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Capítulo 8

Matteo

Imerso em meus pensamentos enquanto dirijo, passo pela ponte onde aconteceu tudo e pela primeira vez, resolvo parar.

Saudades.

Ao ver as águas do rio correndo, cenas da minha vida no último ano aparecem, e o quanto ela mudou.

Primeiro, fui afastado de todas as minhas atribuições por meses após meu casamento de fachada. Meu papel era o empresário bem-sucedido de uma das maiores vinícolas da Europa que se enclausurou com a esposa na fazenda no início de sua vida em comum.

Ignorei completamente sua presença, fazendo de conta que ela não existia. Falava somente com ela quando seus pais iam visitá-la e ai dela se não fingisse uma falsa harmonia. Sua atuação era impressionante.

Nos últimos dois meses de gestação, papai me chamou para voltar à ativa ainda sob suas ordens e completamente limitado. Eu voltara a ser o perfeito e fiel soldado que ele mais contava.

Eu e Graziella nunca tivemos nada como prometi. Na verdade, nem dormi no mesmo quarto com ela eu durmo, tanto que jamais fui com ela a qualquer consulta na certeza de que o filho não era meu.

Meu erro.

Filipo nasceu e apesar de ter sido tocado pela preciosa presença dele, não consegui sentir qualquer empatia, amor, compaixão pela mãe que a cada dia que passa, se torna mais mesquinha, fútil e arrogante. Seu egoísmo é tanto que meu filho nunca mamou do seu seio. Seu corpo, para ela, já havia ficado deformado demais com a gravidez, coisa que aparentemente voltou à perfeição menos de dois meses depois.

Hoje, suporto tudo por causa dele, e quando estou em casa, passo meu tempo com ele, o que parece que só atiçou mais ainda a raiva da minha esposa.

Além disso, ela gasta rios de dinheiro com roupas, sapatos, SPA's, tudo para ela. E como sou alguém um tanto observador, notei que nada é para meu filho. Minha mãe assumiu essa função assim como as babás que cuidam dele.

Babás.

Filipo tem duas babás em tempo integral com ele para que a mãe possa ter todo o tempo livre. Não sei quando a vi com ele nos braços se é que algum dia o segurou. Por isso eu preferi voltar a morar com meus pais, assim ele tem contato com alguém da família quando eu não estou presente.

Mama o adora e o tem sempre sob sua supervisão mesmo com as mulheres que o cuidam.

Ele é a única coisa que me faz desejar voltar para casa.

― Doutor Mancini? ― Uma voz que eu não reconheço me chama e eu olho para trás, saindo dos meus pensamentos.

O amigo travesti da minha morena.

― Desculpa, doutor Mancini. ― Ele se aproxima do parapeito da ponte e em silêncio, joga a flor, e nós a observamos seguir o fluxo do rio. ― Todos os meses eu venho aqui no dia... ― e baixa a cabeça olhando em sinal de luto.

Eu não me atentei para a data. Eu simplesmente lembro-me dela todos os dias.

― Tenha uma boa tarde ― e me despeço daquela bichona que já me fez muita raiva.

― Espera, doutor! ― Paro, respirando fundo para evitar grosseria diante de um momento de dor. ― Eu sei que é muito tarde para isso, mas eu preciso te contar algo.

Não quero ouvir.

― Acho que você não tem nada para me contar que me faça perder tempo.

Sigo meu caminho

― Rebeca estava grávida. ― Parei diante daquela informação. ― Eu sinto muito.

Ele conseguiu minha atenção, o que me faz voltar em sua direção.

― Como assim ela estava grávida? Por que eu não soube disso antes?

Tantas perguntas pulavam de minha cabeça.

― Ela descobriu que estava grávida...

― Quem sabia? Quando? ― Eu queria esganar aquele projeto de perua desplumada.

― Um mês depois que ela ficou doente, lembra? ― assinto. ― Me desculpa, doutor Mancini. Eu tive medo de falar com o senhor e até hoje eu espero, sei lá, um milagre.

― Não acredito em milagres, porra! Agora me conte tudo! ― Como saber que ia ser pai da mulher que eu amava depois de tanto tempo.

― Desculpa, doutor. Rebeca escondeu de todos para proteger o bebê.

― EU ERA O PAI! EU TINHA O DIREITO DE SABER! ― Nunca pensei que perderia o controle tão facilmente.

― Direito! Que direito o senhor tinha depois de tudo que aconteceu? ― Eu queria perguntar com quem ele pensava que estava falando, mas me contive. ― Seu desprezo, sua humilhação. O senhor era noivo quando ela engravidou. Hoje, está casado e pai de um bebê. Como seria se ela estivesse viva? Teria duas famílias, dois filhos que brincariam juntos ou um seria perseguido, afinal, quem era ou o que era a amante.

Isso não importa.

― Ela não tinha direito de esconder isso de mim.

Ele nega.

― Foi a forma que ela encontrou de ter segurança ― enxuga as lágrimas ―, e no final, nem adiantou.

Ela está morta. Morreu com um filho no ventre.

― Quem sabia?

― Só eu e ela. Ela queria esconder a gravidez o máximo que pudesse.

― Como ela faria isso? ― Não entendo. ― Como ela ficou grávida já que ela me garantiu que se cuidava assim como eu?

Ela coça o cabelo, parecendo pensar se deve ou não contar.

― Conte-me tudo, Mattia. ― Peço. ― Tudo que eu não soube, por favor. ― Ele assente.

― Cat. Me chame de Cat.

― Ok, Cat. Agora me conte tudo, desde o início quando ela soube que estava grávida, o que ela planejava fazer, tudo.

