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11 - A garota empesadelecida

Quando eu tinha setes anos, muitas coisas começaram a cair: Meus dentes de leite, as minhas notas na escola, e o avião do meu pai.

Não que eu entenda o "cair" como algo naturalmente ruim.

Costumava comemorar quando os primeiros flocos de neve caiam, e acho que muita gente comemoraria a queda da inflação ou da temperatura em uma noite escaldante.
E, se você tiver coragem de saltar de Bungee jumping algum dia, vai torcer para literalmente cair o mais rápido possível, antes de ficar pendurado por uma corda como um boneco de marionete.

Pensar nisso faz com que eu me pergunte sobre o tipo de pessoa que comemoraria a queda de um avião, e se eu sou igual a essa pessoa por desejar que ela entre em um que também exploda.

Eu não sei o que estou sentindo. Posso estar sentindo mais de uma coisa. Acho que estou com raiva e com vergonha.

Atrapalhei o sono de muita gente no palácio com a gritaria as três da manhã. Não sabia que alguém poderia gritar tanto dormindo, embora isso explique a minha dor de garganta no momento.

Disseram que eu não precisava ir para o colégio hoje, mas relutei a respeito. Não me sentiria confortável ficando no castelo, nem se eu quisesse.

No mais, preciso tentar ocupar a minha mente com qualquer outra coisa.

Nesse exato momento, com um livro sobre anfíbios.

O Sr. Gadner está falhando na sua tentativa frustrada de fazer mistério. Não é segredo para ninguém o seu fascínio pelos animaizinhos de pele escorregadia, e ele não está conseguindo conter o entusiasmo em pré-revelar a nossa visita ao Salão dos Anfíbios no condado de Lissa, uma excursão que acontece todo ano, tornando tudo ainda mais previsível.

Pelo menos, alguém está feliz hoje... Ou com essa notícia.

Com um sorriso de orelha a orelha, o professor de casaco de camurça verde-escuro, passa por mim e entrega o formulário de autorização. Devo pedir mais alguns formulários para os homens da guarda?
Duvido que eu e os os irmãos tico-e-teco consigam sair de Serinna, mesmo que com o colégio, sem a devida escolta.

A propósito, Simon está no fundo da sala.

Tio Albert reconsiderou o assunto de nos deixar sem guardas dentro do Salgueiro, e agora, Simon manda relatórios em tempo real para o Enoc.

Tenho vigilância o dia inteiro. Se não dos guardas, de abelhudos.

Ontem, vovó Ophelia e a Rosana ficaram me vigiando por um tempo, foi esquisito.
Comentaram entre si que os últimos dias foram estressantes demais, provavelmente me causando os pesadelos.

Não contei a elas. Não contei a ninguém.

Parecia muito real para não ser. Consigo me lembrar claramente de cada imagem, de como meu coração batia rápido. Consigo sentir a pancada. Consigo sentir a cicatriz doer.

Talvez o estresse esteja colaborando para o meu precoce enlouquecimento, mas talvez, tudo tenha acontecido. Talvez eu não tenha perdido a memória do jeito que disseram que eu perdi.

Podem ter tentado me matar naquele dia no riacho. Exatamente como quando tentaram me esmagar com um sino no orfanato Willow.

E... Não posso contar. Não dá.

Primeiro, porque não sei se acreditariam em mim, se me levariam a sério.

Segundo, porque eu não sei o que isso significaria para os outros e qual poder eu estaria dando à eles.

Acho que aos sete anos sabia muito mais do que sei agora. Aos dezessete, sou outra pessoa. Uma pessoa meio-quase-morta.

É melodramático e pode não ser a verdade em sua essência mais pura, só que é como tenho me sentido.

Me senti assim na noite passada e, mesmo depois de ter acordado, a sensação não desapareceu, ela continua aqui, me assombrando, e eu consigo ver.

É triste, sem graça e desengonçado. Parece muito mais comigo do que o meu próprio reflexo no espelho, que aliás, está horroroso.

Falando em assombrar, o fantasma não me manda mensagens há dias. Pode ter morrido ou só escafedeu do mapa antes de ser pego pelo detetive do Tio Albert.

Era ruim receber mensagens misteriosas de alguém que eu ainda não conheço, mas tem sido muito pior não receber nada, e o fantasma parecia saber de alguma coisa. De algo que eu ainda não sei.

Procurei no Google pela manhã sobre as notícias que poderia insinuar algum acidente que eu sofri caindo de um cavalo, ou a mera entrada de emergência em um hospital de Verena.

Não encontrei nada. Nadinha.

Será que há algum lugar em que eu consiga os meus registros médicos de anos atrás?

