Ciúmes? - Capítulo 21
"Não sei como, mas, tudo que eu sei é que
Tudo o que eu preciso é você"
(Hollyn)
Yasmim
— Isso... — Caleb me puxa tão ferozmente que por pouco não sinto meu coração sair pela boca.
Sei o que ele pretende e para a minha sorte alguém interrompe.
— Yasmim? — Olho para o lado e Daianny nos encara com os olhos quase saltando para fora.
— Dai, que bom que você apareceu! —De imediato, puxo o meu braço, que ainda estava sob as mãos de Caleb, e me afasto rapidamente do nosso contato corporal, apressando os passos para perto dela.
— Interrompi algo que estava prestes a acontecer ou foi impressão minha? —Sussurra com os olhos semicerrados e os braços cruzados.
— Você me salvou — digo, suspirando.
— Então eu interrompi — responde com um certo tom de ironia.
Olho para Caleb e ele ainda não desvia seu olhar de mim. Para mim, seu semblante é de um homem insatisfeito e ao mesmo tempo não, quer dizer, não sei; é indecifrável a sua expressão facial, o que me deixa incomodada. Portanto, levo Daianny em direção a uma mesa vazia, assentando-me, e ela faz o mesmo.
— Cadê o resto do pessoal? Não estão na pista de dança — digo, olhando para os lados, procurando-os.
— Eles estão na cozinha do hotel agora. Lembra que eles irão vir com os alunos aqui? — diz.
— Ah, é mesmo! — digo.
— Mas parece que Caleb preferiu desfrutar da sua companhia, e talvez até dos seus lábios se eu não tivesse impedido. — Acena para um garçom que está a levar coquetéis numa bandeja.
— É, mas quando ele se dirigiu a mim todos estavam na pista de dança e alguns deles se embebedando, até. Não são tão rápidos assim e Joseph o chamaria.
— Obrigada. — Agradece o rapaz. — O chamaria se eu não dissesse que ele iria em seguida, já que eu os vi conversando tão seriamente — diz, dando uns goles, olhando para o "nada".
— Você o quê? Dai! — indago um pouco chateada. Bem que ela poderia ter me poupado de um diálogo incomodativo.
— O quê! — Faz-se inculpável. — Ele de alguma forma gosta de você. Mas eu sei que ele ainda é um homem compromissado. De acordo com os meus contatos, ela viajou para Dubai e vai ficar fora por um bom tempo. Eu acabei com a cena só pelo fato que talvez ele esteja tentando te usar, já que está carente.
— Dai, você é muito cara de pau. Quem são estes seus contatos? — Semicerro os olhos.
— Segredos do FBI. Não podem ser revelados — diz, sugando o resto da bebida. Observo suas expressões e elas são tão cômodas que chega a ser irritante.
— Não goza com a minha cara! É sério — digo.
— Já disse que é segredo de estado! Não me importuna — fala, desdenhando de minha pessoa.
— Você é a pior amiga! — digo, brincando lógico.
— Que nada! Sei que sou a melhor — diz.
— Convencida.
— Aí vem a turminha dos cozinheiros. — retruca, olhando em direção a eles, com um sorrisinho no rosto.
Encaro-os e percebo que Caleb não se encontra com eles. O pessoal é bastante amistoso para uns com os outros o que não deixa de ser impressionante, pois não é todo o dia que se ver colegas de trabalho serem extremamente cordiais entre si, como eles são.
— Meninas, cadê Caleb? — Joseph, pergunta para nós.
— Não sabemos. Ele não foi se juntar a vocês? — questiono, dando de ombros, até ouvir um som característico de vidro despedaçando pelo chão e pequenos brados de algumas pessoas.
Paft!
— O que foi isso? — Shia pergunta. Ele é muito atrevido em todos os aspectos e todas as vezes que me deparei com ele, sem os outros, desde que chegamos no hotel, fora necessário ser rude porque ele não parava de tentar flertar comigo. No fim, creio que já tenha se conformado.
Olhamos para o lado direito e visualizamos um indivíduo bêbado, derrubando tudo o que vê pela frente por cambalear em demasiado. Sinceramente, eu nunca o vi tão atordoado como agora. Caleb passou dos limites.
— Oh, meu Deus! Caleb. — Joseph fala, correndo em direção a ele com Shia e Stuart. Não demorei muito a gravar os nomes dos meninos e nem das meninas, aliás.
