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Capítulo 5

Rebeca

Eu fui acomodada em um quarto. Não em um de hóspede com uma vista linda para o jardim, mas não posso negar que o aposento em que eu fui colocada é muito melhor que qualquer um que já estive.

Além de uma cama superconfortável, ainda possui um sistema de refrigeração para os dias quentes e aquecedor para os dias frios. A decoração até que é simples, entretanto é de muito bom gosto. Interessante é que é o único quarto isolado de todos os outros. Ele fica em um corredor que poucas pessoas têm acesso já que está na mesma ala que uma biblioteca e uma sala de TV pouco usada já que todos os quartos possuem um aparelho.

Eu tinha uma televisão com acesso a vários canais e uma variedade de filmes que há muito eu desejava assistir e não podia.

Um médico me examinou e precisei passar uma semana em completo repouso, totalmente medicada e com as pernas para cima. Por muito pouco eu não o perdi.

Meu filho já é um guerreiro dentro do meu ventre.

Pude contemplar a imagem dele naquela tela pequena do aparelho de ultrassom. Empregados vinham me atender como se eu fosse uma visita, inclusive Don Carlo Sorrentine que ao menos duas vezes por semana aparecia, e cada vez que ele entrava em meu quarto, meu corpo o repelia.

Eu tinha nojo dele, e ao mesmo tempo gostava de onde estava. Era estranho não posso negar. Me sentia como um animal confinado, sendo alimentado para o abate o que era uma verdade. Só que não sentia o medo – medo de ser encontrada, medo de ser assassinada, estuprada, morta, machucada. Ou eu estava louca fingindo viver algo que eu não vivia, ou inconscientemente eu pouco estava me lixando.

Não! Eu estava acumulando forças para buscar uma saída. Tanto que eu seguia à risca o que o médico tinha me recomendado – repouso, alimentação saudável e nada de estresse.

Nem sexo...

Somente hoje, depois de um mês, recebi alta para tudo, inclusive fazer exercícios leves. Por conta da proposta e da minha condição, achamos por bem não sair das dependências da mansão.

Eu não deveria aparecer para ninguém fora dos muros.

― A senhora mandou me chamar?

Hoje eu sou mais uma empregada da casa. Uma empregada especial, não posso nega, já que tenho regalias nenhuma outra tem.

Dona Caterina é uma jovem senhora linda, conservada. Seus cabelos são claros com mechas douradas, seus olhos são expressivos, grandes e claros, e seu corpo é bem definido mesmo para alguém que tem dois filhos.

― Separei umas roupas para você ― diz, apontando para a cama. ― Não quero te ver zanzando pela casa de qualquer jeito.

Me aproximo das várias pilhas de roupas que ela pôs em cima da cama e me impressiono com a qualidade ao tocar em um dos tecidos.

― Senhora ― eu não sei como eu poderia vestir algo tão belo e bom ―, eu pensei que usaria uniforme.

Passo sobre o rosto a blusa de seda sentindo a maciez do pano.

― Garota, se fosse para usar uniforme, você sequer dormiria aqui. Há uma área de empregados do lado de fora, então, pegue essas roupas e as leve daqui. ― Ela tinha um jeito bruto de falar. ― Não as uso mesmo.

Poucas foram as vezes que a vi desde que cheguei aqui há um pouco mais de um mês. Sua forma de agir, de caminhar, de falar era sempre rígida, autoritária. Não parecia alguém que daria algo de bom grado. Além disso, dona Caterina sofre de enxaquecas e passa muito tempo em seus aposentos. E para piorar, seus filhos não vivem aqui. O mais velho, um rapaz de dezessete anos, faz universidade em Nova York, enquanto o mais novo, de treze, estuda em um colégio interno no Reino Unido. Para uma mãe, deve ser doloroso ter seus filhos longe dela todo o tempo.

Foi então que eu me aproximei dela. Queria agradecer olhando em seus olhos, não para suas costas como ela permaneceu todo tempo enquanto se penteava.

― Senhora ― a olhei pelo reflexo do espelho ―, obrig...

Eu fiquei sem palavras e passei a entender suas enxaquecas.

― De nada. ― Responde levemente constrangida. ― Agora me deixe.

Havia um hematoma enorme em seu olho e marcas de dedos em seu pescoço. A mulher linda diante de mim escondia um segredo. E eu sabia quem o havia feito.

― Posso te ajudar a se maquiar? ― Ela levantou o nariz se armando mesmo que eu tivesse acabado de descobrir a fragilidade de sua vida.