Me sobressalto na cadeira quando uma bolinha de papel acerta a minha bochecha, me fazendo virar o rosto para encarar os olhos âmbar e as sardas de mesmo tom do rosto da Megan.

Maldita hora que eu concordei em fazer o exercício em dupla com ela.

— Você está bem? — Ela questiona erguendo um sorriso bobo.

Arrumo minha postura, pisco várias vezes e olho ao redor.

O professor está na frente da lousa, sentado na cadeira folheando as páginas um manuscrito enquanto aguarda os alunos finalizarem a atividade.

— Eu estou bem. — Devolvo minha atenção para ela. — Por quê?

— Já enfiou umas oito balas de mirtilo na boca e está encarando a foto de uma salamandra há uns vinte minutos. — Ela leva os olhos ao livro aberto na minha mesa, e as oito embalagens azuis sobre ele.

Balanço a minha cabeça, na intenção de chacoalhar as minhas ideias, e com um pouco de sorte colocá-las no lugar.

— Estava pensando.

— Nas salamandras?

— Não. Eu... Acho que estou com sono.

Não estou mentindo, eu estou morrendo de sono.
Quase cochilei na aula de química, mas me contive para não levar nenhuma advertência.

Não pretendo visitar a diretoria novamente essa semana.

Não quero ver a diretora Piper. Sei que ela é a mãe da Harp e que omitiu informações de mim por motivos além do seu controle, mas não posso negar que estou chateada. Não sei se posso conter os meus monstrinhos e não quero ser hostil com ela.

— Hum... — Megan assente devagar.

Ela estava na porta do meu quarto como todo mundo, então não sei aonde quer chegar me perguntando se eu estou bem.

— Eu sei que não conversamos muito sobre... — Megan volta a falar, mas para por dois segundos. — Mas se quiser falar de... Sobre as coisas que...

— Eu estou bem. — Decido dizer de uma vez e interromper o gesto estranho e afetuoso.

As sobrancelhas dela arqueiam

— Isla, nossa casa pegou fogo. Você tem toda essa história com o Jack para resolver, não fala com a Emma há semanas, e o início do campeonato Dracma está cada vez mais perto. Listando assim pode não parecer muito, mas é demais. Até pra você.

— É. — Não posso discordar.

Eu não, mas é engraçado pensar que a Isla de sete anos daria conta disso e de governar uma ilha inteira.

Por que uma criança ficaria tão encantada com pedrinhas cintilando em um riacho? O que ela poderia ver que eu não consigo ver agora?

— Meg... — Inclino o meu corpo na direção dela. — Como as coisas eram quando éramos crianças?

— Como assim? — Ela desvia a atenção da lista de exercícios e me encara.

— Sei lá... — Dou os ombros. — Como eu era? Como as coisas eram? Também quero saber sobre o meu pai, ele era legal, sabe? Uma boa pessoa? A sua mãe e ele se davam bem?

— Quanta pergunta! — Ela ajeita os fios de cabelo alaranjados e respira fundo. — Vamos fazer assim: você responde essa lista de perguntas sobre répteis... — Ela coloca a lista sobre a minha mesa.

— Anfíbios. — A corrijo.

— Isso, tanto faz. — Umedece os lábios. — E enquanto faz nosso trabalho, eu respondo a sua lista de perguntas.

— Muito bem. — Concordo, até porque leu vou acabar fazendo sozinha mesmo. — Mas você começa.

Megan revira os olhos e assente.

— Bom... Eu gostava do seu pai.  Ele foi a única figura paterna que eu tive e tratava Maya e eu como se fossemos filhas dele. — Parece tentar lembrar. — Você passava muito tempo no palácio, tanto que era a única de nós que conhecia o príncipe de verdade ou... os príncipes.

É a minha vez de revirar os olhos.

— Vivia cercada de pessoas o tempo todo. — Ela continua. — Não hesitavam em mimar você e te proteger... Como se você fosse quebrar a qualquer minuto.

— Isso não mudou muito, pelo visto. — Resmoneio espiando brevemente o Simon ainda no fundo da sala. — E... Eu era muito diferente do que eu sou agora?

— Você era uma criança. É óbvio... Depois que o seu pai morreu passamos a ter mais contato com você e passar mais tempo em Serinna. Já te disse uma vez que passávamos a maior parte do tempo em Gilles com a vovó, né?

Faço que sim.

— E... Lembra do dia que eu... Sofri aquele acidente com o cavalo? — Por algum motivo, mal escuto a minha voz sair.

— Vagamente. — Ela une as sobrancelhas. — Não estávamos perto na hora que aconteceu. Acho que foi bem no dia da queda do avião, tínhamos acabado de receber a notícia.

— Lembra de onde nós estávamos?

