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Confuso - Capítulo 13

"Tudo que eu queria era encontrar meu lugar"
(Tanlan)

Caleb

— Violetta, posso entrar? — Dou duas batidas na porta.

Eu não consegui me manter quieto e pouco curioso concernente ao que, porventura, aconteceu entre minha irmã e meu amigo Natan, afinal eles se gostam. Ademais, não suporto vê-la entristecida.

— Pode, maninho — Ouço-a dizer, então impulsiono a maçaneta, abrindo a porta. Adentro o cômodo e me aproximo da cama, assentando-me no beiral. Violetta ainda está coberta com o lençol e seus cabelos estão extremamente desgrenhados e claramente trajada com seu pijama de ursinho. Por mais que seja uma pessoa aparentemente rude, ela possui esse lado adocicado e infantil que só eu, pai e Natan conhece.

— Então, minha irmã... Ainda não quer conversar? — pergunto.

Dificilmente ela desabafa suas mágoas para alguém mesmo que seja para um parente seu; somente Victória, sua amiga, é que tem conhecimento de boa parte de suas lamúrias.

— Você não foi para casa ontem a noite, por quê? — questiona, tentando desconversar.

— Sei lá. Quis ficar aqui — respondo, dando de ombros, e balançando-a conseguinte.

— Deixe-me, Caleb! Eu quero voltar a dormir.

— Não mesmo! — falo, puxando o seu lençol, jogando-me em cima dela e lhe fazendo cócegas.

— Para, Caleb! — gargalha, tentando se esquivar.

— Não! — brado, rindo. — E aliás, a mocinha não tem que ir para a universidade?

— Eu não vou, hoje. — Tenta se cobrir novamente.

— E por que não vai? — arqueio a sobrancelha e encaro-a.

— Porque eu não quero, ora! — diz, esboçando uma careta. — E você?

— O que tem eu? — Franzo o cenho.

— Não era para estar no trabalho?

— Vou daqui a pouco. Ainda são 06:40h a.m. Agora, levanta dessa cama. — Puxo o lençol mais uma vez.

— Não quero. — Puxa de volta, novamente.

— Levanta, porque senão lhe tiro daqui na tora. — Apanho o cobertor mais uma vez.

— Está bem, seu chato — profere,  sentando sobre cama, murmurando.

— Te espero para o café. — Dou risada, vendo seu semblante irritado, e me retiro.

Saio do quarto, desço a escada e vou em direção a cozinha.

— Bom-dia, meu pai. — Encontro-o preparando o café da manhã.

— Bom-dia, filho. — Mira-me rapidamente e continua a coar o café.

— Dormiu bem, meu pai? — Apoio-me na cadeira.

— Mas é claro, Caleb. — Meu pai ri de soslaio. — Cadê, Rebecca? Nunca mais a vi por aqui — pergunta, enquanto põe o coador na pia.

— Ela está viajando. Desde que conseguiu uma bolsa em Nova York quase não a tenho visto. Mas creio que ela vem amanhã, para cá.

— Filho, posso te perguntar algo? — Fita-me, sério.

— Pode sim.

— Você ainda lembra de Yasmim?

— Ah! A dona da galeria, Lasmine. — Faço um olhar surpreso.

— É, ela mesmo. Você não lembra de muita coisa dela, não é?

— Pai! — suspiro — Na verdade, eu lembro de quando eu estava no hospital.

Como você pode dizer isso? Essas fotos não significam nada para você? Eu sei que você pode não se lembrar de mim, mas não me deixe ir dessa maneira! Por favor, Caleb! — Chorando, exclamava Yasmim.

— Acho que só e quando eu a vi algumas semanas atrás na galeria, quando fui levar Rebecca lá, porque ela queria ver Marcus, o primo dela; e antes de ontem.

— Antes de ontem? — Franze o cenho, esperando minha resposta.

— É... Eu tinha ido no supermercado Hollister e aí eu a encontrei; e Violetta estava lá conversando com ela, também.

— Enten...

— O que tem eu, Caleb? — questiona, Violetta, interrompendo nosso pai. — Diz logo, eu ouvi meu nome em alguma coisa.

— Nada não — respondo, fazendo uma careta.

