Capítulo 30
Chego em casa um pouco depois das cinco e Dean chega logo depois de mim.
Sua batida estridente faz a porta saltar no lugar, são quinze para as seis. Se você está se perguntando como, em nome de Deus, ele está indo e voltando, ele fez amizade com um motorista de Uber. Não é um passeio grátis, mas ele contrata o mesmo cara para cada viagem. Eles trocaram números pessoais. Sua natureza extrovertida nunca para de me surpreender. Claro, eu forço dinheiro goela abaixo a cada duas semanas — enviando a passagem através de um aplicativo e bloqueando-o imediatamente. Dean despreza isso, uma contusão em seu ego do tamanho do Texas, mas uma viagem de ida e volta de duas horas uma vez por semana equivale a uma conta inteira de serviços públicos. O pagamento do carro, até.
Ao abrir a porta para ele, o vejo sorrir e balançar uma garrafa de vinho no ar.
— O que…? Onde você conseguiu isso?! — Dou uma risada, porque, Deus, ele é um idiota.
— Tenho…
— Seus modos, sim, eu sei. — Abro mais a porta para ele, ele para na soleira para dar um beijo ardente em minha têmpora. Ele faria mais, mas suas mãos estão ocupadas. De repente, me lembro de quantos dias consecutivos teremos juntos, e um frio na barriga dá uma reviravolta. Quase três dias inteiros.
— Agora, onde está aquela maldita torta?
Seguimos para a cozinha, onde pesco a bandeja com filme plástico da geladeira. Colocando-a sobre a bancada, oriento-o a distribuir nossas fatias em um prato e aquecê-las. Enquanto isso, eu bebo o vinho. É sangria, de um posto de gasolina, eu presumo — há um adesivo de “10% de desconto!” na parte inferior, e isso é tão doloroso. Eu também presumo que esta é a primeira vez na vida que ele compra vinho, já que ele mantém o estereótipo de preferir cerveja a qualquer outra coisa. Bufando, dispenso a bebida xaroposa entre dois copos. É doce o suficiente para provocar meu nariz com um espirro.
— Ninguém quis nenhum? — Ele aponta para a forma de torta, franzindo a testa.
— Manteiga e açúcar não combinavam com eles. Mamãe e eu comemos, foi bom.
— Parece que foi um motivo de verdadeira raiva. — Ele zomba.
— Os intelectuais não se enfurecem, Dean.
— Sério? — Ele está encostado na bancada perto do microondas, com os braços cruzados sobre o peito. Quando olho para ele, ele abre um sorriso, deslizando a língua entre o estreito espaço entre os dentes. — Um pouco de êxtase ajuda muito, não é, Sammy?
É justamente uma besteira dessas que faz drenar o bom senso dos meus ouvidos, liquefazendo-me por dentro. Somente Dean pode fazer uma frase tão estúpida e uma expressão que deveria ser estúpida. Pareceria estúpido para qualquer outra pessoa. O que o diferencia é aquela confiança sobrenatural. Ele incorpora tudo o que diz, e quase tudo o que diz soa como uma ameaça sutil. Seja o que for que ele esteja ameaçando, ele é mais do que capaz de cumprir. Bebo a sangria, esperando que a onda de dopamina e opioides me deixe melhor.
— Apenas… experimente a porra da torta, por favor.
— Você não vai me dar isso na boca?
— Desculpe, deixei a cadeira alta em casa, seu bebezão.
— Touché. — Ele resmunga, deslizando o prato na minha frente.
Estou sentado no banco do meu balcão e Dean se encaixa na bolha do meu espaço pessoal como se fosse seu lugar natural no mundo. Seu antebraço repousa sobre o encosto da banqueta e ele se inclina para mim como se fosse um suporte. Seu calor irradia para o meu lado esquerdo, seu cheiro é mais forte do que o da abóbora reaquecida a quinze centímetros do meu nariz. Tudo nele é abrangente e avassalador. Descansando minha têmpora contra seu peito, trocamos petiscos do nosso dia entre mordidas. A fatia de Dean desapareceu, sem deixar migalhas, antes que eu completasse um quarto da minha.