Ela balança a cabeça afirmando.

― O senhor se lembra de quando ela ficou doente, não lembra? ― Como esquecer. ― Ela precisou fazer um check-up a mandado de doutor Lucca.

― Eu pedi, Cat. Era eu por trás de Lucca porque eu sabia que ela jamais me obedeceria.

Ela sorri

― Imaginei. ― Olha para o céu buscando lembrar de tudo. ― De acordo com o médico, os antibióticos e a doença contribuíram para que ela engravidasse.

― Eu não estou entendendo.

― Eu não quero que o senhor pense que ela quis dar o famoso golpe da barriga, que ela engravidou de propósito ― que justificativa era aquela?

― Eu não disse isso e jamais pensaria algo assim. Só não entendo o que a doença tem a ver com a gravidez.

Ela abre a boca surpresa com minha resposta.

― O vômito e os antibióticos tiraram o efeito da pílula ― puta que pariu! Nunca passaria pela nossa cabeça algo assim.

― O médico sabia?

― Na verdade, foi ele quem descobriu. ― O filho da puta não me contou. ― E foi ele quem aconselhou ela tirar.

Por que eu não soubera disso? Como ousou não me contar?

― Ela pensou em tirar o bebê?! ― Sabendo que a mãe sempre a humilhava, Rebeca pensou em fazer algo que desprezava?

― E o que o senhor acha? ― Eu acho absurdo ela pensar algo assim. ― Uma mulher jurada de morte, abandonada pelo homem que amava e grávida.

― Ela me amava?

― Acha que ela se envolveria com o senhor da forma como se envolveu se não o amasse?

A forma como ela me olhava – tão cheia de ódio.

― Doutor Mancini. Foi nos meus braços que ela chorou quando descobriu quem você era e o que fazia. ― Confessa e havia sinceridade em suas palavras. ― Foi nos meus braços que ela entrou em desespero quando descobriu que estava grávida. E olha que ela nunca soube que o senhor era noivo. ― Ela soube e da pior forma possível.

― Ela sabia o risco que ela correria caso alguém da sua família descobrisse. O médico a advertiu sobre o que aconteceria com ela caso ela continuasse com a gravidez.

E acabou morrendo mesmo assim.

― Mesmo assim, ela preferiu ter o bebê. ― Eu sabia que ela jamais o tiraria. ― Ela contou ao médico que tinha abortado, e depois, trabalhava dia e noite sem parar. ― Cat baixa a cabeça como se estivesse receosa em me contar mais. ― Foi então que ela passou a pedir dinheiro ao doutor Lucca por qualquer coisa. ― Eu sabia que havia algo estranho. ― Ela guardava cada centavo para o dia que nós fugiríamos.

― Nós? ― A ideia de vê-las fugindo de mim chegava a ser patético.

― Íamos sair daqui antes da barriga começar a aparecer ― ri daquela ideia estapafúrdia. .

― Acha que eu não procuraria por ela? ― Chega a ser ridículo. ― Uma brasileira e uma drag queen não é lá uma dupla que se possa esconder.

Cat me encara como nunca pensei ser capaz de fazer

― Verdade ― sua voz chega a mudar para algo mais grave. ― Mas um homem, uma mulher e um bebê não seriam tão fáceis de ser encontrado.

O encaro desacreditado no que eu estava pensando.

― Você não estava pensando em assumir um filho... se passar por homem?!

― Eu a amava, doutor Matteo. ― Não havia nenhum trejeito naquele instante. ― Ela era minha amiga, minha irmã. Fui eu quem estive ao lado dela todo tempo mesmo depois de saber que ela havia mentido para mim. Ela foi bem honesta, sincera, doce. E quando ela se lembrava dos maus bocados que viveu com a mãe, criada sem saber sequer a nacionalidade do pai porque a idiota se encantou com o gringo que falava uma língua estranha. ― Ele nega. ― Ela sonhava em criar esse filho. O pedaço seu que sobrou pra ela.

Aquilo tinha sido um choque.

― Eu nunca a abandonaria, Cat. ― Digo. ― Era eu por trás do dinheiro, do médico, de tudo. Eu a coloquei naquele carro e a mandei em segurança para um lugar ermo para que eu pudesse protegê-la. Eu a mandaria para um outro país e a manteria...

― Como a amante que eu sou ― ela ri. ― Rebeca nunca aceitaria viver assim. Ela me apoiava, mas nunca concordou com meu estilo de vida, o que dirá viver para ela.

Eu sei.

― Por que não me procurou antes, Cat? ― questiono-a. ― Por que não veio falar comigo mesmo quando eu mandei recado por Ferrante?

Sabendo que Rebeca só tinha a Cat, eu precisava avisá-la.

― Eu esperava que ao menos o corpo dela aparecesse. Eu guardei todo o dinheiro que ela poupou para fazer um túmulo lindo como ela. Só que todos os meses eu venho aqui, chamo por ela e ela nunca apareceu. ― E começa a chorar compulsivamente.

― Eu também sinto a falta dela. ― Ela assente. ― E se não fosse o corpo do outro homem aparecer do outro lado da ilha, eu ainda teria esperanças de um dia a ver de novo.

― Eu prefiro acreditar que ela está viva em algum lugar, e que um dia nós vamos rir de tudo isso.

Eu não acredito mais. E agora, menos ainda.

― Obrigado por ter me contado, Cat. Agora eu preciso ir.

Me despeço e saio dali arrasado, lembrando-me do último dia que nos vimos, quando eu a silenciei para não falar mais do que devia quando ela já tinha se calado tanto.

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