Capítulo 32 (Antepenúltimo )
" Como se cura uma ferida?
Quando perdoar é tão difícil
Quando não se consegue esquecer
Como enfrentar a vida
Com o coração feito pedaços
Quando a desilusão
Quebra seu mundo e te machuca
Um golpe baixo
Nunca imaginei
Chorar seu engano" - Jaci Velásquez.
Arthur De LaBarrera
Apesar da insistência de Luiza para que eu saísse com Verônica, eu sábia que não podia continuar com aquele disfarce, quem eu amava era Teresa, apesar de tudo eu a amava, eu amava aquela mulher mais do que jamais pensei amar alguém, eu não podia continuar enganando Verônica daquela forma, eu estava perdido em meus devaneios , quando escutei meu telefone tocar e vi aquele número, meu coração acelerou um pouco, aquela resposta poderia melhorar minha vida ou simplesmente acabasse com tudo.
- Alô?
- Senhor De LaBarrera? Estou com os resultados já pode vir pegar se quiser
- Já estou indo, obrigado.
Desliguei, meu coração ainda estava acelerado, sai de casa sem nem falar nada a Lena, entrei em meu carro e dirigir até aquele maldito local, ao qual eu desejei não ir, assim que entrei fui até a recepção.
- Olá, sou o senhor De LaBarrera vim para pegar os resultados - Falei, tentando parecer calmo, mais eu estava longe de estar calmo.
- Ah, sim. Vire a direita e procure a Juliana - Ela falou me olhando, eu apenas assenti já saindo, encontrei Juliana, ela me entregou o envelope.
- Sinto muito - Ela apenas sussurra e sai
Minhas mão tremiam enquanto eu abria o envelope, começando a ler, as lágrimas já desciam pelo meu rosto. Não podia ser!
Ao que parece, o paciente apresentou algumas sintomas e pelo seu quadro, ele foi diagnosticado com um câncer , pelo resultado dos exames, o paciente possui apenas 1 semana de vida e...
Nem mesmo conseguir terminar de ler, minhas mãos tremiam com força, meu coração estava apertado, eu iria morrer, como eu conseguiria cuidar do meu filho? E como Teresa iria ficar, se descobrisse? Eu não poderia fazer isso com ela, nem com Verônica , Teresa não merecia tal sofrimento e ainda mais no estado em que se encontra.
Enquanto eu saia da clinica, eu tentava pensar no que faria, me peguei indo até a casa de Verônica, assim que cheguei a pequena casa, estacionei e sai do carro, bati na porta e logo a mesma se abriu, e para minha surpresa era um homem, ele era alto , porém eu era mais alto que ele.
- A Verônica está? - Perguntei olhando o tal homem, que reparando agora segurava um bebê, e a julgar pelos olhos, era filho de Verônica?
- Já vou chama-la - O tal homem fala, saindo com o bebê e minutos depois Verônica aparece, pelo seu olhar, posso ver que ela está surpresa em me ver.
- Arthur? Ah por favor entre - Ela pede, meio desconcertada, eu entro, me sento na sala ao lado dela.
Começamos a conversar, e durante a conversar Verônica me conta da sua vida, o bebê que o tal homem segurava era seu filho que tinha 9 meses, e se chamava Léon, o tal homem era seu ex marido que veio ver o filho, ela me pediu desculpas por não ter me contado.
- Não se preocupe, Verônica - Falo sorrindo, para a tranquilizar. - Eu também ocultei o fato de ser casado e de minha esposa estar grávida - Começo a falar, notando que ela não ficou zangada nem nada - Me desculpe Verônica, você é uma bela mulher, muito atraente, porém quem eu amo é a minha mulher, não posso engana-la.
- Tudo bem , Arthur - Ela fala, sorrindo me olhando - Eu também descobri que amo meu ex marido, e iria te falar, eu espero que vocês possam ser muito felizes, pelo olhar dela eu vi o quanto ela te ama - Ela começou a falar, me surpreendendo, sorri, mais tranquilo, mais o meu sorriso morreu. - Aconteceu algo?
- É..que eu fiz exame e descobri que tenho apenas algumas semanas de vida - Falo, desabafando, e para minha surpresa, ela me abraça.