— Deixem-me! Eu sei andar sozinho —diz, estando ébrio.
— Cair você quer dizer? Vamos. Para quem dizia que não ia se embebedar está nota 0! — brada, Shia, arrastando Caleb até a mesa.
— Segura essa cadeira para a gente sentar esse homem — diz, Stuart.
— Meu Deus! Quantas você tomou em minutos? — pergunta, Joe. — Traz um café para essa coisa, Kristany.
— Ok — responde.
Eu observo tudo o que acontece sem muitas pretensões. Fora mui vergonhoso para todos nós a sua atitude impensada e louca de se embebedar. O pior é quando percebo que ele se levanta e se apoia em meu assento e sorri, deixando que o ar não seja livre do odor fétido de álcool que adentra as minhas narinas de uma maneira violenta e perturbadora a ponto de mim dar náuseas.
— Você! — Aponta para mim.
— E-eu? — questiono, assustada, com o corpo estendido para trás.
— É a pior coisa que me... — Nem completa por acabar vomitando em cima de mim. Não sei o que é pior, a halitose aparente pelo álcool ou o mau cheiro do vômito.
— O quê! — Encaro-me, boquiaberta, com os braços abertos e ouço risadas por todos os cantos, menos o pessoal com quem eu estou. Esses me fitam assustados e confusos.
Levanto-me em um pulo e dou um tapa no rosto de Caleb que logo tropeça em si e cai no chão colocando mais coisas para fora.
Isso não está acontecendo comigo! —digo em pensamento.
Saio com "mais de mil" do ambiente, bastante irritada. Sei que ele está bêbado e talvez nem se recorde de nada no dia seguinte, mas eu já sentia vontade de dar um soco nele bem antes, para ser mais exato. Nunca, em toda a minha vida, passei por tamanha humilhação e ela logo vem de quem eu menos esperava.
— Yasmim, espera! — Ouço Joe me chamar. Conheço a sua voz há distância. A boa amizade formada entre a gente proporcionou isso.
— Não quero saber de nada, Joseph! —grito, sem olhar para trás.
Paro em frente a porta do elevador e torço para que não tenha ninguém dentro dele, apesar que já me viram na situação deplorável em que me encontro. Logo percebo quando Joe se posiciona ao meu lado, porém nada diz.
Esperamos o elevador descer e quando abre, a minha infelicidade aparece. Pessoas saem do mesmo, olhando-me com cara de nojo. Entro tentando não me importar com isso e Joe me acompanha. Ao apertar o botão e as portas se fecharem, ficamos em silêncio por alguns segundos até que Joe o corta.
— Vocês se conhecem? — pergunta, com as mãos no bolso.
— Quem? — Faço-me de desentendida.
— Eu sei que você sabe do que e de quem estou falando. — Suspira, mas nada digo. — Qual a relação entre vocês dois? — insiste.
— Não importa, Joe. — Suspiro. — Eu não quero falar disso no momento. Eu só quero entrar na bendita suíte e me banhar — digo, um pouco angustiada. O odor que impregna minhas fossas nasais é péssimo.
— Tudo bem. Mas eu quero conversar com você de qualquer forma.
As portas do elevador se abrem e sigo rapidamente ao quarto. Joseph prontamente me segue.
— Vai me seguir mesmo? — pergunto.
— Mas é claro! — diz e sorri.
Chego à porta e passo o cartão senha. Logo que a mesma se abre, entro e Joe me encalça.
— Joe você não pode ficar aqui. O que vão pensar?
— Pode tomar seu banho que irei esperar bem... Aqui. — Se assenta na poltrona e põe os pés em um poof.
— Joe! — exclamo, espantada com sua tamanha ousadia.
— Vá tomar seu banho, madame, que eu quero conversar contigo — diz e eu ponho as mãos na cintura, balançando a cabeça em negação.
— Tudo bem — respondo e pego a minha mochila, que está próxima da cama.
— Quer ajuda? Você pode sujar suas roupas no seu estado atual — profere ao ver que irei pegar roupas limpas na mochila..
— Não. Eu consigo — digo, pegando o necessário, e mantendo uma boa distância do meu corpo.
Imediatamente, sigo ao banheiro, lavando-me da cabeça aos pés, pois, ao tirar a roupa, sujei meu cabelo e, quando termino de banhar-me, Joe brada pouco antes de eu abrir a porta, após estar vestida.