— Isso está tão bom.
Ele sai do meu lado para servir outra porção, e fico deprimido ao perceber que este é o único Dia de Ação de Graças que ele teve hoje. Não apenas hoje, mas e nos feriados anteriores? Ele nunca conheceu sua mãe, e seu pai é um operário de ponta a ponta — mais de cem horas registradas quinzenalmente. O homem mal sabe fritar um ovo, segundo Dean. Ele passou os feriados na casa de Jacob? Ou será que ele e o pai se reuniram em torno de caixas de papel manchadas de molho de macarrão chinês de um restaurante barato? Tenho vergonha de não saber dessas coisas.
— Você realmente gostou?
— Sam, eu mentiria para você?
— Sim, você definitivamente faria isso.
Dean decide pular o microondas, comendo sua segunda fatia fria.
— Eu… — Ele tosse, engolindo errado ou assustado com a acusação. — Querido, eu nunca faria isso. — Ele termina com uma voz rouca.
— Mentiroso.
Levamos nossa noite para a sala de estar e, contra meu julgamento, permito que Dean controle o controle remoto. Ele encontra o mais obscuro dos horrores B, uma ofensa cinematográfica apelidada de ThanksKilling. Apresenta-se tão barato como realmente é, produzido com um orçamento inferior a cinco mil dólares, e o enredo é tão intencionalmente mau como o nome indica. O antagonista é um peru homicida e brincalhão. Dean não ri abertamente, mas bufa em momentos importantes e mantém esse sorriso pequeno e divertido. Por um tempo, estou contente com o lugar entre suas pernas, minha bochecha apoiada logo acima de sua barriga.
Fico de olho na tela, mas estou muito mais focado na maneira como seu abdômen se contrai quando ele encontra algo engraçado o suficiente para reagir. Dean é tão… prático. As pontas dos dedos dele cavam meu couro cabeludo, atrás das orelhas. Polegares rolando pela minha nuca. Suas mãos deslizam pelas costas da minha camisa e arrastam trilhas lentas e quentes pela minha espinha. Você pensaria que as carícias prolongadas me fariam dormir, mas…
Pressiono minhas coxas, humilhado.
Dean não está nem remotamente duro no short, sou só eu. Ele está satisfeito com esta atmosfera familiar e suave. Ele se contenta em me abraçar durante esse filme de lixo, saciado com três fatias de torta. Eu deveria estar contente com isso também, o que diabos há de errado comigo? Seu sabonete, o cheiro orgânico de sua pele, uma camada abaixo, nublam minha cabeça. Mesmo relaxados como estamos, a força presa em seus músculos mantém uma linha de tensão contra meu corpo. Ele é tão gostoso, como se estivesse sempre à beira de uma febre…
— Banheiro. — Murmuro, empurrando para cima. Eu odiaria estragar esse momento doce e único entre nós, por exemplo. Também estou genuinamente assustado com minha capacidade de caminhar durante o fim de semana.
— Você está bem? — Ele se vira para me avaliar, e eu desejo a Deus que ele mantenha os olhos na… bestialidade…? Acontecendo na tela.
— Sim, apenas…
— Ei, uau, quem diabos pensaria que você ia realmente gostar disso, hein?
Merda.
Ele me pegou firmemente pelo antebraço, prendendo-me em um joelho de um jeito estranho entre suas pernas, com um pé no chão. Bastardo com olhos de águia. Dean enrola um dedo no cós da minha calça de moletom sugestivamente, puxando. Ele levanta as sobrancelhas expectantes e questionadoras.
— Por que você não disse alguma coisa, Sammy?
O qu-
Ele espera que eu… responda isso?
Meu rosto está queimando e abaixo a cabeça para me esconder atrás do cabelo.
