Noites de Sonhos
Naquela manhã, Rosalyn correu alegremente pelo jardim, ela brincou, ela rodou, ela dançou, ela riu até o céu desabar em uma forte tempestade.
Magno, antes de saírem, a avisou que não corresse para longe ou que o fizesse persegui-la nos arredores da floresta, contudo, tal como ele esperava, a ruiva fez tudo ao contrário, e assim que ele se viu ocupado em retirar um pote de geleia da cesta de piquenique, a jovem moça logo arrancou os sapatos de seus pés, discretamente como se fosse apenas para ficar sentada sobre a toalha quadriculada, e assim que ele virou o rosto por um momento, a mulher levantou-se e correu subitamente.
Sem motivo. Sem presságio para que ocorresse.
A mulher fugiu sem antecipações, e antes que pudesse se levantar, já era tarde. Os pés de porcelana pisoteavam a grama úmida e acabavam-se em uma lama escura que o agonizou, sua adorável dama jogou-se contra as folhas do Outono, brincou sobre o sedentarismo sofrido de seu cavalheiro e aproveitou as vantagens de ser atlética e ativa, porém mesmo com isso, Magno a venceu, na única estratégia em pegá-la de surpresa no momento em que a ruiva o perdeu de vista e desistiu de sua corrida. Ele se espreitou pelas folhas e agarrou-a como um prêmio, segurou-a pelas costas e a abraçou com força, erguendo-a do chão e despertando-a as deliciosas gargalhadas.
Ah, ele amava aquelas gargalhadas.
Entretanto elas lhe custuram pés sujos de lama, que assim ao chegarem em casa, o cavalheiro carregando os sapatos da dama durante o trajeto, eles foram encaminhados ao quarto da mulher, onde um balde já os esperava com água e sabão enquanto duas cadeiras já estavam posicionadas na frente da janela.
A mansão atendida por muitos empregados pareceu vazia depois que Magno e Rosalyn entraram no quarto, ninguém mais foi permitido a se aproximar ou a interrompê-los, e um silêncio prazeroso se formou. Magno chamou os pés limpos da dama ao seu colo, ambos já sentados em suas cadeiras, e embora a noite brilhasse lá fora, um abajur fraco iluminava a visão do cavalheiro, que em sua atividade, pegou um dos pés da senhorita com toda suavidade e passou sobre ele um creme de cheiro frutal, ele não lembrava de que fruta era, porém, sabia que não fora o único a ser passado e logo ele já infiltrava mais outros cremes entre os dedos da mulher.
Uma massagem iniciou, como vinha a ocorrer nesses casos. Rosalyn sentiu-se tensa com a intimidade, reconhecendo a finura e a leveza de seu vestido enquanto observava reflexivamente ao seu próprio amor apenas de colete e blusa, nada de casacos pesados e cansativos, ele estava mais aberto a ela, e Rosalyn embebedava-se com aquela visão. Não era a primeira vez ou a segunda, não era a terceira ou a quarta, mas já foram tantas e ela não lembrava de nenhuma. Sempre que ele massagiasse seus pés dessa forma, um arrepio subiria por toda perna, um choque começaria na virilha e, assim, ela estaria excitada. Sempre excitada e nunca satisfeita. Magno não era cego ou ingênuo, mas ele se negava a deitar com ela enquanto não a fizesse sua esposa, ainda, Rosalyn se perguntou porque ele gostava tanto de provocá-la.
A maneira como massagiava soava estratégica e inteligente, a mão dele não pesava ou era muito forte, seus dedos eram hábeis e finos como os de uma moça, mas eram grandes e pouco retos. Sua mão não era bonita, era imensa em ondulações, no entanto, Rosalyn concentrava-se em seu tamanho e no quão habilidosas elas eram, além de seu dono, encantador e muito meigo, ser aquele homem que, embora mergulhado numa depressão, era como um belo elfo da natureza, incomparável e suave, de cabelos ônix como o céu do universo e pele empalidecida como a neve, embora às olheiras infelizes e os maus hábitos ainda se fizessem presentes no ser que o envolvia, Rosalyn não conseguia enxergar as fissuras de sua aparência, ela apenas enxergava tudo de bom que ele era capaz de fazer, como era adorável ao ensiná-la o básico de pinturas à quadro e como era talentoso em todo esse meio da arte, ela amava como ele perderia o dia inteiro preso em um livro e o comentaria de forma a parecer um profissional no final da tarde. Ela amava como ele dividia sua perspectiva com ela, como a permitia falar e calava aos seus amigos sempre que sua dama tinha algo a dizer, ele jamais deixava que alguém a desrespeitasse perante sua presença ou ausência, ele a contava sobre o mundo e a levava para viajar, e como se não bastasse, ele a provocava. Sutilmente. Cuidadosamente.
