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𝐂apítulo único.

   

⠀⠀⠀Hayun estava na sala de estar, deitada sobre o carpete enquanto desenhava animadamente. A garotinha amava desenhar, e para uma criança de cinco aninhos ela demonstrava ter um certo talento para isso, apesar de que as vezes, ao invés da folha de papel sulfite branca ser sua tela, ela gostava de fazer suas artes em outros lugares, como as paredes da sala de estar, ou as paredes do seu próprio quarto. Hayun não entendia porque seu pai sempre lhe chamava a atenção quando ela decidia pintar as paredes, já que, para Hayun, aquelas paredes brancas pareciam um tanto sem vida.

Enquanto estava com os olhinhos fixos no desenho ⸺ este que agora ela coloria a grama verdinha, passando do traço que fez anteriormente com seu lápis de escrever das princesas ⸺ a pequena ouviu sons de passos pela sala, logo vendo seu pai se sentar no sofá logo atrás dela, apenas tentando espiar o que a pequena desenhava e se não havia sujado o carpete com alguma coisa.

⸺ papai, hoje na escola foi o dia das mamães. ⸺ ela disse enquanto ainda pintava o desenho, soltando o giz de cera verde e agora pegando um amarelo para pintar o sol. ⸺ minhas amigas contaram como os seus papais conheceram suas mamães, mas eu não sabia o que dizer... papai, como você conheceu a mamãe? ⸺ a pequena tirou os olhos do desenho, olhando para seu pai curiosa, este que deu sorriso leve a pequena.

⸺ é uma longa história, tem certeza que quer saber? ⸺ ela balançou a cabeça rapidamente, o que o fez rir pela empolgação da pequena. ⸺ está bem, foi a muito tempo atrás...

- 02 março de 2022

A garota andava furiosa pelos corredores da universidade, indo até a direção com passos bravos e suas mãos fechadas. Ela só não bateu em ninguém por medo de perder seu intercâmbio, já era a décima vez que ia a direção reclamar por xenofobia, mas eles sempre faziam pouco caso.

⸺ quero falar com a direção! Um assunto sério! ⸺ esbravejou, seu sotaque era tão forte que nitidamente você sabia exatamente de onde ela era.

⸺ o que foi agora Hadassa? ⸺ perguntou a secretaria com desdém.

⸺ mais um caso de xenofobia! Se vocês não resolverem isso vou até a embaixada brasileira reclamar! ⸺ reclamou batendo os pés, o que chamou a atenção de um garoto que estava sentado em uma cadeira esperando sua vez de ir até a direção. Ele tinha cortes pelo rosto e estava totalmente machucado depois de ter apanhado de alguns "valentões".

⸺ Hadassa, já falamos com você sobre isso, não podemos fazer nada.

⸺ nada? Não vou deixar vocês humilharem pessoas inocentes que só querem realizar seus sonhos, vocês deveriam acolher os estrangeiros! Não são um país de primeiro mundo? ⸺ ela falou tão rápido que até mesmo surpreendeu a secretaria.

⸺ se não quer ser deportada, volte a seus afazeres. Cuide da sua vida, e quem sabe terá um bom futuro.

⸺ pois eu prefiro ser deportada e lutar para defender quem não tem voz do que ficar com a bunda em uma cadeira o dia todo agindo como uma imbecil! ⸺ a secretaria olhou para a jovem furiosa, e se levantou do seu lugar bruscamente, no mesmo tempo em que o garoto que estava machucado se levantou e puxou a garota ficando na frente dela.

⸺ não se atreva a tocar nela. ⸺ Hadassa olhou para o garoto com uma careta, a garota então o empurrou ficando na frente dele.

⸺ pois venha e encoste em mim, eu volto pro Brasil mas sua cara de falsa fica sem um dente se quer! ⸺ Hadassa iria partir para cima da secretaria mas teve o infeliz azar de ser segurada pelo garoto que estava ali, lhe impedindo de fazer uma besteira.

⸺ deveria mesmo voltar para seu país imundo de terceiro mundo. Você está aqui tirando a vaga de um cidadão coreano, brasileiras vem para cá com um único propósito, vocês são vulgares.

⸺ você se acha superior? É só uma secretária inútil. Sabe, o Brasil tem uma coisa que aqui está em falta, e é a palavra respeito, não sei se uma pessoa com um conhecimento tão limitado com você conhece essa palavra. ⸺ Hadassa respondeu de maneira furiosa e sarcástica, se soltando do garoto que a segurava com uma força que nem mesmo ele sabia que aquela garota tinha.

Ela saiu da secretaria furiosa, pensando se desistiria do seu sonho e voltava para casa ou se continuava naquele inferno por mais tempo. Ao sair da secretaria, ela abraçou seu próprio corpo, olhando para o nada. Hadassa não tinha ninguém, mas sempre que via alguém precisando de ajuda, ela ajudava, independente do país, estado ou religião. Mas, quando ela precisava de ajuda, não tinha absolutamente ninguém.

hey, você está bem? ⸺ o garoto machucado que a segurou perguntou, Hadassa apenas assentiu, dando um sorriso leve.

⸺ já estou acostumada com isso... mas e você? Por que está assim? ⸺ perguntou parecendo preocupada, o rapaz era pouco mais alto do que ela, e estava com o rosto totalmente machucado, ele andava mancando e seu moletom estava um pouco sujo.

⸺ nada de mais, só alguns valentões...

⸺ como um rapaz do seu tamanho apanha de alguém? A maioria dos homens coreanos tem o meu tamanho! Um chute seu e eles caem como uma jaca podre. ⸺ o garoto riu baixinho, sem saber o que significava a palavra "jaca".

