"Só não vem chorando para mim quando se tocar que está vazio por dentro".

- Simplesmente Acontece

Pov Katherine

Loucura, sem dúvidas essa é a palavra certa para descrever o que estou vivendo agora. Desde que anunciaram o elenco do filme, tudo mudou, minhas redes sociais não param, não posso sair na rua sem alguém pedindo um autógrafo ou tirando uma foto minha. Eu não fazia ideia do tamanho da repercussão que isso ia causa, antes mesmo do lançamento.

— Isso é incrível, o filme já está sendo um sucesso antes mesmo de começar as gravações, só por saberem que vocês estão juntos — Olivia comenta.

Desde que nossa foto quase se beijando vazou nas redes, viramos um dos assuntos mais falados do momento. Mas ninguém acredita que não estamos juntos.

— Daqui a uma semana vocês vão ter uma coletiva, bem que vocês poderiam assumir algo - ela sugere me deixando pasma.

— Quantas vezes vamos ter que falar que não estávamos se beijando? — Falo irritada.

— Mas poderiam, um romance passageiro talvez — reviro os olhos e levando indo buscar uma água pra mim.

— Achei, que odiava esse tipo de marketing, Olivia — dessa vez quem questiona é o Jason. Pelo menos alguém está ao meu lado. 

— E odeio, mas acho vocês lindos e quero que fiquem logo juntos — ela diz fazendo uma carinha fofa.

— Isso é uma ótima ideia — alguém diz atrás de mim, olho e é uma mulher de meia-idade, muito elegante — olá, meus queridos, eu sou a Aurora, sua chefe. — Comprimento ela.

— Senhora Ferrari, que prazer te ver aqui — Olivia levanta para falar com ela — esses são Jason Salvatore e Katherine Grey, nossos protagonistas.

— A ideia da senhorita Thompson é ótima, um namoro entre vocês iriam deixar os fãs loucos e eu quero que façam isso - ela simplesmente exige, mas não podem fazer isso, ou podem?

— Mas... — tento questionar, mas sou interrompida.

— Seja profissional, querida, seu trabalho exigir alguns sacrifícios.

— Ok, vamos fazer isso, mas não vou fingir namorar ninguém, vai ser apenas um beijo e pronto — olho pra ele de boca aberta, não acredito que ele aceitou isso.

— Para ficar mais realista, vocês vão sair e alguém vai fotografar vocês — eu preferia quando a Olivia dava as ordens. 

— Uma vez, apenas uma vez - Jason repete e ela comemora como se tivéssemos escolhas.

A reunião acaba e chamo ele para conversar. Eu acho isso um absurdo, fingir um relacionamento que não existe.

— Eu não sei se quero fazer isso — digo e ele me olha.

— Não se preocupa, isso é normal, somos um casal fictício e as pessoas, principalmente os fãs, criam uma fanfic na cabeça, tecnicamente só vamos dá um pouco de felicidade a eles, e mais uma foto para suas redes.

— Isso é errado, vamos estar mentindo — falo preocupada, eu sei que eles estão acostumados com essas coisas, mas eu não.

— Não vamos roubar Katherine, vamos apenas se beijar, não tem mal nisso — engulo seco, eu acho que a parte de beijar ele vai ser a pior, começo a balança minha perna mostrando meu estado ansioso, acho que desde que fui escalada para o papel estou assim, apavorada. E se não gostarem de mim, será se vou ser boa suficiente? Eu nunca fiz nada parecido na minha vida.

Ele liga para a irmã dele Mia e pede para encontrar a gente no Central Park, que é onde tudo vai acontecer. E vamos aproveitar e pedir para ela tirar, vai ser mais fácil do que algum deles. 

— Isso tudo é medo de me beijar, ou ansiedade, deve está querendo isso desde que me conheceu? — Ele pergunta quando me ver impaciente.

— O quê? Não, é.... eu não sei, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo — falo nervosa.

— Não fica assim, vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar — ele segura na minha mão que está gelada, me causando um arrepio. Meus olhos se encontram com os dele e por um instante eu esqueci que isso tudo não passa de uma mentira.

Descermos e vamos juntos até o Park. Quando avistamos a Mia, ficamos caminhando um pouco ao redor do lago onde tem alguns patos, as pessoas costumam alimentá-los aqui. Agradeço por não ter muita gente, eu ficaria morrendo de vergonha de beijar ele na frente dos outros. Nem sei como vou fazer isso nas gravações.