― Não vou sair hoje. Estou com muita dor de cabeça. ― Como se fosse verdade.

― O dia está lindo, senhora, convidativo e agradável. ― Apesar de não ter me simpatizado com ela, naquele instante eu me compadeci de sua situação.

Naquele instante.

Nesse mundo, quem entra nele e permanece não é digno de qualquer compaixão.

― Garota, eu já mandei você sair. ― Ela demonstrou toda raiva que eu imaginava que sentia.

Eu mesma estava possessa por saber o que poderia me acontecer.

Não, Rebeca. Ele bate na mulher porque não pode se desfazer dela. Já você pode ser eliminada num piscar de olhos.

― Não deixe as coisas ruins estragarem seu dia. Mostre-se acima delas. ― Não sei por que eu falei algo assim.

Eu! Que já tinha desistido de tudo.

Ela riu.

― Você tem quantos anos mesmo, garota? ― Ela debocha. ― Vinte, vinte e dois? Sabe quantos anos eu tenho? ― Ela me despreza. ― O dobro que você, então, não tente me ensinar porque enquanto você mamava no peito de sua mãe, eu já era uma mulher casada, mamando...

Ela não termina e nem precisa. Havia desprezo em suas próprias atitudes.

― E por que nunca saiu dessa? ― Pego a escova e começo a escovar seus cabelos ignorando seu desdém. ― A senhora é rica, jovem e bonita. Tem um mundo que a apoiaria ― eu acho.

Ela ri ante minha ignorância.

― Acha que se sai desse mundo assim, fácil? Olha você, garota! Um filho na barriga de alguém que sequer te reconhece. ― Ela me encara através do espelho. ― E um outro homem que está disposto a usá-los como moeda de barganha.

Engulo em seco sabendo que o que ele falou era a mais pura verdade. E se eu ainda estava ali era porque estava buscando um jeito de tirar meu filho daquela.

― Nem para mim é fácil. ― Completa. ― Uma vez dentro, só a morte tira. ― A morte de quem?

Faço um pequeno rabo de cavalo, deixando seu rosto livre para a maquiagem.

― Então enfrentemos o que nos espera lindamente. ― Levantei seu rosto para olhar melhor o que poderia ser feito. ― Um dia a sorte há de sorrir para nós.

Pego um corretor que possa esconder ao máximo aquela mancha horrível em sua pele levemente desgastada mais pelo sofrimento do que pelos anos de vida, e com todo o cuidado, cubro o arroxeado.

― Eu sei me maquiar, sabia? Aliás, acho que isso é uma das coisas que eu sei fazer muito bem. ― Até então eu tinha medo de retaliação da parte dela por causa de seu marido, entretanto, depois de a ver assim,  o melhor a se fazer é tentar ter uma aliada, porque amigas é improvável.

Ela começava a se desarmar e isso era bom. Eu sabia que tudo na minha vida era uma questão de tempo até eu ser eliminada. Não havia possibilidade de sair daquela em liberdade, viva e rica como prometido. Eu vi nela somente a possibilidade de salvar meu filho. Eu cavaria nela a força da maternidade.

― Eu imagino. Só que deixe eu te mimar um pouco. ― Meu sorriso foi mais falso que uma nota de três reais.

E o dela também.

Ela permitiu que eu a maquiasse. Claro que acabei precisando usar de tons mais fortes devido ao hematoma, mesmo assim, fiz um bom trabalho. Cat ficaria feliz em ver que suas diversas aulas renderam bons frutos.

― Acho que vou sair de compras ― diz, depois de aprovar meu trabalho. ― Vou aproveitar o dia bonito e agradável.

Ela já estava mais agradável.

― E a dor de cabeça? ― pergunto sabendo que tudo não passou de fingimento.

― Passou, você acredita?! ― Assinto, pensando até que ponto eu posso confiar em sua falsa felicidade.

Ela era tão fútil quanto qualquer outra desse meio.

― Divirta-se, senhora. A senhora pode e deve ― e pego minhas roupas para sair dali.

― Rebeca ― Era a primeira vez que ela me chamava pelo nome. ― Escolhi as melhores roupas para seu tom de pele, mas ela não faz tudo sozinha assim como a maquiagem que cobre meu rosto. Essas coisas só são ferramentas que nós usamos para guardar o que sentimos. ― A encaro prestando atenção. ― Você é muito transparente e pelo que eu fiquei sabendo, muito explosiva.

Aquilo me surpreendeu.