— Yasmim, as meninas vão aparecer logo, logo! Não quer que elas me vejam aqui, certo? — fala e, quando abro a porta, encaro-o séria.
— Joe, diz logo o que você quer falar comigo — indago, sentando na cama.
— Bem, sabe por quê eu te convidei né? — pergunta.
— Sei. Para que eu possa tentar esquecer os meus problemas e não ficar me lamentando pela morte de minha mãe.
— Parece que você não conseguiu se livrar tanto assim — diz, suspirando. —Yasmim, você é uma pessoa incrível e bastante admirável. Eu não sei o que exatamente aconteceu com vocês dois lá embaixo, mas tenta manter um clima agradável pela manhã. Sei que ele foi um grande babaca, mas releve o acontecido. Depois irei conversar com ele; não agora, claro, seu estado é lamentável. Caleb é uma boa pessoa e bastante responsável, apesar de sua vida amorosa estar um pouco crítica. Creio que esteja só um pouco tenso — diz.
— Deve ser... — respondo.
De repente, ficamos em silêncio quando ele se levanta do seu lugar e vem até mim, puxando-me para um abraço.
— Se precisar de qualquer coisa, avise-me, ok? — fala, acariciando meus cabelos com uma de suas mãos.
— Tens sido um bom amigo, Joe. Amo você — digo de forma carinhosa e amigável.
— Eu também te amo, morena — diz, sorrindo, e deposita um beijo em minha testa, até que escuto a maçaneta da porta se mover.
— Yasmim? Joseph? — Arregalo os olhos e vejo um quarteto de mulheres nos encarando com espanto. Percebo o porquê e abruptamente desfaço do meu abraço com Joe, e logo vejo um olhar triste de Dai.
— Não é o que vocês estão pensando! Somos bons amigos. — Joe se pronuncia e me encara.
— Lembre-se do que eu te disse. E, aliás, eu quero saber qual o vínculo entre vocês. Eu sei que tem algo que você não quis me contar.
— Esqueça isso — profiro. — Não é algo que desejo memorar.
—Okay, então. Fica bem — fala e sai por entre as "estátuas" na porta.
Ao fechá-la todas começam a me questionar.
(...)
— Dai, não pense errado. Realmente ele é como um irmão mais velho para mim — digo, segurando suas mãos.
— Talvez ele não pense de tal maneira — diz, com um semblante magoado.
— Posso te garantir que não. Você não o ouviu dizer que somos apenas amigos? Confia em mim. Ele só veio me perguntar acerca de Caleb e falar sobre o que houve mais cedo. Fique tranquila — digo e vejo que ela suspira aliviada. Não sei como ela conseguiu se apaixonar por ele.
(...)
Pelo amanhecer, faço as higienes matinais e vou para o refeitório do local. O café da manhã é realmente maravilhoso, mas infelizmente toda a minha degustação se parte ao ver Caleb entrando e se assentando em uma mesa próxima da minha. Claro que nem para mim ele olha; mesmo ébrio, ontem, deve ter a consciência do que ele fez.
— Hanna! Bom dia, amiga. — Daianny se achega, empolgada, e eu estreito os olhos.
— Bom-dia — respondo, com um olhar surpreso, vendo-a com um sorriso largo. — O que houve para você estar em tamanha felicidade? — questiono.
— Joe me convidou para um jantar hoje à noite — fala, empolgada.
— O quê? Como? — indago, surpresa.
— Foi ontem, depois que vocês foram dormir... Eu me levantei e quis sair um pouco, já que ainda estava aberto alguns estabelecimentos locais, e nisso acabei encontrando-o. Logo, ficamos conversando por um longo tempo e então ele me chamou para um jantar.
— Uau! — digo, sem muita empolgação.
— Nossa, Hanna. Podia ficar um pouco animada comigo — fala, baforando.
— Eu já te disse o que penso dele. Tantas escolhas e justamente ele você prefere. Joe pode até ser um doce e as vezes sarcástico por demais, porém repito o que já disse antes: Ele é um homem que já devia estar casado e se não casou ainda deve ser exatamente porque não se importa com compromissos sérios. Se eu estiver errada, pedirei perdão com prazer. Eu só não quero que você se magoe criando expectativas demais. Só isso, Dai.
