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» R A F A E L «

Como vai você?

Você sabia que hoje faz um ano que nos conhecemos? Pois é, eu lembro! Eu, com toda certeza, faria uma surpresa para você! Te pegaria em sua casa logo pela manhã e nós viajaríamos. Eu te levaria para conhecer um shopping, pois sei que você nunca saiu dessa cidade minúscula, nós iríamos ao cinema, almoçaríamos em um restaurante caro e bem bacana e depois eu te levaria à uma livraria. Sei que você se emocionaria ao ver a quantidade de livros que elas possuem, talvez nem fosse querer deixar o local. Para te fazer a mulher mais feliz do mundo, eu compraria todos os livros que você quisesse. Você iria me dizer que foi o dia mais feliz da sua vida e eu te responderia que todos os meus dias são os melhores depois que te conheci. Eu te daria um beijo demorado e sussurraria "Feliz um ano juntos!" Você ficaria surpresa, talvez até achasse que tinha me esquecido, porém, completamente aliviada, você, meu amor, sorriria para mim e eu me sentiria o homem mais sortudo do universo. Meu coração iria disparar fortemente sob o meu peito e mais uma vez eu me sentiria completo.

Nós voltaríamos para casa, eu seguraria sua mão o tempo todo durante a retorno. Você dormiria no banco do passageiro, eu te acordaria com um beijo suave. Depois eu te levaria até a sua casa, você me pediria para ficar e eu aceitaria, dormiria a seu lado, sabendo que eu tinha tudo que precisava.

Como você pode ver, eu planejei cada momento, cada detalhe, cada instante. No entanto, hoje, estou vivenciando outra data, são quase dois meses sem você, é incrível que eu ainda continue vivo, mais do que incrível, é quase um milagre.

Eu sinto tanta Saudade de você! E falando em saudade, eu descobri recentemente em uma pesquisa no Google, que essa palavra é tipicamente brasileira, outros países não a possuí em seu vocabulário, legal né?

Todos os dias antes de dormir, eu fico olhando durante horas para sua foto, tenho medo de esquecer seus traços, medo de não me recordar do som da sua voz. Então eu revivo todos os momentos que passamos juntos, seus beijos, o modo como enrugava o nariz quando eu falava alguma besteira, a forma como bufava irritada quando eu te deixava brava. Cada pequeno detalhe seu, é o que me mantém vivo hoje, não está sendo fácil ficar sem você. Acredito que nunca será. Mas às vezes a vida acontece. Merda! Eu odeio a vida.

Você deve estar superando o término melhor que eu, você sempre foi mais forte.

Espero que esteja bem!

Ainda Te Amo!

Rafael

➴ ♬ ➶

5 de julho de 2005

Acordei super animado, com a sensação de que o dia seria incrível.

Raramente me sentia extasiado com a ideia de acordar cedo, naquele dia, no entanto, nem precisei reprogramar o despertador depois que ele disparou seu alarme estridente. Eu nunca tinha ficado ansioso para ir ao colégio, mas naquela manhã tudo parecia diferente.

Assim que terminei de me arrumar, fui até a cozinha tomar café e encontrei minha mãe, sentada no balcão, lendo o jornal. Percebi que ela já estava está pronta para ir ao trabalho e vê-la daquela forma, tão profissional, irritou-me como de costume. Eu sabia que ela poderia ficar em casa cuidando dos seus filhos, e passando mais tempo conosco. Afinal, minha mãe nem precisava trabalhar, pois quando se divorciou do meu pai, esperta como sempre, dona Regina pediu na justiça uma indenização por danos morais, alegando que o viu sendo infiel, e como ela tinha a prova dos atos, o juiz declarou causa ganha, portanto meu pai teve de lhe pagar uma boa grana de pensão. Mas, ainda assim, a mulher simplesmente insistia continuar trabalhando no fórum da cidade.

Quando eu a questionei sobre porquê dela preferir trabalhar em vez de cuidar do meu irmão que estava se tornando um adolescente, ela simplesmente respondeu "Eu amo ser advogada!". Mas na verdade, eu sabia que ela só não gostava de ficar conosco. Mal via à hora de nos tornamos adultos e independentes, para finalmente curtir a vida sem amarras. Para sua sorte, faltam somente seis meses para ela se livrar de um de nós — no caso eu. Aposto que ela já estava fazendo a contagem regressiva e organizando uma festa com o tema "Menos Um".

— Rafael, seu pai ligou avisando que já está vendo uns apartamentos para você, para quando for para faculdade ano que vem. Ele precisa que você diga quando vai poder ir visitá-lo, para que conheça alguns desses flats. — anunciou, minha mãe, sem tirar os olhos do jornal.

