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Sorrir Para Sempre?

Magno relaxou as costas na poltrona, o canto dos olhos viajando sobre a figura da ruiva que se ajoelhava perante a estante de livros. Ele insistiu que não era necessário arrumá-los, contudo a mulher persistiu nessa tarefa, seguindo algumas reclamações sobre como o homem era desleixado com suas coleções de longa data, era como se ele a tivesse obrigado a trabalhar e ela reclamasse sobre tudo de minuto em minuto, no entanto, ironicamente, o cavalheiro deu risadas baixas com o aborrecimento incompreensível de sua dama, absorvendo aquela deliciosa expressão de bravura que se desmanchava em seu olhar de amazona. A mulher estava ainda mais bela naquela manhã do que ele se lembrava, as madeixas alaranjadas espalhadas em cascatas por suas costas enquanto a mulher seguia com seus murmúrios cortantes de irritação, ela quase se levantou para golpear o rosto de seu homem quando o notou rindo suavemente por suas costas, mas depois de notar que em seu olhar não havia qualquer ar de zombamento, a mulher somente soltou uma gargalhada leve e tapeou o seu braço antes de partir para a cozinha na intenção de preparar para ambos um chá como sempre fazia.

Rosalyn servia as duas xícaras e sentava-se em frente ao cavalheiro ao lado da janela, o vento de Outono barrado pelo vidro transparente, aquecendo dentro de sua casa de madeira com um ar pesado de calor, era quente na casa, mas do lado de fora era frio e arrepiante, então como uma gostava muito do ar frio enquanto o outro gostava do ar abafado, ambos jogavam uma aposta antes de ser debatido o destino da janela, que após as costumeiras três rodadas de baralho, fora aberta, e as cartas, guardadas, o casal imediatamente retirou uma nova atividade individual para terminarem o que sobrava na chaleira. A mulher pegou um bordado e o prosseguiu, enquanto o homem puxou do seu lado um grande álbum de muitas folhas, pondo-o sobre a mesinha entre eles e recomeçando um novo desenho para incluir entre os demais.

Ele fitou com clareza os olhos azuis de sua mulher, as safiras cintilantes e impenetráveis, brilhando como lâminas acabadas por sair da brasa, ele apreciou aquele fogo de suas iríses, que de tão valentes pareciam vermelhas invés de azuis, e ele decorou cada fio que escapava-lhe a trança mal-feita antes de a mulher sentar-se com ele. Os cantos das bochechas possuíam covinhas fundas e incômodas à moça, tanto quanto lhe eram incômodos os tamanhos dos pés, que de tão miúdos não a cabiam as botinas de jovens adultas de sua idade, a jovem dama envergonhando-se em ter de comprar sapatos para moças mais jovens ou gastar mais de seu dinheiro para que fossem feitos à medidas, Magno nunca disse, mas seus pezinhos eram encantadores. Pareciam os de uma fada e eram condizentes ao resto do tom de sua pele. Por caminhar muito descalça na grama úmida dos jardim, Magno precisava dispor carinhos e cuidados muito exagerados sobre a delicadeza daqueles membros, uma vez que ele não queria vê-los endurecidos e mal-tratados, então, no final das contas, o culpado daquela maciez e finura adorável era o próprio cavalheiro que se dispunha orgulhosamente a tratá-los com a adoração que os nutria. E apesar disso, ainda era como se ela não notasse a sua paixão cega por cada membro que a envolvia.

Magno nunca falava nada, raramente um "eu te amo" vinha de seus lábios e comumente declarações mais discretas eram dirigidas à moça, falas altas sobre elogios à aparência e sussurros quietos à ponta de seus ouvidos, tão focalizados em metáforas apaixonantes que, por vezes, ela mesma acreditava ser dona de poderes sobrenaturais capazes de despertar a alegria de seus arredores.

