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Capítulo 41

AVISO DA TRADUTORA

Esse capítulo está bem pesado, foi dificil para eu ler e traduzir, então me sinto ma obrigação de avisá-los para caso se sintam mal, não leiam, priorize a saúde mental de vocês pois pode causar gatilhos.

TW: Esse capítulo contém cenas de consumo forçado de drogas, comportamentos não consensuais, violência e agressão fisica e sexual.

Tenho planos de encontrar Casey no centro antes de ele ir viajar, para trocar presentes. Há uma cervejaria onde fomos algumas vezes, e embora Casey não beba, seus hambúrgueres têm um sabor divino. Dean diz que não tem certeza de quando ele vai chegar, pois o treino pode acabar mais cedo. Se ele chegar antes de eu voltar, ele tem uma cópia da chave. Enviei a ele uma boa quantia de dinheiro para o Uber com um pedido para dar a Rishad meus votos de boa sorte no feriado. Quer dizer, o cara merece o mundo.

É uma curta caminhada do estacionamento público até o restaurante, pois não havia como estacionar na frente do local. É tão frio quanto uma cidade costeira pode ficar, o suficiente para justificar um dos suéteres mais grossos que possuo. Ainda que seja quase tropical comparado ao inverno do meio-oeste, mas sempre fui sensível ao frio. O papel que embrulha o presente de Casey faz barulho onde está preso entre meu pulso e quadril, e há uma sensação de efervescência atrás das minhas costelas. Tenho um prazer especial em dar presentes, pois muitas vezes parece um quebra-cabeça, e resolvê-lo traz felicidade genuína às pessoas que amo.

Três presentes podem não parecer muita coisa, mas antes eu comprava presentes significativos para minha mãe. Colegas de trabalho sempre recebiam vale-presentes superficiais para uma loja de sua escolha, não que houvesse muitas opções em nossa cidade natal.

É... legal estar cheio de antecipação. Existir no presente, ansioso pelo próximo minuto em vez do próximo dia, semana, mês ou ano. É indescritivelmente legal sentir que um feriado significa alguma coisa. Sem ninguém para comemorar, compartilhar um momento, é fácil deixá-los passar por você. Por que se esforçar para criar uma atmosfera especial só para mim? Posso ter dificuldade para me conectar socialmente, mas isso não significa que eu goste de solidão ou isolamento. Ano passado, apenas para evitar ficar sozinho, transformei meu Natal em uma ficada sem graça. Aquele babaca tinha uma namorada na época, e eu acordei sozinho em uma cama desconhecida na manhã da véspera de Natal.

Mas acho que isso gerou algo bom.

Se Dean não tivesse me pegado com a mão na massa do "ele definitivamente é gay", as coisas não seriam como são agora.

Gosto do jeito que elas estão agora.

Adoro, na verdade.

Ao passar pela porta, Casey fica imediatamente visível na mesa que ele pegou para nós. Ele me faz sinal com um grande sorriso de orelha a orelha. Há uma pequena sacola de presente no chão, perto do tornozelo dele. Ele me avisou que era um presente puramente prático, mas que ele achava que eu apreciaria do mesmo jeito. Me juntando a ele na mesa, a primeira coisa que ele diz é:

— Você ainda não cortou o cabelo? — Ele gesticula para o coque bagunçado, porque ele ficou longo o suficiente para ser puxado para trás na porra de um coque bagunçado. — Você reclama disso constantemente, cara.

Suspirando, eu pego umas mechas soltas, determinado a prendê-las na curva dos meus óculos. Eu tenho estado tão ocupada.
— Quando tenho tempo, é a última coisa em que penso.

Não demora muito para que os pedidos sejam feitos e as bebidas sejam servidas. Há uma conversa leve sobre os lugares em que nossas vidas se cruzam: exames, o próximo semestre, futebol e o restante das férias.

— Certo, quem vai abrir primeiro?