⸺ eu nem sou tão alto assim, e mesmo assim, não adiantaria muito. ⸺ falou timidamente, Hadassa andou até ele ficando frente a frente, o que o deixou nervoso pois nunca uma garota fez isso. Ela segurou o rosto dele com as mãos olhando-o em seus olhos.

⸺ eu vou te ensinar a se defender. Você me ajudou, então vou retribuir o favor e vou te ensinar a lutar!

⸺ mas eu não fiz...

shhhhh! A partir de agora você tem sua sensei, daqui uns meses ninguém mais vai machucar você assim novamente, e se eu ver alguém batendo em você, eu mesma arrebento a cara de seja quem for!

⸺ mas...

shhh. ⸺ ela colocou seu dedo indicador da sua outra mão sobre os lábios do garoto ⸺ ninguém merece sofrer qualquer tipo de humilhação ou agressão, vou ajudar você, aliás, garoto de rostinho fofo, qual o seu nome? ⸺ o rapaz acabou corando com o elogio que ela lhe deu, nunca haviam lhe dito algo assim.

⸺ Haknyeon. ⸺ ele respondeu, Hadassa segurou seu rosto com suas duas mãos, tentando se segurar para não apertar as bochechas fofas dele, que estavam machucadas.

⸺ ouça, Hakkie, ninguém mais vai tocar em você, entendeu?

⸺ sim. ⸺ respondeu com dificuldade, pois ela segurava seu rosto como se ele fosse um bebê.

⸺ ótimo! ⸺ ela soltou o rosto dele, porém, ainda ficou próxima a ele. ⸺ aliás me chamo Hadassa, se escreve "h a d a s s a", sou brasileira, tenho vinte e dois anos e.... ⸺ a garota falava sem parar, entretanto, Haknyeon não conseguia entender nada do que ela falava, ora por ela estar falando muito muito rápido, ora por estar simplesmente encantado com o jeitinho animado da garota.

- dias atuais

yah! A mamãe era muito brava? ⸺ perguntou Hayun, agora, com sua cabeça apoiada sobre suas pequenas mãozinhas, enquanto balançava suas pernas.

⸺ eu não diria brava, sua mãe era como uma onça brava e feroz, mas fofa. ⸺ Hayun riu por seu pai ter associado sua mãe a uma onça. ⸺ mas ela sempre fazia de tudo para ajudar quem precisava, ela quem me ensinou auto defesa.

wow! Papai, a mamãe sabia lutar? Ela era lutadora? Como uma princesa guerreira? ⸺ Haknyeon riu com o jeito empolgado da pequena, era exatamente como sua mãe, quando estava animada, falava tão rapidamente que mal era possível compreender.

⸺ exatamente, como uma princesa guerreira.

⸺ e quando vocês saíram juntos pela primeira vez? Foram aonde?

⸺ o nosso primeiro encontro demorou um pouquinho para acontecer, eu não tinha coragem de chamar sua mãe para sair.

⸺ o que aconteceu? ⸺ perguntou com os olhinhos brilhando, como um gatinho curioso.

⸺ bem, foi assim...

- 13 setembro de 2024

⸺ você precisa tomar coragem, e ir falar com ela! É só dizer: "então, sábado não teremos aula, eu estava pensando se poderíamos sair para comer alguma coisa juntos". É só isso, mais nada! ⸺ falou a si mesmo na porta da universidade, e nem reparou na garota parada atrás dele com uma careta em seu rosto.

⸺ está falando sozinho Hakkie? ⸺ Haknyeon gritou alto ao ver a garota atrás dele, ela segurava seus cadernos em mãos e tinha uma mochila nas costas, seus cabelos curtos em um tom de castanho escuro estavam soltos, em seu estado natural, um tanto ondulados, Haknyeon simplesmente amava o cabelo natural da jovem.

e-eu e-estava falando no telefone...

⸺ você... vai chamar alguém para sair? ⸺ ela tinha um certo tom de tristeza em sua voz, Haknyeon não soube o que dizer, ficou totalmente sem voz pois não tinha coragem ainda para lhe dizer a verdade. ⸺ espero que se divirta, Hakkie. ⸺ ela sorriu levemente, andando rapidamente até a universidade, Haknyeon correu até ela e ficou em sua frente, olhando fixamente para o rosto da menor.

⸺ você quer sair... c-comigo? ⸺ Hadassa ficou em silêncio, surpresa com o pedido do amigo, Haknyeon estava tão nervoso que os poucos minutos que a jovem ficou em silêncio pareciam uma eternidade.

⸺ claro. ⸺ respondeu dando um sorriso doce mostrando suas covinhas, Haknyeon amava aquele sorriso, fazia seu coração se derreter rapidamente, toda vez que a via sorrir daquele jeitinho seu dia se iluminava totalmente.

O dia do encontro finalmente chegou, Haknyeon estava tão nervoso que acordou bem cedinho para se programar certinho. Hadassa acabou por fazer a mesma coisa, entretanto, de uma maneira três vezes mais surtada. Ela passou a manhã toda pensando no que vestir, ligou para sua amiga do Brasil mandando fotos de todas as suas roupas no seu guarda roupa e perguntando qual ficaria melhor, pesquisou bastante sobre como funcionava os encontros com coreanos, assim como Haknyeon pesquisou sobre como funcionavam encontros com brasileiras, e ficou mais nervoso ainda por pensar que para Hadassa provavelmente teriam uma noite muito mais agitada do que apenas comer um lanchinho na esquina.

