De volta - Capítulo 22
"Nós não queremos ter uma conversa
Nós não queremos pensar nisso
Nós apenas queremos fingir
Nós apenas queremos agir como se tudo estivesse ótimo"
(NF)
Alguns meses depois
Caleb
Tempos difíceis é o que tenho vivido. Não existe, não para mim, de a vida ser curta, porque ela está cada vez mais prolongada e isso é ótimo. Apesar de que, um sono profundo te tira de todas preocupações de uma vez por todas.
Trabalho e mais trabalho, esse é meu dilema. Meus alunos fizeram a grandiosa visita ao hotel, em que eu e os meus colegas fizemos um passeio há um tempo, e foi uma experiência incrível para eles. Yasmim, por fim, fez pouco caso de termos uma conversa civilizada e não deu mais notícias. Resolvi que foi melhor assim. E agora, em plena época natalina, acabo ganhando uma surpresa que faz meu coração saltitar só de pensar nela. Rebecca acaba de me enviar uma mensagem, depois de "séculos", dizendo que irá regressar. Já não suporto mais de saudades de tê-la junto a mim, ademais, poderemos até passar o fim de ano juntos.
Caleb, amor. Eu decidi que irei voltar para casa. Não dá para ficar mais tempo longe de você e eu não quero passar mais tempo longe de você. Perdoe-me por não ter te ligado ou mandado mensagem antes... Eu realmente estive tão ocupada e tão exausta! Quando eu chegar, irei contar tudo e quero que você também me conte tudo, tudo o que aconteceu enquanto estive fora. Estou levando uma surpresa para ti. Beijos. Eu te amo!
Ass: Rebecca
Quando eu termino de ler a mensagem, fico muito alegre por vê-la logo, logo. Tão feliz que não vejo a árvore à minha frente e colido meu rosto em seu tronco, já que eu estou andando numa praça. Caio para trás no impulso e a neve amacia a minha queda de nádegas no chão. Por sorte, só permaneço com meu rosto no mínimo roxo e um galo na testa. Quanto ao meu celular, fica com a película arranhada.
— Merda! — murmuro.
Ainda com o celular em mãos, recebo uma ligação de Natan no que, de imediato, atendo e ele diz que quer conversar comigo, como sempre.
— Alô? — pergunto.
— Cal? Oi, é Natan. Será que podemos conversar agora de tarde; em seu restaurante. Pode ser?
— Okay. Apareça umas 16:00h. Este horário é menos movimentado por lá.
— Valeu, irmão — diz.
— Valeu!
Esfrego a mão nos meus cabelos, e, por mais que doa meu rosto, ainda continuo a sorrir por lembrar que irei matar a saudade de minha Rebecca. E é bom, pois também desvio os meus pensamentos de Yasmim. Essa mulher está acabando com parte dos meus neurônios e eu preciso me concentrar em coisas importantes.
Após a minha pequena caminhada, pego o carro no lugar onde deixei estacionado e sigo para casa a fim de tomar um banho e ir ao trabalho. Decidi ir dormir na casa de meu pai, hoje, afinal faz algum tempo que não apareço por lá e não sei se Rebecca chegará hoje ainda. De qualquer maneira, ela possui a cópia da chave do meu apartamento, sendo assim ela poderá se reinstalar em casa.
Ao chegar em casa (meu apartamento), vou direto para o quarto. Em seguida, apanho minhas coisas e arrumo na mochila, que sempre levo caso precise trocar minhas vestimentas, e depois corro para o banheiro. Ao sair já devidamente trajado, sinto a minha cabeça latejar, recordando-me que esbarrei com o tronco.
Portanto, vou à cozinha e tomo um comprimido para dor, além de pegar um pouco de gelo para a minha fronte inchada. Depois, pego a mochila e me retiro de casa para ir ao meu restaurante. Eu amo trabalhar nele e com os meus funcionários dedicados então... Cada dia mais.
Assim que chego e estaciono o carro, deparo-me com Joseph entrando no Magnum's e, após me afastar do carro, de imediato, o grito.
— Joseph! — Encara-me e dá um leve sorriso de bom grado.
— Ei! Eu estava justamente vindo te procurar. — Vem até mim e faço o mesmo até ele, dando umas leves palmadas nas costas.
— Bom-dia, parceiro — digo. — Fala, o que queres comigo? — questiono.
— Vamos entrar primeiro. Não vou tomar muito do seu tempo — diz.
Ao entrarmos, saúdo os funcionários com um bom-dia e, em seguida, seguimos para o meu escritório.
— Sente-se. — Peço.
— Obrigado — diz. — Bom, eu vim aqui para lhe pedir um favor — fala, cruzando os braços.
— Qual? — pergunto ao me assentar.
— Preciso que você e Yuri se reúnam e dêem aula em uma faculdade como substitutos temporários de um professor gastrônomo por nome Rick West — fala.