Eu me ofereço, e ele desliza a bolsa pela mesa com a boca contorcida de vergonha. Gemendo, ele se defende prematuramente:

— Não é nada louco, ok? Você sabe que o toque físico é minha linguagem de amor.

É uma verdade inegável. Casey sempre foi do tipo que gosta de contato físico casual, mesmo quando mal nos conhecíamos. Abraços, um braço em volta do ombro, bagunçar meu cabelo, socos leves. Acho que ser ruim nisso torna o esforço por trás de um presente ainda mais tocante.

— Tenho certeza de que vou adorar.

Tirando o papel de seda da sacola, há uma caixa dentro. É grande o suficiente para evitar que as paredes da sacola de papel desmoronem ao redor dela. É revelado ser uma garrafa térmica "inteligente". Uma que regula a temperatura de uma bebida, gelada ou quente, bem como agita o conteúdo dentro dela. É algo que eu definitivamente me beneficiaria na minha vida diária, pois ingiro mais cafeína do que o recomendado em um dia. Sorrindo suavemente, viro a caixa em uma demonstração de estudo dos recursos com marcadores listados nas laterais dela:

— Obrigado.

— Você realmente gostou? Eu sei que não é...

— É perfeito, sério. Você acertou em cheio, cara. Aqui está o meu.

Casey rasga o embrulho como uma criança. Sua reação ao vibrante diário e à caneta que o acompanha é muito mais emocional do que eu esperava. Seus olhos ficam úmidos e apertados nas bordas, e os pelos grossos de sua barba saltam onde ele aperta os lábios. Ele vira o livro nas mãos, folheando cuidadosamente suas páginas em branco. Eu sabia que ele gostaria, mas não achei que ele choraria.

Eu me mexo no assento, sem saber o que fazer ou dizer.

— Ah, você...?

— Porra, Sam. — Ele funga forte, esfregando os olhos com o punho da manga. — O meu parece uma merda agora. Impessoal... comprado na Amazon, porra.

— Não! Eu realmente, realmente amei. Eu não esperava nada personalizado.

— Isso é... lindo, cara. Eu amei pra caramba, muito obrigado.

— Feliz Natal.

Nós brindamos com nossos copos, aproveitando o calor de uma afinidade saudável. Então, o rosto de Casey se ilumina com a lembrança, e ele começa a vasculhar o bolso mais interno do casaco.

— Ei, antes que eu esqueça...

Há a revelação de um segundo presente, uma caixinha pouco maior que a mão dele. Franzo a testa para ela, enquanto ela me é entregue do outro lado da mesa.

— O que é isso?

— É para o Dean.

— Você... comprou algo para o Dean?

Casey bufa:

— Tenho que ficar do lado bom daquele bastardo, então terei um amigo em altos cargos quando ele for convocado.

— O que é?

Ele ignora como se fosse algo pequeno, sem importância, mesmo sabendo que Dean provavelmente não poupou um único pensamento em retribuir nada que receberia além de nós dois. Ele também não está exatamente cheio de dinheiro. Por uma questão de suborno, ele pode ter conseguido algo para minha mãe. Prometo entregar o presente, e nossos hambúrgueres chegam logo depois.

No meio da refeição, o que eu acreditava ser uma interação inteiramente individual toma outro rumo. Casey joga seu hambúrguer engordurado de volta no prato, sorrindo e sinalizando na direção da porta.

Olho por cima do ombro, confuso. Casey, notando a expressão, diz:

— Ah, alguns dos caras queriam passar aqui antes de eu ir viajar. Tenho alguns presentes para eles no meu porta-malas.

Os... caras...?

Pulo forte o suficiente para estalar minha espinha em alguns lugares quando uma mão bate pesadamente em meu ombro.

— Feliz Natal, Sammy.