- Você tem em mim uma amiga, eu realmente sinto muito - Ela falou já parando de me abraçar. - Gostaria de lhe avisar uma coisa, no começo eu entrei em sua vida, me desculpe, eu estava precisando do dinheiro e a tal Lúcia me ofereceu um dinheiro, se caso eu o separasse da Teresa, me desculpe Arthur - Ela começou a falar me olhando, e eu podia ver que ela estava arrependida - sabe os bilhetes que você recebia? Era a Lúcia, ela quem inventava, sua esposa nunca o traio, ela mentiu, eu tentei deixar essa história para trás, ao ver o quanto gentil e bom você era, mais ela ameaçou matar meu bebê, eu estava desesperada , e por isso estou te contando, Arthur me perdoe, eu nunca quis causar mal a ninguém.
- Verônica eu entendo, por favor não precisa se desculpar, obrigado por me abrir os olhos, e por me contar a verdade, espero que seja feliz, até mais - Falei a olhando, com uma certa rapidez me levantando, eu precisava ver Teresa, precisava me desculpar com ela.
Sai da casa de Verônica e sai de carro, andando pela cidade, até que parei em um pracinha e andando por ali, eu vi Teresa o Drzinho, sem nem pensar duas vezes eu fui até eles, pegando no braço de Teresa, sem a machucar.
- O que você pensa que está fazendo? Solte-a! - Otavio fala,visivelmente irritado, me olhando.
- EU e a MINHA esposa temos assuntos pendentes – Eu falei olhando para ele, minha voz soou como a de um leão raivoso -Vamos?
– Ela não vá... - Otavio começou a falar, mas ela o interrompeu,e eu sorri.
– Otavio, muito obrigado por tudo, mais eu realmente preciso resolver alguns assuntos com ele – Ela começou a falar, aceita Drzinho, ela é minha!
O tal Drzinho sai andando e pelo seu olhar ele não gostou nada de ser trocado, Otavio saio andando, saio andando mais Teresa, posso sentir a pele de Teresa se arrepiar, quando eu envolvo as minhas mãos em volta de sua cintura, eu senti uma extrema vontade de beija-la, de dizer o quanto eu a amava e o quanto ela havia me feito falta, mais eu sábia que não podia, Teresa não merecia tamanha dor, dor de saber que estou morrendo e e que vou deixar ela e nosso filho, sozinhos no mundo. Assim que chegamos, o restaurante era bem luxuoso, arrasto uma cadeira e assim Teresa se senta, reparo em quão linda ela está, a gravidez a havia deixado ela mais linda do que já era, eu tive vontade de ir até a mesma e beijar sua linda barriga, mas apenas me mantive em meu lugar. Eu sábia o que eu tinha que fazer, mas simplesmente não estava conseguindo fazer nada. Pela sua expressão, eu posso notar que ela não está tão feliz, quanto eu pensei que ela estava.
- Por que está com essa cara? Sente dor em algum lugar? - Pergunto, tentando soar frio, mesmo sabendo que talvez a preocupação estivesse bem visível em minhas expressões.
- Não, estou bem - Ela fala, me olhando, dando um leve sorriso, mais esse sorriso não alcança seus olhos - É por que estou cansada - Ela continua falar, mais eu sábia que ela estava mentindo, eu podia ver em seus olhos tristes e solitários , que assim como eu, ela não estava bem. Uma pontada em meu peito, me diz que a culpa é minha, eu a tratei como um lixo, por algo que não passou de mentiras, eu sou um estúpido.
- Comida? Está com fome? - Pergunto, tentando desviar daquele assunto. e também preocupado com a saúde dela.
- Estou bem sem comida - Ela me diz, suspiro, eu sábia que mais cedo ou mais tarde precisaríamos resolver nossa situação. - Você tinha algo para discutir, vamos fazer isso primeiro - Ela falou, e era verdade, precisávamos resolver aquilo de uma vez por todas.
Na mesma hora eu me abaixei, e peguei uma média embalagem de presente, ao qual eu coloquei a primeira roupinha a qual eu e ela havíamos comprado para o bebê, coloquei a sacola em cima da mesa e logo ela pegou a sacola a abrindo, ela pegou a roupinha em suas mãos e a olhou por breves momentos.
– Não importa o quanto eu olhe para isso, não combina com o ambiente de nossa casa - Falei, soando frio, mesmo sabendo que era tudo uma farsa, ela precisava pensar que eu não me importava, e assim, só assim ela poderia viver sua vida em paz, e longe de mim.
- Você queria me ver por causa disso? - Ela perguntou, me mirando com aqueles seus belos olhos, aos quais, eu não conseguia ver mais os mesmos brilhos de antes.