— E você não pode fazer isto? Tu és gastrônomo também, ou esquecestes? — Apoio meus braços na mesa, com as mãos entrelaçadas.
— Não dá. Irei viajar a negócios e só volto na véspera de natal. Por isso estou pedindo a vocês dois que já são mais experientes — responde.
— Mas por que dois? — questiono novamente, sem entender. Na verdade, eu não sei se irei aceitar ou não, pois já estou muito atarefado.
— Uma semana para cada. Sei que o vice-chefe pode ficar no encargo em sua ausência e você também irá ganhar um bom salário com isso — diz. — Além do mais, não posso deixar uma so pessoa por duas semanas conseguintes para não tirá-la de suas obrigações por muito tempo. E então, o que me diz? —pergunta.
— Uma semana? — digo, arqueando umas das sobrancelhas.
— Uma semana — fala.
— Tudo bem, então — respondo. Sei que ele iria dar mais um jeito de me persuadir, caso eu negasse. Pergunto-me como Yasmim lida com ele.
— O que foi isso em seu rosto? — questiona, mirando-me com olhos semicerrados e cenho franzido. Sua indagação me tira de meus devaneios.
— Ah...! Eu meio que dei de cara com uma árvore, hoje mais cedo — digo, timidamente, e ele se segura para não rir, balançando a cabeça em negação.
— Bom, já que estou aqui, quero experimentar um pouco de sua culinária — diz, levantando-se e indo em direção a porta.
— Okay, então. Boa refeição. Eu vou para a cozinha agora — falo, levantando-me também, seguindo-o.
— Sempre na cozinha, em meu caro? —pergunta, divertido.
— Pois é — respondo, abrindo um sorriso.
(...)
Horas depois, no horário de almoço, o estabelecimento permanece bastante calmo. Desta vez, tinha que ser tranquilo porquanto têm dias que mal temos tempo para respirar.
No período da tarde, também é extremamente ótimo e com uma certa calmaria. Um bom momento para se sentar e descansar, até porque o pessoal está super cansado. Claro que todos ganham um bom salário para trabalharem aqui, e não é para menos mediante ao esforço que fazem. Alguns deles saem de férias no meio do ano e outros agora nesse final. Na véspera do natal irei liberar a todos e terão dois dias de folga; folga para mim também.
— Cal! — Olho e vejo Natan. Até tinha esquecido que ele viria aqui.
— Eu, amigão. Como vai? — indago, pegando em sua mão.
— Vou bem e você?
— No pesado — falo, divertido, e ele ri.
— É, deu para perceber — diz, encarando-me e até imagino o porquê.
— Por que seu rosto está ruborizado e aparentemente inchado? — questiona, fazendo o gesto com os dedos de frente para sua face.
— Tive um encontro inesperado com uma árvore — falo.
— Bastante plausível sua resposta. — Natan ri e eu dou de ombros.
— Fazer o que né? Distraí-me e esqueci que havia um obstáculo à minha frente.
—Cara, você deve ter algum problema, só pode — zomba. — O que te fez se distrair assim? — pergunta.
— Rebecca vai voltar — falo, sorridente e ele goza ainda mais.
— É tão ruim assim ou é tão bom que te fez não enxergar por onde andava? —pergunta num tom sarcástico. Natan está se entretendo às minhas custas.
— Óbvio que é ótimo! — falo. — Na hora eu estava distraído com o celular na mão, por isso a bela apresentação com a madeira — digo.
— Ah... entendi.
— E o seu trabalho, Natan? — pergunto, encostando-me na cadeira, mudando, obviamente, o assunto.
— Meu trabalho? Estou de férias — diz.
— Que bom pra você. O que você queria conversar comigo? — Vou direto ao ponto.
— Ah, é! Já tinha até esquecido — diz.
— E então? — questiono.
— Estava pensando em passar o dia fora com Violetta, um dia antes do natal — responde, sério.
— Ela concordou? — pergunto.
— Não perguntei ainda. O que você acha? — indaga.
— Por mim está tudo bem. Você sabe que eu torço pelos dois. Agora o problema é ela, pois, quanto a meu pai, logo irá dizer que vocês já são adultos e sabem o que fazem e ele vai aceitar, porquanto se afeiçoou a ti — respondo.
— Mas aí está o problema. Como dissestes: ela é o problema — diz, suspirando.
— Tem visto ela por esses tempos? — pergunto.
— Não, pois, depois de nossa última conversa, acabamos ficando mais distantes um do outro.
— Foi tão sério assim? — questiono.
— Eu estou meio desiludido. — E logo entendo o que ele quer dizer. Houve alguma nova rejeição.
— Natan, não se importe com isso. Tenho certeza que uma hora ela vai te dar valor; pode crer. — Suspiro. — Violetta pode não querer admitir a si mesma, mas é um fato que ela têm sentimentos por você, mas lhe falta maturidade para saber lidar com eles.
— Hum... — Diz, pensativo.
