Mais uma vez (Parte 2/2) - Capítulo 45
A vida é assim: cheias de altos e baixos, alegrias e tristezas. Nunca se sabe o que acontecerá nos minutos seguintes.
Mudar não é fácil, porém as vezes é necessário.
Deixar o orgulho de lado não é fácil, mas é preciso.
Ninguém compreende o outro até passar pela mesma situação.
Ninguém sobrevive sozinho. É necessário ter alguém como companhia.
Ninguém não é super homem que não precise de uma ajuda maior.
Todos precisam uns dos outros, amar uns aos outros.
Ninguém é ninguém quando se tem alguém e o maior alguém que uma pessoa pode ter é a Deus.
(Gislayne SS)
Depois de um tempo conversando, Caleb se afasta à procura de Yasmim, que não se encontra no salão. Ele segue então pela escadaria para se achegar ao outro andar ao invés de ir pelo elevador, deparando-se com ela na metade dos degraus, anotando algo numa caderneta, não percebendo sua pessoa ali. Portanto, suspira lentamente e assim que cogita em chamá-la, ela se vira, sobressaltando-se ao vê-lo, derrubando a caneta no chão. Ela mira a mesma, porém Caleb a apanha antes que ela cogite fazê-lo. Ele a entrega que, meio surpresa, tenta sorrir, mas debalde.
— O que faz aqui? — questiona, com franqueza, embora esteja com o coração acelerado pelo assombro, fitando=o nos olhos, admirada e hipnotizada por tamanha beleza presente em sua pessoa.
— Prestigiar a inauguração. A propósito, está belo assim como você está... Linda..
— Obrigada — diz, franzindo o cenho, receosa e incomodada com seu elogio.
— Eu... Também precisava te ver e te dizer algo que... — Para por um instante e a mira. — Eu devia ter dito há muito tempo, naquele hospital.
Dito isto, ela paralisa e engole em seco cogitando a ideia de que ele possa ter se lembrado do que eles viveram. Algo que não teria mais como ser vivido e ela não abriria mão de nada do que estava vivendo só por ele.
— O que tem o hospital? — indaga, curiosa.
— Nada, a não ser uma moça chamando-me de amor, mostrando-me fotografias e mesmo assim o homem que era para ser o único amor na vida dela deixando-a partir.
— E o que esse homem deseja agora? — indaga, fitando firmemente.
— Voltar atrás — responde e dá um passo, aproximando-se ainda mais dela. Na escada, somente há os dois enquanto todos estão no salão ou admirando o resto do ambiente por outro meio mais ligeiro de chegar ao outro andar. E, por um momento, um mutismo forma-se entre os dois sem que eles deixem de encarar um ao outro. Sendo assim, ele continua a verbalizar: — Se eu pudesse voltar atrás naquelas palavras eu voltaria. Se eu pudesse não te esquecer, com toda certeza eu não te esqueceria. Mas não posso voltar atrás e não posso não te esquecer, porque já o disse e já a olvidei. No entanto, posso recomeçar, dizer novas palavras e não deslembrar de ti novamente. Yasmim, eu não consigo tirar você dos meus pensamentos, do meu coração, da minha vida. Uma vez tentei e não consegui. Eu achei que não tinha como voltar atrás e realmente não há como, porém tenho como fazer diferente. Uma vez li um livro de poesias que minha mãe escrevera e tinha descrito: "As flores desabrocham para mostrar que em tudo há uma forma de recomeçar, assim como no outono as folhas caem, mostrando que as coisas se vão. Quando as flores murcham nos revela que o tempo passa, mas que elas estarão lá para mostrar que o seu esplendor é contínuo e que frutos se darão numa outra estação."
Yasmim ouve tudo em silêncio e fica admirada com suas palavras, porém não se move em nenhum momento deixando Caleb apreensivo. Ela não esperava por tamanha declaração, mas percebe que numa coisa não estava certa, pois achava que ele havia se recordado, contudo de nada ele tinha se lembrado.
— Bom, o que eu quero dizer é que desejo recomeçar com você, Yasmim. Eu amo você — diz, entretanto suas palavras não são vãs, porquanto de alguma forma ele a ama, mas não sabe de qual maneira isso é. Já Yasmim, ao ouvir tais palavras, sente seu corpo paralisar por um instante. Ela pisca os olhos várias vezes buscando ter a certeza que isso é real. Em seguida, encara com o cenho franzido e, por mais que tente proferir algo, não consegue, pois as palavras fogem de sua boca.