— Eu lembro de um passeio de cavalo nesse dia. Não lembro exatamente onde era, mas era bem bonito. Tinha árvores altas.

Torno a assentir. Será que eu devo perguntar sobre o riacho?

— Por que essas perguntas? Nunca perguntou nada disso antes.

— Eu estava curiosa, só isso.

— Você está estranha. — Comentou baixinho. — Está se alimentando bem? Está pálida... Parecendo a Winona Ryder em "Beetlejuice".

— Não é estranho. Como você disse, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. — Ergo os cantos dos lábios forçando um sorriso. — Precisamos resolver isso.

— O quê? Jack? Emma? Ou o campeonato Dracma?

— As salamandras. — Aponto para o exercício.

Pego a caneta dela com um pompom azul e fixo os olhos nas perguntas que devíamos ter respondido.

Finalizo rapidamente as três primeiras questões de múltipla escolha.

Não sou uma má aluna, não posso ser. Rosana se encarregou em fazer uma lavagem cerebral em mim, ao me conversar que como noiva do príncipe, futura princesa e rainha do país, deveria saber o suficiente para ser um bom exemplo aos demais.

Minha média nunca pôde abaixar meio ponto que ela começava o lenga-lenga sem fim.

Meu celular zune dentro do bolso da minha saia, e para minha alegria e desespero, não é a Harper perguntando sobre o que iremos fazer hoje a noite.

Fantasma [15h02min]:
"Querida, enxerida, garota empesadelecida."

Um arrepio corre pelas minhas pernas, braços e costas. Parece que algo está me chacoalhando.

Minha garganta está seca.

Giro a cabeça para olhar para o Simon. Ele está do mesmo jeito que estava há cinco minutos atrás.

Megan está digitando algo no seu celular, e de onde estou consigo ver que é para a Harper.

Não vou falar sobre o fantasma agora. Não posso arriscar que ele suma outra vez.

— E-eu já volto. — Escorrego para fora da cadeira, Megan me chama umas três vezes e resmunga algo inaudível.

Continuo andando, sem olhar para trás, em passos largos até a mesa do Sr. Gadner.

— Senhor, preciso do passe livre. — Digo quando paro de frente para ele, enquanto belisco a barra da saia do meu uniforme.

Ele me olha por cima do óculos retangular, pendurado na ponta do seu nariz pontudo, e pergunta:

— Já terminou o exercício?

— Não, mas é uma emergência... — Mordo a bala na minha boca e engulo. — De garotas.

Curioso que se você fala para os professores que precisa ir ao banheiro por um problema de garotas, eles associam sem hesitar com o período menstrual, e nunca negam.

Gadner leva alguns instantes, mas pega o passe para banheiros dentro da sua gaveta e me entrega.

— Obrigada. — É tudo o que eu falo antes de sair da sala.

Simon me segue como pensei que seguiria, mas isso não me impede de tirar o celular novamente dos bolsos, e com as mãos tremendo, responder a mensagem do fantasma.

[15h08min]:
"O que você quer comigo?

Caminho mais um pouco pelos corredores desabitados do segundo andar. Todos os outros alunos estão em aula, e isso é bom.

Fantasma [15h09min]:
"Quero te ajudar."

Eu duvido, se quisesse de verdade já teria me dito de uma vez o que sabe, ao invés de fazer joguinhos estúpidos, me colocando em perigos constantes.

[15h09min]:
"Porquê não me diz o que sabe de uma vez?"

Paro de andar quando chego na entrada do banheiro feminino.

Rodopio sobre os calcanhares para encarar o Simon, que termina de se aproximar.

— Espere aqui. — Peço, colocando as minhas mãos para trás, ocultando o meu celular. — Provavelmente tem meninas aqui, e não se sentirão confortável com você entrando, mesmo sendo apenas um guarda fazendo o seu trabalho. Não vou demorar, se eu não sair nos próximos cinco minutos tem autorização para entrar.

É um bom argumento, e funcionou com o Declan uma vez.

Simon não diz nada, para variar, apenas se posiciona do lado da entrada, como se indicasse que concorda com os termos.

Em seguida, finalmente passo pela porta do banheiro, parando próxima a umas das pias.

Recebo outra mensagem:

Fantasma [15h13min]:
A verdade deve ser dosada, ela em sua totalidade já matou muitas pessoas."

Mordo meu lábio com força. Acho que sei o que quer dizer, tenho certeza que sei.

Digito algumas palavras e apago. Digito de novo e apago. Repito esse processo algumas vezes num curtíssimo espaço de tempo.

[15h15min]:
"A verdade matou pessoas? Como matou o meu pai?"