Claro que esse pedaço de merda tinha que vir. Carne moída e brioche viram cinzas na minha boca, e meu apetite faz um buraco perfurado no fundo do meu estômago. Não retribuo o cumprimento, mas ele passa despercebido na confusão de Casey trocando cumprimentos com seus amigos. Matt aperta seu aperto no meu ombro, então solta antes que isso possa ser comentado ou ignorado.

Desgraçado.

Não era minha intenção ficar mais de uma hora, não com a promessa de passar um tempo com Dean depois de tantas semanas separados. Agora, uma hora parece impensável. Depois de trocar meus próprios "olás" com o grupo de três, peço licença para ir ao banheiro. Há duas mensagens de Dean, recebidas há cinco minutos. Meu humor péssimo rapidamente melhora, e o sorriso que Matt matou é revivido. Há uma foto de Dean no banco do passageiro do carro de Rishad, óculos escuros, apesar da total falta de luz solar. Ele está fazendo um sinal de paz com os dedos, e o perfil de Rishad está decididamente exasperado.

| 18h13 Vinte minutos para sair, baby

Mais uma razão para ir embora agora, em vez de daqui a pouco.

| 18h19 Estou saindo daqui, vou levar alguns minutos para chegar em casa.

Preparando-me, volto para meu lugar na mesa, significativamente mais lotada. Matt não foi corajoso o suficiente para sentar ao meu lado, mas é desconfortável dividir uma refeição com ele de todo modo. Não posso sair até pagar, e ainda tem metade de um hambúrguer que não consigo desperdiçar. Vou levá-lo para viagem, pois alguém certamente vai acabar com ele. Dean é um poço sem fundo. Terminando minha bebida, entro na conversa com os amigos de Casey sobre seus planos para o feriado. Dez minutos se passam antes que eu consiga pagar a conta. Há gritos da mesa, me despedindo.

Matt e eu não trocamos nenhuma palavra além de sua saudação autoritária, mas, como de costume, seus olhares roubados percorrem meu rosto.

— Tem certeza de que está bem para dirigir, cara? — Casey pergunta. — Eu estarei logo atrás de você, na verdade.

— Hm? Sim, só tomei dois drinques. Posso fumar um cigarro?

Você quer um? — Suas sobrancelhas se erguem. — Não comece a criar maus hábitos, Sam.

Ele entrega de qualquer maneira. Um cigarro e um BIC que ele não sentirá falta. Estou tão tonto que a nicotina e o processo oral vão apertar meus receptores de dopamina da maneira certa. Empilhando a caixinha de isopor na sacola de presentes, saio do bar. Meus membros parecem estranhamente soltos, mas atribuo isso ao uísque fazendo seu trabalho. São seis e meia, embora pareça que estamos entrando na meia-noite. O frio é um alívio estranho. Estou vermelho sob a gola. Suando também. Minha respiração embaça o ar na frente do meu rosto, o calor catalisando o frio.

Acendendo a ponta do cigarro balançando em meus lábios, eu me pergunto se Dean vai notar o odor. Nenhum de nós fuma, mas eu já senti fumei antes. Hoje em dia, todos os caminhos levam de volta a Dean. Ele é a conclusão natural de cada pensamento disperso. Sorrindo para mim mesmo, não posso deixar de compará-lo a um crescimento de algum tipo. Bactéria ou fungo, algo que consome tudo após um período de incubação tedioso. Se ele não está ativamente em minha mente, ele é um programa de fundo zumbindo em meu subconsciente. Coisas simples como comer e dormir parecem mais solitárias, estejam outras pessoas presentes ou não para mim.

Mesmo que eu não gostasse de solidão ou isolamento, eu era capaz de suportar isso na maior parte do tempo. Agora, eu não consigo ficar sem ele por tanto tempo. Eu deveria estar mais preocupado com essa dependência repentina, mas eu não posso estar fodido. Estou me sentindo muito bem, muito animado. Eu mal consigo encontrar o chão sob meus pés, pois é como afundar em grandes marshmallows com cada...