— Hanna, sei que queres o meu bem, mas eu não sou mais uma criança. Eu preciso tentar e, se der errado, é porque não era para ser. Joe é um cara legal, compreensível, e talvez ele não tenha se casado ainda, pois não encontrou a pessoa certa. Tudo bem, eu senti ciúmes quando os vi abraçados, mas sei que não há nada — responde e eu apenas assinto. — Bom, vou passear por aí. Beijinhos. Tenha um bom desjejum — diz.
Enquanto alguns vão para o quiosque e outros para a piscina eu permaneço aqui mesmo, sentada, apreciando a paisagem pela janela de vidro.
Algum tempo depois, percebo que alguém se aproxima de mim enquanto estou a observar.
— Yasmim? — Ouço me chamar e eu respiro fundo para não estourar mais uma vez, porém quando eu miro, eu vejo uma outra pessoa indesejada: Jason. — O que fazes aqui? — pergunta.
— Eu é que pergunto — digo, extremamente surpresa, e ele sorri, com aquele sorrisinho de sempre. Cínico.
— Passeando e trabalhando também. E quanto a você?
— Não interessa — digo, bastante incomodada.
— Okay, então. Mas... Sabe, esse momento é um pouco familiar. Não é tão diferente da forma como conheci uma pessoa séria e bastante encantadora — Elogia-me, olhando para o lado, apoiando-se na mesa, e depois me encara.
— Só me deixe só, Jason. Não acabe com o meu dia — respondo e reviro os olhos, virando o rosto para o lado direito.
— Meu anjo... — Vira o meu rosto com sua mão. — Perdoe -me pelo que eu te fiz. Você é incrível demais e não merecia. Eu que sou um idiota.
— Pelo menos nisso você consegue ser verdadeiro. — Soo sarcástica e ele sorri de viés.
— Eu falo sério quando estou pedindo seu perdão pelo que eu te fiz. Fiz uma promessa a você e eu mesmo quebrei.
— Eu já o perdoei há muito tempo. Agora, se não se importa, eu quero ficar sozinha — digo.
— É desse jeito que você me perdoou? Expulsando-me?
— Eu estou sendo educada o suficiente para não bradar aqui mesmo — digo, entre os dentes. — Eu realmente preciso de um minuto, só um minuto de paz. É tão difícil assim? — questiona, aborrecida.
— Tudo bem, então. Se sou tamanho incômodo para você... — Escuto o afastar da cadeira. Muito de soslaio e vejo que ele se retira, fazendo-me suspirar fundo. Estou bastante angustiada.
Mas quando penso que terei minha tão sonhada paz, surge Caleb a me chamar. De todos, o que eu menos queria ver era ele.
— O que queres, Caleb? — digo, já me levantando.
— Perdoe-me por ontem.
— Hoje é o dia do perdão, é isso? — murmuro, pegando a minha bolsa, e rindo sarcasticamente.
Preciso me retirar daqui!
— Yasmim, por favor. — Segura o meu braço.
— Deixe-me, Caleb. — Tento ser educada.
— Podemos conversar, civilizadamente? Como adultos? —pergunta, olhando-me nos olhos. Eu o encaro e sinto um sentimento retornar e meu coração disparar a mais por um segundo.
— Eu... Eu preciso ir. Uma outra hora talvez — digo e busco me retirar o mais depressa possível, mas ele eleva a sua voz.
— No restaurante às 19:00h. — Encaro e assinto.
A minha vida já é um caos o suficiente. Não quero que fique pior, e, por mais que ele tenha feito o convite para jantarmos, não sei se comparecerei. Amanhã, graças a Deus, retorno as minhas atividades, pois é o que têm realmente aliviado a minha tensão.
Ao descer e seguir para a portaria, esbarro novamente com o infortúnio por nome Jason.
Ninguém merece.
De imediato, reviro os olhos. Cogito em voltar e tentar a sorte de encontrar algo que me deixe relaxada, mas, nessa hora, ele me segura pelo antebraço.
— Hanna, espera — fala de forma séria, num tom de voz mais rouco. — Será que podemos ter um diálogo por alguns minutos?
— Pouco provável — digo.
— Podemos? — insiste, sem tirar a sua mão de mim. Ia dizer que não, mas eu realmente quero saber o que ele tem para me dizer.
