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Capítulo 10

Matteo

— Doutor Matteo?! — Alfonso fala assim que me vê entrando em um pequeno quarto, em um dos galpões afastados da cidade, depois ter sido arrastado à minha presença de contra a vontade.

A conversa com Cat naquela tarde ainda estava bem fresca na minha memória e eu não perdi tempo em mandar buscá-lo.

— Olá, Alfonso. ― Eu sempre começo meus questionamentos de forma tranquila, dando tempo para a pessoa se acalmar, pensar, meditar e até se retratar caso seja possível. ― Senta aí! — e aponto para a única cadeira do pequeno quarto vazio. Aterrorizado, ele olha para todos os lados a procura de uma saída. Lucca, encostado à porta, não o deixaria passar nem que ele fosse um trator.

Não é possível mensurar o tamanho do nosso ódio.

Ele mentiu para nós.

— O que está acontecendo? — pergunta e eu aponto para a cadeira mais uma vez. — Por que eu estou aqui?

— Porque eu preciso fazer algumas perguntas e necessito de privacidade. — E aponto mais uma vez para a cadeira.

A última vez. E ele percebe que o melhor a se fazer é obedecer, e acaba se sentando.

— Nunca o traí. ― Começa a se explicar sem qualquer pergunta. ― Nunca fiz nada que o contrariasse. Sempre fui fiel à organização. Se alguém falou alguma coisa contra mim é mentira. — Eu gosto da facilidade com que obtenho as coisas, mas não posso negar que às vezes há frustração quando abrem o bico tão facilmente.

— Então não tem  por que temer ― digo enquanto caminho à sua volta como um predador louco para estripar sua vítima. ― A pergunta é bem simples: lembra-se de Rebeca? — e paro diante dele

Ele franze o cenho estranhando tudo aquilo.

— A garota que esteve doente com uma gastroenterite bacteriana e que eu pedi para cuidar com discrição em sua...

— Sim, eu lembro — nem me permite terminar. ― Lembro-me dela sim, senhor.

Ao menos ele está bem da memória e não vai alegar esquecimento.

— Lembra-se que eu pedi para que me deixasse a par de qualquer coisa que ela tivesse? ― ele assente. ― Houve alguma alteração, algum problema, alguma coisa fora do comum nos exames dela? — Vamos aprofundar nas lembranças  deixando-o ciente do que o traz aqui.

Ele olha para cima buscando se lembrar e depois nega.

— Não, doutor Mancini. — Eu não devo estar me fazendo entender, só pode. Ou será que não estou sendo tão eficaz em minha intimidação?— Fiz todos os exames de sangue e ela não tinha qualquer vestígio de DST, nada. Ela era limpa. Então, se o senhor está com alguma enfermidade, posso jurar que não foi por ela.

Ri. Juro que eu ri de seu desespero.

— Que tal se você se limitasse às minhas perguntas e parasse de fazer suposições patéticas como se eu fosse um menino inconsequente. — Ele balança a cabeça rapidamente confirmando. — Vou refazer minha pergunta: você me escondeu alguma coisa sobre Rebeca? Algo que eu precisava saber e não soube?

Nega mais uma vez e eu tiro meu terno, penduro-o em um gancho, desabotoo os punhos da minha camisa e só então me aproximo do infeliz.

— Você não me escondeu nada?

― O que o senhor quer que eu responda? ― Choraminga e eu o puxo pelo colarinho, levantando-o brutalmente.

― A verdade, simples assim.

Ele põe as mãos sobre as minhas, tentando afrouxar meu aperto.

— Eu não sei qual verdade o senhor quer que eu diga. — Nem estou fazendo esforço e ele já está chorando de medo.

Puta que pariu!

― Ela estava grávida? ― Juro que eu dei a chance de ele me contar tudo sem precisar ser tão invasivo, o que não adiantou muito.

Foi então que ele parou, arregalou os olhos para mim e soltou minhas mãos.

― Entendeu a pergunta? ― Ele confirma e eu o solto, derrubando-o na cadeira.

