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Capítulo 23

Matteo

Assistir a uma explanação daquele velho era algo horrendo. Além da sua aparência não ser agradável de ver, ainda tinha o histórico dele – se casou, sua esposa não teve filhos e, de repente, morreu tragicamente em um acidente de carro. Claro que nos bastidores se fala que ele matou a própria esposa para ficar com Catarina, uma garota vinte anos mais nova que ele, e que até hoje vivem juntos num casamento mentiroso, tanto que ele não esconde seu fascínio por meninas novas, sempre entre dezoito e vinte e dois, aproveitando-se delas e depois eliminando-as quando se cansa.

Não que eu não tenha traído minha esposa, até porque eu e ela nunca tivemos nada, como tampouco me exponho.

Papai em silêncio ouvia sua tosca apresentação e a importância de abrir um braço da sua franquia aqui em Palermo quando nós sabemos que tudo é uma fachada. Uma empresa cujo dono geralmente é um laranja, e o restaurante é o que ele usa para lavar o dinheiro que ele ganha no tráfico de drogas. E provar era um tanto complicado afinal, se não houver o flagrante, não há como provar, pois a droga geralmente vem em produtos de alta rotatividade, perecíveis, que chega em caminhões frigoríferos onde ninguém quer trabalhar muito tempo por causa do frio. Isso sem falar nos enormes eletrodomésticos que ele exporta de países cuja produção de drogas é sua maior fonte de renda.

Na Sicilia – não!

Andrea explicou o que de fato aconteceu com a futura instalação do "La Mama". Ele até gostou da estrutura que nós daríamos a ele após a conclusão do complexo, mas lamentou que demoraria, prejudicando seus negócios e por isso, ele planejava abrir uma nova filial em outro endereço se nós concordássemos, e de sacanagem, como se fossemos imbecis, disse que venderia o terreno por um preço justo,

E mais uma vez meu tio Andrea se meteu, e disse que poderia negociar o terreno que era da filha por um outro em algum lugar tão bom quanto.

Como?

Até então eu tinha sido convidado para a reunião, mas deveria permanecer em silêncio todo o tempo, o que estava sendo muito difícil

― Entenda que estamos com um problema em aceitar sua presença aqui, Don Carlo. ― Papai resolve falar. ― Nossos subchefes temem que você tome os espaços dele, e isso acarretaria uma guerra que não queremos.

Meu pai e sua gentileza em tentar consertar a merda que fez.

― Não estou entendendo o ponto. Vocês já tinham aceitado minha franquia aqui aos cuidados de Alberto, e agora estão voltando atrás no acordo? ― E o pior que era verdade e isso era um ponto negativo para nós. ― Um endereço diferente muda alguma coisa?

Foda-se!

― Não, não muda. A questão é que a sua presença tanto no endereço velho ou em um novo não é bem-vinda ― falei desobedecendo as ordens de meu pai.

― Matteo, calma ― Papai me expulsaria se eu não fosse seu filho, ou até mesmo mandaria me eliminar dependendo do quanto eu fosse importante na organização.

― Não! Não dá para ter calma. ― Respondo, ignorando mais uma vez suas ordens. ― Estamos com problemas com nossos associados simplesmente por causa da presença da sua empresa de fachada e somos nós que precisamos ter calma?

Havia no olhar de Don Carlo um ódio que por mais que ele tentasse esconder, estava claro. E honestamente ali era ele e mais dois energúmenos, coisa que eu e Lucca daríamos conta facilmente. Isso sem falar nos três homens afora para uma necessidade.

Daqui ele não sairia vivo nem em pensamento.

― Se essa é a preocupação de vocês, eu garanto que não pretendo fazer qualquer coisa que interfira em seus negócios. ― Deve ter escrito em nossas testas "SOMOS IDIOTAS" ― Eu realmente tenho visto que nossa franquia está crescendo, estamos em praticamente todas as grandes cidades. Só em Roma temos três filiais, e aqui na Sicília, uma das mais belas regiões da Itália, não temos qualquer um.

Papai olha para mim e seu olhar era do tipo "cale-se!".

E eu me calei.

Eles fecharam um acordo e eu saí de lá cego. Cego de ódio de meu tio Andrea que foi o mediador nas negociações, e papai que era um imbecil por ter aceitado tudo.

Voltei pra casa, tomei um banho frio e tentei relaxar entrando no quarto de Filipo que estava saindo de uma infecção bacteriana.

Mais uma doença. Mais antibiótico, corticoide e tantas coisas que o saravam e o prejudicavam a longo prazo. Meu filho nunca seria uma criança saudável se continuasse a adoecer tanto todo tempo.