Antes de lhe responder alguma coisa, o garçom trouxe duas águas, peguei a minha e bebi.
- Sua função como minha esposa, chega ao fim, a partir de hoje - Falei, a olhado fixamente, e eu pude perceber seu rosto mudar sua expressão mudar, eu senti um aperto em meu peito, por que eu via que eu claramente a machucava com cada palavra. - Por favor, vá embora - Falei, ela me olhou parecendo perdida - Se estiver insegura por causa do bebê, a custódia do bebê, eu te darei. Eu deixarei completamente a sua escolha o que fazer com o bebê , te darei pensão, e apoio a criança - Terminei dizendo, retirei a aliança do meu dedo e coloquei em cima da mesa, ela acompanhou com seus olhos cada movimento meu, sem dizer uma palavra se quer.
- E-eu devo ter interpretado mal as coisas - Teresa falou, pela primeira vez desde que havíamos chegado ali, sua voz parecia um sussurro, sua voz estava fraca e eu quase não a ouvi, ela parecia mais frágil enquanto falava - Eu juro que como uma estúpida, iludida eu pensei que as pessoas seriam capazes de me perdoar, eu pensei que você fosse capaz de me perdoar, foi aí que eu percebi que o que eu havia feito não tinha mais volta, eu machuquei, enganei e menti para todos que me amavam e perdi tudo - Teresa falou, eu podia jurar que pelo tom em sua voz ela iria chorar, eu senti uma dor no peito, dor pela forma como a tratei - Como uma boba, eu me entreguei, entreguei meu coração a você mesmo sabendo que talvez você não sentisse mais nada por mim, mesmo sabendo que eu era apenas uma perda de tempo em sua vida, fiz de tudo para provar que te amava, mesmo sabendo que o que eu fiz a você não tinha perdão, mesmo sabendo que nunca mais confiaria em mim, enganei a mim mesma, chegando a ter a estúpida e boba esperança de que talvez pudéssemos voltar a ser como éramos antes, mas eu sei que não podemos, por que você não me ama mais - Ela falou, suas palavras atingindo em cheio o meu coração, eu queria dizer que era mentira, e que eu a amava, mais eu sabia que não podia. - Acabei fazendo todos sofrerem.
- Pare com isso agora! Você acha que qualquer um entenderia se você agisse lamentavelmente? Não te disse? Não importa quem, ninguém ficará com você para sempre, o mundo é onde você vive e luta sozinha, olhe aqui Srta. Teresa Chávez, a quanto tempo nos estamos juntos? Como irá lutar sozinha se não consegue esquecer o tempo em que estivemos juntos? Ainda mais com uma criança.
- N-não precisava dizer de forma tão rude e fria, eu já me decidi - Ela falou, sua voz era apenas um frágil fio, de tão fraca que estava, então ela me olhou, seu olhar tão profundo que doeu meu peito, que me fez senti arrependimento - Vamos terminar - Sua última frase me pegou completamente desprevinido, eu senti meu coração se partir, eu estava á deixando ir.
Então ela se levanta da cadeira, pegando a sacola que lhe dei com o presente e sai do restaurante, sai junto com ela deixando em cima da mesa um dinheiro, ao lado dela andamos pela rua, ambos calados, destruídos.
- Eu vou indo - Ela falou se virando para mim, me dando aquele seu belo sorriso.
- Aonde quer que você vá e como quer que viva, eu espero que seja feliz - Falei a olhando, ainda sério, era o que eu mais queria, que ela fosse feliz.
- Me pergunto se sobrou alguma felicidade para mim. Parece que eu já usei toda felicidade com a qual sonhei, após te conhecer, coisas que jamais imaginei acontecer, aconteceram , coisas ruins se tornaram boas e me tornei a família da pessoa que me ama - Enquanto ela falava, eu podia ver seus lindos olhos marejados, ela sorrindo mesmo eu sabendo que ela estava destruída.
Respirei fundo, tentando me recompor, suas palavras me acertaram no fundo, eu sábia o peso de cada uma delas.
- Não olhe para trás, para o caminho que você já passou. Apenas olhe para frente, só em frente - Falei, tentando a encorajar, ambos nos encorajar.
- Eu deveria - Ela falou, com a cabeça baixa. - Não é como se fôssemos nos ver de novo, de qualquer forma, obrigado por tudo - Ela falou, e então virou de costas e começou a andar.
Mesmo com uma insana vontade de ir atrás dela, eu também me virei e comecei a seguir meu caminho.