Meu estômago está enfurecido, dolorido e pesado.
Coloco o celular sobre a pia e me apoio nela.

— Parece que o rei Albert pediu escolta redobrada para os filhos dele. — Ouço uma voz familiar sussurrar.

O som vem de dentro de uma das cabines.

— Eu vi só um guarda com o Príncipe Jackson e com o príncipe Thomas. — Outra garota rebate, não me lembro dessa.

— Outros devem estar a paisana como o Logan. Depois da briga com o Carson não vão correr o risco.

— Como quando a Isla apanhou naquele restaurante?

— É, mas isso foi diferente. Ela mereceu. E, eu não duvidaria se ela mesmo tivesse contratado aquele cara para bater nela e fazer todo mundo sentir pena.

— Que horror, Gina. Acha que ela faria isso?

Gina Belina. Melhor eu lembrar de não me arrepender por ter atormentado ela no ano passado.

— Lídia, acorda! Ela assumiu publicamente que já sabia que o Jack era o príncipe quando ele entrou no salgueiro. Até encenou não gostar dele, e derramou vitamina na cabeça do garoto! A corte é cheia de encenações e farsas, então, o que seria mais uma mentira?

Eu odeio ter que concordar com ela, inclusive, encenei e menti naquela entrevista.

— É, tem razão. — Lídia suspira.

— E, você reparou nela hoje de manhã? Ela está horrível. Acho que nem se deu ao trabalho de passar um corretivo hoje.

É, eu passei sim, mas nem cem camadas de corretivo resolveriam.

Com os olhos fincados no reflexo no espelho a minha frente, ajeito a fita branca prendendo a parte de cima do meu cabelo e aperto as minhas bochechas, na intenção de causar alguma vermelhidão no local.

Não resolve grande coisa.

— Ela não parece muito bem.

— Acho que o Jack tem alguma coisa a ver com isso. — Gina fala ainda mais baixo. — Ele e aquela garota... A Emma. Vi os dois conversando hoje. Eu já ouvi dizer que ele e ela devem ter alguma coisa e por isso a Isla expulsou a menina do seu ciclo de amizades.

Jack estava falando com a Emma?

— Tem certeza? Porque eu vi a Harper falando com a Emma na biblioteca há alguns minutos.

Harper estava falando com a Emma? Pensei que já tinham conversado e não tinha mais nada para conversar.

— Talvez ela se canse da Isla também, todo mundo sabe que ela é uma bomba relógio. — Risos e mais risos.

Meu celular vibra com uma nova mensagem, e em contato com a porcelana, escorrega para dentro da pia causando um barulhão.

A porta da cabine destranca e eu me movo o mais depressa possível para passar pela porta e voltar a andar com passos urgentes pelo corredor. Passos urgentes e desesperados.

Desbloqueio a tela do celular e enfim leio:

Fantasma [15h18min]:
"Sim, como matou o seu pai."

Não tiro os olhos da tela, não paro de movimentar as minhas pernas e estou fazendo um esforço danado para não deixar o celular cair da minha mão. Meus dedos estão tremendo e escorregadios.

Esbarro em alguém, o que me faz bloquear telefone de imediato.

Estou quase sem ar. Brigando mentalmente com meus pulmões para conseguir respirar.

— Ei... — Ele diz. Olho para cima e encontro o par de íris azuladas. — Oi, Nicolina. Está fugindo do quê?

Thomas. É o Thomas.

Fantasma [15h20min]:
" E, como matou Devon Greer."

— O que foi? Parece que viu uma alma penada.

Não sei se são as mensagens do fantasma, oito balas de mirtilo ou uma noite mal dormida. Num movimento involuntário, empurro Thomas com uma das mãos, jogo o corpo para frente e vomito nos sapatos dele.

Olá, cabras apocaliptianas, como vão?
Sei que demorei, mas é por motivos de eu não tô sabendo terminar capítulo. ( rindo de desespero).

Como vocês estão? Tudo bem? Tudo não bem?

Me digam, o que acharam do capítulo?

Tem alguma consideração sobre a Isla?

E a Megan falando com ela?

O fantasma voltou oficialmente, o que acham? E das coisas que ele disse?

Segundo a Megan Isla está parecendo a Winona Ryder no filme Beetlejuice vulgo Besouro suco, vulgo Os fantasmas se divertem. Acham isso possível?


O que acham das coisas que Isla ouviu no banheiro?

Isla vomitou no sapato da vossa alteza ressurgida das trevas, o que acham que isso vai sequenciar?

Agora, sobre os próximos capítulos:


Vou tentar voltar o mais rápido possível, prometo. Isso pode levar alguns dias. Mas possivelmente na semana que vem, certo?



Beijos e queijos...

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