— Tudo bem — respondo.
— Vem comigo — diz, segurando a minha mão, porém logo a retiro. Ele me olha de viés, mas não profere coisa alguma.
Seguimos até um pequeno bosque, próximo da trilha que os hospedados fazem. Um hotel como esse dificilmente se encontra.
Nos assentamos num banco, próximo a uma fonte. O lugar é calmo e agradável à vista. No momento em que eu me concentro na paisagem, Jason abre a boca para falar algo que até tinha esquecido que ele se situa ao meu lado.
— Então, Hanna...
— Para você é Yasmim. — Interrompo-o.
— Yasmim. Bom, antes de mais nada eu gostaria de saber como andas. Eu....
— Estou bem, obrigada. — Adianto-me em respondê-lo.
— Eu fiz uma grande besteira em te trair, mas eu quero que me perdoe, de verdade, só isso. E fico feliz que tu tens sido bastante reconhecida pelo seu talento com a arte.
— Eu o perdôo. E obrigada que ficastes feliz. Espero que estejas indo bem no seu trabalho, também — respondo.
— Obrigado. Eu estou. — Suspira. — Sei que não gostaria de voltar à amizade comigo, mas eu gostaria de tentar. Ah! Eu fiquei sabendo do que houve com a sua mãe. Meus pêsames por isso. Eu realmente sinto muito, pois sei o quanto você a amava — diz, mas permaneço calada e somente ouço. —Não vai dizer nada? — fala, olhando para o chão, com os cotovelos apoiados nas pernas, e com as mãos cruzadas.
— Obrigada pelos sentimentos —respondo.
— Só isso? — pergunta.
— Não tenho mais nada para lhe dizer, Jason. Eu... Eu preciso ir agora — digo, levantando-me. Encaro-o por um instante e logo me despeço. Dessa vez, ele não vem atrás de mim e fico suavizada com isso.
Estou perturbada com tudo o que tem me acontecido. Reencontro Jason e Caleb ao mesmo tempo e isso é péssimo para mim. Um me traiu e o outro, atualmente, possui namorada. Um quer ser amigo meu novamente e o outro parece tentar me conquistar. Tudo está tão errado!
(...)
Caleb
Ganhei um esporro de Joseph, hoje pela manhã. Eu nem consigo acreditar que vomitei em Yasmim ontem. Realmente havia bebido para tentar relaxar, e acabei tomando mais doses do que deveria. Precisava pedi perdão a ela e ao pessoal também, pois agi como um tolo adolescente e, além disso, não deveria tentar beijá-la ontem à noite e muito menos ter deixado de fazer a visita à cozinha local. Ontem foi uma droga!
No entanto, fiquei bastante atenuado quando a sua amiga chegou e nos interrompeu, já que eu estava prestes a fazer uma bobagem que poderia acabar com o resto da minha relação com Rebecca e minha aproximação com Yasmim. Talvez eu esteja me sentindo carente demais, mas preciso suportar isso.
Decidi que iria falar com ela nesta manhã, mas nem isso deu certo; não exatamente. Ainda sim, eu estou disposto a tentar ter uma amizade com ela, mesmo que seja intrigante. O que eu espero é que ela vá ao restaurante e assim poderemos conversar.
Quanto a Rebecca, não tem me ligado desde que viajou, e, quando eu telefono, dá na caixa de mensagens, como sempre. Questiono-me como poderei eu esperá-la dessa maneira. Eu gosto bastante dela, no entanto não poderia dizer que realmente a amo, não ainda. Não quando a nossa relação está confusa e distante a cada dia que passa.
Desde que Yasmim surgiu mais uma vez em minha vida, tudo se tornou mais complicado e meu coração se turbou depois que ela disse todas aquelas palavras. Pondero o que seria da minha vida se eu não tivesse me acidentado e perdido parte das minhas memórias. Eu estaria, talvez, casado com ela neste exato momento e parte da minha história seria totalmente diferente. Contemplaria a mistura da minha arte com a sua. Porém isso me faria sentir mais completo? Indago comigo mesmo se tenho sido egoísta esse tempo inteiro e agora estou me enganando e enganando a quem gosto. Se viverei eu com saudades que me apertam o peito e com incertezas que me colocam numa posição acanhada e inconveniente. Se Yasmim é o meu inconveniente, e Rebecca, a minha saudade.
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