Peguei meu filho nos braços que estava acordado e comecei a conversar com ele, e ele sorriu para mim.

Aquilo era o que havia de melhor na vida.

Acaricio sua cabeça careca depois que a mãe mandou raspar por causa dos cachinhos e ele pega meu dedo e começa a brincar.

E apesar do ódio que eu sentia por estar vendo-o definhando, ele me acalmava.

A presença do meu filho era a única coisa que me acalmava, até com a mãe quando ele está presente eu consigo ter paciência.

― Porra, Matteo. Você humilhou meu pai diante de todos. ― Lucca diz assim que entra no quarto, sem sequer um cumprimento, nada. Do jeito bem brutamontes de ele ser.

― Primeiro, não xinga na frente do meu filho ― disse sem tirar os olhos do meu filho que insistia em pôr meu dedo em sua boquinha ―, e segundo, meu pai teve a chance de sair dessa e acabou retrocedendo.

― Temos um código de honra, Matteo.

Honra! Faz-me rir.

― Não dá para voltar atrás depois de um acordo firmado ― conclui.

Dou de ombros como se isso fosse algo inédito que já fizemos.

― E o dinheiro que ele vai pagar mensalmente é muito, Matteo. Não temos qualquer empresa desse porte que nos pague esse valor mensalmente.

Como se precisássemos.

― Não temos porque os maiores estão conosco, Lucca. ― Olho para Lucca desacreditado que fora comprado. ― Não precisamos do dinheiro dele para nada, muito menos de sua presença constante aqui.

Ele solta um longo suspiro.

― Eu sei, Matteo, mas infelizmente ele falou algo certo. Nós já tínhamos fechado o acordo. Nós destruímos o restaurante apenas para ganhar tempo, ou irritá-lo a ponto de ele cometer alguma coisa que criasse uma guerra entre a gente.

Sim. Infelizmente ele veio com esse plano que chegamos a pensar que papai fosse intervir, ou que tivéssemos como atrapalhar, mas Andrea, o traíra, já tinha tudo preparado.

― Eu sei.

― E você não pode ser pivô de uma guerra entre a gente ― adverte-me.

Eu? Por mim eu pouco estava me importando.

― Eu já estou de saco cheio. Estou a ponto de ver tudo explodir assistindo de camarote papai perder o posto para esse energúmeno.

― Não ― Lucca abre um sorriso, ajoelhando-se para falar com Filipo. ― Nosso pai ainda nos tem e você vai assumir de qualquer jeito comigo ao seu lado, e aí a gente põe ordem no galinheiro.

Sorri desacreditado. Primeiro, eu precisava destruir Andrea.

― A propósito, Fomos convidados para um jantar no hotel que ele está hospedado.

― Não vou!

― Eu imaginei. Acontece que tio Andrea também rejeitou o convite ― aquilo me chama a atenção ―, e a ideia de estar em um local para comemorar um acordo que tio Andrea fez questão de ajudar, não é um pouco estranho? ― Claro que é.

― Não acha que ele atentaria contra a vida do meu pai, acha? ― Ele não seria idiota a esse ponto.

― Acho que ele não seria tão louco contudo, eu não posso deixar meu pai sozinho nessa. Ele pode ter homens bons, só que eu só confio em mim e em você na segurança dele.

Foi nesse momento que Graziella entrou no quarto de Filipo com a mamadeira dele e toma um susto ao me ver ali, como se aquilo fosse algo raro.

― Matteo! Pensei que estivesse em reunião com seu pai.

― E estava ― estendo minha mão para ela pedindo a mamadeira. ― Deixe que eu alimento meu filho.

― Não! ― ela nega como se aquilo fosse atrapalhar alguma coisa. ― Você deve estar cansado.

― Me dê a mamadeira dele, Graziella! ― E foi então que eu tive uma ideia. Se nosso tio não quer aparecer ou planeja algo contra meu pai, ele vai voltar atrás quando souber que sua linda filha estará comigo. ― E aproveita e vá se trocar. Temos um jantar para celebrar um acordo ― patético ― e é bom a presença de uma mulher.

Lucca me olha sem entender enquanto ela abre um sorriso eufórica, coisa que adora fazer entre suas várias futilidade: sair comigo e fingir um casamento feliz.

Peguei a mamadeira do meu filho e antes de dar, eu resolvo provar.

Por quê? Não sei.

― Que gosto horrível é essa! Tem sabor de... não sei.