— Dean, sério… nngh! Merda!
Puxando meu braço, ele me arrasta sem graça para seu colo. Não tenho ideia de como ele conseguiu ficar de pé ao mesmo tempo, mas seus pés estão apoiados no chão. Sua cintura é grossa o suficiente para colocar tensão nos flexores do meu quadril e, meu Deus, ele já está meio duro…
— Viu? Agora nós dois estamos duros. — Posso ouvir o sorriso bajulador em sua voz enquanto ele se esfrega contra minha bunda. Odeio o quão bom é, o quão fácil sou para ele. Apenas o contorno de seu pênis através de duas camadas de roupa é suficiente para fazer minhas entranhas se apertarem de necessidade. Isso me lembra de como estou miseravelmente vazio e de como me sentirei muito melhor com aquele pedaço de Dean encaixado no lugar. Aperto seus ombros, lutando contra o impulso do rombencéfalo de voltar para ele.
— O... filme, foi… legal…
— Você… gostou? De ThanksKilling? — Ele está pasmo.
— Não, idiota! Só… estar relaxando com você, eu não queria…
Dean dá uma risada suave e afetuosa, pressionando seu rosto na parte inferior do meu queixo. Ele belisca a pele sensível ali.
— Não tenha vergonha de mim, por favor. Se você quer que eu te foda, fale. Se você quer que eu vá com calma, diga isso também. Sei que fiquei… um pouco louco da última vez, eu sinto muito. Você apenas… me deixa louco, Sammy. Você me deixa louco, eu te amo tanto, e eu quero foder você o tempo todo. Eu estava trabalhando tanto para assistir esse filme.
— Mm… nngh, Dean… eu… entendi. — Admito fracamente, incapaz de resistir a esse impulso por mais tempo. Meus quadris se movem no lugar, encontrando uma fricção doce contra seu estômago. Seu pau incha e se transforma em algo monstruoso entre minhas pernas. Não demora muito para que nossas bocas se encontrem em um beijo contundente, e Dean se inclina para frente como se eu pudesse recuar. Nossas línguas rolam juntas como correntes conflitantes, e a dele sempre parece muito maior e mais quente que a minha. Pode ser minha imaginação inflando cada parte dele em algo ofuscante e maior que a vida.
Ele faz um desenho no céu da minha boca e estremeço com todo o meu ser.
— Sam…
— O quê?
— Posso tentar uma coisa?
Eu congelo, imediatamente apavorado. Recuando para olhar para ele, sua expressão é irritantemente séria, embora extremamente excitada.
— Tentar o quê?
— Pode ser… um pouco intenso, mas acho que você vai gostar muito, muito mesmo.
Não.
Não.
Não.
N-filho da puta.
Quão difícil é dizer isso? Por que é impossível negar alguma coisa ao Dean? Por que não posso dizer “não” para ele? É sua capacidade sobrenatural limítrofe de manipular? Ou sou apenas tão débil mental? Se eu conseguisse lidar com a recusa monossílaba, não estaria numa posição como esta, à beira da morte, por mais vergonha do que o corpo humano pode processar.
Ou, dobrado sobre a coxa de Dean como uma criança travessa, prestes a levar uma surra. Literalmente. Já se passaram vinte minutos desde que ele elaborou esse “algo”, e desde então nos mudamos para o meu quarto. Enquanto Dean está sentado direito e ereto na beira da cama, estou nu como no dia em que Jane Marisol Powell foi internada no Monte Sinai, minha parte inferior do estômago esmagada pela protuberância muscular em seu quadrilátero esquerdo. Ele tem a parte de trás dos meus joelhos presa na curva apertada da sua perna direita, e seu antebraço pressionando sob minhas omoplatas.
Eu, um homem adulto.
— Você está… tão bom assim… — Ele respira, e seu pau se contorce contra meu quadril como se concordasse.
A cereja do bolo da indignidade?
Ele pesquisou isso.