― Transparente? ― Ela afirma, sorrindo. ― E com relação ao explosiva, isso foi antes.

― Ah, que pena! ― Lamenta ou não? Já não sabia se havia verdade em seus trejeitos ou se tudo não passava de fingimento. ― Bem, de qualquer forma, sorria menos diante de situações desagradáveis. Imparcialidade também é fundamental para o que verá a partir de agora mesmo que esteja tudo errado. ― O que era aquilo? De qualquer forma, absorvo todas as suas palavras como uma faminta pelo conhecimento. ― E finja com mais veracidade. Seus lábios não expressam o que seus olhos gritam. Se achar difícil, use a mente. Recorra aos recônditos mais profundos dessa sua cabecinha e traga à tona os sentimentos que no momento precisam aflorar mesmo que tudo esteja de ponta-cabeça.


E eu achando que ela era uma idiota.

― É assim que a senhora faz? ― Ri.

― Não sei. Será? ― e me dispensa com somente um gesto.

Eu saí dali com uma única certeza - Caterina Sorrentine era perigosa. A questão agora era se eu poderia me aproveitar de sua periculosidade.

***

Minha barriga não aparecia. Além das roupas que eu havia ganhado da patroa, eu recebi alguns pares de sapatos, roupas interiores e muitos cremes para o corpo, rosto e cabelos.

Eu já disse que estava sendo levada para o abate.

Almoçava com os outros empregados na cozinha, sempre me mostrando agradável, simpática e desprovida de curiosidade. Eu precisava me manter neutra mesmo querendo saber de tudo que se passava ao meu redor.

Era fim de tarde quando Don Carlo me chamou em seu escritório. Me vi uma última vez no espelho para conferir se minha aparência estava agradável.

Perfeita.

A roupa era alinhada e sóbria para alguém com a minha idade, mas tinha consciência que não era alguém passando férias.

― Boa tarde, Don. ― Ele não estava sozinho. Ao seu lado estava o tal do Adriano, o homem que foi me buscar no iate, e havia um outro mais ou menos da mesma idade, em torno de trinta e cinco anos.

Enquanto Adriano era branco, loiro com olhos claros, esse outro tinha a pele bronzeada, cabelos acobreados e olhos cor de mel. Ambos tinham a mesma estrutura física – alto, forte, esbanjando virilidade.

Adriano me olhou de cima a baixo, parando em meus olhos com um sorriso sacana em seus lábios.

Como eu era do chefe, e precisava de aliados não de inimigos, preferi não corresponder.

― Rebeca ― Don Carlo fala ―, acho que você não foi devidamente apresentada. Creio que se lembra de Adriano ― Assinto, cumprimentando-o com um aceno. ― Ele é o responsável pela minha segurança e o da minha família. ― Completa. ― A partir de hoje, você também será incluída na proteção dele até segunda ordem.

Proteção para quê? Medo de que o mate?

― Imagino que não precisarei de seus serviços enquanto estiver debaixo desse teto ― digo, olhando para aquele homem que mesmo por trás daquela máscara de seriedade, havia um  quê de sacana.

― Não necessariamente, senhorita Monteiro. ― Responde com um sorriso nos lábios. ― Pode me procurar caso alguns dos homens a importune, incomode ou mesmo a falte com respeito. ― Querer me ver trocando de roupa está incluído nisso?

― Entendi e agradeço sua atenção. Espero não precisar recorrer aos seus serviços.

― Estarei à sua disposição.

― E esse aqui é Miguel. ― Don Carlo  aponta para o outro. ― Ele também faz parte da minha segurança pessoal, e é ele quem treina todos os meus homens.

Cumprimento-o com somente um meneio na cabeça. Ao menos ele parece mais sério e centrado.

― Ele é quem vai te treinar a partir de amanhã ― toco em meu ventre preocupada com o fato de estar grávida chamando a atenção de todos. ― E não se preocupe por isso. Miguel está ciente de sua condição, e depois de conversar com o seu médico, ele chegará a uma série de exercícios que não te prejudicará nem ao bebê, afinal, não queremos que o pequeno rebento se perca.

"[...]E um outro homem que está disposto a usá-los como moeda de barganha."

Mais certeza de que meu filho nascerá e eu me garantia por mais oito meses.

― Não se preocupe, senhorita Monteiro. Minha formação é na área de educação física. Além disso, a senhora Sorrentine esteve sob meus cuidados durante sua segunda gestação ― Miguel tenta me passar segurança quando o que eu menos tenho é isso.