— Anda, pode me dizer! — ignora o que eu digo.

— Você não quis me dizer o que ouve entre você e Natan; então também não lhe direi o porquê de ter mencionado seu nome.

— Vocês dois, em plena manhã, estão parecendo duas crianças.

— Pai! — dissemos em uníssono, mas logo encaramos um ao outro e caímos na gargalhada.

— Ok. Eu só estava falando que encontrei você, antes de ontem, em frente ao supermercado, conversando com Yasmim.

— Hum... Já fala o nome dela com tanta naturalidade... — profere de forma maliciosa, porém sugestiva, e sorri para mim.

— Violetta! — exclamo.

— Eu sei que você não vai se lembrar de muita coisa, mas que tal ouvir a minha versão dos fatos com relação ao passado dos dois? Você poderia reconsiderar falar o nome dela com tanta naturalidade mais vezes. — Enrola a mecha do cabelo e sugere, em tom provocativo.

— Violetta!

— Quer ouvir? — Encara-me.

— Não, não quero — digo, sério.

— Então, tá. E a sua namoradinha? Não nos visita mais... E nem tem entrado em contato com sua pessoa, suponho.

— Você supondo, duvido muito. — Arqueio uma das sobrancelhas.

— Quer dizer... Mexi em seu celular e, no registro de chamadas e na caixa de mensagens, não tem nada com o nome dela há quase... Três semanas? Para ser mais exato. Parece que ela não pensa que pode ser deixada para trás.

— Violetta! Quem te deu permissão de mexer em minhas coisas? — pergunto.

— Ninguém. Eu mesma me permiti.

— Pronto, meus anjos. Vamos comer, an? Não quero que o café esfrie — fala, meu pai, encerrando o nosso diálogo.

Fazemos o nosso desjejum em mutismo e o máximo que se ouve é o bater dos talheres e xícaras. No término, encaro Violetta, apontando o meu dedo indicador, e digo:

— Ainda iremos conversar sobre vocês dois.

De imediato, ela vira o rosto ignorando-me totalmente.

— Meu pai, já estou de saída. Só vou ao banheiro escovar os dentes e depois vou para o restaurante — falo, levantando-me e pondo a louça na pia.

— Não vai passar em casa, tomar um banho e trocar de roupa? — pergunta, Violetta.

— É mesmo. Esqueci que não deixei roupa reserva aqui em casa.

— Tá vendo! Tenho que te lembrar sempre da mesma coisa — diz, Violetta, apontando para mim, e eu semicerro os olhos.

— Sim! — Meu pai interfere. — Meu filho, vá em paz — diz, também se levantando.

— Amém. — Sorrio. — Pai, o senhor vai sair para algum lugar? Se quiser, eu te levo.

— Não se preocupe comigo, Caleb. Eu vou pegar o carro na manutenção mais tarde.

— Está bem, então. Bom, já estou de saída.

— Tudo bem, meu filho.

— Tchau, Violetta. — Dou-lhe um beijo na testa, como de costume.

— Não vai escovar os dentes novamente? — questiona.

— Obrigado por lembrar. — Baforo em sua face, em tom de brincadeira, e ela tampa o nariz.

— Seu nojento! Está com hálito de café — fala e eu dou risada.

Sem delongas, sigo para o banheiro e escovo os meus dentes. Assim que termino de fazê-lo, de viés, contemplo Violetta querendo espaço para escovar sua dentição, também.

— Tchau — digo e passo por ela.

— Tchau, meu irmão.

Após sair da casa de meu pai, sigo direto para o meu apartamento e, assim que chego, abro a porta e encontro quem eu não esperava, pelo menos não hoje.

— Rebecca? — Esboço um olhar surpreso.

— Oi, amor! — diz, com um sorriso no rosto, vindo em minha direção, abraçando-me.

— Você não viria amanhã? — questiono.

— Sim, mas decidi lhe fazer uma surpresa. E acho que consegui.

— É. — A beijo. — Vou tomar um banho. Preciso ir para o trabalho — digo, afastando-me e indo para o quarto.

— Que tal tomarmos juntos? — sugere, vindo atrás de mim e, ao olhá-la, vejo um semblante sedutor, mas logo retorno ao meu foco inicial espantando qualquer desejo que me surge no psiquê.