Dean pesquisou como me bater corretamente.
Algo dentro de mim está morrendo. Orgulho, talvez.
— Você vai se segurar, certo, Sammy?
— Você realmente acha que vou gozar com essa merda?! — Eu estalo, tentando tirar minhas pernas do aperto em que ele as colocou.
— Eu apostaria dinheiro nisso.
— Você…! — Meu pescoço dói porque inconscientemente mantive minha cabeça fora da cama, então deixo cair. — Vinte dólares.
Dean bufa, apertando minha bunda como uma bola anti-stress.
— Você realmente quer apostar?
— Não me trate com condescendência agora, Dean, ou juro por Deus, vou cortar essa merda pela raiz.
— Ei, eu adoro dinheiro de graça, querido.
Não posso dizer onde, quando ou como, mas vou me vingar disso.
— Tudo bem, repita as cores para mim.
Por muitos segundos, me recuso teimosamente a responder. Dean bate a coxa para cima, expulsando o fôlego do meu diafragma.
— Se você quiser sair, coopere. Cores.
“Vingança” não é suficientemente grave. Retribuição. Acerto de contas. Dean vai se arrepender disso. Entendo a necessidade do sistema de cores e entendo por que ele quer ter certeza de que me lembrarei delas. Mas, revisitando a analogia da “criança travessa”, isso está me fazendo sentir como uma criança em idade pré-escolar banida para um canto — repetindo o código de conduta da turma. Não entendo o que ele acha que conseguirei com isso, mas ele jurou que eu sairia do outro lado iluminado. Com a mandíbula tensa, recito o sistema de volta para ele de forma chocante:
— Verde, tudo bem. Amarelo, muito forte. Vermelho, pare.
— Bom trabalho, querido. Pronto?
— Não, isso é uma merda…
Tapa!
A tensão me atinge. O resto da repreensão fica preso na minha garganta e eu engasgo audivelmente. Ele… ele fez isso. Ele bateu… não, ele me bateu. Diretamente no centro da minha nádega direita, o sangue sobe à superfície. Está quente, ardendo. Lágrimas brotam dos meus olhos reflexivamente. Dean deu um tapa na minha bunda mais vezes do que consigo me lembrar, mas isso foi… um golpe direcionado e medido. Não foi tão forte que ele me atingiu, mas serei amaldiçoado se não soar como um raio lambendo o chão. Meus nervos estão à flor da pele, embora tenha mais a ver com a mortificação florescendo feia em meu peito.
— Cor.
Não doeu, necessariamente. Foi simplesmente… chocante.
— Ver… de! Merda!
Tapa!
Antes que eu possa me preparar, ele dá um golpe idêntico na nádega oposta. Como ele usou a mesma quantidade de força, ele não pede cor. Cabe a mim deixar escapar se estiver me sentindo sobrecarregado. É o segundo round que me dá uma epifania horrível. Não se trata apenas da força com que ele vai bater, mas da vulnerabilidade desta posição. A ligeira privação sensorial. Não consigo ver quando ou onde isso acontecerá e não posso fazer nada além de antecipar. Ele confirma isso, deixando passar vários segundos deliberados. Esses poucos segundos são suficientes para despertar em mim uma poderosa hipersensibilidade, rejeitada pela ansiedade. Quando sua mão desce pela terceira vez, balançando a parte inferior carnuda da minha bunda, é...
— Mmph!
Todo o meu corpo se ilumina como a porra de uma árvore de natal. Foi apenas um pouco mais forte, mas minha bunda parece queimada no local onde ele bateu. Foi… direto para o meu pau, que merda…
Tapa! Tapa!
— Hah! Deus… nngh!