— Tá! Depois eu ligo para ele. — informei, secamente.

Meu pai, Doutor Cezar Franceschine, era grande advogado criminalista, mas em contrapartida, também era um péssimo pai e marido. Traiu minha mãe com sete mulheres (esse é e somente o número de casos de infidelidades que ficamos sabendo). Depois do divórcio, eu e meu irmão não o vimos novamente. Ele se havia se tornado o cara que mandava presentes caros, que depositava mesadas generosas, ligava no natal e no ano novo, dizia que nos amava, porém, já se passavam sete anos, desde a última que recebemos seu último abraço. Todavia, logo quando faltavam alguns meses para eu ingressar na faculdade, ele passou a ligar mais vezes. Isso porque, insistia, desde sempre, que eu tinha que ser advogado, pois todos os primogênitos da família Franceschine se formavam em direito. Sem outra alternativa, tive de aceitar o futuro que ele e mamãe planejaram pra mim. E assim, completamente do nada, meu pai começou agir como se estivesse interessado na minha vida. No entanto, eu sabia que o seu único interesse era em não quebrar a tradição familiar. Quando perguntei a ele qual era a importância de sempre ter um advogado na família, ele apenas me respondeu que aquela era a tradição. Que aquele era o nosso forte. Por isso que nosso lema era "Advogados Franceschine, defendendo a lei de geração em geração."

Eu até brinquei que nosso lema era igual ao do mercado "Baratão" que era famoso na nossa antiga cidade. Como meu pai não havia entendido referência, eu recitei o bordão do mercado: "Servindo você através das gerações". Expliquei, rindo. Mas adivinhem? Dr. Cezar ficou muito bravo e disse pra eu levar mais a sério as causas da família.

➴ ♬ ➶

A manhã estava fria, como de costume naquela pacata cidade situada bem na divisa do estado de São Paulo com o Paraná. E, para provar que milagres realmente acontecem, eu, pela primeira vez, fui capaz de chegar no horário certo, nem esperei por Doug, pois sabia ele sempre se atrasava.

Logo que adentrei no colégio, percorri meu olhar pelos corredores cheio de alunos. Eu procurava por Ária, mas não a encontrei em lugar algum. Mais à frente, vi a Tiffany chegar junto com o Doug, e decidi ir ao encontro deles.

— Ei cara! Não me esperou hoje? — Doug me cumprimentou, advertindo-me em tom de zoação.

— Saí mais cedo, tinha umas coisas para resolver. — expliquei vagamente.

— Não esquenta, cara, eu tive que passar na casa da Tiffany mesmo. — ele informou, lançando um olhar desejoso para garota loira que o acompanhava.

— A Ária não vem com você, Tiffany? — perguntei, sem conseguir disfarçar o quanto desejava ver a sua miga.

Tiffany, desconfiada, arqueou uma de suas sobrancelhas antes de me responder:

— Hoje ela vem na segunda aula, pois tinha consulta médica.

Imediatamente fiquei preocupado, achando que Ária poderia estar doente.

— Ela está bem?

— Sim, consulta de rotina. — Tiffany informou. — Desde quando você passou a se importar com ela?

A loira realmente estava desconfiada, e não era para menos! Eu jamais havia demonstrado preocupação com alguma outra menina.

— Não estou me importando! — Menti descaradamente. — Foi apenas uma pergunta retórica que as pessoas fazem quando ouvem que alguém foi ao médico.

— Que seja! — a menina petulante respondeu, antes de se inclinar para dar um beijão no Doug.

"Aquilo era demais para ser ver uma manhã". Pensei ao vê-los trocando amassos.

Assim que a garota se afastou, eu questionei, completamente confuso:

— Que porra foi essa? Desde quando vocês estão juntos?

Doug apenas gargalhou alto.

— Relaxa, cara! Estamos juntos há uns dois dias. Eu ia te contar, mas acabei esquecendo. Não é nada sério. —Ele chacoalhou os ombros, indiferente.

— Sortudo filho da puta! Pegando a garota mais gostosa do colégio e eu nem percebi. — provoquei, dando-lhe um leve soco em seu braço.

— Cara... Tira esse olho de seca pimenteira de perto de mim. Ela é minha, tá?! — advertiu, rindo.

— Ela é toda sua!!! Seu pica da galáxia! — zombei, novamente, completamente contente por meu amigo.

➴ ♬ ➶

Finalmente chegou à hora do intervalo, eu estava tão ansioso, que achei que o sinal nunca mais tocaria.

