FINAL
Um milhão de anos depois... Bem, sei que muita gente pensou que esse final nem ia sair! Eu fui uma delas. Vou resumir aqui a história: faz meses que não estou conseguindo logar no Watpad, sempre dando erro. Não faço ideia do que aconteceu, já que a minha senha estava correta, mas, enfim, felizmente alguém mexeu aqui pra mim e consegui entrar hoje. Peço desculpas. Vi que tem muitos comentários que não respondi, mas acho que desde setembro do ano passado que começou a dar problema.
Como uma leitora que geralmente lê um livro em um único dia, sei que a espera não é nada legal. Então, mais uma vez, me desculpem.
E vamos ao capítulo ;)
– Como assim foi embora? – Agatha questionou pela terceira vez sua criada pessoal.
– Um lacaio contou para Sherly, a arrumadeira, que o jardineiro, que é primo da Mary, a cozinheira, e por isso, só pode ser alguém de confiança, porque todas as pessoas daquela família são de admirável caráter e...
– Por Deus, pare de tagarelar! – Agatha a interrompeu, sobressaltada. – Apenas atenha-se aos fatos.
Ela sabia que estava pedindo algo impossível para uma mente fantasiosa como a de Lory, mas tinha que tentar. Precisava entender por que a garota tinha dito que Ethan havia ido embora, quando claramente devia ter ocorrido um engano, uma informação mal repassada.
– O jardineiro viu quando Lorde Denbrook subiu em sua carruagem e partiu. – a criada resumiu bem sucintamente, em um gesto de obediência.
Agatha balançou a cabeça e o gesto a fez sentir dor.
– Ai! – Respirando fundo, fez uma pausa, então quando se achou capaz, voltou a falar: – O fato de ele ter saído em sua carruagem não prova nada, evidentemente. Ele pode ter ido fazer uma visita cordial a alguém ou... ter ido até a cidade comprar algo de que necessite...
Ou talvez o jardineiro fosse, de fato, um homem de admirável caráter, que contara toda a verdade. Agatha se encolheu na cama diante do pensamento, embora seu lado racional estivesse cada vez mais convencido da partida dele. Depois do sofrimento e desespero que Agatha vira refletido em seus olhos, aquela altura Ethan já devia estar atravessando o oceano – a nado – rumo a um continente longínquo.
Ela sentiu novamente uma dor, e dessa vez não tinha relação com a queda que sofrera. Era uma ferida mais profunda, um buraco bem grande em seu coração.
Maldito seja Ethan Denbrooke por me fazer acreditar em suas palavras tolas e insinceras.
– Bem – Agatha começou, controlando a voz. – Lorde Denbrook era um hóspede aqui, de modo que não há nenhuma surpresa na notícia de sua partida. É completamente comum que as visitas cheguem e depois de um tempo partam.
Elas não trocaram mais nenhuma palavra sobre o assunto depois disso. Um silêncio pesado caiu sobre quarto, e não havia palavras que pudessem amenizar o ar sombrio. Até uma criatura dada a falar demasiadamente como Lory percebera.
No final da tarde, lady Denbrook srgiu aparecera para uma visita de cortesia. Conversaram sobre a saúde da jovem acamada – que estava excelente, na medida do possível –, depois falaram sobre o clima agradável daquele dia, o baile que havia acontecido na propriedade na noite anterior, poesia, política, a condessa sempre tendo o cuidado de não tocar no nome do filho, como se pronunciá-lo fosse pôr fim à harmonia do ambiente.
Contrariando o que as duas imaginavam, foi Agatha que tocou no assunto, quase que inconscientemente. As palavras simplesmente abandonaram seus lábios, em desapego.
– Ethan agiu de modo muito estranho – revelou. Ela preferiu ocultar o fato de que foi o grito impensado do futuro conde que desencadeara o ocorrido. Ela de maneira alguma o culpava. Gostava de pensar que Ethan sabia disso. – Foi como se ele houvesse sido transportado para outro local, em um tempo e espaço totalmente distintos, e ficasse preso lá. Por mais que eu o chamasse, ele não respondia ao meu comando.
A condessa suspirou com pesar.
– Eu acredito que a mente dele o levou a muitos lugares quando ele a viu estirada no chão – confessou Rebecca, lady Denbrooke.
– Até Sarah e o acidente, mais precisamente.
– Sim, querida. – a mulher concordou. – É razoável supor que a similaridade das cenas possa tê-lo afligido terrivelmente. Ter testemunhado a morte de sua noiva é algo que Ethan nunca esqueceu.
Havia algo na forma como a condessa mordia o lábio inferior que despertou o interesse de Agatha.
– Seria leviano dizer que sei o que ele passou. – ela ponderou. – Mas é que... – Eu tampouco posso lhe dizer, Agatha.
As bochechas de Agatha esquentaram. Estava sendo intrometida, sabia disso. –Ah, sim. Claro. Eu entendo.