Fazia-se de um doce inocente e disfarçava as intenções maliciosas, a causava cócegas onde ele sabia que ela sentia e aprendeu, depois de muito tempo, os locais de sua delicadeza nervosa, os lugares em que ela contorceria-se discretamente e morderia os lábios por vezes.
Claro, ele também não dizia, mas a intensidade dessas ações o excitava igualmente. Não apenas por tocar pele à pele uma parte da jovem senhorita, mas por ver suas reações. Nas primeiras vezes, fora ousadia sua, porém, quando ela pareceu aprovar as suas ações, ele as continuou por vários meses, massageou e tocou por mais tempo, subiu aos seus tornozelos e voltou, e como apenas uma breve mensagem, olhou-a com desejo e afastou-se. Rosalyn, para reaproximá-los, ousou também. As mordidas nos lábios foram muito frequentes, e liberada em sua intimidade estranha, a mulher suspirou algumas vezes com o carinho nas pontas dos dedos, inspirando e fechando os olhos de prazer, despertando ainda mais a atenção masculina, que pela primeira vez saía de suas mãos e agora se concentravam em seus pés.
Uma sensação latejante também o incomodou em pouco tempo, apenas por ouvir os suspiros e ver as mordidinhas de lábios. Ela se debruçava às vezes, antes de visitá-lo, ou de recebê-lo, lavava os pés e vestia um dos bons vestidos, mudando-os um tempo depois pela fina camisola, que ao estender o seu pé, erguia parte de sua barra e puxava a visão de sua panturrilha. O movimento de pouco levantamento o fascinava, a vontade de passar as mãos por todo o membro o pegando de surpresa, mas nunca o incorporando.
Não antes daquele dia, em que, durante a massagem, as mãos subiram um pouco mais além do tornozelo e apertaram a panturrilha bem tratada.
A dona do membro mordeu os lábios novamente, dessa vez segurando um quase gemido que a escapou e se transformou em um grunhindo silencioso. Magno não percebeu isso, seu toque veio menos intenso, a respiração pesando depois que o conhecido sentimento de excitação retornou. Ele trouxe o pezinho de porcelana aos lábios e beijou os dedinhos, o leve puxão do membro fez a sua portadora deitar-se mais sobre a própria cadeira e puxar ainda mais o vestido para cima, até as coxas torneadas estarem visíveis e quase à altura do toque de seu Magno.
Ele apenas precisava estender a palma nua ali, e beijar um pouco mais em cima...
O rosto dela corou de vergonha e ansiedade, os seus suspiros aumentaram e Rosalyn quase implorou o carinho desejado com todas as letras.
"Beije apenas um pouco mais alto..."
Seria demais, mesmo para a intimidade deles.
Porém, depois que um gemido perceptível não foi segurado por sentir que a pontinha da língua de seu cavalheiro começava a invadir os beijos, Rosalyn percebeu que a intimidade deles era mais que o suficiente e sua vergonha era pequena demais para mover seu raciocínio com sucesso.
— Eu gosto da massagem.
Ela disse quase sem ar, chamando a atenção de Magno para o resto de seu corpo.
Rosalyn estava debruçada na cadeira, o rosto vermelho e o decote de sua camisola à mostra pelo hobbie prateado aberto, as pernas estavam um tanto levantadas, ela mesma as estava levantando e inclinando, mordendo os lábios com os sons gostosos de se ouvir. Ele amava. Ele queria mais disso. Queria escorregar a mão por toda sua panturrilha e coxa, e assim o fez. Queria invadir o mistério sob a camisola, e assim o fez. Queria acariciar a pele quente, subir e descer com sua palma fluidamente por sua lateral, sem que nem se aproximasse de onde ela o queria.