⸺ se eu soubesse que seria assim eu teria me preparado melhor... ela vai achar que sou um frouxo! ⸺ falou batendo sua própria cabeça contra a mesa de seu computador ⸺ e vou demorar tanto para conseguir namorar ela... o que diabos é isso de "ficar"? Será que já estamos ficando? ⸺ perguntou a si mesmo, ainda batendo sua cabeça contra a mesa ⸺ eu tenho que pedir ela para ficar comigo? Como se faz um pedido para ficar? E depois como vou saber se estamos namorando? Eu tenho que fazer outro pedido? Ah!!! Por que não pesquisei isso antes?! ⸺ choramingou olhando para a tela de seu computador, com a cabeça apoiada sobre a mesa. ⸺ só espero que ela não se afaste de mim depois...

Após ambos surtarem bastante, finalmente havia chegado a hora do encontro. Hadassa estava em seu apartamento que dividia com mais três jovens estrangeiras, elas eram simpáticas mas pouco se falavam. Hadassa ficou esperando do lado de fora do prédio pequeno, segurava apenas uma bolsa em sua mão, sentindo uma brisa fria tocar seus cabelos, ela se encolheu um pouquinho pelo frio, olhando para o céu já escuro, quando de repente, viu dois homens bêbados se aproximarem. Hadassa morava numa área mais pobre em Seul, fôra o máximo que conseguiu pagar com seu emprego de meio período em um café de gatinhos.

Ela fingiu que não os notou e que não havia ouvido as piadas sujas sobre seu corpo, Hadassa facilmente poderia acertar um soco neles, e certamente os derrubaria, porém, ela ainda precisava terminar seu intercâmbio, que faltava poucos anos para conclui-lo.

Entre as piadas sujas, os dois homens andaram até a jovem, ficando cada um de um lado dela.

⸺ você é estrangeira, não é? ⸺ perguntou um dos homens, colocando seu braço em volta do pescoço da jovem, que o retirou bruscamente olhando para o tal com toda a sua raiva.

⸺ não é da sua conta, agora se não quer parar dentro de uma ala hospitalar sugiro que sumam os dois daqui. ⸺ usou seu melhor tom de raiva, tentando se afastar de onde eles estavam, porém um deles a puxou pelo braço com força, segurando-a pelos braços. ⸺ é melhor me soltar!

⸺ você acha que é quem, sua vadia? Eu posso fazer o que eu quiser com você, ninguém vai me impedir.

⸺ veremos. ⸺ ela lhe deu apenas uma joelhada com força fazendo-o cair no chão de dor, o outro homem olhou para Hadassa com raiva, este olhar que foi retribuído pela jovem, ela estava pronta para bater naqueles dois se fosse necessário.

⸺ nem pense em tocar nela. ⸺ Hadassa se virou vendo Haknyeon atrás dela, naquele momento, ele não parecia nenhum pouco com o garotinho assustado que ela conheceu na diretoria da faculdade. Ele parecia furioso, Hadassa nunca o viu tão bravo quanto naquele momento.

⸺ sai fora daqui garoto, não se meta nisso. ⸺ Haknyeon se aproximou de Hadassa ficando em sua frente, a garota revirou os olhos cruzando os braços, não era como se ela não soubesse se defender.

⸺ Hakkie, deixa que eu resolvo isso. ⸺ ela falou cutucando as costas do maior, que a ignorou completamente.

⸺ encoste um dedo nela, que eu parto você ao meio. ⸺ falou entre os dentes, o outro homem se levantou do chão com dificuldade, este que, parecia mais bravo ainda.

⸺ por que está defendendo essa prostituta? Ela é só uma vadia. ⸺ Hadassa ficou indignada, Haknyeon percebeu que aquilo a afetou e foi até o homem que havia lhe dito aquilo acertando um soco no tal, que caiu sobre o chão com a boca sangrando.

⸺ Hakkie! ⸺ ela o chamou, pois não queria que ele se envolvesse em uma briga ainda mais por ela.

O homem se levantou do chão com a ajuda do amigo, e então os dois foram para cima do rapaz. Hadassa até tentou ajuda-lo mas Haknyeon sempre dava um jeito de afasta-la, não era como se ele estivesse perdendo a briga, já que Hadassa o ensinou exatamente como se defender ou atacar se necessário.

⸺ maldito dia que mandei ele ir a academia. ⸺ murmurou, quando se conheceram Hadassa era praticamente mais forte do que ele, mas já agora, era exatamente ao contrário.

A jovem não pensou duas vezes e correu para dentro do seu prédio, chamando o porteiro desesperadamente, ela falou tão rápido que ele se assustou pensando que alguém estava morrendo, e então correu até o lado de fora, logo chamando várias pessoas para tentar separar a briga.

Hadassa estava sentada do lado de fora da delegacia, já havia dado seu depoimento e as câmeras de segurança mostraram tudo o que aconteceu, e apesar de legitima defesa ela havia chutado um dos homens, certamente usariam isso contra ela, já que era estrangeira, estava em total desvantagem e sabia que seria expulsa para o Brasil.

A garota olhava para suas mãos em silêncio, quase querendo chorar por conta de toda aquela situação.

Ela estava tão quieta que nem reparou quando Haknyeon se sentou ao seu lado, ele nunca viu Hadassa tão quieta daquele jeito, ela sempre estava aprontando alguma ou fazendo alguma piadinha sem graça. Ele ficou em silêncio, pensando que talvez a culpa fosse sua por ter se descontrolado e batido naqueles homens, mas ele simplesmente não poderia deixar que falassem algo assim tão perverso a uma garota, ainda mais Hadassa.

⸺ me perdoe, eu estraguei nosso primeiro encontro. ⸺ falou o rapaz olhando para suas mãos, machucadas por ter batido o máximo que pode naqueles infelizes.