Por que...?

Levantando meus olhos do olhar para baixo, olho ao redor da rua. Tudo está... distorcido? Embaçado? As luzes estão muito brilhantes, se misturando. Vitrines, postes de luz, faróis. Piscar não faz nada para clarear isso. Aquela frouxidão em meus membros de antes está rapidamente se transformando em incoordenação. Estou andando e fumando há cerca de... cinco minutos, é o cigarro? Misturado com THC*, talvez? Não, não, Casey não me daria algo assim sem avisar. O maço estava pela metade, ele teria notado se os cigarros estivessem misturados com algo. (*N/T  THC, ou tetrahidrocanabinol, é um dos principais compostos químicos encontrados na planta de cannabis.)

O que é então? Uma emergência médica...? AVC?

O estacionamento fica duas curvas à frente, mais cinco minutos de caminhada. Um medo frio e doentio se instala quando percebo que talvez eu não consiga chegar tão longe. Preciso de ajuda. Casey disse que sairia logo atrás de mim, mas não estacionamos no mesmo estacionamento. Eu deveria...

...deveria o quê?

O que está...

...acontecendo? O que estou fazendo? Onde eu estava... indo?

Estou com muito sono. Minhas pálpebras continuam tentando fechar. Meus sentidos só retornam pela metade quando percebo que parei em algum momento para sentar no chão, encostado no tijolo de um prédio, e não me lembro de ter parado ou sentado. Parece que há uma camada de estática entre meu corpo e o cimento. Naquele breve momento de iluminação, o terror me agarra pela garganta. Eu tiro meu telefone do bolso, e é uma tarefa árdua operá-lo. A tela parece ininteligível, e meus polegares deslizam pelo vidro.

Felizmente, existe memória muscular.

Uma vez desbloqueado, consigo entrar na conversa com Dean. Eu provavelmente deveria estar chamando uma ambulância, mas não tenho certeza se seria coerente. Eles podem achar que é uma ligação de bêbado. Meu instinto grita por Dean. Eu deveria mandar uma mensagem para ele, ligar para ele, alguma coisa. Ele saberá o que fazer, como sempre sabe. Se meu coração realmente está falhando, quase espero que Dean até o ceifador atrás da minha alma. O teclado pode muito bem ser hieróglifos, no entanto. Não tenho ideia do que digitei, nem se consegui enviar. Não consigo manter meus olhos abertos, e não há como dizer quanto tempo passa depois que meus dedos afrouxam em volta do dispositivo. Acho que está vibrando.

Quando mãos se movem por baixo de mim, estou delirando o suficiente para automaticamente assumir que são as de Dean. Quando um homem fala comigo, eu apenas registro como uma voz baixa. O que foi dito cai em minha inconsciência. Poderia ser qualquer um, mas estou convencido de que é ele. Estamos caminhando, e posso sentir meus pés tentando se torcer um no outro, raspando contra a calçada. Eu abaixo minha cabeça e olho para o chão, lutando para encenar os passos que estou visualizando. Há um antebraço cravado em minhas costelas, e um punho amarrado em minha cintura. O lado esquerdo do meu corpo está colado ao de outra pessoa, e meu braço está mole em volta do pescoço dela. Não consigo fazer nenhuma força com ele.

— Bêbado...

Ele está dizendo outra coisa. Rindo. Posso sentir seu peito pular junto. Posso sentir partes de um rosto na lateral da minha cabeça, minha orelha, minha garganta. Nariz, boca. Faz cócegas, e é... bom. Eu gosto. Com o início repentino da dormência, é bom sentir qualquer coisa. Acho que está começando a chover. Intermitentemente, sinto a picada de gotas de gelo caindo no meu rosto.

— Aí... seu...

Deus, está me custando tudo o que tenho para processar algumas sílabas. Está me custando tudo o que tenho para ficar acordado. Caminhar é um trabalho exaustivo e de esmagar os ossos. Estou com tanto calor. O suor está se acumulando nas partes rasas do meu corpo.