Ele fez tudo que surgiu em sua mente. Fez tudo o que quis. O maravilhoso sentimento de liberdade tomando conta de seu corpo repentinamente. Era o mais longe que já fora com uma mulher, e embora entendesse os pontos de sensibilidade da anatomia, ele não compreendia quaisquer uma delas na prática. Eram apenas informações empilhadas inutilmente em seu cérebro, antes que de tudo surgisse em sua cabeça naquele momento. Ele corou avermelhado pela veracidade dos pensamentos, quase recuou com o errático racional que o enfrentou, todavia, mais uma vez, foi ela a segurá-lo no lugar, levantando-se por toda da cadeira, o corpo repentinamente longe demais do dele, para que retornasse às suas mãos desnudo da camisola.
Magno quase não aguentou de emoção, e Rosalyn temeu ter sido apressada, retirando a camisola e atirando-a no chão depois, somente buscando o hobbie em um breve reflexo de hesitação, quando o medo da rejeição surgiu para incomodar a sua mente. Ela sentou-se novamente, pernas bem fechadas e o olhar desviado. Magno continuou encarando, boquiaberto. Chocado e sem ação. Seu raciocínio fugiu novamente, e não havia mais como voltar. Seus movimentos trêmulos foram se ajoelhar perante ela, como uma rainha em seu trono, sendo implorada por um mero plebeu que nada tinha a oferecê-la, antes que as pontas dos dedos arrastassem devagar ao longo da perna novamente.
Rosalyn arrepiou-se um pouco com o consentimento e não conseguiu prestar atenção às ações do homem.
Ele tocou aquela perna com toda a adoração, acariciou seu quadril mais uma vez, para cima e para baixo repetidamente, imparável, e sem que ele mesmo cogitasse a ideia, sua mão ousada tocou o interno das coxas apertadas, que sobre a mensagem do intruso entre elas, tensionaram ainda mais uma contra a outra, se abraçando desencorajadoramente com os movimentos a seguir.
Felizmente, para Rosalyn, ele não hesitou com seu movimento impulsivo. Ele tocou a sua pérola da forma que ela queria, a sensação arrepiou, a sensação a excitou, a sensação a cegou e, impulsivamente, como tudo que têm feito, ela abriu um pouco mais a passagem, e mais, e mais, e mais.
Suas pernas encaixaram a cabeça de Magno em algum momento e seus gemidos verberaram pelo quarto. Ela não soube como chegaram a isso, seus pensamentos nublaram muito naquele momento ao encarar o teto dourado da mansão, rebolando contra o rosto masculino enquanto sentia a coisa úmida entrando entre as suas pernas, ela gritava, gemia, fechava os olhos e rebolava. Rebolava como não sabia ser capaz, e quando cansou do movimento incômodo, Magno segurou a sua forma contra ambas as mãos e fixou-a.
Sugou-a. A desfez no estímulo até o ápice alcançado. Foi doloroso e vergonhoso, a presença do líquido o impediu de continuar com algo mais, a calmaria do clímax atingindo a dama que escondeu-se no hobbie vergonhosamente, enquanto o homem recompôs-se e tentou arrumar os fios soltos do cabelo, emaranhado pela parceira em sua proximidade.
Ele deixou os produtos para que ela passasse sozinha, uma vez que não conseguia olhá-la depois do que fez. A vergonha apossou-se de ambos, eles viraram seus olhares para longe um do outro e tentaram ser casuais, desastrosamente casuais. Rosalyn ainda estava ofegante ao falar, e Magno virou as costas depois que a vergonha masculina estava muito aparente para ser escondida. No fim das contas, eles se separaram sem trocarem olhares.
Não.
Magno não podia olhá-la, apenas com o hobbie fechado e a camisola no chão. O rosto corado o lembraria dos feitos, a presença da mulher o faria desejar ainda mais e a sua nudez apenas o tentaria a continuar. Não havia nada a dizer, não havia nada a ser explicado ou debatido, eles fizeram o que queriam pela primeira vez, e fora apenas isso. Com um pouco de sorte ninguém ouviu, ninguém viu, ninguém soube, e com um pouco mais de sorte, talvez jamais tenha, realmente acontecido.
Ele quis fingir assim. Fingir que estava no passado. Que nunca existiu. Encontrou-a na manhã seguinte solenemente, agiu naturalmente, e como se tudo fosse um sonho, a mulher correspondeu sua cumplicidade, o sorriso disfarçando as longas horas sem sono enquanto a compostura do homem ocultava a masturbação na banheira assim que esteve sozinho em seus aposentos. Ambos foram cúmplices desse segredo, eles não falaram sobre isso novamente, viveram apenas uma noite de sonho e prosseguiram mais uma vez. Caminharam com novos sonhos sem que nunca os contasse a ninguém.
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