Logo que cheguei ao pátio, percorri o meu olhar pelos grupos de estudantes comendo ou conversando em algum canto, mas não encontrei a pessoa que rondava os meus pensamentos.

Rapidamente, comecei a a escanear o pátio em sua busca, olhei de um lado, mas vi muita gente, com certeza ela não estaria lá, pois sabia que Ária gostava de se isolar. Percorri eu olhar para outro canto, e novamente encontrei muita gente. Continuei a procura-la, até que a avistei, sentada em canto recluso, ao lado do corredor que ficava atrás dos banheiros. Lá estava a garota que não saia de meus pensamentos, completamente imersa na leitura de seu livro.

Caminhei em sua direção e sentei-me ao seu lado. E a gindo como se já fossemos íntimos, bati meu ombro no dela.

— Oi, Brutinha. — cumprimentei, provocando-a como de costume.

Totalmente furiosa, ela fungou o nariz, tornando a sua irritação evidente.

— Já te disse que não gosto que me chame assim. — repreendeu-me, sem tirar os olho do seu livro.

— Ah! Mas você fica tão fofinha quando com esse ar de brutinha. — continuei a provoca-la.

— Primeiro... — ela começou — Fofinha e brutinha, são palavras totalmente adversas, ficam estranhas na mesma frase. Segundo, porque tudo relacionado a mim termina com "inha"? — indagou, irritada, sem nem ao menos me conceder um misero olhar.

— Porque você é baixinha. —expliquei.

— Eu não sou baixinha! Exclamou exasperada. — Eu tenho um metro e sessenta, e saiba que aqui no Brasil, isso é considerado uma altura mediana entre o sexo feminino. É você que é alto demais. — soltou aquela frase, porém permaneceu com a atenção fixa em sua leitura.

Sem pensar, tomei o livro da sua mão.

— Hei... Seu sem educação! —protestou, dilatando as narinas, completamente furiosa.

— A Escrava Isaura. — Li o título do livro. — É sobre o que?

Finalmente ela direcionou seus belos olhos em tom esverdeado em minha direção.

— Não me responda! — cortei-a, antes que ela dissesse algo. — Tem escravos se rebelando e dando uma surra de capoeira nos feitores e seus senhorios? — indaguei, curioso.

— Não! —respondeu, indignada.

— Tem escravas assanhadas que dão em cima dos seus senhores como em Xica da Silva?

— Não! —respondeu com a voz aguda.

— Tem algo relacionado com sexo?

— Claro que não! —exclamou, tomando o livro da minha mão, retomando a sua leitura.

— Então esse livro é muito chato! Se não tem nada disso, é sobre o que afinal?

Ária revira os olhos, mas por fim explicou:

— É um livro de época que se passa nos tempos da escravidão. Fala sobre um senhor, herdeiros de vastas quantidades de terras que nutre um amor violento e obsessivo por uma escrava mestiça que nada quer com o malfeitor. Mas o homem não aceita ser rejeitado pela escrava a ameaça puni-la de todas as formas, até que ela decide fugir das garras de tal homem cruel. É uma narrativa interessante, apesar de tudo.

Então foi a minha vez de revirar os olhos.

— Nossa! Isso é muito clichê, me deixa adivinhar... No final a escrava consegue a sua liberdade, casa-se com um verdadeiro nobre e vivem felizes para sempre?

— Na verdade, eu não sei. Se você ainda não percebeu, eu ainda não terminei de ler.

— Bruta! — Rosnei.

Tentando capturar a sua atenção só para mim, comecei a tagarelar sem parar, atrapalhando a sua concentração.

— Tá bom! — Ária bufou, fechando o livro. — Você tem exatamente dez segundos para começar a dizer o que realmente está querendo comigo. Começando em dez... Nove... Oit...

— Só queria saber como vamos fazer o trabalho da Dona Márcia? — perguntei, rapidamente, antes que meu tempo acabasse.

"Desde quando comecei a obedecê-la?!" Pensei, incrédulo.

— Hoje eu vou ter que ir à biblioteca municipal devolver alguns livros. Se quiser, você pode me encontrar lá. Depois podemos decidir o melhor local para começarmos o trabalho, o que acha?

— Beleza, Brutinha! Nos vemos lá. — Comecei a me levantar. — Pode continuar com seu romancezinho, e não me culpe por ter adivinhado o previsível final. — eu disse, antes deixa-la em paz.

Ária era diferente de todas as garotas que eu havia conhecido. E eu estava caidinho por ela. Era uma pena que a garota não queria nada comigo. Na verdade, era muito azar o meu.

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