— Parece bom assim...

...parece bom? Do que ele está falando? Ele está tentando... me fazer sentir melhor? Vejo o formato dos carros, um brilho metálico onde a luz solitária da rua reflete na pintura deles. Sinto uma mão vasculhando meu bolso, pescando chaves. Há o distinto "baque" do meu carro destrancando, e estou aliviado. Dean está me levando para o hospital, provavelmente. A porta traseira está aberta, e sou jogado no banco de trás. Parece uma laje de concreto, mais dura do que um assento acolchoado deveria ser, e me pego me contorcendo para encontrar um ponto macio. Meu rosto está virado para o encosto do banco do motorista. Semicerrando os olhos, piscando, revirando os olhos atrás das pálpebras para afastar o borrão.

— Não precisava... da maneira mais difícil, né?

De repente, sinto um peso. O peso pesado e sufocante de outro corpo pressionando de cima. É um momento de confusão crucial. Por que Dean está entrando no banco de trás comigo? Por que ele está...?

— Mmngh...!

Não tenho certeza do que está acontecendo. Não tenho certeza da colocação de nada: pernas, braços, mãos. Mas, estou sendo tocado, e esse contato leve queima. Tem quadris largos abrindo minhas coxas, mãos enfiadas por baixo do meu suéter. Elas estão deslizando pelas minhas costelas, e com meu estômago completamente exposto, estou arrepiado. O calor é febril por natureza, porque o interior frio do meu carro é insuportável. Ele me faz arquear para o corpo em camadas sobre mim como um cobertor. Há um polegar tocando meu mamilo, esmagando-o no meu peito. A estimulação percorre todo o meu tronco, descendo pela minha espinha e se acomodando no berço da minha pélvis.

A chuva está aumentando. A água escorre do vinil do meu carro, barulhenta.

— Assim, Sammy?

Algo não está... certo. Meus sentidos estão submersos, mas estão lutando para emergir. Isso não é familiar. Essas mãos, essa voz áspera para mim, esse cheiro. Gradualmente, tudo se tornou tão estranho. Não é Dean. Este corpo não é largo o suficiente, e é suave em muitos lugares. Embora a voz seja baixa e certamente masculina, não é a cadência sensual e rude de Dean. Dean não me toca assim, e Dean não me tocaria assim agora. Não quando algo está errado. Com a crescente percepção, sinto pânico e horror renovados.

Porque, por alguma razão, meu corpo está desconfortavelmente reativo. Cada toque é eletrizante, um contato superficial que derrete até o subcutâneo. Estou ficando quente, o sangue ardendo para baixo, e estou doente por sentir uma ereção respondendo, esfregando contra a minha indesejada. Essas mãos estranhas encontram apoio na minha cintura, e meu coração dispara ao farfalhar do meu cinto sendo retirado.

Oh, Deus, porra. Quem é esse? O que está acontecendo? O que há de errado comigo? Por que meu corpo não está respondendo?

Eu me abaixo para segurar minhas calças, porque estou com medo do que vai acontecer se eu as perder. Infelizmente, há uma diferença em força e destreza, e é uma luta que eu não ia ganhar. Quando minhas calças são arrancadas até o meio das minhas coxas, há uma explosão de emoção feia. Meus olhos queimam, e a respiração acelerada pega um soluço. Ofegante, desesperado.

— Pare... pare!

— Droga, está tudo ai. — Ele ri, e não está mais em pedaços ou abafado sob meu pulso e respiração difícil. — Pênis e bolas. Eu tinha minhas dúvidas, sabe? Você mantém sua merda bem lisa, assim como uma cadela.

Arrastando minha cabeça pelo assento, viro os olhos grandes para o rosto a poucos centímetros do meu. Meus óculos estão desaparecidos. Cabelo grudado na minha testa, cílios pretos na minha visão, mas não há mais como confundir a identidade desse homem.

