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Dois Lados Egoístas


Matthew Holkkins nunca foi exatamente o exemplo de lealdade, e por vezes colocava seu bem estar acima de absolutamente tudo. Era por isso que, mesmo fazendo parte daquela convenção a anos, ele a deixaria sem olhar para trás.

Essa briga por território entre bruxas e lobisomens nunca o agradou. Apesar de sua aparência de alguém de trinta e poucos, já havia vivido quase cem anos. Tempo o bastante para saber como guerras bestas acabam.

Aquela não estava sendo nem um pouco diferente das outras, com a excessão de ser travada por seres sobrenaturais, o que maximizava os danos.

Apesar de sua convenção ter diversos bruxos a sua disposição, sempre mandavam Matthew fazer o trabalho mais difícil. Ele era um feiticeiro fantástico, que foi adotado pelas bruxas por ter parentesco com as mesmas, mas acima de tudo por ter uma resistência acima do normal.

Isso vinha de seu pai, um zumbi de alma descarnada. Essas criaturas tem como características, a incrível habilidade de não morrerem mesmo perante ferimentos extremos. Eles também se curavam com uma agilidade impressionante, mesmo comparada com seres que contavam com um poder semelhante, como os vampiros.

Matthew não era um zumbi de alma descarnada, tinha sua alma bem presa ao corpo. Ainda assim ele herdou muito da habilidade do pai, sendo útil ao ponto das bruxas ignorarem o fato dele ser filho de uma lobisomem.

Justamente pelas origens de sua mãe, ele não tinha qualquer repulsa pelos lobos. Mesmo assim ali estava ele, carregando aquela guerra idiota nas costas.

Por que fazia isso? Bem, porque não se tratava apenas dele, seus primos também se viam presos naquela convenção servindo de marionetes para essa guerra irracional. Ele, sua prima Ruth e seu primo Saimon foram criados como irmãos, e Matthew não queria sair sem eles.

Saimon era sensato, sabia do problema da guerra e queria partir, porém Ruth não cedia. Não a culpava, afinal para uma bruxa sua convenção é sua família.

No fundo Matthew e Saimon esperavam que ao ver que estavam falando sério sobre partir, Ruth acabasse concordando em ir com os dois. Era por isso que a primeira parada durante a fuga noturna foi no quarto da feiticeira.

— O que vocês tem na mente? — a loira questionou, indignada e incrédula ao ver que seu irmão e seu primo realmente haviam aparecido ali de malas feitas e tudo.

— Senso de autoproteção. Você deveria experimentar um dia desses. — Matthew respondeu, seu sarcasmo habitual ganhando um tom mais rude devido a ansiedade que a tentativa de fuga causava.

— Só se com "senso de autopreservação" você queira dizer egoísmo. — Ruth rebateu então se virou para o irmão com um olhar de decepção. — Eu sei que eu não posso esperar esse tipo de devoção de alguém como Matt, mas imaginei que você valorizasse mais a sua família.

— E valorizo. — Saimon respondeu de forma direta, não por estar sendo levado a ter um comportamento rude devido a tensão do momento, mas sim porque sua natureza era de uma frieza emocional evidente.

Não que sua afirmação fosse mentira, o bruxo era um homem de valores invejáveis e se esquivava com maestria de ceder a atos que julgava tão sujos. Ele era um homem frio, socialmente desajeitado fora de cenários formais e um tanto ríspido? Definitivamente, mas acima de tudo era alguém de lealdade inabalável.
Acontece que ele não tinha qualquer lealdade para com aquela convenção, já que diferente de Ruth, com sua fácil devoção a qualquer ideia de família, ou Matthew, com seu jeito irresponsável, ele nunca se envolveu verdadeiramente com aquela causa.

— Então é isso? — Ruth questionou em tom melancólico.

Matthew realmente queria poder continuar esperando por ela, mas Saimon não tinha sua força de regeneração, e sabia que embora sensato, seu primo não iria embora sem ao menos um dos dois.

Eles esperaram o anoitecer, quando os lobos corriam soltos. Era perigoso, mas ao menos as bruxas estariam distraídas. Não foi tão fácil ignorar o uivar dos lobos, visto que passaram os últimos meses os perseguindo, mas tudo bem. Eles já estavam próximos ao fim da floresta, onde ficava o covil de ambos os clãs. Os membros da convenção assim que entram são enfeitiçados, se tornando incapazes de sair por conta própria.

É, eles deveriam ter suspeitado que aquilo era uma seita.

Mas graças ao conhecimento de Saimon em línguas mortas, ele conseguiu achar uma forma para romperem o contrato que tinham com as bruxas e ultrapassar para fora da floresta sem permissão.

Já era possível sentir a liberdade e segurança, quando ouviram os disparos. Olhando para a escuridão da floresta, conseguiram identificar Hilda, a filha da mestre da convenção e a assassina mais fria que tinham.
A menina disparava pequenas esferas de luz contra eles, que ao encontro da pele causavam um queimar agonizante.

Saimon correu em criar um círculo de proteção, mas lutava para manter seu feitiço, sentia que cada gota de energia que usava estava sendo drenada. Foi quando Ruth, sangue do seu sangue, surgiu entre as árvores e se mostrou presente, deixando claro a causa de sua fraqueza.