— Muito tentador, mas estou atrasado — falo, dando as costas, e continuo a andar até meu quarto.

— Caleb, amor!

— Rebecca, não insista — profiro, revirando os olhos, mas ela se aproxima de mim, tirando de si a minha camisa que outrora ela estava vestida. — Rebecca — retruco mais uma vez, virando-me e pegando a toalha, seguindo em direção ao banheiro.

— Caleb. — Insiste e eu volteio, fitando-a com os olhos semicerrados.

— Eu não acredito nisso, Rebecca — suspiro profundamente, buscando não me render a tentação, pois não é o momento ideal para isso.

— Você vai me deixar, mesmo? Tem certeza, disso? — Lança-me um olhar sedutor e se achega a mim, acariciando-me. Ademais, ela se encontra praticamente despida. Afasto-a um pouco, porém ela não desiste de tentar me possuir, levando-me a não suportar mais, afagando-a em meus braços, beijando-a e, em seguida, levando-a para a cama.

Após o momento de prazer, levanto-me e vou tomar meu banho enquanto ela permanece deitada.

— Amor, vem pra cá. Estava com tantas saudades.

— Preciso trabalhar — falo e não há mais nada que possa me desviar do foco que é o restaurante. Sempre gostei de chegar antes dos funcionários e ter um tempinho a sós com a minha cozinha.

— Está bem — diz, levantando-se, enrolada ao lençol.

Tomo meu banho e depois sigo até o guarda-roupa à procura de um traje que me agrade. Por fim, visto uma calça social preta, após isso, coloco o cinto e, logo em seguida, uma camisa social branca com detalhes em cinza. Depois, penteio meu cabelo, apanho minha mochila e prossigo para fora do quarto, quando Rebecca retruca.

— Não vai me dar nem um beijo, Caleb? — Dito isso, retrocedo, beijo-a e me despeço; no entanto, ela retruca, deixando-me impaciente.

— Você está estranho. Você não era assim. Seus beijos, seu jeito de me tratar...

— Eu, estranho? — Encaro-a, incrédulo por suas palavras. — Você só pode estar de brincadeira. Tchau. — Despeço-me, novamente.

Logo, saio do apartamento ligeiramente, pego o carro e dirijo até o restaurante, pensativo com suas palavras repentinas em dizer que eu estou agindo de maneira estranha.

Cerca de trinta minutos depois, acerco-me do Magnum's e vejo um dos meus aprendizes se aproximando, levando-me a crer que eu estou atrasado.

— Chef? O senhor está atrasado. Tem um repórter querendo fazer uma entrevista com o senhor. — fala, Guilherme, da maneira mais direta possível.

— Eu sei. Obrigado por me avisar disso.

Não havia mencionado nada a respeito dessa entrevista, mas ela apenas será realizada com o intuito de conhecer o restaurante e suas procedências, para uma pesquisa concernente a higiene e saúde na cidade.

— De nada, senhor Caleb.

(...)

Yasmim

— Yasmim de volta, pessoal! — vocifera, Joseph, estendendo os braços, chamando a atenção de todos, levando-me a sorrir; e mesmo que eu esteja com moletas, ainda, aproximo-me deles e imediatamente eles bradam.

Uhu! — Batem palmas, em seguida.

— Gente, não precisava. Sério mesmo. — Observo um bolo de formato retangular – com detalhes de glacê em bege nas extremidades do bolo, mantendo em suas laterais a cor branca, que é o destaque – no centro de uma mesa pequena, em largura.

Acredito que, se eu permanecesse por mais tempo longe da galeria, eles me fariam uma verdadeira festa, porquanto, por faltar menos de uma semana, eles me fazem um bolo comemorando o meu retorno.

— Amo todos vocês, mas... De volta ao trabalho! — exclamo, desanimando-os de imediato.

— Ah...

— Ao menos não vai cortar esse pequeno bolinho, senhorita Yasmim? — diz, Joseph, esboçando uma faceta dengosa.

— Bom vê-lo, também. Obrigada pelo que fez junto a Daianny enquanto estive fora — digo e ele sorri.