— Seu... pedaço de merda...!

Matt aperta violentamente minha bunda, empurrando sua virilha vestida contra minha nudez. O jeans parece esfregar a pele do meu pau e da parte interna das coxas, e um grito sai dos meus dentes.

— Recuperou sua voz? Ei, isso é ainda melhor! Não seria o mesmo sem você chorando e implorando por isso. Olha essa merda.

Esfregando sal grosso na ferida, ele dá um peteleco na cabeça inchada do meu pau. Não é gentil, e eu recuo com a dor.

— Não... me chame assim. — Não é o sibilo mordaz que eu esperava, mais ofegante do que qualquer coisa. Não consigo ouvir um completo. — Você... o que... você deu...?

Matt zomba, mas há um sorriso revelador. Sinistro, oportunista.

— Acho que você bebeu demais, não consegue segurar como pensou. Você está completamente bêbado, cara, eu só estava ajudando.

Ajudando...? Ele é louco caralho? Ele está realmente tentando me enganar agora, quando somos só nós dois neste carro. Só... nós dois. Neste carro. Praticamente no estacionamento inteiro. É um estacionamento pequeno, pago, escondido na esquina de dois prédios, de frente para a rua principal, com muitos pedestres e vitrines. Só restam dois outros carros, e eles não estão estacionados nem perto do meu. Há um poste de luz na esquina, perto da calçada. Está chovendo muito agora, ninguém vai nos ouvir.

Como... como diabos isso aconteceu?

Houve algum nível de premeditação, algo que eu nunca teria previsto. Matt pode ser um babaca assustador e teimoso, mas eu nunca esperei que ele chegasse a esse ponto. Eu não o rotulei como um maldito estuprador. Aparecendo quando eu tinha planejado encontrar Casey, drogando minha bebida e me seguindo para fora? Ele está tão desesperado por um encontro homoerótico? Ou isso é vingança? Eu machuquei o ego dele, então ele vai literalmente tirá-lo da minha bunda?

Não.

Não, não, não!

Isso não pode acontecer. Não posso deixar isso acontecer.

É o caralho do Natal.

Dean está me esperando.

Contorcendo-me em direção à porta, tento lutar para levantar meu cós de volta. Enquanto alguma clareza retorna aos meus sentidos, não há coordenação. Estou lento, e meus membros parecem estar sem ossos. Flácidos. Matt de repente é uma força implacável. Agarrando a parte externa das minhas coxas com força suficiente para machucar, ele me arrasta pelo assento.

— Nah, onde você pensa que está indo, hein? Não há mais como bancar o difícil, Sam, desista. Eu vou fazer você se sentir muito bem, melhor do que qualquer viado com quem você está se metendo. Eu vou te foder como a vadia que você é.

Meu telefone está vibrando no chão.

— Ei, é ele? Devo atender para você? Deixar ele ouvir como é que isso deve soar?

Dean...


Dean o mataria, eu acho.

Não, eu sei. Dean o mataria.

E eu quero que ele morra.

Eu quero matá-lo.

É preciso uma quantidade tremenda de foco, um esforço físico enorme. Para começar, não sou forte, mas há o elemento surpresa e adrenalina. Lutar ou fugir, e fugir é quase impossível. Com toda a força que consigo reunir, lanço um punho sem rumo na direção do rosto dele. Ouvir e sentir o contato me enche de alegria temporária. Não causa quase nenhum dano, mas pega Matt desprevenido. Meus nós dos dedos trituram a cartilagem sensível do nariz dele, e ele recua com um grito de dor. Isso incita uma briga terrível que estou destinado a perder.