Hadassa apenas respirou fundo, sem dizer qualquer coisa ao rapaz. Ele passou suas mãos pelos cabelos nervosamente, Haknyeon também temia que Hadassa acabasse indo embora, ele não queria imaginar que teria que dizer adeus para ela, ainda mais se fosse para sempre, apesar de que, o Brasil ainda assim era um lugar que Haknyeon conseguiria ir para ve-la.

Depois de minutos, foram liberados, Haknyeon levou a jovem até seu próprio apartamento, já que, como ele era bem de vida, morava sozinho em uma área mais tranquila, e pensou que talvez fosse melhor para Hadassa passar a noite ali.

Durante o tempo todo até o apartamento dele, a jovem não disse uma palavra se quer, ficou quieta olhando para o nada pensativa, Haknyeon detestava ve-la assim, ele simplesmente não suportava ve-la mal.

Ao chegarem no apartamento dele, a jovem pôs as pantufas que estavam na entrada, olhando para cada cantinho do apartamento do rapaz, logo ficando cabisbaixa novamente, sentindo que iria chorar.

⸺ o que foi? ⸺ Haknyeon perguntou ao ver o semblante entristecido da menor.

⸺ eu não queria que você se machucasse por minha causa, nem que fosse a delegacia. ⸺ falou com voz de choro.

⸺ eu não iria deixar que falassem de você daquele jeito, e foram só uns arranhãozinhos. ⸺ Haknyeon tinha apenas um corte pequeno no canto de sua boca, e outro na bochecha, além dos machucados em suas mãos, mas isso já foi o suficiente para Hadassa se sentir mal.

⸺ você não deveria ter se metido! Eu poderia resolver isso! ⸺ exclamou olhando para ele com suas lágrimas caindo pelo seu rosto.

⸺ e eu iria deixar você bater neles para ser deportada? Eu não quero que você vá embora!

⸺ por que não?

porque eu te amo! ⸺ Hadassa ficou sem reação ao ouvir aquilo, assim como Haknyeon que só então se deu conta do que havia dito e ficou totalmente nervoso.

⸺ você... me ama? ⸺ a menor perguntou, vendo Haknyeon corar rapidamente.

⸺ sim, já faz tempo, muito tempo. Mas eu nunca tive coragem de dizer, tinha medo que você se afastasse... eu não consigo mais ficar longe de você, Hadassa. ⸺ admitiu abaixando sua cabeça, temendo que tivesse pulado a fase do "ficar" e acabasse assustando a jovem.

Hadassa foi até o rapaz puxando-o pela gola da camisa, e então, beijou os lábios carnudos do maior, como ela sempre sonhou em fazer, os lábios de Haknyeon eram macios e extremamente viciantes, o beijo dele era tão bom que realmente parecia uma dose do paraíso. As mãos do rapaz repousaram sobre a cintura da jovem, segurando-a com delicadeza, enquanto seus lábios se moviam lentamente em completa sintonia. Fazia tempo que ambos não beijavam alguém, mas naquele momento simplesmente foram guiados por seus corações, e foi tão bom que parecia que eram experientes no assunto.

Se afastaram por conta do ar, mantendo ainda seus rostos colados um no outro, suas respirações estavam aceleradas. Haknyeon passou sua mão pelo rosto da menor, logo beijando-a mais uma vez ferozmente, empurrando-a contra a parede, e simplesmente se deixando levar pelo seu desejo.

- dias atuais

woah... E o que aconteceu? ⸺ perguntou a garotinha curiosa, Haknyeon abriu e fechou sua boca varias vezes sem saber como responde-la.

⸺ assistimos ao Clube das Winxs a noite toda, sua mãe amava aquele desenho. ⸺ respondeu nervosamente, vendo que a pequena, inocentemente, acreditou em suas palavras.

⸺ eu também gosto!

⸺ sim... você se parece tanto com ela. ⸺ a garotinha abriu um belo sorriso fofo ao ouvir as palavras de seu pai.

⸺ continua contando papai! ⸺ ela pediu balançando suas pernas rapidamente por conta da empolgação, o que fez Haknyeon rir.

⸺ sua mãe era, muito superprotetora algumas... na verdade o tempo todo.

⸺ como assim?

- 23 de fevereiro, 2027

⸺ como assim você vai para o exercito?! ⸺ exclamou a jovem em um grito furioso alto o suficiente para o bairro todo ouvir.

⸺ eu atrasei um pouco para poder terminar a faculdade e conseguir um emprego. Mas, eu vou ter que ir esse ano. ⸺ falou baixinho, apesar de que realmente quisesse ir, ele não queria deixar Hadassa sozinha por dois anos.

⸺ não mesmo! Eu vou no seu lugar!

jagi, você não pode...

⸺ então eu vou com você! ⸺ Haknyeon se aproximou da menor, depositando um selar em seus lábios vendo que ela estava prestes a chorar.

⸺ meu amor, não precisa chorar, eu vou voltar. ⸺ ela não segurou suas lágrimas e o abraçou com força. Entretanto, em segundos simplesmente desabou nos braços do namorado, chorando até soluçar ⸺ jagi, fica calma.

⸺ e se tiver uma guerra? E se você não voltar? Hakkie eu não quero perder você... se alguém te machucar eu vou caçar essa pessoa até o inferno e fazer picadinho dele. ⸺ Haknyeon riu levemente com o jeitinho da jovem, que falava tudo aquilo enquanto chorava.

⸺ ninguém vai me machucar, você me treinou muito bem. ⸺ ele se afastou um pouquinho de Hadassa, segurando o rosto dela com as mãos e enxugando suas lágrimas. ⸺ eu prometo, eu vou voltar. E quando eu voltar, podemos fazer aquela viagem para a Europa que você tanto queria.