― Como o senhor soube?

― Como eu soube não é da sua conta. ― Ódio por acabar de ter a confirmação. ― Eu só quero saber com que direito você mentiu para nós ― e aponto para mim e para Lucca que está tão irritado quanto eu ― quando eu disse para não mentir sobre nada que tivesse relação com Rebeca. Ou uma gravidez não deveria ser algo relevante.

Ele nega, atordoado.

― Desculpa, doutor. ― Ele baixa a cabeça. ― Eu não pen... Eu não... ― o encaro mais uma vez mostrando o tamanho da minha irritação quando eu queria uma resposta simples. ― O exame tinha dado uma alteração hormonal. ― Por fim começa sem gaguejar, sem choramingar. ―  Eu não queria chegar ao senhor sem uma explicação para aquilo quando resolvi fazer o exame de gravidez.  Quando eu constatei,  procurei a garota primeiro. Acho que é lógico buscarmos a mãe antes de qualquer outra pessoa. Além disso, eu tinha consciência do risco que ela corria se isso viesse à tona.

― Risco?  ― Ele deveria ter consciência do risco que corria acaso eu soubesse.

― Quem era ela? ― Ele me pergunta calando meus pensamentos. ― Uma garota que o senhor se aproveitou e que engravidou por um descuido tolo dela.

Que eu me aproveitei? Esse cara está pedindo pra morrer.

― Sua obrigação era me dizer ― digo entredentes.

― Eu sei. Eu tinha consciência do risco que estava correndo. Só que a menina me parecia alguém tão só, tão desamparada, tão tola. ― Suas palavras me machucam. ― Eu os vi no hospital e o olhar que ela tinha pelo senhor - a adoração, a paixão. E conversando com ela, estava na cara que ela sequer sabia no que havia entrado.

As palavras dele doíam mais que um murro.

― E aí você achou melhor não me contar?!

― Não foi bem assim. ― Alega. ―  Eu conversei primeiro com ela. Eu queria ter a certeza de que ela não estava tentando dar um golpe colocando-a a par no que ela estava se metendo. ― Minha doce Rebeca foi uma vítima da minha canalhice. ― Eu fui honesto com ela. Eu fui honesto quando disse o que aconteceria com ela caso a família descobrisse sobre a gravidez e a aconselhei interromper a gestação.

― Você não tinha esse direito ― rosno.

― Não. Eu não tinha. Mas como médico, mesmo envolvido no que estou, eu salvo vidas. Eu precisava salvar a dela.

― Matando um filho meu? ― Que porra era aquela!

― Um bastardo. ― Lembra-me. ― O senhor estava comprometido com outra mulher e todos nós sabíamos. Quem poderia imaginar que o senhor desejaria um filho de Rebeca quando namorava outra? A escondeu, pediu sigilo, sequer deixou que ela fosse tratada por outro médico e mesmo por outra enfermeira ― Deus, como eu fui um idiota! ― E Rebeca... ela entrou em desespero quando soube da gravidez. Ela me contou que vocês tinham terminado como se o que vocês tiveram fosse um namoro de duas pessoas descomprometidas, sem qualquer coisa que os impedisse de ficar juntos. ― Cada palavra ditada por ele atinge tudo dentro de mim. ― A moradia dela, a vida dela, tudo nela era medíocre perto da sua grandeza.

Aperto meu punho com tanta força que chego a sentir dor.

― Ela aceitou o aborto? ― Rebeca nunca abortaria. Minha morena seria a mãe mais doce e meiga que uma criança teria.

― Ela pediu um tempo para pensar. ― Claro que ela inventaria uma desculpa. ― Ela estava atônita e temerosa com a decisão que precisava tomar, mesmo assim eu deixei o medicamento e meu telefone caso ela precisasse de qualquer coisa.

Uma decisão que precisava tomar sozinha quando eu era tão ou mais culpado que ela.

― E depois?

― Menos de uma semana depois ele me ligou histérica, xingando-me por estar cheia de dores depois de ter usado o medicamento.