Igualmente forte, dois golpes consecutivos. Posso sentir minhas costas tentando se curvar contra o braço dele, e meus músculos doem por causa de uma tensão que não consigo extinguir. Dean está igualmente tenso. Seu quadríceps está duro e vibrante onde pressiona minha barriga, e seu abdômen se contrai com frequência. É... doloroso, mas não insuportável. Ele está tomando cuidado para não bater no mesmo lugar repetidamente, girando em torno dos quatro quadrantes da nádega. Quase morro de susto quando mais dois golpes acontecem, bem no centro. Até agora, é a maior força que ele usou, e a eletricidade estala na minha espinha.
— Hngh! Dean, merda…!
Sem que eu peça, ele inicia uma pequena pausa — acariciando e massageando a carne que acabara de amaciar. Ele exala irregularmente, e seu pau parece um pedaço de vergalhão cravado em meu quadril.
— Já está tão… vermelho e quase não fiz nada. — Ele parece algo entre surpreso e estrangulado, como se mal conseguisse se controlar. Ele aperta minha nádega direita com força e eu gemo no pedaço de edredom que prendi entre os dentes. As curvas da minha bunda nunca foram tão sensíveis antes, já que não é um lugar no meu corpo para ver estimulação excessiva e pontiaguda. Agora, Dean simplesmente agarrá-la causa um desconforto na parte inferior do meu estômago.
— Você está encharcado, sabia disso? Posso senti-lo escorrendo pela minha perna. Foi tão bom assim?
Percebendo que ele está certo, quero murchar e morrer. O tom rosado da vergonha queima meu rosto, peito, nuca e minhas costas. Estou corando com todo o corpo, e veja se isso não piora tudo.
Ele abre minha bunda com uma mão, e a humilhação é como fel na minha garganta quando ele solta uma risada curta e animada.
— Seu buraco parece tão carente, Sam. Nunca foi negligenciado assim, hein?
— Deus, Dean, apenas… pare de brincar! — imploro, me esforçando contra o braço com o qual ele me prendeu.
— Você acha que está em posição de dizer uma merda dessas? — Para enfatizar essa posição, Dean prende o gancho nas minhas pernas, passando mais peso pelo antebraço. — Vou brincar a noite toda se quiser.
A ponta de seu polegar pressiona meu buraco e, por muito tempo, ele faz pouco mais do que aplicar uma leve pressão. Para manter esses ruídos desesperadores sob controle, concentro-me exclusivamente em respirar pelo nariz. Ele está sempre, sempre procurando uma reação. Ele gosta de me ver desmoronar, e quanto mais tempo eu puder privá-lo disso, melhor me sentirei em relação a tudo isso. Previsivelmente, essas convicções voam pela janela quando ele afunda o dedo em mim.
Meus quadris se contraem por conta própria, e Dean não fica surdo ao suspiro de alívio que assobia entre meus dentes. Quando ele aparece, com a mão desaparecendo, você pensaria que meu mundo inteiro se transformou em enxofre e fogo do inferno.
Eu me viro com raiva em seu aperto.
— Dean, porra…!
Ele ri, e meus nervos se acalmam com o barulho de uma tampa — lubrificante.
— Cristo, relaxe, Sam. Prometi que você gostaria disso.
— Essa… porra de posição é... é...
— Lide com isso, ok? Vai valer a pena. Você sabe o que fazer se quiser que eu te deixe levantar.
Eu faço. Está a uma palavra de distância. Se eu cuspir nossa palavra de segurança nele, ele vai parar. Ele vai me deixar ir. Mas, à medida que ele solta meu músculo interno com um número crescente de dedos, nós dois sabemos que não o farei. Não por causa disso, de qualquer maneira. Em última análise, confio nele. Se ele disser que vale a pena, confio nele o suficiente para perseverar nesse ato de humilhação. Dean nunca falhou em me fazer sentir bem. Ele se destaca nisso e, especialmente nesta peça, se esforçou para aprender a maneira certa de fazer as coisas.
Além disso, acabou agora.