⸺ eu não quero a Europa Hakkie, eu quero você aqui comigo. ⸺ ela disse fazendo um biquinho enquanto suas lágrimas voltavam a cair pelo seu rosto.

⸺ eu também não quero ficar longe de você. ⸺ voltou a abraçar a jovem fortemente, fechando seus olhos enquanto sentia o doce perfume dela, ele jamais esqueceria do perfume de Hadassa, era uma doce e caloroso, como uma tarde fresquinha de verão, Hadassa certamente era como o verão, calorosa, intensa, e agradável.

- dias atuais

⸺ papai, quando eu crescer quero ser igual a mamãe! Forte, inteligente e bonita! ⸺ Haknyeon riu mais uma vez com o comentário da pequena. Hayun já era a copia exata da personalidade de sua mãe, enquanto em aparência era mais semelhante à Haknyeon, com exceção talvez do sorriso que lembrava muito o de sua mãe, e das covinhas em seu rosto, que ficavam aparentes toda vez que ela sorria.

⸺ você já é linda, princesa. ⸺ ele deu um sorriso fraco, olhando para a pequena, não havia como não lembrar de Hadassa quando ele olhava para ela, mesmo que, Hayun se parecesse mais com ele mesmo.

⸺ queria que a mamãe estivesse aqui, não queria que ela tivesse virado uma estrelinha. ⸺ Hayun disse tristemente, abaixando sua cabeça olhando para suas mãozinhas.

⸺ eu também queria que ela estivesse aqui. ⸺ Haknyeon tentou controlar suas lágrimas, mesmo que já tivessem se passado cinco anos, ele ainda não havia conseguido superar totalmente a morte de sua amada. Toda vez que Hayun tocava no assunto, na frente dela, ele fazia o possível para fingir que estava tudo bem.

Haknyeon jamais conseguiu esquecer o dia em que Hayun veio ao mundo. No mesmo tempo que ganhou seu maior presente, lhe tiraram o amor de sua vida.

- 13 de fevereiro, 2029

Faziam alguns meses que Haknyeon havia partido depois de suas curtas férias, ele estava ansioso para finalmente poder voltar para casa, faltava poucos meses para concluir seu serviço militar.

Todos os dias antes de dormir, ele lia as cartas que Hadassa lhe enviava. Na última carta, ela lhe disse que teria uma surpresa quando lhe enviasse a próxima, o que o deixou um tanto ansioso, pensando no que sua amada estaria aprontando.

Antes de entrar no exército, os dois fizeram uma pequena cerimônia de casamento. Haknyeon queria esperar para que pudesse fazer algo maior mas, Hadassa não quis esperar, então eles fizeram um acordo, de que quando fossem ao Brasil fariam outra cerimônia com a família da jovem, que infelizmente não pode participar da primeira.

Era perceptível que ele estava ansioso para saber o que Hadassa iria aprontar, porém, para sua surpresa, não foi exatamente a carta que ele tanto queria que recebeu, mas sim, uma notícia que certamente, mudou completamente sua vida.

Haknyeon estava sentado na sala de espera do hospital, como ele era o único que podia ficar ali, acabou sendo liberado. Ele não havia recebido informação alguma sobre o estado da jovem, só sabia que ela havia sido vítima de uma tentativa de assassinato. Sabendo que, o culpado era um daqueles bêbados que havia esbofeteado no passado, Haknyeon se arrependeu por não ter matado ele a socos quando teve a oportunidade, mas certamente, ele faria de tudo para que aquele cara morresse na prisão.

Haknyeon mal conseguia respirar pelo nervosismo, ficou ali sozinho, cabisbaixo, sentindo que chutaria todas aquelas portas se não lhe dessem uma mínima informação se quer. O médico que havia conversado com ele a minutos atrás parou em sua frente, olhando-o com um sorriso tranquilo.

⸺ conseguimos salvar a bebê. ⸺ Haknyeon fez uma careta, pensando se estavam falando sobre Hadassa ou outra pessoa.

bebê?

⸺ Hadassa estava grávida, no sétimo mês de gestação. É uma menina, não sabemos se ela irá sobreviver, é muito pequena, mas, faremos o possível para mante-la viva. ⸺ Haknyeon estava com as mãos trêmulas, sua respiração acelerada indicava o quanto ele estava nervoso.

⸺ eu posso... ve-la? ⸺ perguntou, mal conseguindo dizer aquelas palavras com clareza.

⸺ claro. Ela está na encubadora, mas você pode ver de longe. Venha comigo. ⸺ o médico começou a andar, Haknyeon o seguiu sem dizer nada, ele estava tão nervoso que acabou ficando um tanto anestesiado.

Pararam em frente a uma janela de vidro que dava acesso aonde os bebês prematuros estavam, Haknyeon olhava para todas aquelas crianças procurando qual seria a sua filha.

⸺ aquela é a sua filha. ⸺ o medico apontou para a pequena bebê próxima a janela. Talvez fosse a mais pequena entre todos os bebês ali. Haviam vários fios e aparelhos respiratórios em volta da pequena, Haknyeon pôs sua mão sobre o vidro, como se magicamente pudesse toca-la, e então apenas abaixou sua cabeça, deixando algumas poucas lágrimas caírem, mal conhecia sua filha, mas não queria de forma alguma perde-la.

Haknyeon se virou para o médico e o segurou pelo seu jaleco, o que o assustou.