― O leite tem esse sabor mesmo, Matteo. ― Graziella responde e sai do quarto deixando-me com meu irmão.

Chamo Gina que aparece rapidamente.

― Gina, prova esse leite aqui. ― Eu sabia que leite sem lactose era ruim, mas aquilo era intragável.

Ela prova e faz uma careta reconhecendo que havia algo estranho. Enquanto isso, meu filho está se chorando pedindo a mamadeira.

― Doutor Matteo, eu não sei o que aconteceu.

― Que sabor é esse no final?

― Não sei. Eu sempre provo a comida do Filipo antes de alimentá-lo e tenho certeza de que não coloquei nada fora do normal.

― Que gosto é esse? ― Ela começa a negar sem saber.

Parecia que ela não estava mentindo e pelo que eu tenho visto, ela tem cuidado muito bem de Filipo.

― Aff, deixe-me sentir ― Lucca pede, abre a tampa da mamadeira e toma um gole grande. ― Inseto.

― Como?

― Inseto. Formiga, sei lá ― Ele diz com convicção. ― Esse gosto meu amarguinho é de inseto.

― Como você sabe?

― Eu já fiz minhas viagens e provei de iguarias bem exóticas. ― Inseto! ― Deve ter caído algum bichinho antes de você liquidificar, Gina.

― Mas eu não liquidifiquei ― ela diz exasperada.

― Então foi algo na lata em pó. Me dê a lata que eu vou avaliar o conteúdo. Se acaso acharem algo, cabe um processo com causa ganha na certa. ― Meu irmão, como advogado, não perde a chance.

Matteo, pense.

― Há quanto tempo ele está tomando esse leite? ― Questiono-a

― Há mais de uma semana, doutor. ― responde temerosa ― E não senti nada estranho.

Eu já estava tão cheio de problemas e ainda me aparece uma porra de um inseto sei-lá-do-caralho na mamadeira do meu filho.

E se essa merda fosse tóxica?

Não importa, qualquer criança com a saúde debilitada como a dele, poderia piorar. E aí não vai ser um processo que a marca vai receber de nossa família.

― Lucca, manda avaliar o conteúdo do leite da mamadeira! Vamos ver o que pode ter aí ― a ideia de alguém envenenando meu filho aos poucos me enlouquece, e olha que eu monitoro tudo.

― Claro, meu irmão. ― Ele pega a mamadeira e leva consigo enquanto Gina, totalmente constrangida, me olha.

― Vai fazer outra mamadeira, e não usa esse leite nem qualquer outro desse lote. Aliás, vai comprar outra marca agora!

***

Graziela estava linda. Uma verdadeira acompanhante em sua atuação. Eu me sentei de frente a Don Carlo e meu irmão ao seu lado. Engraçado é que tio Andrea resolveu dar o ar da graça e veio também jantar depois de dizer que a esposa cancelou o compromisso de hoje.

Patético.

― Eu gostaria de pedir a permissão dos senhores, mas eu queria convidar minha secretária para jantar conosco. ― Don Carlo diz e eu tenho vontade de perguntar se puta virou sinônimo de secretária. ― Ela morava aqui na Sicília há um pouco mais de um ano.

Como se nós estivéssemos realmente interessados em saber...

Não!

Eu tinha certeza de que eu estava vendo coisas.

Rebeca? Viva!

Ela era a secretária de Don Carlo.

― Boa noite ― eu queria dizer algo, mas estava inerte. Absolutamente, nunca fiquei sem reação diante de algo, alguma coisa, contudo agora, nesse exato momento, eu perdi completamente a noção de tudo ao meu redor.

Linda. Diferente, lógico, mas não menos que linda.

Quem me acordou do transe foi minha esposa que se levantou de supetão em uma atitude inusitada.

― PIRANHA ― e começa a gritar. ― VOCÊ DEVERIA ESTAR MORTA! ― Levantei-me para tentar acalmar minha esposa que parecia uma louca, chamando a atenção de todo o restaurante. ― PUTAAAAAAAA.

― Cale a boca, Graziela.!

― FILHO DA PUTA MENTIROSO ― Andrea também tentava acalmar a filha que estava completamente fora de si. ― CANALHAAAA

― Desculpa, eu não sei o que está acontecendo ― Don Carlo se levanta pedindo desculpas e eu não sei o que pensar. ― Rebeca, querida, você a conhecia?

Querida?

Rebeca olha para mim, para Lucca que continuava com o garfo ainda no ar.

― Não, senhor. Eu não os conhecia. ― O que estava acontecendo ali?