— Tudo bem? — Ele pergunta preocupado, nego, não sei se estou bem — você não precisa fazer isso, se não quiser.

— Não é isso, é que... não sei, é tudo muito novo pra mim.

— Vem comigo — ele segura na minha mão me acalmando um pouco — eu também não sou nenhum profissional nesse ramo, assim como você, eu comecei do nada, foi uma sorte, vamos se dizer assim, é meu segundo filme e um papel grande. Mas se tem uma coisa que eu já aprendi, é que de certa forma, nunca é apenas atuação. Como vou expressar meus sentimentos por alguém, se eu a odeio? Não estou dizendo que vamos se apaixonar, mas eu penso que, sempre tem um pouco de verdade. Posso estar errado, mas eu não sei se alguém conseguiria demostrar tanto sentimento, se não fosse verdade.

— Se fosse assim iríamos ter que se apaixonar e isso é algo que nunca vai acontecer, porque não ficaria com um caipira como você.

— Porque caipira? — Ele rir sem entender.

— Essas suas camisas quadriculadas, parece que vai trabalhar na roça, mas até que não ficam tão feias em você, mas não se ache, se fossem o Joseph Morgan, aí sim, ficariam perfeitas.

— Elas ficam ótimas em mim é prática, eu gosto.

— É, fica legalzinho, mas se você não gostar do caipira, posso continuar te chamando de mauricinho, não ligo.

— Não sou mauricinho — ele diz. 

— Sim, você é, olha esse cabelo todo arrumadinho — bagunço o cabelo dele. Como é bom irritar ele — mas voltando ao assunto, continuo achando isso errado, vamos enganar as pessoas e eu não sou boa com mentiras, a primeira pessoa que perguntar se é um namoro de mentirinha, eu vou começar a chorar e falar a verdade, por que não sei mentir, fico nervosa e começo a falar de mais, como agora, mas não que eu esteja agora, é qu... — antes que pudesse completar a frase, seus lábios se chocam contra os meus e no momento em que senti o sabor do seu beijo, meu coração disparou.

Demoro um pouco tentando processar tudo que está acontecendo e finalmente consigo retribuir o beijo, meus lábios se abrem e ele avança com a língua explorando cada parte da minha boca. Um momento depois já não tenho mais nenhum controle de mim, eu já beijei alguns garotos, mas sem dúvidas esse foi o melhor beijo que já dei na minha vida, difere de tudo que já fiz antes e isso me assusta, me assusta o fato de não conseguir me controlar quando estou perto dele.

Paramos o beijo para respirar e ficamos olhando um para o outro tentando recuperar o folego. Olhamos para a Mia e ela fala alguma coisa que não consigo entender.

— Eu acho que não deu certo, é melhor nós beijamos novamente só para garantir — antes que eu posso falar algo ele me beija novamente.

Suas mãos seguraram o meu rosto enquanto damos um beijo, seus dedos deslizando em meu cabelo. Meu coração batia forte em meu peito, pedindo para guardar cada detalhe daquele momento. Eu não acredito que estou beijando Jason Salvatore, é como se eu estivesse vivendo meu clichê adolescente.

— Agora acho que deu certo — falo quase sem folego, ainda olhando em seus olhos. Ele sorri de lado como se estivesse envergonhado, seu sorriso é lindo. E sem querer passo a mão em seu rosto tirando alguns fios de cabelo bagunçado.

— Você está bem? — Assinto para ele — acho que agora não vamos mais poder ficar brigando em público e vamos ter que andar de mãos dadas, fazer essas coisas de casais sabe. Mas vai ser só quando estivemos em público, porque isso é totalmente profissional — sorrio pra ele sem graça, apesar de saber que é tudo pelo filme, escutar isso me deixou triste.

Ele segura na minha mão e vamos até a Mia que está com minha irmã. Quando ela ficou sabendo que iriamos fazer isso, tivemos que ir buscar ela só para ver, "o beijo épico" palavras dela.

— Que beijo foi esse? — Mia pergunta me deixando envergonhada.

— Foi apenas encenação — respondo, mesmo sabendo que aquele beijo não teve nada de técnico, foi perfeito.

— E o segundo foi o quê? — A Mia parece minha irmã, ama envergonhar as pessoas.

— Achamos que você tivesse pedido para a gente se beijar novamente, porque não deu certo a foto, só por isso.

— A claro, foi um beijo técnico né?

— Sim, foi, e olhe o que você está falando na frente da minha irmã, ela é uma criança.