⸺ por favor, me prometa que não vai deixa-las morrer, me prometa que vai salvar a minha esposa e a minha filha... por favor! ⸺ gritou ao médico, deixando finalmente suas lágrimas caírem, estava desesperado, com raiva, com medo. Se ele as perdesse simplesmente sua vida não teria mais sentido ⸺ eu faço qualquer coisa, pago qualquer coisa, eu dou um jeito, só não as deixe morrer, por favor... ⸺ o medico respirou fundo, dando leve batidinhas nas costas do rapaz.

⸺ vou fazer o possível e o impossível para salva-las. Não se preocupe. ⸺ tentou acalma-lo, Haknyeon respirou fundo tentando acreditar nas palavras do doutor a sua frente. Ele soltou o médico, enquanto tentava pensar positivo.

⸺ doutor! Emergência! ⸺ uma das enfermeiras o chamou, e então ele saiu rapidamente, como haviam muitos pacientes em estado crítico naquele hospital, Haknyeon nem imaginou o que poderia ser.

Haknyeon olhou para a pequena bebê, era tão pequena que facilmente caberia em sua mão. Então era isso que Hadassa queria lhe dizer. Ele não queria chorar na frente de sua filha, por mais que ela fosse muito pequena ainda.

⸺ por favor, seja forte... eu prometo que vou ser um bom pai, eu prometo que vou te proteger contra tudo e qualquer um que tentar te machucar... mas por favor, seja forte. ⸺ ele falou, mesmo sabendo que o bebê se quer poderia ouvi-lo ou entende-lo.

O rapaz ficou bons minutos ali, em silencio, apenas observando a pequena. Ve-la enrolada em todos aqueles fios só o deixava mais agoniado, ele só queria que Hadassa estivesse ali, dizendo qualquer coisa por mais estúpida que fosse, apenas para acalma-lo.

De repente, uma enfermeira chamou por Haknyeon, ele saiu do local e a seguiu até aonde o médico, que conversou a minutos atrás, estava. Ele tinha uma expressão nada boa, e suas roupas estavam sujas com sangue.

o-o que é isso? ⸺ perguntou Haknyeon, olhando para o médico e os enfermeiros que estavam em sua volta.

⸺ eu sinto muito, fizemos o possível. ⸺ aquelas palavras soaram lentamente em sua mente, ele ficou parado, em choque, sem saber exatamente se realmente era real ou não.

⸺ c-como assim?

⸺ ela não resistiu, sinto muito. ⸺ a respiração do rapaz estava acelerada, suas lágrimas simplesmente caiam pelo seu rosto, ele fechou suas mãos e foi para cima do médico, mas alguns enfermeiros ali conseguiram segura-lo.

⸺ seu incompetente! Você prometeu que iria salva-la! Como você pode deixa-la morrer? Eu estou pagando essa porra e vocês não são capazes nem de salvar a vida da minha esposa? ⸺ gritou furioso, tentando se soltar dos enfermeiros, já haviam mais de três tentando segura-lo ⸺ vocês deveriam salva-la! Por que não fizeram isso? Por que não tentaram de tudo? Eu vou destruir esse hospital inteiro se precisar! ⸺ estava eufórico e furioso de fato, tanto que sequer sentiu quando um dos enfermeiros lhe injetou uma dose de calmante relativamente alta. E pouco a pouco, foi perdendo os sentidos, enquanto gritava e chorava, tanto pela indignação, quanto por tristeza e raiva. ⸺ a minha Hadassa não... não... ⸺ sussurrou lentamente entre as lágrimas, antes de apagar completamente.

- 28 de julho, 2029

Sangyeon abriu a porta da casa em que o amigo morava, ficando surpreso ao ver a maior bagunça. As janelas estavam trancadas e as luzes apagadas, como era verão, estava um calor horrível dentro daquele lugar, por sorte ele se recordou da senha da porta da casa de Haknyeon e conseguiu abri-la. Os amigos e familiares do rapaz estavam preocupados, já que, desde que ele saiu do exercito, não o viram mais.

Ele abriu as janelas do apartamento do rapaz vendo a poeira levantar. Sangyeon tentou andar pelo local vendo roupas jogadas por todos os cantos, junto com garrafas de cerveja e massos de cigarro. O ambiente estava caótico, se duvidasse encontraria até mesmo ratos por ali. Ele foi até o quarto do amigo, e de fato estava um calor absurdo e um cheiro nada agradável, fora um desafio suportar andar por aquele apartamento. Sangyeon abriu a janela do quarto olhando para trás vendo seu amigo jogado sobre a cama, seus cabelos estavam enormes e despenteados, ele usava apenas uma cueca, havia uma garrafa de bebida em sua mão e seu rosto estava afundado sobre os travesseiros.

⸺ vamos, se levante dai. ⸺ Sangyeon foi até o rapaz e o tocou apenas para ter certeza de que ele estava vivo, Haknyeon pegou um dos travesseiros e cobriu sua cabeça. ⸺ tome um banho, vou te levar para cortar esse cabelo e fazer a barba.

⸺ me deixa morrer aqui, hyung. ⸺ falou com a voz abafada, um tanto bêbado por ter passado o dia bebendo.

⸺ você não pode continuar assim! Você tem uma filha para criar! ⸺ as palavras de Sangyeon o cortaram como facas... uma filha.

⸺ eu não consigo hyung, não consigo olhar para ela... eu sou um pai horrível, ela vai me detestar pelo resto da vida dela. Vai ser melhor se eu deixar de existir também, ela nunca vai sentir a decepção de me conhecer e ver que o pai é um fracassado. ⸺ tirou sua cabeça de debaixo dos travesseiros, apenas para beber a bebida que estava na garrafa em suas mãos. ⸺ ela tinha uma mãe incrível, mas o pai... é melhor para ela viver longe de mim, com certeza vai ser mais feliz.