Eu não sabia até que ponto eu podia confiar em um cara que treina gente pra matar.

― Obrigada, senhor. ― Era a única coisa que eu poderia dizer naquele instante.

Era muito coisa para assimilar, pensar. Eu tinha acabado de fazer vinte e dois anos, sendo que os últimos quatro eu somente sobrevivi. Não podia exigir tanto de mim e ao mesmo tempo, precisava sugar além das minhas forças.

― Eles são da minha inteira confiança. ― Don lembra-me. ― E o que eles falam, contam é inquestionável

Em resumo, Rebeca, não entre em contradição com esses dois. Eles são uma extensão de Don Carlo.

― Agora vocês dois me deixem a sós com Rebeca. Preciso ter uma conversa com ela e colocá-la a par de tudo que eu preciso que ela faça ― inspirei profundamente sabendo o que me esperava.

Raiva.

Nojo.

Finja, Rebeca!

― Não quero ser incomodado por ninguém ― Adverte.

Eu observo com o coração aos pulos os dois saírem. Ambos olharam para mim, só que foi o o sorriso torto de Adriano que chamou minha atenção. Eu não sabia o que aquilo significava - se era uma advertência, inveja ou somente um toque do que viria a partir de agora.

― E então ― Don Carlo quebra o silêncio. ― Está bem acomodada?

― Sim, senhor ― respondo com minha voz quase falhando.

― Alguma coisa te falta? ― Nego. ― Sabe que o que precisar, pode falar comigo, com Caterina ou com um dos dois homens que saíram.

― Não, senhor. Está tudo perfeito como acordado.

Ele afasta sua cadeira da mesa e se acomoda melhor passando a unha do polegar sobre os lábios enquanto me observa.

― Essa roupa te deixa parecendo uma velha ― comenta. ― Vou mandar trazer algumas roupas compatível com a sua idade.

― Foi sua senhora que me entregou. ― Entregar a esposa não é algo bom, mas também não posso imputar essa culpa sobre mim. ― Sinto muito se lhe desagradou.

― Não sinta. ― Desdenha. ― Caterina é velha, você não.

E você é o quê? Caterina, pelo que eu soube, é  vinte anos mais nova que você.

― Tire a roupa, Rebeca, e senta aqui ― e bate na perna.

Faço o que ele manda, sentindo-me enojada. Eu sabia que esse momento chegaria e até tentei me preparar.

Não deu.

― Você é tão linda, tão cheia de vida ― ele acaricia minha pele, mexe no meu cabelo e até beija meu ombro desnudo. Podia ser carinhoso como fosse, continuaria tendo nojo.

Eu queria correr, sair dali.

"Recorra aos recônditos mais escondidos dessa sua cabecinha e traga à tona os sentimentos que no momento precisam aflorar mesmo que tudo esteja de ponta-cabeça."

Prazer, Rebeca.

Tentei buscar em minha mente boas lembranças, mas as que me vinham era a de Matteo. Ele fora o único homem que me tocou.

― Em breve estarei gorda, sem curvas ― digo, olhando em seus olhos, pensando em meu filho que está dentro de meu ventre.

Era por ele.

― Por que acha que eu chamei Miguel para te ajudar? Ele te ajudará a continuar gostosa, e quando essa criança nascer, você logo estará assim, em forma ― e chupa meu seio com volúpia.

Soltei um gemido de dor.

"Finja com mais veracidade."

Finja! Um homem não suportará por muito tempo transar com uma pedra de gelo.

Gemi.

Fechei os olhos e mesmo não querendo, pensei em Matteo. O odiava com todas as minhas forças, mas não posso negar que nosso sexo era muito prazeroso. Eu pensava na segurança do meu filho para suportar aquilo, e pensava em Matteo para aturar aquilo.

Eram seus lábios que eu imaginei. Era no seu corpo quente e escultural que eu lembrava para ficar excitada, e aquilo me causava mais ódio. Eu precisava recorrer às lembranças do homem que eu odiava para ter prazer.

― Estou vendo que vamos nos dar muito bem, nega. Você é bem gostosa e parece ser fogosa ― e enfia seus dedos em meu sexo molhado pelas lembranças do outro. ― Agora fica de joelhos. Preciso de sua boquinha você sabe onde.

E com lágrimas nos olhos, eu fiz tudo o que ele mandou do jeito que ele gostava. E quando eu saí dali, eu sorria.

Eu acabei de ter um curso relâmpago de fingimento, e Don Carlo se tornara meu melhor mestre.




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