Seu punho desfere golpes muito mais precisos e eficazes. Embora eu esteja meio entorpecido por tudo o que ele me deu, não é o suficiente para amortecer a dor dos socos desobstruídos de um homem que está derramando sobre mim como enxofre. Ainda assim, eu preferia levar mais mil socos como esse do que aceitar um destino como esse, mole e dócil. O ataque se transforma em uma luta corpo a corpo. Sinto o gosto de sangue. Minha boca está cheia com o gosto de cobre e saliva, e engolir a combinação faz minha garganta apertar com uma vontade de vomitar. A dor floresce ambiguamente, em muitos lugares para identificar.

É como lutar em um sonho: lento, distorcido, desajeitado. Entre nós dois, ficou úmido no banco de trás. As janelas embaçam com a temperatura crescente da nossa luta, e meu medo e desespero se manifestam como uma luta animal louca. Suando, grunhindo, arranhando, se não por outra razão senão a evidência de amanhã. Se eu desistir, eu...

— Porr...

Minha cabeça bate contra o assento, estrelas estourando atrás dos meus olhos. Meu rosto está latejando, quente. Meu nariz está... quebrado? Instintivamente, passo a língua pelos dentes para ver se algum se soltou ou sumiu. Meu lábio está definitivamente rasgado, e minhas gengivas lambem com fogo na estimulação direta. Estou tão obtuso que há um atraso angustiante na realização. Fui virado. Estou de bruços. Matt tem uma mão na parte de trás da minha cabeça, e ele está colocando toda a parte superior do seu corpo para me pressionar para baixo. Suas canelas estão cravadas em minhas panturrilhas, me impedindo de chutar para fora. Minhas calças estão emboladas em volta dos meus joelhos, e meu coração está preso na garganta.

— Não precisava ser assim, Sam! Poderíamos ter nos divertido! Tudo o que você tinha que fazer era arregaçar a bunda, eu sei que você está acostumado com isso.

Se eu tivesse energia e fôlego, eu gritaria. Eu gritaria até ficar despedaçado e sangrando com a sensação doentia do pau nu de Matt enfiado contra minha bunda. Há o estalo de uma tampa, a garoa fria de lubrificante. Para piorar tudo, Matt não se intimida com uma briga. Ele está mais excitado. Eu posso ouvir isso em sua respiração, sentir isso no aperto forte de suas mãos. Os xingamentos suaves sob sua respiração. Ele está se excitando em me forçar ativamente. Minha pele está arrepiada, e qualquer ereção que ele manipulou do meu corpo no começo está morta há muito tempo.

Ele arrasta a mão de entre minhas omoplatas, descendo pela minha espinha, até onde minha bochecha direita encontra a parte de trás da minha perna. Seu polegar desliza entre minhas coxas, deslizando para cima até que a almofada calejada crave contra meu buraco. Se fosse qualquer outra pessoa, se esse fosse um ato consensual, poderia ser considerado um toque reverente.

— Cristo, como você pode se chamar de homem com um corpo como esse?

— Sai! Para! Para, porra! Matt, por favor, não!

— É, assim mesmo! — Ele está rindo. Em vez de trazer à tona um resquício de humanidade ou empatia, isso é excitante para ele. Emocionante. — Diga meu nome assim de novo, vamos lá. Deus, eu estava esperando tanto por essa merda.

— Seu...! Filho da puta! Ha...!

Ele estala a palma da mão contra o lado da minha bunda em um golpe que é igualmente chocante e doloroso. Lágrimas brotam dos meus olhos. Esses elementos desnecessários de humilhação são devastadores e, a essa altura, eu queria ter ficado inconsciente. Minha porra de alma está se contorcendo dentro da minha carne.

— Esse não é meu nome, é?

Meu coração para, e um arrepio me percorre. Com a mão não esmagando meu rosto contra o assento, posso senti-lo cutucando contra mim com a ponta de seu pau. Nenhuma preparação além do lubrificante com que ele se lambuzou. Pelo pouco que pude sentir, Matt é de tamanho abaixo da média, mas isso não importa. Até uma mulher sentiria desconforto numa enfiada seca, mas eu vou rasgar! É motivo para uma luta renovada, e eu me contorço freneticamente sob seu peso.