Graziela continuava gritando "VOCÊ NÃO VAI ME ROUBAR", e "ELE É MEU" tantas vezes que eu me perdia.

Eu precisava me concentrar e não estava conseguindo.

― Rebeca, sai daqui, por favor. ― Don Carlo pede e eu penso em segui-la quando papai me impede.

Procuro por Andrea que carrega Graziela quase que arrastada. Era tudo muito estranho e louco. Graziela estava realmente surpresa pela presença viva de Rebeca ali. Eu estava atordoado assim como papai. Lucca saiu da inércia, mas não saiu do lugar.

― Desculpa, senhores. Eu não pensei que minha presença pudesse constrangê-los. ― Minha Beca não era daquele jeito, tão polida. O que fizeram com ela? ― Com licença, senhores.

Ela sai dali acompanhada de um dos homens de Don Carlo que volta a se sentar.

― Desculpa, doutor Matteo. Eu não sei o que pode ter acontecido com sua esposa.

― Desde quando ela está com você? Quando vocês se encontraram? Como ela chegou até você?

Olho para Lucca que estava ainda tão zonzo quanto eu.

― Ela era uma das nossas garotas que veio do Brasil através de Michele, acho que vocês o conheceram. ― Confirmo querendo que ele acelere. Eu precisava falar com Rebeca, mas também queria matá-lo por ter colocado minha Beca como sua puta. ― Ela fez uma grande besteira em uma das nossas casas e acabou vindo morar aqui na Sicília como se pudesse fugir de nós.

― E como você a achou aqui? ― Don Carlo pede a conta percebendo que o jantar já deu o que tinha que dar.

Minha respiração acelera, meu coração parece que vai sair do peito.

― Ela ligou para Michele pedindo perdão, prometendo pagar todas as contas ― nego. Ela não faria isso. ― Ela pegou carona com uma pessoa para sair daqui da Sicília e nós a pegamos.

― Não!

― Ela estava muito machucada. Tinha sofrido um acidente muito grave de carro e honestamente, se não tivesse ligado para nós, acho que ela nem estaria aqui no mundo dos vivos. ― Ele conta como se aquilo fosse natural.

― E vocês a aceitaram assim, do nada? ― Aquilo estava podre demais.

― Claro que não. ― Ele nega como se tudo fosse um absurdo e natural ao mesmo tempo. ― Só que matar o que já estava quase morto não nos traria nenhum benefício. E linda como é, extremamente trabalhadeira, facilmente ensinável, ela acabou indo para minha casa e hoje trabalha exclusivamente para mim e para a casa. Foi ela quem arrumou uma vaga em minha agenda para eu poder vir falar com vocês pessoalmente. ― Ele abre um sorriso cínico de lado. ― Além de outros atributos que ela tem... ― e solta um suspiro que me faz voar em cima dele, só não o alcancei porque meu irmão interveio.

― Pare, Matteo! ― Aperta firme meu braço. ― Eu vou atrás dela ― Lucca sussurra em meu ouvido. ― Se comporta e cuida do meu pai.

Papai, sentado, era o único que parecia normal diante de tudo aquilo.

― Nós soubemos que ela era procurada por vocês. ― Foi papai quem abrandou o clima tempestuoso. ― Nós a prendemos e a levaríamos até vocês. E como ela mesma confirmou, houve um acidente e nós achamos que ela também estava morta porque dois dos nossos homens que faziam a segurança dela morreram.

― Ahhhh ― Era tudo mentira. Nunca houve um acidente, houve uma tentativa de assassinato. Graziela queria matá-la e não conseguiu. E minha Beca pediu ajuda, mas a que preço? ― Ela nunca me falou que vocês a pegaram.

― Posso falar com ela?

Eu não acredito que estava pedindo algo para aquele nojento.

― Tem alguma coisa a mais que eu não estou sabendo?

― Não, Don Carlo. ― Papai responde antes mesmo de eu tentar responder. ― Matteo, vá buscar a tua esposa e a leve para casa! ― Eu queria mandá-los ao inferno. ― Desculpa pela atitude de minha nora. Ela sempre foi um pouco temperamental. Foi justamente no casamento deles que nós a pegamos, e isso meio que a traumatizou.

Aquela mentirosa.

― Ah, tá. ― Ele tira um cartão do bolso. ― Esse é meu telefone ― e anota um número atrás ― e esse é o número dela acaso precise entrar em contato com ela. ― Infelizmente precisamos pegar um voo para Roma agora.

E eu só a vi quando ele passou por ela, colocou a mão na cintura dela e a arrastou para o carro.

Ela sequer olhou para mim.


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