― E você acreditou?

― Por que eu não acreditaria? Somente uma mulher sem amor à própria vida teria um filho seu fora do casamento. Sem falar que logo depois foi anunciado o seu casamento. ― Eu tinha dormido com Graziella depois de ela ter me drogado.

Eu coloquei a pedra final sob nossas vidas.

― Sabe, Alfonso, eu até poderia entender sua boa vontade ― explano. ― Acontece que na nossa organização, a obediência vem em primeiro lugar.

Ele baixa a cabeça e começa a negar.

― Alguém sabia dessa gravidez? ― Ele me olha e nega veementemente. ― Tem certeza?

― Sim, senhor. ― Ele parecia honesto. ― Todos os exames foram feitos no anonimato como o senhor exigiu e excluídos do sistema logo após o relatório ter sido enviado ao senhor. Eu fui à casa dela pessoalmente e sozinho para dar a notícia. Como ainda estava nas primeiras semanas, não havia necessidade de clínica de aborto. Nem a enfermeira que cuidou dela soube. ― Ele não mentiria para salvar a vida de alguém. ― Ela também parecia convicta em esconder a gravidez. Só não sei como hoje, depois de tanto tempo, o senhor descobriu.

― Porque não há nada oculto que um dia não me seja revelado, ao menos em meu território. E se havia tanta convicção que ninguém sabia, como eu soube por uma pessoa de fora? ― Ele começa a chorar sem entender.

― Eu imploro, doutor Mancini. ― Se ajoelha como um pedinte enquanto eu pego a arma e aponto em sua direção. ― Eu quis poupá-lo de uma dor de cabeça. Eu quis protegê-lo.

― Nunca precisei de sua proteção ― e atiro perfeitamente em sua testa a queima-roupa.

Minha cabeça está a mil por hora. Uma tristeza de apossa de mim como se eu estivesse novamente de luto.

Minha morena. Meu filho. Eu os perdi porque não fui homem suficiente para lutar por eles.

Meu irmão, que todo o tempo esteve presente, se aproxima, tirando-me da inércia ao tocar em meu ombro.

― Você sabe que ele tinha razão mesmo eu concordando com o desfecho ― comenta.

Sim. Alfonso poderia até imaginar que foi com uma boa intenção, entretanto nunca deveria ter mentido ou escondido algo de mim.

― Que ele me protegia.

― A você não, mas a ela. Imagina como seria hoje se esse bebê existisse? Como seria? Dois filhos praticamente da mesma idade sendo um da esposa e outro da amante. ― Ele nega. ― Sabe que morreria do mesmo jeito.

― Não sei.

― Você sabe que sim. ― Eu só queria ela viva. ―Sabe o que eu acho, mano? ― nego. ― Que há uma culpa te corroendo por dentro.

― Não sofro de culpa, Lucca. Sabe bem disso.

― Eu não sei mais, Matteo. Você sempre foi alguém centrado, sério, objetivo e até um pouco intransigente, mas ultimamente, você anda amargo, impaciente, agressivo até com meus pais. Eu não gosto da Graziella, mas até dela estou com pena.

Pena! Daquela vaca!

― Pega ela pra você se está com pena.

― Matteo, por favor. Eu sou seu irmão, criado para ser seu braço direito e te apoiar em tudo. Sempre fomos unidos e nunca tivemos segredo um para o outro, mas desde que tudo aconteceu, você foi se fechando, ficando cada dia mais amargo, agressivo, intolerante a níveis absurdos. Não há qualquer negociação, não há qualquer conversa mesmo com as coisas legais da família. Um empresário não se comporta com o seu autoritarismo.

Eu não estava disposto a ouvir um sermão do meu irmão mais novo.

― Lucca, pare!

― Não vou parar e você vai me ouvir. Rebeca morreu mesmo que seu corpo nunca tenha sido encontrado. ― Aquilo doía. ― Nós bolamos um plano para salvá-la, coisa que Graziella interpelou. ― Desgraçada. ― Foi errado? Não. Ela fez algo que nós faríamos se estivéssemos na mesma posição que ela.