— De nada, meu anjo. Apesar que, quem mais fez foi Dai.

— Fiquei sabendo, homem de negócios.

— Então... Vai cortar ou não? — sugere.

— Está bem. — Sorrio. — Gente! Eu não vou conseguir comer tudo sozinha, né? Que tal comerem comigo, an? — grito no meio do salão.

— Última chance! Aproveitem que ela abrandou — brada, Joseph, e, abruptamente, os funcionários retrocedem com um sorriso no rosto e Joseph me auxilia no corte do bolo.

— Que bom que você tem se recuperado rápido — profere, cortando uma fatia do bolo, entregando-me.

— E você nem para me fazer umas visitinhas, não é mesmo?

— Para quê? Tu nem ia demorar lá mesmo.

— Seu traíra. — Tapeio seu braço, fingindo indignação, afinal nós temos nos tornado bons amigos.

— Ai! Estou brincando, somente. Tive que viajar para resolver algumas coisas da empresa e, quando voltei, fui para a escola de culinária, também, para resolver assuntos pendentes.

— Mesmo assim. Poderia dar uma passada e ver como estava a sua colega aqui — digo, baforando.

— Ô, minha colega mais linda! Mil perdões.

Rhum... — Finjo estar chateada por um breve instante.

— Tá, vamos trabalhar, bebê — profere, esfregando uma mão na outra.

— Vamos lá para o escritório. Cadê, Dai? — pergunto, abocanhando um pedaço do bolo, que aliás está mui delicioso. Como sou afortunada por ter uma equipe maravilhosa trabalhando junto a mim.

— Ainda não chegou. Ela disse que ia se atrasar.

— Sei. Okay, então. Deixe-me atualizada de tudo.

Já no escritório, Joseph abre uma gaveta e apanha uma pasta, com bastante papéis, e a coloca em cima da mesa. Assim que eu abro e começo a observar, ele toma a frente e me mostra quais são os papéis que necessito analisar.

— Tem esse e... Ah! Esse aqui  precisa da sua assinatura — diz, apontando para o tal.

— Desde quando tenho que olhar tanta papelada?

— Minha querida, você ganhou patrocinadores. Está cheio de gente querendo comprar as suas obras. Tem as contas que já foram pagas, mas isso tudo aí é com você.

Semicerro os olhos para Joseph.

— Está bem, então.

— Por que fez essa cara? Nós fizemos o que devíamos fazer, tá?

— Eu sei — suspiro.

— Daqui a duas horas é o almoço. E aí vamos almoçar juntos? Vou chamar Dai, também.

— Não sei... Já que vocês me deixaram com um monte de coisas para fazer.

— Ah... Você queria que a deixássemos livre? Não, não, não.

— Malvados.

— Não somos.

— São sim. Ok, dá licença que eu preciso me concentrar aqui, agora — digo, informalmente, e ele revira os olhos.

— Vou para o meu escritório — diz, por fim, e se retira.

— Okay.

Quinze minutos depois, já terminado cinquenta por cento das leituras e assinaturas, alguém bate na porta, o que para mim é até um alívio, visto que minhas vistas já estão doloridas de tanto ficar lendo contratos.

— Entre.

— Com licença, Yasmim. Tem alguém lá embaixo querendo falar com você — profere, Damiana, minha secretária.

— Quem?  — Franzo o cenho.

— Se chama Caleb, se não me engano.

— Certo. Mande subir.

Caleb? O que ele faz aqui, meu Deus!

Analiso-me dos pés a cabeça a fim de ter certeza de que me encontro apresentável. Eu estou com um vestido bege, não muito justo, sandália baixa, porque ainda permaneço em recuperação, e um coque folgado; e a minha preocupação com o visual é justamente para não parecer muito despojada em sua frente, pois ele ainda perturba o meu coração.

Assim que ouço novamente uma batida na porta, meu coração acelera um pouco. Suspiro, mais uma vez, mantendo-me sentada com os braços sobrepostos na mesa, deixando as mãos entrelaçadas, pondo-me mais ereta e séria, pois não desejo passar insegurança diante dele.

— Pode entrar!

Vejo a porta se abrir vagarosamente.