Ele está me alongando tão completamente como sempre, arrastando as pontas dos dedos contra minhas paredes, estimulando minha próstata até que eu esteja tremendo durante o doce e vibrante acúmulo de um orgasmo. Ele está prestes a explodir também. Não tem como ele não me foder depois…
— Como foi antes? Foi muito difícil?
— Hah? Nngh, não, foi… foi bom.
— Tudo bem, bom, vamos de novo.
O quê?
— Dean, espere, eu pensei…!
Quando sua mão desce do nada, a força do Mjölnir por trás dela, um grito soluçante é arrancado de mim. É porque a mão dele está… molhada? É por isso que parece uma chicotada de fogo? Minha visão fica embaçada e tenho vergonha de chorar por algo assim. Foi tão… repentino!
— Cor.
…cor?
Os pensamentos são informes e confusos. Não tenho certeza do que ele quer dizer ou quer que eu diga. Meu estômago está pesado como uma bigorna. Pele, zumbido. Quando me lembro, fico perplexo. Não consigo decidir em que lado da linha caí. É muito doloroso sentir algo bom? Ou será que a dor se sintetizou em algo bom demais para ser explicado? Minha ereção não diminuiu. Em vez disso, ficou desconfortável onde está preso na coxa de Dean. Pegajoso, molhado.
— Eu-eu… eu não sei!
— Continuaremos até você descobrir.
Desta vez, os golpes vêm rápidos e são muitos para contar. Onde seu braço estava anteriormente apoiado em minhas costas, sua mão esquerda agora faz um torno na base do meu crânio. Não consigo me mover, e o desamparo quase me entorpece de terror. Ele segue o padrão anterior, nunca acertando o mesmo lugar duas vezes seguidas, mas é um jogo que eu nunca venceria. Mais tarde, ficarei maravilhado com o controle que ele exerce sobre sua própria força, porque a força por trás de sua mão fica em algum lugar entre insuportável e desagradável. Nem muito, nem muito pouco.
A parte inferior carnuda da minha bunda causa um delírio especial, à medida que os golpes atravessam minha barriga e atingem minha virilha como faíscas saindo de uma tocha de acetileno. Não há chance de engolir um som agora, e Dean deve estar adorando isso. Cada estalo ensurdecedor arranca algo da minha garganta, principalmente gritos tensos entrelaçados com lágrimas. Quando começo a perder mais fôlego do que consigo respirar:
— Vermelho! Vermelho, vermelho, porra, por favor…!
Ele para imediatamente e minha bunda fica com bolhas. Ele lateja, queimando mais quente que a superfície da porra do sol.
— Bom trabalho, querido, é isso. Respire, Sammy, vamos lá. Você está aceitando isso tão bem, querido. Estou tão orgulhoso de você.
Sobrecarregado de sensações, estremeço violentamente ao sentir sua palma espalmada na parte inferior das minhas costas. Ele desliza padrões quentes e suaves dos meus tendões até entre as omoplatas, e posso sentir os tremores desenfreados com mais clareza quando eles ricocheteiam em sua palma. O tempo todo, ele está lavando elogios profundos e surrados sobre mim: lindo, corajoso, perfeito. Ele não interrompe as ministrações até que eu pare de tremer.
— Você quer que eu pare? — Ele pergunta, e pelo seu tom, sei que minha palavra é lei sagrada.
Eu não poderia te dizer de cima para baixo. Não tenho ideia do que quero ou preciso. Dean é forte e dói muito mais do que eu poderia ter me preparado, mas ele está… ele estava certo. Estou tão excitado que estou tonto com isso. Meu pau é uma dor impossível de ignorar, latejando de sangue e necessidade. Não é apenas a dor. É tudo. Esta posição subserviente. Estar à mercê do capricho de Dean enquanto segura sua coleira. Confiar nele para conhecer meus limites melhor do que eu.
— Dean… — Odeio o estalido da minha própria voz. — Me faça gozar, por favor.
— Você confia em mim?