Rosalyn amava flores, e ele amava isso nela, se pudesse dizer, amava tudo nela, gostaria de declarar isso todos os dias, gostaria de confidenciá-la esse fato sempre antes de dormir, todavia, quando a lua subia e as estrelas começavam a brilhar era a hora da separação, quando Rosalyn retirava-se para o seu quarto, tímida e silenciosamente com arrepios de medo ao receber os olhares do outro. Ela tentava não focar em como ele a olhava quando chegava a noite, pensava em todas as luxuosidades que poderiam passar na mente do homem, entretanto, o que sempre ouvia dele era que ela se igualava à uma deusa do luar, brilhando incomparavelmente às estrelas e sobrevoando todas as alturas do infinito. Ela podia pôr nas mãos todo o universo daquele homem e o trataria bem apesar de tudo. Ela sorriria para ele como um anjo que a tudo perdoa, o ensinaria o melhor das pessoas e o declararia as mais sutis belezas que a natureza podia oferecer, ela tinha aquela visão admiradora que o faltava, ela tinha fé sobre o legado desse mundo e sobre os céus e as terras, o coração dela expressava amor, expressava carinho ao ambiente, e o coração dele apenas feriu todos que um dia conheceu.

Seu coração infeliz nunca salvou, nunca admirou e nunca alegrou nada ou ninguém, seu coração jamais despertou um sorriso e apenas deixou rastros de fúria e angústia por onde passou, era um coração sem esperança e sem força, um coração de desdém e fraqueza, seu coração jamais a seguraria eternamente, contudo ele estaria agarrado nela por toda vida.

Era isso que ele temia.

Rosalyn era assustadora.

Segurá-la era uma sentença. Um suicídio. E amá-la como ele amava era ainda pior. Magno nunca amaria ninguém como a amou ou encontraria melhor que ela, Rosalyn era única, amável e perfeita, ela sorriu quando todos choraram em sua presença e ela permaneceu quando ninguém mais ficou. Ela foi como uma luz o mudando de dia em dia, transformando a sua própria existência na dele não como uma vantagem estratégica, mas como uma necessidade, uma felicidade há muito não experienciada e viciante.

Magno se lamentava agora cada vez que a encarava, olhos celestiais, cabelos de fogo, presença acalorada como a de lâminas saídas da brasa e curvas estreitas de uma ponta afiada no queixo de seu rosto sereno, ocupado em observar o movimento de seus dedos sobre cada linha que passava o bordado, ela criava lá uma flor, da mais bela que ele já vira. Ela a criava, uma flor inexistente que agora apenas ele conhecia, seus olhos piscavam em intervalos mais longos, e lágrimas escorriam por sua demora em cada piscada, os dedos dele tremeram e aceleraram, a alegria exitante invadindo seus sentidos ao observá-la, os lábios meio avermelhados por um corte sendo agarrados pelos dentes superiores em sua concentração, ele absorveu toda essa presença poderosa, transpassou-a ao papel e apaixonou-se por sua imagem novamente. Uma mulher de grande intensidade, que apenas costurando um bordado aparentava-se como uma deusa a praticar dos maiores segredos do mundo, a habilidade dos dedos trançando cada fio como se o fizesse com as próprias mechas do cabelo. Ele inspirou aquele ar, pois prendeu a respiração há muito tempo, os dedos dele se moviam contra sua vontade, capturavam a presença dela e não paravam mais, até que o olhar flamejante foi dirigido a ele com um sorriso zombeteiro no canto dos lábios.

- O que estás fazendo?

Ele não respondeu, afinal, estava distraído com o sorriso mais genuíno e dócil que ela o deu, inclinando-se contra a mesinha para fitar sua imagem em riscos de lápis. Não era sua melhor arte, contudo, Rosalyn já sabia que ele faria um desenho dela novamente, desde que era o que ele sempre fazia quando sentava perto dela e pegava o caderno, e como sempre, ela sorriu apreciadamente, encantadoramente.

Ele pensou o quão ruim seria se até esse sorriso ele fosse capaz de destruir, e sem que pudesse segurar a força dessa tristeza, as lágrimas, enfim, escorreram, e ele chorou, chorou muito na frente dela, e assustada, a ruiva apenas o segurou subitamente, em silêncio, acostumada com o choro repentino e inexplicável, pacientemente cedendo um pouco de seu conforto e sentando-se sobre os joelhos do cavalheiro enquanto o abraçava pelo pescoço e enterrava o rosto contra seu ombro, Magno a segurou pelas costas com os dois braços, o lápis fora solto e a infelicidade pesou mais forte dessa vez, forte demais para que as lágrimas não piorassem. Ele a agarrou como se agarrasse à sua própria vida sobre um penhasco alto, e sussurrando, tentou explicar a razão de tal explosão:

- Tu podes sorrir pra sempre?

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