava um olhar faminto como se analisasse qual a maneira mais rápida de me matar.

Comecei a andar de costas, em direção à caverna escura, ao mesmo tempo que encarava o lobo para que ele não me pegasse de surpresa. Com olhares rápidos a minha volta eu procurava algo para me defender, mas não encontrava absolutamente nada.

Meu olhar assustado entregava o medo e nas brechas das árvores eu notava que do lado de fora mais lobos tentavam entrar pela fenda estreita.

Seria o fim.

Continuei andando de costas para dentro da caverna, ouvindo rosnados tanto de Bravo que lutava fortemente, quanto dos lobos que o atacavam.

Em um momento de desatenção, tropecei em uma grande pedra e bati minha cabeça em outra, o que fez minha vista embaçar, uma dor forte me atingir em cheio e deixou-me completamente zonza.

Tornei-me um alvo fácil para o lobo monstruoso que andava vagarosamente, se deleitando com o provável banquete que eu era, como se ansiasse pelo instante em que acabaria comigo.

Contudo, não nos venceria tão fácil assim e no momento em que o bicho se via muito próximo de mim e eu quase desmaiava por conta da dor, novamente tive a impressão de ouvir Bravo dizer para eu ser forte e antes que fechasse meus olhos de vez, o vi destroçar a garganta do lobo que lutava com ele.

O animal asqueroso ainda se deliciava com cada passo que dava para mais perto de mim e eu carregava a esperança de que Bravo nos salvaria, no entanto, sem forças para acabar com mais aquele inimigo, meu lobo amigo caiu machucado ao meu lado e com a respiração cansada.

O lobo do mal que encontrava-se prestes a me atacar, vendo que Bravo parecia mais vulnerável, virou-se para matá-lo primeiro, imaginando que seria mais fácil acabar comigo depois que estivesse sozinha.

O animal até parecia sorrir.

Lembrei-me da adaga que sempre carregava comigo por ordem dos meus pais e aproveitando o momento de distração, estiquei o braço para tirá-la do porta facas que eu levava na perna e com força a enfiei no pescoço do lobo, que caiu após um barulho fino de dor.

Movida pelo desespero, o acertei mais algumas vezes para me certificar que estava morto, até que tonta, caí ao lado de Bravo, que respirava de forma acelerada e me observava sem forças para levantar.

A dor forte pela queda e a batida na cabeça se tornou insuportável e meus olhos tomados por uma nuvem de dor insistiam em fechar.

Antes que tudo fosse escuridão, vi lobos passando pela fenda e se aproximando de nós.

É o fim...

Fechei os olhos e ia me entregar, no entanto, antes de perder os sentidos ouvi vozes ao longe dizendo:

— Ajudem o guerreiro protetor... Salvem a rainha.

A escuridão cegou meus olhos e desmaiei. 

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