— Não, não....! Não! Não, eu...!

Estou aterrorizado. Não parece real. Ser violado dessa forma, não foi registrado no reino da possibilidade. Mesmo quando estamos prestes a passar pelo ponto de retorno, ainda não parece real. Não sei como cheguei aqui. Tudo estava indo tão bem. Esta noite em particular, meu humor parecia intocável. Há uma árvore doce e insignificante nos esperando em casa. Presentes para trocar. Guloseimas para assar. Debates sobre qual clichê de Natal assistir. Dean. Eu quero Dean tanto que está me deixando delirante.

— Pare de se mexer! — Matt levanta minha cabeça pelos cabelos, então bate meu rosto de volta contra o assento. — Vai doer muito mais, vadia.

Meus ouvidos zumbem. Minha cabeça lateja. Meu corpo inteiro está rígido de frio. Estranhamente, embora "o agora" seja uma forma inegável do Inferno, mesmo enquanto estou sendo imobilizado por uma criatura grotesca que não merece o título de "homem", sinto uma ansiedade pelo futuro. O que será de mim depois disso? Minha vida? Matt vai me matar por pânico, com medo de ir preso? Se não fizer isso, é algo que eu deveria perseguir? O que Dean vai pensar? Ele vai... ficar desapontado comigo? Ele vai reagir violentamente, lançando uma névoa turva sobre um futuro intensamente brilhante?

Será que tudo vai desmoronar por causa de uma besteira dessas?

Resistindo mais violentamente do que antes, gritando de um lugar de malícia visceral:

Sai de cima de mim, porra...!

Os minutos seguintes são impossíveis de recontar. De bruços, drogado, histérico de medo e raiva. Possivelmente com uma concussão. Há um baque estridente, depois uma rajada de ar frio e úmido. O rugido da chuva inesperada batendo contra as janelas não é mais abafado pelo interior do carro, mas uma colisão ensurdecedora entre gotas grossas e o pavimento. O peso pesado e úmido de Matt é arrancado de mim, e eu ouço fracamente seus gritos afetados de surpresa. Eles são suavizados pela chuva quanto mais longe ele se afasta.

Por mais engraçado que pareça, não me ocorre que eu poderia ter sido resgatado na hora errada. Isso só acontece em ficção artificialmente adoçada. Não tem um alívio imediato, apenas confusão. Pelo que parece o mais longo tempo, fiquei deitado sem ossos contra o assento. Exausto, dolorido e lutando para processar o que aconteceu. Existindo em uma bolha, mas eventualmente ela tem que estourar. Através da chuva, há sons de uma discussão sangrenta. Violência entre dois homens. Carne se chocando com força esmagadora. Gritando, chorando...? Implorando?

Empurrando para cima nos meus cotovelos, há sangue manchado no tecido do carro. Lambendo meus dentes novamente, sinto gosto de metal na minha língua. A vergonha exige que eu coloque minhas calças de volta antes de qualquer outra coisa, então é isso que eu luto para fazer. Eu não posso ser visto assim. Está desconfortavelmente escorregadio entre minhas nádegas do lubrificante deixado para trás, e meu estômago revira com a sensação. É assim que sou descoberto, infelizmente. Lutando com meu cós de volta sobre minhas coxas.

— Ei! S-Sam...? Ei, você está bem?!

É uma voz que quase não reconheço, acompanhada por um rosto que reconheço ainda menos. Olhando para a porta aberta, há um corpo enfiado no meio do carro. Atrás dele, a chuva pendura um lençol branco para obscurecer o resto do mundo. É um rosto moreno e amigável, contorcido de preocupação. Pisco algumas vezes, resistindo à vontade de esfregar os olhos com os punhos, como num desenho animado.

— Rishad...?

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