— Tadinha, aposto que nunca beijou na vida — ela diz e as duas riem. 

— Meu Deus, eu desisto de vocês duas — pego minha bolsa e saio andando na frente e elas correndo atrás de mim. Nunca pensei que seria capaz de fazer isso, parece ironia do destino, logo eu, a pessoa que mais odeia isso no mundo.

Hoje vai ter um jantar na casa da irmã mais velha deles e depois de horas elas conseguiram me convencer a ir. A Lizzie e a Mia já estão super amigas e tramando contra mim, e ela ficou sabendo que a irmã deles é uma dançarina famosa e me perturbou até eu aceitar.

— Onde ela mora? — Pergunto.

— No Brooklyn.

— Sério? — Jurava que ela morava no Upper West Side, como eles.

— Sim, porquê?

— Não, nada, eu moro lá também - respondo.

Pov Jason

Que beijo foi esse? Ela é linda, brava, a pessoa mais honesta que já conheci, isso é uma das coisas que mais me encanta nas pessoas, corajosa e agora isso, seu beijo é perfeito, delicado, confesso que não queria largar seus lábios, mas precisávamos respirar. 

Deixo ela conversando com as meninas, enquanto vamos para casa da Emma e acabo lembrando da Nicole. Saímos algumas vezes para conversar e da última vez ela acabou se declarando pra mim, disse novamente que estava arrependida e pediu uma outra chance. Eu falei que não era possível e ela deduziu ter outra pessoa no meio, eu não confirmei e nem neguei, tenho medo dela está me enganando novamente, queria um jeito de provar que ela está falando a verdade. Então depois que tirei a foto beijando a Katherine, eu tive a ideia de pedir a ela para fingir estar realmente namorando comigo, assim iria fazer a Nicole achar que me perdeu de verdade e se realmente for verdade, ela vai lutar para me conquistar novamente e vou poder ver se ela está falando a verdade ou não.

— Está afim de conversar um pouco  ates de entramos? — chamo ela.

— Tudo bem? — ela pergunta me analisando.

— Sim, só queria dá uma volta — respondo enquanto caminhamos pelas ruas do Brooklyn.

— Não parece.

— É que, tem uma pessoa que me magoou muito e agora está falando que se arrependeu e eu não sei se é verdade — resolvo ser sincero com ela.

— Sua namorada? — Pergunto.

— Ex, namoramos por quase um ano, mas eu a peguei me traindo e agora ela voltou falando que se arrependeu e que queria uma segunda chance.

— Você vai dar? 

— Não sei, não sei se é realmente verdade, depois que ela viu esses rumores da gente, ela veio chorando, ela acha que é realmente verdade.

— Tem gente que só dá valor quando perde, talvez ela esteja realmente arrependida.

— Eu vou ser sincero com você, eu ainda gosto dela — digo — eu queria te pedir uma coisa — ela me olha esperando eu continuar a falar — queria pedir para manter esse nosso relacionamento de mentirinha por um tempo, se ela realmente gosta de mim, ela vai lutar e aí vou saber se é verdade, caso contrário ela vai desistir.

— Eu... eu não sei -ela gagueja, sei que estou pedindo demais, mais é o único jeito. 

— Por favor — imploro, ela hesitar um pouco, mas logo concorda. 

— Eu não vou te beijar, não vou fazer nada, no máximo acompanhar você nós eventos que sou obrigada por causa do filme e vamos contar a verdade para nossas famílias, não vou mentir pra eles.

— Obrigado, obrigado — comemoro girando ela no ar. 

— Já pode me saltar e vai ser por pouco tempo, um mês, se ela não se declarar está tudo acabado — concordo — agora me solta, seu caipira.

— Você não consegue ser fofa, nem por dez minutos seguidos?

— Não, principalmente com você, não sei se lembra, eu te odeio.

— Ótimo, porque eu também te odeio — digo e me surpreendo com ela puxando meu cabelo — se você queria um beijo selvagem, era pra ter me pedido.

— Eu odeio mais e você me dá nojo, nem queria te beijar - ela sorrir.

— Não, eu odeio mais e eu que não queria beijar você — me aproximo dela.

— Prove — ela fala quase em sussurros. Coloco minha mão em sua cintura e puxo ela para perto de mim quase encostando nossos rosto. Cada nervo do meu corpo dispara de uma só vez, suas mãos vão para meu peito, ela sorrir e não consigo provar que a odeio, porque é impossível odiar esse sorriso.