― Já mandei parar, Lucca.

― Ela, eu, você, nós. Todos nós fomos criados para sermos assim, Matteo. Fiquei com raiva, tive vontade de matar minha prima, mas depois eu pensei friamente e o que eu esperava? Quantas esposas matam as amantes de seus maridos e nós sequer perdemos tempo em pensar sobre aquilo.

― Já mandei parar, porra! ― E o empurro contra a parede.

― E eu pouco me importo ― e me joga em um contragolpe. ― Chega, Matteo! Você perdeu o foco para destruir Andrea. Ele está mandando e desmandando em papai enquanto você se perde em sua culpa. ― Não havia um dia que eu não pensasse em Rebeca. ― O "La Mama" terá uma filial aqui, coisa que lutamos tanto contra e nem ele nem os outros conselheiros conseguem ver que teremos um braço da Casamonica aqui, em nosso território.

Eles me colocaram fora do conselho por meses, e depois de aprovado, não posso fazer mais nada

― Sabe que eu conversei com papai sobre isso. ― Lembro-o da briga que tivemos. ― Eu me mostrei contra.

― Acontece que você anda fora do normal para ser levado em conta. E eu não estou conseguindo pôr um pouco de juízo na cabeça do papai sem a sua ajuda. ― Ele olha para mim. ― Preciso de sua ajuda. Estamos perdendo o posto para tio Andrea que a cada dia que passa ganha mais poder, mais notoriedade. 

Foda-se. Vou matá-lo de qualquer jeito. Ele, a esposa e a filha.

A mãe do se filho, Matteo?

― Acha que Graziella sabia da gravidez de Rebeca?

― Porra! Você não ouviu uma palavra minha? ― Nego, consciente de tudo que ele falou. E estou consciente que preciso voltar à ativa, sem desejar que tudo exploda ― Ela é uma vadia filha da puta, mas não tem bola de cristal. Alfonso falou que somente ele, Rebeca e a melhor amiga dela sabiam da gravidez. Como Graziella saberia? ― Eu não sei. ―  Foco, meu irmão. Eu preciso de você de volta.

Pior era saber que ele tinha razão.

― Quem sabe foi melhor assim. Dois filhos agora seria uma loucura sem precedentes, e se proteger uma foi um fiasco, imagina uma mulher e um bebê?

Preferia ter essa loucura em minha vida. Um filho meu com Rebeca! Como seria?

― Tem razão, meu irmão. Precisamos voltar a investigar Andrea para destruí-lo.

― Sei que o pequeno Filipo estreitou os laços entre vocês, mas não podemos permitir essa chantagem sem precedentes em cima de papai.

― Doutor Matteo ― um dos nossos homens entra no quarto interrompendo-nos quando eu avisei que não nos incomodasse. ― Sua mãe assim como sua esposa estão tentando entrar em contato...

― O que eu falei sobre interrupção? ― Meu irmão me olha pedindo cautela. Acontece que eu não permiti que ninguém falasse comigo.

― A senhora, sua mãe, falou que era urgente. ― Inspiro profundamente sabendo que vindo dela, de Graziella, tudo é urgente. ― É sobre seu filho.

Meu filho?

Não pensei duas vezes. Saí do galpão sabendo que ali há uma interrupção de sinal, ligando para minha mãe assim que senti a brisa noturna.

― Matteo! ― Mamãe atende no primeiro toque. ― Filho, aconteceu um acidente. ― Se algo acontecer ao meu filho, não sei o que eu seria capaz de fazer. ―Filipo está internado.

Puta que pariu!

E como um alucinado, entro em meu carro ouvindo minha mãe dizendo que foi um acidente.

Meu filho era a única coisa boa que ainda me restava, mesmo sendo filho daquela cobra.

― Vou matar essa desgraçada, mama. De hoje ela não passa.



Desculpem meu sumiço. Meu papai veio me visitar e precisei cuidar do meu velhinho essa semana. Um fim de semana abençoado.

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