— Eu...
— Eu quero te mostrar algo se me permitires, é claro. — Caleb se adianta e estende a mão para ela que se retrai a não segurá-la, porém decide que o fará. Ao tocar em sua mão, um turbilhão de sentimentos se afloram tomando conta de todo o seu corpo, revelando assim que ela ainda o ama. Com isso, Caleb desce com Yasmim, mas ao chegar no salão solta a sua mão por respeito a ela e aos demais, seguindo em direção a saída, passando por inúmeras pessoas que os olham de soslaio, e ela o segue. Do lado de fora, caminham até o carro e Caleb destrava-o, abrindo-o, pegando o buquê de rosas vermelhas que está no assento do carona, entregando-a.
— São suas. — E ela as segura com carinho e quando abre a boca para falar alguma coisa, ele se expressa primeiro. — Eu quero muito levá-la a um lugar. Não tomará muito do seu tempo e se não se importar, é claro — diz, passando a mão no cabelo, com certo anseio e nervosismo.
— Tudo bem, mas eu não sei o que te dizer ainda com relação a tudo isso, do nada e...
— Diga-me então quando chegarmos lá? — Caleb sorri de bom grado, fazendo com que ela assinta, esboçando um sorriso encabulado, abrindo mais uma vez a porta do carona para que ela entre e ela o faz. Ele dá meia volta no carro, também abrindo a porta do motorista, adentrando e, após assentar-se, gira a chave de ignição, ligando o carro e dando a partida. Durante o trajeto, o mutismo prevalece e, depois de cerca de vinte minutos, eles se acercam da cafeteria no qual dialogaram pela primeira vez. Quando Yasmim contempla a cafeteria, que aparentemente se encontra fechada, pois a placa com o dizer "fechado" é notória na porta, e com as luzes apagadas, recorda-se de quando ali ambos realmente se conheceram. "O que significa tudo isso?", é a indagação que ressoa no seu consciente a todo o momento.
— Chegamos — diz, Caleb, escancarando a porta do carro, saindo e dando a volta pelo mesmo, com o intuito de abrir-lhe com cavalheirismo. Assim que o faz, ela se retira, ajeitando o vestido, e ele, então, a chama para atravessarem a rua, seguindo para a cafeteria. Yasmim, por não compreender absolutamente nada, retruca: "Está fechada, Caleb"; no entanto, ele somente sorri e bate na porta. Logo, um senhor de cabelos grisalhos surge na porta, acendendo uma lâmpada só e dá-lhes passagem para que adentrem e assim o fazem. Em seguida, uma voz soa, proferindo 1 Coríntios 13 o que a faz sorrir discretamente. Nisto, as demais lâmpadas são acesas e placas com dizeres aparecem seguras por algumas pessoas, estando entre elas, Natan:
Se um dia foi outono,
Que se transforme em primavera.
Se um dia foi um adeus,
Que se transforme em um 'tchau'.
Se um dia só foi um dia,
Que se transforme em vários dias, anos, eternamente.
Pois sei que esse amor permanecerá para sempre.
Yasmim, me dê uma nova chance para te amar e te fazer feliz.
Yasmim ler placa por placa, engolindo em seco, mantendo-se imparcial a tudo o máximo que consegue. Depois, um álbum de fotografias lhe é entregue por Violetta, que pisca o olho para ela e se afasta. Yasmim segura o álbum e o abre, vendo assim várias fotos deles dois na época em que estavam juntos. Ela o encara, não se contém e sorri, achegando-se a ele e o beijando no rosto. Após retroceder, ela o fita e diz:
— Prazer, Yasmim. —E ele sorri.
— Prazer, Caleb.
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Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.
1 Co 13:7
Não importa o que eu digo, o que eu acredito e o que eu faço, eu sou falido sem amor.
(For King and Country)
Esse foi o último capítulo!
Votem e comentem, gente!
Confesso que vou sentir saudades de escrevê-lo, pois foi o meu primeiro livro, no qual já passou por tantas adaptações!
Desculpem-me se esperavam mais dele, mas o intuito é mostrar o quão difícil algo pode ser, como também escolhas podem definir o nosso destino. Além disso, tem o objetivo de revelar que a vida não é fácil; é feita de idas e vindas, mas com Deus saberemos como conduzi-las de uma forma especial.
Falta o epílogo e um recadinho especial dos nossos personagens!
[Revisado]
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