⸺ Haknyeon, você não sabe o que está dizendo! Os pais da Hadassa vão tirar a guarda dela de você e vão leva-la para o Brasil, você nunca mais vai ver a Hayun! Tem certeza que vai querer isso?

⸺ eu não consegui proteger nem se quer a Hadassa, quem dirá a Hayun. Não quero ver a minha filha morrer por culpa minha, ela vai estar segura no Brasil. ⸺ falou e logo após bebeu todo o líquido que tinha em sua garrafa, se jogando sobre em sua cama novamente.

⸺ você tem certeza que vai deixar sua filha nas mãos de pessoas estranhas? Vai saber como Hayun irá crescer sem os pais! A Hadassa não iria querer que você acabasse assim, muito menos que você abandonasse a Hayun. Se continuar assim, você vai destruir a sua vida e a vida da sua filha.

hyung... eu não vou conseguir. ⸺ se sentou sobre a cama, deixando suas lágrimas caírem ⸺ eu não quero perder a Hayun também. ⸺ admitiu entre as lágrimas, seu peito doía só em imaginar perder sua filha também, por mais que tivesse sido um covarde por todo aquele tempo.

⸺ a Hayun só vai estar segura do seu lado, você é o pai dela! Você não é mais um garotinho! Você é um homem adulto que tem uma filha recém nascida que precisa de você! Se você fugir, vai estar sendo um covarde, como era no passado. ⸺ Haknyeon fechou seus olhos, sentindo suas lágrimas quentes escorrendo pelo seu rosto, se recordando de quando conheceu a Hadassa. Ela sempre lhe dizia que ele era forte, que ele não deveria ter medo e não deveria se esconder ou fugir, e era exatamente o que Haknyeon havia feito naqueles dias.

Hayun dependia de Haknyeon, ela só tinha ele e mais ninguém. Se ele a abandonasse, qual seria o futuro daquela pobre criança? Como ela ficaria quando soubesse quem seu pai era? Um mero covarde, que não conseguiu nem sequer proteger sua mãe.

hyung... eu não posso cuidar dela...

⸺ você pode! A gente te ajuda, você não está sozinho! Vamos, levante-se dessa cama, tome um banho. Hayun recebeu alta hoje, se você não for busca-la nunca mais irá ve-la. ⸺ Haknyeon levantou da cama com dificuldade, faziam dias que não comia e estava bem mais magro do que antes. Sangyeon o ajudou a andar, já que ele estava caindo de bêbado e fedia a cigarro, provavelmente não tomava banho a dias também. Ele estava morrendo aos poucos dentro daquele quarto.

Sangyeon e os amigos do rapaz o ajudaram a se arrumar para ver sua filha novamente. Haknyeon só havia visto-a uma vez depois que Hadassa se foi. Ele simplesmente não conseguia olhar para Hayun sem se lembrar dela, apesar de que a pequena na realidade fosse idêntica a ele mesmo.

Como os garotos estavam ocupados limpando o apartamento do rapaz para receber Hayun, apenas Sangyeon e Sunwoo acompanharam Haknyeon até o hospital. Sunwoo havia visitado Hayun varias vezes e falava sem parar do quanto ela era idêntica a Haknyeon, mas o rapaz não conseguia dizer qualquer coisa, apenas ficou cabisbaixo o caminho todo, até chegar no hospital.

Ele estava nervoso, sabia que os pais de Hadassa estavam ali, estes que simplesmente detestavam à Haknyeon, sempre lhe diziam que a culpa de tudo era dele, e por essa razão ele mesmo se culpava. Ele não estava preparado para ver os pais dela, temendo o que eles pudessem dizer ou fazer.

Os três chegaram até o berçário, Haknyeon pode ver os pais da jovem, que o olhavam com desprezo, ele apenas ficou cabisbaixo novamente, ficando atrás de Sangyeon pois simplesmente não conseguia encarar os pais dela.

hey! Fique calmo. ⸺ Sunwoo passou sua mão pelas costas do mais velho, numa tentativa de acalma-lo. E, de repente, a porta do berçário foi aberta, uma enfermeira saiu sorrindo com uma pequena bebê em seus braços, envolta de um cobertor fininho rosa claro, a pequena tinha uma touquinha branca com orelhas de gatinho em sua cabeça, suas roupas eram no mesmo tom e era possível ouvir o som de uma risada fofa de bebe.

Haknyeon apenas observava a enfermeira se aproximando dele com a pequena, ele estava tão nervoso que não sabia como reagir.

⸺ esse é seu pai. ⸺ a enfermeira sorriu mostrando a pequena a Haknyeon. Sunwoo não mentiu quando disse que ela era idêntica a ele, entretanto, ao ve-la sorrir, Haknyeon pode perceber que ela tinha as mesmas covinhas que Hadassa.

Ele segurou a pequena bebê pela primeira vez, com cuidado, olhando para cada mínimo detalhe da pequena. Ela tinha um sorriso fofo e uma risadinha gostosa de se ouvir, o que o fez dar seu primeiro sorriso em meses, sentindo algumas lágrimas caindo novamente. Haknyeon fechou seus olhos deixando suas lágrimas caírem ao sentir a mão da pequena tocando seu rosto, logo voltando a olhar para ela.

⸺ me perdoe, Hayun... eu não deveria ter te deixado sozinha... eu fui fraco. ⸺ sentiu a mão de Sangyeon se repousar sobre seu ombro, enquanto tudo o que conseguia fazer era chorar.