— Com licença. — Pôs-se à mostra, revelando um semblante curioso. Com compostura e charme até no vestir, encara-me e, por segundos, caminha o olhar ao redor.

— A vontade — digo, apontando para o assento a fim de que ele se assente.

— Obrigado.

— Por nada. — Volto a mexer nos papéis, mas sem concentração alguma. — O que o traz aqui, Caleb? — pergunto, sem arrodeios.

— Você.

Imediatamente, interrompo o que estou a fingir fazer e o encaro, cruzando os braços, espantada.

— Diga, então. — Engulo em seco.

— Seria muito incômodo te perguntar como foi que nos conhecemos? — Franzo o cenho, descrente de sua indagação.

— Você veio aqui para isso?

— Sim, se não for pedir muito — profere com tamanha determinação.

— Por que não pergunta para sua irmã? — questiono.

— Queria ouvir de você, não dela.

— Mas, para quê? Você nem sequer irá se recordar mais, provavelmente. Acho que você deveria se focar no agora. — Procuro ser realista. — Você tem namorada, certo?

— Sim, eu tenho.

— Qual o nome dela? Desculpe perguntar.

— Rebecca. — Balançou a cabeça em negação demostrando que não se importou com minha pergunta acerca de sua namorada.

— Aposto que, se ela soubesse quem eu sou e o que você veio fazer aqui, não iria gostar nem um pouco.

— Sei disso, porém tenho estado incomodado. Yasmim, independente de lembrar ou não de você...

— Você não lembra. — Sou sincera.

— Certo. Mas, independente disso, consegues influenciar na minha vida de uma forma absurda.

— Temos mantido o máximo de distância um do outro, apesar de morarmos na mesma cidade, e se esbarrar é inevitável. Se achas que eu interfiro na sua vida, indiretamente, desculpe-me, mas não tenho culpa. Passaram-se dois anos e meio, o suficiente para esquecer até mesmo o que houve naquele hospital, e esta decisão não é minha.

— Foi minha decisão esquecer de tudo então? — Entendo seu tom irônico.

— Não. Mas é decisão sua se esquece de todo o resto ou não.

— E se eu não quiser? — indaga, deixando-me confusa. No entanto, não consigo ser menos ríspida na resposta:

— Problema seu. Resolva-o.

— Estou tentando. Por isso estou aqui.

— Então não tente. Caleb, eu prefiro que você se retire, por favor. — Aponto para a porta, levantando-me do assento. Não consigo levar o diálogo adiante, sendo assim, prefiro pôr um fim nele. Ele me olha com receio e nada questiona; suspira, se levanta e caminha até a porta; e, à medida que ele o faz, eu o admiro, afinal, continua com uma beleza incontestável. Logo em seguida, ele volta o seu olhar para mim e sorri. Obviamente, não entendo o porquê dele sorrir, mas reviro os olhos.

— Acredito que voltaremos a nos encontrar. Tchau.

— Espero que não.

Assim que a porta se fecha, passo minhas mãos no rosto, questionando-me o que eu fiz para merecer isso, porquanto parte de mim está farta de estar nesse labirinto enfadonho que não me levará a lugar algum. Estou cansada de ser a mulher sofredora nesta história enquanto ele, Caleb, leva a vida como se nada tivesse acontecido. E, por mais que eu saiba que ele não tem culpa, é extremamente frustrante toda essa situação.

(...)

Caleb

Meia hora antes

Desde o momento em que Rebecca disse que eu estou agindo de maneira incomum, permaneço cogitando diversas coisas e, até o instante, não me vem nada a mente que possa me levar a estar com atitudes diferentes das habituais, quando, de repente, memoro a respeito de Yasmim e, de imediato, inicio uma discussão com o meu psiquê, porquanto ela é a única pessoa capaz de me deixar assim desde quando a vi no hospital.

Sem pensar direito, por impulso, saio do restaurante pela porta do fundo e vou até o estacionamento para pegar o carro e ir até a galeria. Na minha concepção, isso é a melhor coisa que posso fazer. Retirarei a minha curiosidade de quem nós éramos e acerca de como havíamos nos conhecido. Irei tirar minhas dúvidas e incertezas e, talvez, tudo possa voltar ao normal em meu relacionamento com Rebecca. Eu estarei normal.