— Eles fizeram algo com vocês! — a loira dizia, tentando justificar sua traição ao ver o olhar indignado que os dois lançaram a ela. — Estão hipnotizados, por isso querem abandonar nossa família.

— Essa não é a nossa família! — Saimon respondeu, antes de ter o resto de suas forças sugadas por Ruth, levando seu círculo de proteção a se desfazer.

Jogados ao chão perante a dor que as queimaduras causavam, e com suas forças roubadas por Ruth, ambos já se viam incapazes de reagir.
Mas mesmo assim os projéteis incandescentes não paravam.

— Eles já estão sobre controle! — Ruth gritava para Hilda, que parecia muito entretida com sua brincadeira de tortura.

— São traidores! — a adolescente sádica respondeu. — Saimon não serve de nada se não é leal a nós, já Matthew com certeza será mais leal se sentir bem na pele o custo de suas escolhas.

— Não pode fazer isso! — Ruth declarou, se colocando frente aos dois numa posição defensiva. Para seu azar porém, suas habilidades eram focadas em cura e defesa, o que definitivamente não era nada intimidante para a bruxa mais brutal do local, o que levou a adolescente a continuar avançado.

— Se quiser morrer com o seu irmão, vou honrar essa vontade. — a garota declarou com um sorriso irônico, enquanto se aproximava mais de Ruth, que desviou o olhar sem jeito e se afastou cabisbaixa.

Matthew estava prestes a sentir sua decepção e raiva contra Ruth ultrapassar qualquer barreira que ele um dia julgou inalcançáveis, até perceber que estava aos poucos sentindo a capacidade de se mover voltar, percebendo que a prima estava devolvendo sua energia .

Ainda com o corpo parecendo em chamas, ele percebeu que agora a maioria dos projéteis eram lançados em direção a Saimon, obviamente com a intenção de o torturar até a morte.

Embora sua indignação fosse grande, ele sabia que não tinha muito o que fazer, só lhe restava uma forma de salvar Saimon. Com as poucas forças que haviam voltado para seu corpo ainda drenado, Matthew pegou em seu bolso interno uma pequena caixa de madeira, de onde tirou um punhado de cinzas e as levou a boca.

Zumbis de alma descarnada tem uma fraqueza, uma das poucas formas conhecidas de os matar. Um crucifixo feito com madeira do carvalho das angústias, deve ser queimado quase por completo e então apagado com água benta e fortificado com um selo de contenção. As cinzas resultantes desse ritual, tornam os zumbis mortais enquanto estiver no corpo dos mesmos.

Mesmo não sendo um zumbi, as cinzas acabavam com sua imunidade, e ele ficaria fraco enquanto estivessem em seu organismo. Era um tiro no próprio pé, mas o que mais poderia fazer? Ele era valioso para as bruxas, era a única moeda de troca que tinha.

Ele se jogou na frente de Saimon, impedindo assim que Hilda o atacasse. Ela não poderia, não se ainda quisesse ter a chance de ter um soldado quase invencível.

Enquanto ajudava Saimon a se levantar e caminhava cuidadosamente, sem sair da frente de seu primo para se manter como escudo. Matthew começou a sentir suas forças voltando em maior ritmo, e o mesmo aconteceu com Saimon. Ruth os devolveu completamente suas energias, provavelmente temendo o que aconteceriam com os dois, estando fracos em uma floresta cheia de lobos, sem a regeneração de Matthew.

— Não é tarde para...— a loira tentou dizer, mas teve seu discurso sobre lealdade interrompido por Matthew.

— Você é masoquista ou o que? Você sempre faz isso, parece que ama se meter nos lugares mais tóxicos o possível. Não sei se está atrás de uma família ou de descobrir a Chernobyl 2.0! — Matthew começou a dizer, descarregando toda a sua frustração, enquanto Ruth apenas encarava os próprios sapatos de cabeça baixa, aceitando o sermão. — Por acaso os pais de vocês não te davam atenção é? Porque ou isso é carência afetiva ou é falta de rola, não é possível...

Em um ato que parecia fugir de sua natureza fria e recatada, Saimon socou o maxilar de Matthew e então recuperou a postura, como se nada tivesse acontecido e não tivesse feito o primo cair no chão com o choque da agressão inesperada.

— Já te disse isso em 1947 e espero não ter que repetir tão cedo...— ele começou a dizer enquanto estendia a mão para ajudar Matthew a se levantar. — Nunca desonre as nossas irmãs! — o porte alto e imponente de Saimon, junto a seus olhos azuis profundos e expressão completamente séria, fizeram Matthew lembrar do quanto aquele homem recatado e tenso a sua frente conseguia ser assustador quando queria.

— Certo, eu me exaltei.  — Matthew declarou, o que seria o mais próximo que Ruth conseguiria de um pedido de desculpas. — Ainda pode mostrar que eu estava errado e que você tem sim alguma noção....

— Você sabe que eu não vou. — Ruth respondeu de forma direta, mas estava claro que mesmo estando decidida, aquela escolha a estava partindo ao meio por dentro. — E então, qual é o plano?

— Vamos nos encontrar com o Oween no Canadá. — Matthew respondeu, aceitando a derrota em sua tentativa de convencer a mulher.

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