– Seja forte e se lembre: Nada dura para sempre" - Falo um pouco mais alto, para que ela pudesse ouvir.
- Arthur - Eu ouvi sua voz, mesmo assim continuei andando - Arthur - Ela novamente me chamou.
- Não olhe para trás, Arthur, não olhe para trás - Eu sussurrei, para mim mesmo, continuando a andar.
- Arthur...- Ela me chamou de novo, foi quando eu ouvi um carro frear com força, e ouvi como se alguém batesse na frente do carro, como um corpo.
Mesmo imaginando o que poderia ter acontecido, eu me virei lentamente sentindo meu coração acelerado demais, e então eu vi aquela cena, a minha Teresa caída no chão, meu meu peito se apertou, me apressei atravessando a rua rapidamente, me abaixei ao lado dela, vendo sua cabeça cheia de sangue, peguei meu celular e ligue para uma ambulância, logo eles vieram, a colocaram em uma maca e a colocaram dentro da ambulância, graças aos céus chegamos no hospital, onde os paramédicos tiraram Teresa da ambulância e levaram para dentro do hospital
- Por favor salvem ela - Eu pedi, completamente fora de mim e desesperado. -
- Por favor, senhor se acalme - Um médico falava, enquanto os outros ajudavam a colocar Teresa em uma das camas ali. - Ela é sua esposa?
- Sim, ela é minha esposa . MINHA ESPOSA, POR FAVOR SALVEM A MINHA ESPOSA - Falei, chorando e desesperado, se eu perdesse Teresa eu nunca iria me perdoar.
- E-eu..t-en-ho um bebê - Teresa falou, sua voz estava ainda mais fraca e ela estava chorando - E-ele..est-a..bem? - Ela perguntou, suas mãos estavam em sua barriga, meu peito doía por ver ela naquele estado e a culpa era toda minha. - nosso bebê...Po-r f-avor..me-u bebê...salve meu b-bê.. eu não me importo com o que aconteça comigo... p-or..favor..apenas salve o nosso..bebê
- Está tudo bem agora, nada vai acontecer ao nosso bebê - Falei segurando suas mãos, estávamos ambos chorando.
- n-não pode acontecer nada ao bebê...por favor me prometa que não vai deixar nada acontecer com o nosso bebê..por fav.- Ela falava chorando, meu coração se partia ao olhar aquela cena, eles haviam colocado algo no pescoço dela, enquanto ela estava na ambulância. - Não se preocupe, ele ficará bem. - Falei notando que sua respiração começou a ficar mais fraca e seus olhos aos poucos iam se fechando e então ela ficou quieta, me desesperei.
- TERESA? - Chamei, sentindo o desespero tomar conta de mim - TERESAA
- - Por favor senhor, se acalme - Um paramédico fala - Se acalme, por favor leve ele - Outro médico veio até mim, me tirando de perto dela.
- TERESA - Gritei chorando desesperado, saio do quarto, sendo obrigado a me sentar naquela maldita sala de espera.
Quando parece que já se passou uma eternidade, o Dr da minha família, o senhor Juan, ele vem até mim, pela expressão em seu rosto.
- O que aconteceu? - Pergunto me levantando - Como está a minha esposa?
- Parece haver uma ruptura intestinal - O Dr falou me olhando.
- O...O que nós temos que fazer? - Perguntei desesperado.
- Ela tem que passar por uma cirurgia imediatamente, então ela precisa estar sob anestesia geral - O Dr Juan falava, e eu ouvia atentamente, então ele continuou - Se isso acontecer , o bebê que ela tem estará em uma situação perigosa, ela está com poucos meses de gravidez ,eu acho que isso pode ser um problema para o bebê - Ele falou, eu tentava assimilar tudo - Entretanto, se ela não for operada agora, então a mãe estará em perigo.
- O-o que estar dizendo agora?
- Neste caso, senhor De LaBarrera o senhor terá que desistir de um dos dois - Eu senti meu mundo cai em minha cabeça, eu o olhei, e pela primeira vez eu me senti perdido. - Terá que escolher, entre o filho ou a mãe.
C O N T I N U A...
Essa foi sem dúvidas uma das mais trabalhosas cenas, e uma das mais tristes também, bom eu espero de coração que gostem, e admito que chorei escrevendo-a.
FELIZ 2018!! Meus amores..amanhã não percam o último capítulo...
Votem e comentem muitooo
Tia_Olaf
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro