Capítulo 1
Esse livro é um dos meus preferidos entre os mais de 20 que eu já escrevi (é, eu fiz tudo isso! Nem sei como...!) , ou é o meu preferido. Não sei porquê, questão de gosto, eu acho. Mas é um livro bem divertido e o mocinho, que nem era para ser o mocinho, me conquistou a ponto de virar o mocinho. :D
Ele ficou pouco aqui no wattpad e agora estou trazendo a história de volta, vai ficar um tempo indeterminado completo, para que vocês possam ler. ;)
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Alex chegou em casa cedo naquele dia, achei estranho. Não eram nem dezessete e trinta, e ainda não escurecera. Raios de sol entrando pela janela iluminavam parcialmente a sala. Estávamos no início de setembro, e fazia um calor fora de época naquele final de tarde invernal.
Ele chegou batendo a porta e jogou com estrondo a sua pasta de couro marrom impecável sobre a mesa. Até aí, parecia mais um dia normal, porque ele sempre fazia isso. Quero dizer, isso de bater a porta e de tacar a sua pasta sobre a mesa de um jeito nada delicado. Mas não de chegar em casa com dia claro. Ele, nas últimas semanas, chegava sempre tarde. Em muitas vezes, inclusive, eu e a Isa já dormíamos.
Aliás, era comum a gente mal se ver durante a semana no último mês. Eu saia cedo. Entrava no hospital às sete da manhã e, uma vez por semana, tinha plantão de vinte e quatro horas. Ele ficava dormindo e só saía depois. Eu voltava cedo (isso quando não estava de plantão), ele chegava bem mais tarde.
Eu deveria ter percebido que algo não estava bem. Deveria ter reparado que ele chegava cada vez mais tarde. Deveria ter notado que os seus jantares com clientes eram cada vez mais frequentes. Mas o fato é que eu não percebi. O fato, também, é que a gente mal se via, e isso realmente dificultava que eu pudesse observar qualquer coisa.
E o fato – isso não é razão suficiente para desculpar a minha burrice, eu sei – é que o Alex sempre teve uma boa lábia. Como um bom advogado, ele sempre tinha um ótimo argumento, sempre tinha uma desculpa preparada na ponta da língua para justificar cada atraso. E eu – também admito – estava cansada demais para reparar. Porque justo nesse mês, eu tive que cobrir os turnos de folga da minha colega que estava de férias. Eu estava exausta, trabalhando dobrado. E uma vez em casa, tinha que dar atenção à Isabella. Acredito que até ficava feliz de não ter que dar atenção também ao meu marido.
Então eu não percebi, quando ele chegou nesse dia mais cedo, batendo a porta, jogando a pasta de couro sobre a mesa, fazendo o que sempre costumava fazer, que esse não seria um dia como os outros. Eu, ao servir o seu jantar, ao jantarmos os três – eu, o meu marido e a nossa filha de quatro anos – como sempre costumávamos fazer, eu não percebi que ele tinha algo a me dizer.
Eu não fazia ideia (eu juro!) que esse não seria apenas mais um jantar comum em família na nossa casa e sim, provavelmente, o último.
Agora, pensando melhor, me atentando aos detalhes, desde que o Alex chegou em casa, às dezessete e trinta, até agora, às vinte e uma horas, vinte e dois minutos e dezoito segundos... Dezenove segundos... Vinte segundos... Eu acho que estou amortecida, em estado de choque, porque não consigo me mover. E não consigo sequer desviar os olhos dos ponteiros do relógio, acompanhando cada segundo fixamente, como uma retardada que não tem mais o que fazer. Vinte e dois segundos...
Ouço os passos dele no andar de cima. Ele deve descer nos próximos segundos, deve passar por mim, acho melhor eu parar de olhar para esse relógio estúpido. Senão, o que o Alex vai pensar de mim?
É incrível! Parece que a minha vida parou, parece que o mundo acabou, que tudo desmoronou, só que como é que o relógio continua a se mover?! Como pode isso acontecer? Como o relógio ainda se move se o mundo acabou? Não é irônico?
Então... Repassando os minutos, desde as dezessete e trinta até agora... Eu devia ter desconfiado. O Alex estava inquieto, numa agitação nervosa e meio suspeita. E ele estava muito solícito. Solícito demais, eu diria! Ele até se ofereceu para pendurar as roupas que eu lavei (na máquina de lavar, é claro!). Algo que ele jamais fez! E ele lavou toda a louça do jantar sem que eu precisasse pedir! Sim! E eu só pensei, na minha pura ingenuidade: "Nossa, que querido, ele está vendo como eu estou cansada!" Há-há! Que doce ilusão a minha!
E ele colocou a Isabella na cama, como se fosse o pai mais amoroso do mundo. E depois voltou para a sala, e começou a me rodear. Sentou numa cadeira e logo levantou. Então sentou numa ponta do sofá e começou a sacudir as pernas, cruzando-as, esticando-as, cruzando-as de novo, várias vezes, até que aquilo me chamou atenção.
– O que foi? – eu perguntei. É lógico que eu percebia que havia algo errado. Depois de dez anos juntos, eu já era PhD em Alex.
– É que... – ele baixou os olhos. Não conseguiu suportar o meu olhar.
– O que é? – eu insisti, fazendo uma voz doce, para tornar mais fácil para ele me contar. Se eu soubesse, teria feito tudo ao contrário. Provavelmente o meu tom de voz, agora sabendo do que eu sei, seria meio assassino.
Ele inspirou com força duas vezes, talvez para ganhar tempo. E então simplesmente disse:
– Eu... Eu conheci outra pessoa.
Eu franzi as sobrancelhas, intrigada, mas não consegui deixar de olhar para ele. Pelo menos ele estava sendo sincero. Pelo menos ele não estava me enganando...
Mas, peraí... Ele conheceu uma pessoa! O meu marido, o qual devia ser fiel a mim, conheceu outra pessoa! O homem a quem eu jurei o meu amor, o qual jurou me amar incondicionalmente e para sempre, conheceu outra pessoa?
– É... – ele continuou sem jeito, num tom de voz baixo – Eu estou apaixonado...
Ele ficou me observando, esperando qualquer reação. Passou os dedos pelos cabelos castanhos escuros, sem deixar de me olhar. E então, eu percebendo seus olhos fixos no meu rosto (olhos que nunca antes haviam me parecido tão assustadores), respondi:
– Ah.
É isso! Tudo o que eu consegui dizer com um pouco de dignidade quando o homem a quem eu dediquei vários anos do meu amor anuncia que conheceu outra pessoa foi: "Ah".
E o que mais eu poderia dizer para o homem que há três meses propôs para que nós tivéssemos outro filho? Que há pelo menos dois meses ainda dizia que eu era o amor da sua vida?
– Eu vou morar com ela. – Ele continuou.
– Tá bom. – Eu disse num fio de voz quando vi que ele de novo esperava uma resposta minha.
Acho que nunca na minha vida foi tão difícil de falar... Acredito que usei o restinho de ar que havia no meu pulmão para pronunciar tais palavras. Eu estava tão em choque, que tinha me esquecido de respirar.
– Tá bom? – ele parecia perplexo. Mas não menos perplexo que eu, é claro.
– É – eu balancei a cabeça e entreabri um pouco os meus lábios – Tá bom – eu confirmei. E então olhei para o relógio. – Mas vai logo, porque senão vai ficar tarde.
Tarde... Não eram nem vinte e uma e trinta. Mas naquele momento, eu só queria que ele fosse embora. Não era isso o que ele queria? Ele não estava apaixonado por outra? Então que fosse de uma vez! Embora pudesse parecer estranho, eu não sentia raiva. Aliás, eu não sentia nada. Nadinha. Nadica de nada mesmo. No meu peito havia um imenso e enorme nada.
Ele ficou me olhando, esperando que eu me movesse, que eu falasse qualquer coisa. Mas foi a partir desse momento que eu grudei meus olhos no ponteiro do relógio e comecei a contar os segundos. E então creio que ele cansou de esperar a minha reação e foi fazer sua mala.
Vinte e uma horas trinta e quatro minutos e dez segundos... Onze segundos... Quem é ela? Treze segundos... Há quanto tempo eles se conhecem? Quinze segundos... Quantos anos ela tem? Dezessete segundos... Qual é o nome dela? Qual é a cor do cabelo dela? Será que ela é loira ou morena? Será que ela é magra?
Ai, meu Deus! Eu não vou pensar nisso! Porque eu tenho que aguentar! Porque eu não posso começar a chorar antes dele sair por aquela porta! Vinte e dois segundos...
Às vinte e uma horas e trinta e seis minutos em ponto, ele voltou, com uma pequena mala na mão.
– Tá tudo bem mesmo? – ele perguntou, parecendo meio inseguro.
– Tá... – eu pigarreei. Minha voz falhou! Droga! Eu tinha que me esforçar mais! Só mais alguns segundos... Só até ele sair por aquela porta – Tá tudo bem.
Então ele se foi... E disse que voltaria no dia seguinte para buscar o resto das suas coisas!
Seu filho da puta! Nossa, quando ele falou isso, aquele vazio foi imediatamente preenchido por raiva! Que porra! O que ele está pensando?! Ele não coloca mais os pés aqui sem a minha presença! Ele quis sair, não quis? Então não vai buscar nada quando eu não estiver aqui!
Abri a lista telefônica e chamei um chaveiro desses do tipo vinte e quatro horas. Troquei as fechaduras da porta. Me sentindo vingada, eu fui me deitar. Droga... A cama estava tão grande... Tão vazia... E aquela sensação de nada voltou... E eu chorei por quase duas horas sem parar, até finalmente adormecer.
O Alex se foi... Pausa para choro. E agora? E se ele quiser voltar, ele não vai ter as chaves! Mais choro...
Não sei como consegui, mas eu consegui. No dia seguinte, levantei cedo e tentei seguir a minha rotina quase normal. Quase normal, porque muito tinha mudado.
O lugar ao meu lado da cama estava vazio... E gelado. Não tinha sido um pesadelo, era real. O Alex pela primeira vez em anos passara uma noite fora. Estávamos só, eu e a minha filha. E isso significava que ela não poderia ficar na cama. Que ela teria que levantar comigo às seis da manhã! Pobre criança... Aliás, ter que tirar minha filha da cama tão cedo acabou partindo um pouco mais meu coração... Um pouco mais... Porque, na verdade, não havia restado muito do meu coração.
Vesti uma Isabella semiadormecida e parti para a casa da minha mãe sem comer nada. Estranhamente, eu não sentia fome. Apenas um leve mal-estar e um pouco de enjoo.
Minha mãe morava perto da minha casa, com meu pai. Meu pai não havia ido embora e a abandonado, como o Alex fez comigo, pelo menos não ainda. No segundo andar da casa, como se fosse uma segunda casa, porque elas tinham entradas separadas e não tinham comunicação interna, morava a minha irmã com meu sobrinho Arthur. Minha irmã é solteira, pois o namorado dela deu no pé assim que ela anunciou a acidental gravidez.
Renata, minha irmã dois anos mais velha, era fotógrafa e tinha um estúdio em casa, naquela que costumava ser a antiga garagem dos meus pais. Eles não se importaram em ceder a garagem para a minha irmã e vê-la sendo transformada em um estúdio chique. Eles, realmente, não se importaram nem um pouco. Porque isso facilitava tudo: Renata poderia trabalhar em casa e ainda assim ficar com seu filho. E ela tinha uma babá que nós compartilhávamos no período da manhã. À tarde, as crianças iam para escola. Arthur, com três anos, e Isabella, com quatro, se adoravam e estavam sendo criados juntos, com a supervisão dos meus pais, da minha irmã e da babá enquanto eu trabalhava.
– Filha! – tentei entrar na casa da minha mãe de fininho e colocar a Isa, que dormia nos meus braços, na cama. Mas não deu certo, ela já estava acordada e me surpreendeu tão logo eu abri a porta.
– Oi, mãe... – respondi meio sem jeito e apressei meus passos na direção do quarto. A Isa estava se tornando mais pesada a cada minuto.
– E o Alex? – ela me seguiu e me questionou no quarto da Isa. Sim, ela perguntou isso. Mas não foi por mal, eu sei. Ela apenas achou estranho o fato de me ver, porque quem costumava deixar a Isa lá era o Alex.
– Ah... – coloquei a Isa na cama e a cobri com os lençóis – Ele estava cansado... – respondi – Resolvi deixá-lo dormindo.
– Ah, tá. – Ela pareceu satisfeita com a resposta, e eu também.
Pelo menos adiaria o conflito. E eu não queria assustá-la e deixá-la em pânico tal como eu me sentia. Era ainda muito recente, e eu mal tivera tempo de assimilar... E depois, algo que eu aprendi como os anos, é que devemos deixar a família de fora das nossas brigas. Porque depois, com a reconciliação, a gente perdoa, mas a nossa família não totalmente. E meus pais adoram o Alex, e é melhor que isso continue assim, mesmo que a gente realmente se separe, porque ele continuará sendo o pai da Isa... Para sempre.
– E o pai? – eu perguntei.
– Tá deitado ainda.
– Ah... Então eu vou indo. Tchau, mãe.
Antes de ir eu dei uma olhada na minha mãe. Sortuda. O marido continua com ela há trinta anos! Será que ela tem noção de como isso é maravilhoso? O meu, nesse momento, está na cama de outra... Droga! Droga, Luiza, não pense nisso agora! Não desabe! Você tem um plantão de vinte quatro horas pela frente...
❀❀❀
– Karine? – chamei a minha colega, a outra médica pediatra do hospital – Você quer que eu cubra teu plantão de hoje à noite?
Ela se virou e me encarou, meio incrédula.
– Você quer cobrir o meu plantão de sábado? – ela prendeu melhor seus cabelos castanhos claros e lisos para o alto, no topo da cabeça, e me encarou como se eu fosse uma alienígena. Afinal, eu pedia o plantão de sábado!
– Sim.
– Mas é sábado, Lupi! E você já está há quase vinte e quatro horas aqui! E olha só o teu estado! Você mal se aguenta em pé!
– Eu sei... – eu me encostei na parede do vestiário e suspirei. Eu queria trabalhar até morrer! Até parar de pensar no Alex! Até parar de doer! – Mas eu quero... Posso, por favor, ficar no teu lugar?
– Não. De jeito nenhum! É contra as regras do hospital fazer quarenta e oito horas de plantão seguidas. Vai para casa. Você está péssima.
– Hummm. – Não me convenci. Casa... Sem o Alex...
– Lupi – ela argumentou – Pense nas pobres crianças que terão uma médica insone. Você não acha que elas merecem algo melhor? Você realmente está com uma aparência péssima, de assustar criancinha. Já se olhou no espelho?
– Não. E eu realmente não me importo com isso... – novo suspiro. Não iria falar nada. Não nesse momento.
A Karine era uma de minhas melhores amigas, mas eu sabia que se começasse a contar o que me afligia, eu faria um papelão. Eu simplesmente não conseguiria me controlar e choraria na frente de quem passasse por ali... E se o meu mundo acabou, o que os outros têm a ver com isso? Realmente nada.
– Mãe – derrotada, peguei meu celular e liguei para minha mãe – Eu saí do plantão e estou exausta, posso deixar a Isa aí?
Era tarde. Sábado de noite. Fiquei no hospital até ser praticamente expulsa pelos meus colegas.
– Filha... – eu percebi que ela sentia que algo estava errado. Mas acho que ela resolveu mudar de tática no meio da frase, porque em vez de me perguntar alguma coisa, ela simplesmente disse – A Isa vai dormir como uma pedra, não se preocupe. Ela não parou o dia inteiro. E ela está com saudades, acho melhor você levá-la para casa.
– Ah... Tá bom. Então em vinte minutos estou passando aí.
Melhor. Melhor mesmo ficar com a minha filha do que ficar sozinha.
Chegamos em casa tarde. A Isa já havia jantado. Eu não. Mais uma vez, não sentia fome.
– Mãe... – a Isa parou do meu lado com uma expressão desolada – Cadê o papai?
"Não faço a menor ideia, filha. E olha que eu cortaria um dos meus dedos fora para saber", eu pensei.
– Ele... – eu disse – Viajou.
– Papai viajou? – ela não pareceu animada – Mas ele nem me deu tchau... – resmungou – E quando ele volta?
– Hmmm. – Meu estoque de desculpas acabou – Não sei.
Só o que eu sabia era que ele não iria voltar. Pelo menos, não para mim... Mas talvez ele voltasse para ela.
– Mãe? – ela não se deu por vencida – Liga para o papai?
– Ligo. Mas você fala com ele, não eu.
Eu não podia colocar meus ressentimentos à frente dos desejos da minha filha. Afinal de contas, o Alex ainda era o pai dela.
– Tá bom.
E eu disquei o número, entreguei a ela o aparelho e fui tomar banho. Voltei para o quarto, e Isa via televisão no meu quarto.
– Mãe... Ele não atendeu... – ela choramingou.
– Vamos colocar o pijama, Isa. E depois a gente assiste juntas a um filme na minha cama.
– E eu posso dormir aqui? – ela pareceu mais entusiasmada.
– Pode, pode sim. Mas só hoje.
Não seria uma boa ideia se isso virasse hábito. Se ela estivesse comigo quando eu não mais aguentasse e começasse a chorar...
Negação. Eu tentava negar o que acontecia. Fazia três dias. Mas eu ainda pensava que ele voltaria a qualquer momento e entraria por aquela porta... Mas ele não podia entrar por aquela porta, ele não tinha as chaves.
– Mãe, posso brincar na Verinha? – Isa perguntou. Era a nossa vizinha da frente.
– Pode, filha.
Domingo. Fiquei de folga o dia inteiro. De pijama. Que cena mais patética... Quando a Isa voltou para casa, eu estava inchada de tanto chorar... Aproveitava cada minuto sozinha para chorar, mas nunca na frente dos outros. Eu não queria parecer fraca e, depois, ninguém tinha mesmo nada a ver com os meus problemas.
Segunda-feira. De novo, às seis da manhã, levei minha filha para minha mãe. Nem sinal do Alex. Nenhum telefonema. Nada. Ele realmente tomou chá de sumiço.
– Filha... – dessa vez eu sabia que a minha mãe não ficaria calada, que ela exigiria uma explicação.
Coloquei a Isa na cama, ela ainda dormia, e então falei bem baixinho:
– O Alex me deixou, mãe. Ele arranjou outra. Saiu de casa quinta-feira à noite, e eu não soube mais dele. – Dei de ombros, como se isso não me afetasse.
– Ele não ligou nem para falar com a Isa? – ela parecia perplexa.
– Não.
– Mas ela é a filha dele!
Claro! Ela é a filha dele, e eu? Eu sou o quê? Ah... Agora nada... Agora apenas a ex-mulher dele.
– Ah, mas isso não vai ficar assim! Ele tem que falar com a filha! Vou ligar para ele hoje!
– Tudo bem, mãe... – eu suspirei – Faça o que achar melhor...
– E como você está?
– Péssima. Mas fazer o quê? A vida continua.
– Hmmm. – Minha mãe me olhou com pesar, e então me puxou e me deu um abraço acolhedor. – Tudo vai ficar bem, Luiza. Sempre fica.
Eu esperei alguns minutos e me desvencilhei. Eu não queria consolo. Eu não queria parecer fraca.
Eu continuava negando. E talvez continuasse assim por muito tempo, se depois de algumas semanas minhas amigas não tivessem me colocado contra a parede.
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