⸺ você está aqui agora, é o que importa. E ela parece feliz em te ver. ⸺ Sangyeon falou em uma tentativa de acalmar o amigo, Haknyeon deu um sorriso fraco entre as lágrimas, vendo a pequena bebê o olhando sorridente, como se ela soubesse que ele era seu pai.

⸺ eu nunca mais vou te deixar, minha princesa. ⸺ depositou um beijinho sobre a testa da bebê. ⸺ eu juro à você Hadassa, vou cuidar da nossa filha com a minha vida. ⸺ sussurrou, jurando naquele momento, que faria de tudo para cuidar de Hayun da melhor maneira possível.

- dias atuais

Hayun voltou ao seu desenho, enquanto cantarolava uma musiquinha infantil, Haknyeon ao ver que a pequena estava distraída, foi até a cozinha.

Ele se apoiou na bancada que havia ali, escondendo seu rosto entre as mãos. Sempre que lembrava daquilo, não conseguia evitar suas lágrimas. Ele olhou para cima sentindo um nó em sua garganta, enquanto tentava parar de chorar.

⸺ papai! Terminei meu desenho! ⸺ Hayun correu pela cozinha indo até seu pai, porém, parando na metade do caminho ao ver que ele estava chorando ⸺ papai? Você esta chorando? ⸺ perguntou nitidamente preocupada. Haknyeon enxugou suas lágrimas com as costas das suas mãos e então se voltou para a pequena, tentando esboçar um sorriso fraco.

⸺ eu estava cortando cebola. ⸺ respondeu indo até a pequena, se abaixando em sua frente enquanto ela ainda o olhava.

⸺ por isso eu odeio as cebolas! Elas sempre te fazem chorar! Papai, não corte mais cebolas! ⸺ ele riu pelo jeitinho da pequena, como se estivesse um tanto brava e estivesse lhe dando um sermão.

⸺ não vou. Mas me mostre seu desenho. ⸺ Hayun então virou sua folha, mostrando uma pequena criança em bonecos de palitinhos, ao lado de um boneco um pouco mais alto e ao lado da boneca, uma outra boneca também mais alta, porém com uma coroa com uma estrelinha.

⸺ esse é você, essa sou eu e essa é a mamãe. ⸺ Haknyeon sorriu, sentindo seus olhos marejarem. ⸺ papai, nunca mais corte cebolas, por favor. ⸺ Hayun passou sua mão pelo rosto de seu pai, enxugando uma lágrima que acabou escapando.

⸺ não se preocupe. Vou preparar o jantar, pode continuar desenhando, só não faça desenhos nas paredes novamente. ⸺ fez cócegas na barriga da pequena o que acabou fazendo-a rir enquanto tentava se afastar das cócegas do mais velho.

⸺ está bem! ⸺ a pequena correu com a folha em suas mãos até a sala de estar, aonde estava desenhando a minutos atrás.

Haknyeon se levantou indo até a pia, passando uma água por seu rosto e respirando fundo logo depois.

⸺ eu estou indo bem, Hayun parece feliz. ⸺ olhou para a porta da cozinha, que dava visão para a sala de estar, aonde Hayun estava desenhando animadamente.

A vida de Haknyeon mudou totalmente quando foi buscar Hayun no hospital. Provavelmente, se tivesse abandonado-a, teria acabado com sua própria vida, mas, Hayun o salvou daquela escuridão. O nome da pequena literalmente significava isto, Ha significava verão, enquanto Yun significava luz. Mesmo sendo apenas um bebê, Hayun foi quem o salvou, assim como seus amigos. Se não fosse por Sangyeon provavelmente teria cometido o maior erro de sua vida, não havia um dia que ele não agradecesse ao mais velho por isso.

Hayun tinha dupla cidadania, e como passou boa parte de sua primeira infância no Brasil ⸺ já que Haknyeon pensou que lá seria mais seguro para ela ⸺ a pequena sabia falar bastante o português, mesmo falando muitas palavras erradas, afinal, era só uma criança. Todo ano, no verão brasileiro, Haknyeon a levava para ver seus avós maternos, que apesar de já terem brigado feio na justiça pela guarda da pequena, agora até o suportavam, apesar de ainda não gostarem dele, ao menos na frente da pequena, fingiam não detesta-lo, já que até hoje o culpavam pela morte da filha, e até mesmo ele se culpava, apesar de não ter culpa alguma pelo que aconteceu.

Aguentar todo aquele sofrimento no início fôra difícil, ter de deixar seus vícios para poder cuidar de Hayun, ter de esconder toda sua tristeza e engolir o choro várias e várias vezes. Mas, por sorte, graças aos seus amigos, ele buscou tratamento, pois também não queria que sua filha crescesse tendo um pai depressivo em casa. Apesar de ainda sentir falta de Hadassa, e de que ainda não tivesse superado totalmente, agora ele podia dizer que tinha alguns momentos felizes.

Se lembrar dos momentos com Hadassa, deixaram de ser uma tortura, mas passaram a ser doces recordações que percorriam sua mente, ao qual ele sempre se recordava com carinho.


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Gostaram a fic? (͡° ͜ʖ ͡°)

Eu juro que quando a Hadassa morreu eu chorei escrevendo, e quando o Haknyeon pegou a Hayun no colo pela primeira vez também :c

Essa fic destruiu meu psicológico e eu fiquei sad o tempo todo? Sim. Amei escrever ela? Sim ✨ porque apesar de triste o final não foi triste sksksksk

Só queria dizer que a Hayun é toda fofinha igual ao Haknyeon e eu fiquei muito boba escrevendo as partes dos dois skskskkd

Viram que não é toda fic minha que ninguém morre 😎👌🏻

Enfim, é isso, até a próxima e bye 😼🍷

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