Assim feito, ao chegar, adentro as portas, seguindo até a recepção, e peço à moça chamá-la, no que, quando esta retorna, avisa que eu posso subir.

Adentro o elevador e, ao sair dele, sigo ao escritório dela, que contém uma placa de identificação. Em seguida, dou uma leve batida na porta, claro, e ouço um "Pode entrar". Sendo assim, abro levemente a porta e falo um "Com licença", pondo o meu olhar e em seguida o resto do meu corpo.

— A vontade — profere, apontando para a cadeira a fim de que eu me assente.


— Obrigado — respondo.

— Por nada — responde e mexe em alguns papéis.

— O que o traz aqui, Caleb? — pergunta, e eu, sem pensar, respondo "Você", dando um duplo sentido, mas não foi intencional; o que a leva a parar o que faz e me encarar, cruzando os braços.

— Diga, então — responde.

— Seria muito incômodo te perguntar como foi que nos conhecemos? — Realmente desejo entender essa conexão que há entre nós.

— Você veio aqui para isso? — De certa forma, já esperava que ela me desse essa resposta.

— Sim, se não for pedir muito.
— falo.

— Por que não pergunta para sua irmã? — Minha irmã até que quis me contar e eu não permiti, porém não irei dizer isso a Yasmim.

— Queria ouvir de você, não dela — respondo.

— Mas, para quê? Você nem sequer irá se recordar mais, provavelmente. Acho que você deveria era se focar no agora.
— Você tem namorada, certo? Desculpe perguntar.

— Sim, eu tenho. —  Balanço a cabeca em negação. Não é constrangedor a sua pergunta, mas percebo que tentar dialogar com ela está quase impossível, pois ela rebate as minhas falas de todas as maneiras possíveis.

— Qual o nome dela? — Considero sua curiosidade, ao questionar-me isso, um pouco desnecessário, mas respondo:

— Rebecca. —Permaneço impaciente, pois parece que estou em um interrogatório no qual tenho culpa de absolutamente tudo.

— Aposto que, se ela soubesse quem eu sou e o que você veio fazer aqui, não iria gostar nem um pouco. — Nisso ela possui a razão.

— Sei disso, porém tenho estado incomodado. Yasmim, independente de lembrar ou não de você...

— Você não lembra. — Corrige-me duramente e eu seguro a irritação que me sobrevém.

— Certo. Mas independente disso, consegues influenciar na minha vida de uma forma absurda — digo, com sinceridade, afinal até a minha família ainda fala dela.

— Temos mantido o máximo de distância um do outro, apesar que moramos na mesma cidade e se esbarrar é inevitável. Se achas que eu interfiro na sua vida, indiretamente, desculpe-me, mas não tenho culpa. Passaram-se dois anos e meio, o suficiente para esquecer até mesmo o que houve naquele hospital, e esta decisão não é minha.

— Foi minha decisão esquecer de tudo então? — falo, com ironia.

— Não. Mas é decisão sua se esquece de todo o resto ou não.

— E se eu não quiser? — digo, propositalmente, para ver qual será a sua reação.

— Problema seu. Resolva-o — profere, com dureza.

— Estou tentando. Por isso estou aqui.

— Então não tente. Caleb, eu prefiro que você se retire, por favor. — Aponta para a porta, levantando-se do assento e eu suspiro, levantando-me também.
Miro-a, suspiro mais uma vez, e direciono-me até a porta, pois já devia saber que isso aconteceria, mas logo volteio o meu olhar para ela e involuntariamente esboço um sorriso, sarcástico, talvez, levando-a a revirar os olhos.

— Acredito que voltaremos a nos encontrar. Tchau.

Questiono-me o que eu vi nela que me encantou de sobremaneira para que eu tivesse me apaixonado, como todos dizem.

— Espero que não. — Posso ver a rigidez em seu olhar, mas, ao observar suas mãos, elas me parecem tensas.

Abro a porta e saio. Ao fechá-la, ainda segurando a maçaneta, encaro o chão, arrependido por ter estado aqui, visto que somente me deixou aborrecido e ainda mais confuso.

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