— Confio em você, eu confio… — Ofegante na colcha, eu me esfrego descaradamente contra sua coxa. O orgulho não tem lugar em momentos como este, e nunca admitirei isso sóbrio, mas é tão bom deixar isso de lado. Todos os pensamentos vazios. Desesperado para agradar, ansioso para ser satisfeito em troca.
— Eu sempre cuidarei de você, Sammy. Sempre farei você se sentir bem. Relaxe, ok?
Meus olhos explodem ao sentir algo frio, cônico e artificial pressionando contra meu buraco. Não posso deixar de enrijecer, trancando-me para impedir a entrada de um desconhecido.
— Dean! O que… diabos é...
— Relaxe.
Ele… me hipnotizou enquanto eu dormia? Não há outra explicação para toda aquela tensão desaparecer sob comando. Ele volta a empurrá-lo, esticando minha borda desconfortavelmente, e a compreensão me leva para a próxima dimensão. Aquele plug estúpido e maldito. Oh, porra, não, não, de jeito nenhum…
— Nngh! Dói…!
— Está quase chegando, querido, você aguenta. Seja bom para mim, Sammy. — Ele aperta minha garganta levemente, e eu sei que isso deveria ser reconfortante. E, na verdade, é.
Sufoco um soluço no cobertor quando ele aparece, movendo meus quadris para facilitar um ajuste mais rápido. Parece cem vezes maior do que quando usado pela última vez, inflando minhas entranhas. A pressão é um pouco tímida em relação à minha próstata. Ele não está nem um pouco solto perto de mim, e estou à beira da miséria total. Lágrimas queimam em meus olhos novamente.
— Preparado?
— Sim, sim, porra, por favor!
Eu estava realmente pronto? Não, nunca. Quando ele configurou para vibrar no nível mais forte, eu não estava pronto. Quando ele bate a palma da mão na parte inferior da minha bunda, estou tão não preparado que quase tenho um ataque. Não consigo descrever o barulho que faço, porque não soa nada terrestre através do zumbido em meus ouvidos. Nesta rodada final, ele me acertou no mesmo lugar — repetidas vezes. O plug empurra mais fundo a cada golpe, e a ponta dele atinge minha próstata. Grito abafado em espuma viscoelástica, eu me contorço loucamente para fugir. Certamente, um orgasmo como este me destruirá célula por célula.
Sacudindo, ardendo, êxtase incandescente como nunca senti. Como se algo estivesse errado. Como se eu estivesse implodindo, morrendo de verdade. Meus sentidos enfraquecem e não tenho noção de nada externo. Nem mesmo Dean. É tudo estático e algodão. É assustador. Estou assustado.
Se eu não sobreviver, que caminho a percorrer.
Quando acordo, não estou mais acorrentado à coxa de Dean. Em vez disso, estou caído sobre o seu peito, seu coração bate em um ritmo lento e constante sob minha bochecha. Sintonizo isso. Tempo suficiente para que seu BPM atinja a normalidade, mas não o suficiente para um trabalho de limpeza. Estamos praticamente colados pela quantidade de fluido entre nós. Minha voz está abalada, porque ela falha em três lugares distintos quando vou falar:
— Ei-
— Não se mova ainda. — Dean murmura.
— Por que…?
— Faz apenas um minuto, talvez dois. Você não deveria se esforçar.
— Quem é… — Minha garganta está áspera o suficiente para exigir tosse. — O culpado disso?
— Você gostou, certo?
— Pensei que estava morrendo.
Seu peito salta, uma bufada em vez de risada:
— Você sempre diz isso. Mas isso foi uma loucura.
Ocorre-me que o pau de Dean não teve nada a ver com nada disso. Na verdade, não transamos. Eu me movo um pouco e fico surpreso ao descobrir que seu pênis está quase completamente mole, onde está esmagado sob minha coxa. A insegurança torce meu peito. Foi tão ruim que isso… o brochou?
— O que… e quanto a você?
— Quanto a mim?
— Você não gozou.