— Se quer um conselho? Tente essa aproximação perto do Natal. Aja apenas como um amigo agiria e deixe seus sentimentos de lado. Assim veremos como ela irá reagir com o passar do tempo. Talvez ela perceba que deixou escapar uma pessoa que realmente iria fazê-la feliz de verdade — digo, como se eu fosse um ótimo conselheiro amoroso. Mas minha vida amorosa está um caos.
— Tudo bem — diz, meio triste eu diria. — Bom, não vou ficar tomando o seu tempo. Ainda preciso ir a um lugar — responde, levantando-se.
— Sem problemas, meu amigo. —Aperto sua mão e tapeio suavemente suas costas.
Eu o acompanho até a saída do restaurante e, depois de me despedir dele, retorno aos meus afazeres.
Quando anoitece, opto por sair um pouco mais cedo e me dirijo à casa de meu pai. Como eu disse antes, quero dormir lá.
Assim que chego em casa, meu pai vem me abraçar prontamente; já faz uns 4 meses que não aparecia e eu também já estava com saudades dele.
— Onde está Violetta, meu pai? —pergunto, quando me desfaço do abraço.
— Saiu com umas amigas. Disseram que iam a uma festa da faculdade —responde. — Vamos entrar — diz, passando seu braço pelo meu ombro.
Ao entrarmos, ele não perde tempo em me questionar, como sempre.
— Como tens passado, meu filho? Tanto tempo sem ver a gente, pensei que havia se esquecido de nós — fala.
— Estou bem, pai. E não, não esqueci de vocês. Jamais sequer os abandonaria. Eu só tenho estado ocupado demais esses tempos e, agora semana que vem, vou substituir por 7 dias um professor duma faculdade, que aliás Joe nem me disse qual delas é — respondo. Terei que ligar para ele a fim de saber.
— Hum... Entendo. E Rebecca, tem te ligado? Você ligou para ela para saber como está? — pergunta.
— Havia ligado muitas vezes, mas, todas davam na caixa de mensagens. E ela não tinha retornado as minhas ligações, até ontem — respondo, assentando-me no sofá e encostando a cabeça no encosto.
— Verdade? O que há com vocês jovens? Que relacionamento conturbado é esse, que parecem não se importar tanto um com o outro? Caleb você a ama mesmo? — Faz tantas indagações que nem sei qual respondo primeiro.
— Pai, eu estou um pouco confuso com relação ao que sinto por ela. — Só consigo dizer isso.
— Se vocês não lutarem para dar certo, a separação dos dois será inevitável. E por qual motivo se sente confuso? — questiona, assentando-se no sofá à minha frente. Até então ele estava em pé e andando em círculos, praticamente, ouvindo e respondendo tudo quanto ao que eu dizia.
— Yasmim. — Suspiro ao dizer seu nome.
— Yasmim? — questiona, corcovando a sobrancelha. — Yasmim da galeria? —Aumenta a pergunta, ainda com um vislumbre surpreso e eu só assinto com a cabeça. — Meu filho... — Levanta-se e põe a mão no queixo. — Isso é incrível! Você se lembrou dela, é isso? — diz, perplexo e risonho ao mesmo tempo.
— Não! Eu não lembro de nada — digo. — Não entendo o senhor; há um minuto, o senhor estava me aconselhando justamente para que eu lute pelo meu relacionamento e agora parece feliz na infelicidade dele e tudo porque o pivô entre eu e ela é Yasmim?! Pai, o senhor não está ajudando! —Berro.
— Desculpe-me, meu filho. Mas preciso admitir que eu já sonhava com vocês dois casando e tendo meus sonhados netos — diz de forma despreocupada. — Você já está com quase 31, seu aniversário é dia 28 e ainda continua indeciso com o quer da vida — fala.
— Da minha vida sentimental! Especifique. Todo o resto é uma maravilha apesar do cansaço. E por que os seus tão sonhados netos não podem vir de Rebecca?! — indago um pouco irritado, e ponho a mão no rosto.
Em seguida, levanto-me e aviso que partirei a banhar-me.
— Admito que a minha nora preferida foi sempre a Yasmim, porém gosto de Rebecca também; então se proceder dela não há problema. — Dá de ombros e eu só digo um: Okay! e corro para o quarto, subindo os degraus da escada, rapidamente, com o objetivo de fugir dos questionamentos de meu velho.
E, justamente quando vou preparar as coisas a fim de tomar banho, o meu celular toca; e abruptamente o apanho, aceitando a chamada.
— Rebecca?
— Caleb, onde você está? — pergunta, ofegante.
— O que houve? Por que falas de forma estranha? — questiono.
— Eu, eu....
— Alô, alô? Rebecca!
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Votem e comentem. É bastante incentivador.
Caleb ao saber que Rebecca voltaria.
Esse gif ficou tão perfeito que eu quis colocar aqui. Autoria de: wifflegif.
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