— Eu gozei? — Ele diz isso em uma pergunta, como se fosse óbvio.
— O que, quando?
— Quando você gozou.
Dean nunca, nem uma vez, gozou intocado. Ele estava usando as duas mãos em mim, então não teria sido capaz de se masturbar. Ele está mentindo para poupar meus sentimentos? A vergonha explode minhas costelas e minhas sobrancelhas se fecham em uma carranca. Como se eu não tivesse chorado o suficiente, meus olhos estão ardendo novamente.
— Não… não minta sobre isso. Se você não…
— Ei, ei, você está… chorando? Sammy, o que…
Levanto minha cabeça para olhar para ele, e sua expressão é de total perplexidade.
— Eu… — Porra — foi… ruim? Para você?
Dean fica boquiaberto para mim como se eu tivesse criado um quinto membro, mas ele fica sóbrio ao ler a fragilidade em meu rosto. Suas mãos acariciam minhas costas enquanto ele explica:
— Sam, essa foi a coisa mais quente que eu já vi ou fiz parte. Achei que meu coração fosse explodir. Segurei o máximo que pude, mas você continuou se esfregando nele. Quando você gozou? Gozei tanto que pensei que ia perder uma bola. Nunca… vi você assim antes.
— Como assim?
— Simplesmente… solto. Você está sempre tentando tanto se conter. Eu sabia que você provavelmente iria gostar, mas não achei que você perderia a cabeça assim. Foi… incrível para caralho.
No meio do discurso, fico com vergonha o suficiente para colocar minha bochecha em seu peito. Acredito nele, mas a que custo?
— Que horas são?
— Nove…? — Ele chuta.
— Quero dormir.
— Deixe-me limpar você primeiro. Tenho que trocar a roupa de cama também.
— Você tem? Por quê?
Dean ri:
— Sam, você tem alguma ideia do quanto você gozou? Quero dizer, você perdeu mais do que sua mente. Provavelmente não sobrou uma gota de líquido em você.
— Você está… você está me zoando agora?
Que maneira de começar o fim de semana.
Sam não só me deixou fazer isso, mas que participação incrível. Tudo o que eu disse a ele era verdade, e o que imaginei na semana anterior não chegou nem perto da realidade da noite passada. Fiz tudo o que pude fazer para não pintar suas costas prematuramente. Deus, ele era lindo. Ele é sempre lindo, mas quebrar seu ego e contenção sobre meus joelhos? Sentindo a resposta queimar em minha mão quando ela acertou sua bunda linda e perfeita? Ouvi-lo chorar com todo o coração? Cristo, o jeito que ele jorrou?
Quero dizer, isso é uma vida inteira de material para punheta.
Infelizmente, não podemos fazer disso um hábito. Ele ficou genuinamente infeliz no banho, e sua pobre bunda vai ficar machucada. Já está machucada, na verdade. Eu chequei. São oito tons de “Dean bateu na minha bunda ontem à noite”, e ele não vai adorar isso quando acordar. Ele está dormindo de bruços e, como sempre, dorme tranquilamente. Assim que ele encontrar uma posição, é isso. Os cobertores estão enrolados em volta dele, como estavam na noite passada, sem nenhuma diferença. É cedo, talvez oito horas. Meu telefone confirma: 8h12. Estou surpreso comigo mesmo por dormir até tão tarde, pois sempre acordo com as galinhas. Nós nos deitamos cedo também.
Deslizando dos lençóis limpos, decido que uma xícara de café para mim está em ordem. Não acordarei o Sam até que ele dê sinais de vida, pois seria inútil se estivesse frio. Descendo o corredor, enfio a carne das palmas das mãos nos olhos, abafando um bocejo. Dormir demais geralmente me deixa lento…
— Noite longa?
— Puta merda!
Provavelmente não era a primeira coisa que eu deveria ter dito para a mãe de Sam, sentada tranquilamente no sofá.
Estou usando calças, pelo menos.
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