– Eu realmente não posso lhe dizer, pois estou tão confusa quanto você. – A mulher levantou- se da cadeira em que estava, deu alguns passos e sentou-se na beirada da cama, próxima a Agatha. – O que posso lhe contar é que ele amava aquela jovem de todo o coração. Mas ela não parecia sentir o mesmo. Talvez no início tenha aparentado possuir sentimentos verdadeiros, mas conforme o tempo foi passando a empolgação de tornar-se uma condessa pareceu ter esfriado. Infelizmente um compromisso formal já havia sido acertado.
– Eu lamento, Rebecca. Eles pareciam um casal adorável.
– Teria sido uma união desastrosa – a condessa opinou. – Ela não faria meu filho feliz. Que Deus me perdoe e que Sarah descanse em paz, mas a verdade era que ela o fez sofrer quando percebeu o poderoso trunfo que possua nas mãos. O amor devoto e desmedido de Ethan. – Rebecca fez uma pausa e seus olhos tornaram-se sombrios. – Ela começou a brincar com ele. Deixá-lo com ciúmes apenas para diverti-la. Marcar compromissos com ele e depois desmarcar tardiamente, deixando-o plantado em sua sala de estar enquanto divertia-se com as amigas em passeios. E quando estavam juntos, ela soltava comentários maldosos, o que o deixava arrasado.
Aquilo era terrível. Agatha fez uma careta imaginando Ethan rendido aos caprichos de uma jovenzinha mimada, tola demais para perceber a dádiva que recebera ao conquistar o coração bondoso de Ethan. Oh, não importava o quão desrespeitoso fosse com os mortos, Agatha simplesmente decidiu que odiava Sarah. Odiava-a com todo fervor.
– Que espécie de comentários? – ela perguntou, antevendo que a resposta a desagradaria.
– Ah, deixe-me tentar lembrar... Bem, houve uma vez, em um jantar em família, que Sarah dissera a todos que a personalidade austera de Ethan fazia com que ela o amasse menos. Foi constrangedor! O duque de Melbourne estava nesse jantar. – O coração de Agatha se quebrou pelo Ethan. – Por vezes, ela ameaçou abandoná-lo, acabando com o noivado, contudo, ele sempre tentava convencê-la do contrário. Aos poucos os sorrisos dele foram minguando, até que um dia eu não os via mais em nenhuma ocasião. Então, um dia, eles saíram para cavalgar no Hyde Park e quando Ethan voltou, trazia consigo o corpo inerte de Sarah. Eu nunca compreendi totalmente os sentimentos do meu filho por aquela moça. Não importava o que ela lhe havia feito, ele a amou até seu último suspiro.
Agatha engoliu em seco, tentando conter as lágrimas e o nó na garganta. Não queria ouvir mais nada, então achou por bem encerrar o assunto:
– Obrigada por me contar. – disse, repousando a cabeça sobre o travesseiro.
Não sabia o que fazer com toda aquela informação. O seu primeiro impulso foi uma vontade irrefreável de abraçá-lo, confortá-lo. Se aquele era o tipo de amor que vivenciara, era compreensível que Ethan evitasse tal sentimento como o diabo foge da cruz. E pensar que se fosse Agatha quem ele tivesse escolhido, se ele tivesse respondido sua carta, demonstrando qualquer sinal de encorajamento, ela teria o feito feliz. Sabia disso. Ela teria se esforçado para fazê-lo se sentir amado.
Agora não havia nada que pudesse fazer, lamentou em silêncio. O passado não podia ser alterado e o presente... Bem, no presente Agatha sequer sabia onde Ethan estava. E por mais que desejasse desbravar o mundo atrás dele, com o pé machucado tala tarefa se revelava impossível.
**
O láudano ajudou-a a pegar no sono. Quando acordou, seus olhos demoraram um pouco para se acostumar com a penumbra que a noite impunha ao ambiente. Aparentemente, ela dormira por horas, pois naquele exato momento seu estômago roncou, informando-a que graças a uma sesta prolongada ela havia perdido o jantar. Agatha bufou, avaliando se seria muito indelicado de sua parte tocar o sinete àquela altura e acordar algum pobre criado para alimentá-la. Após um segundo de reflexão, ela decidiu esperar até o café da manhã do dia seguinte para aplacar sua fome. Não desejava importunar ninguém.
Pensando mais claramente, os rugidos vindos do seu estômago eram uma distração bem-vinda naquele instante. Focaria em pensar em comida, pratos deliciosos e com um aroma divino... Tortas de carnes, doce de figo, humm... Qualquer coisa era melhor do que pensar nele.
E foi então que a porta do quarto dela se abriu e uma inesperada distração apareceu.]
– Ei! – Agatha encarou o homem com total descrença. Como ele ousa? – O que pensa que está fazendo entrando nos aposentos de uma dama desta maneira? Queira se retirar imediatamente!
– A maioria das visitas que faço costumam acontecer nos quartos. – explicou ele, de modo evasivo.
Agatha cruzou os braços sobre o peito e pensou seriamente se deveria gritar por socorro. – Posso me aproximar?
– Não! Vá embora! – asseverou Agatha. – Vá embora ou eu irei gritar.
– Eu disse para você bater antes de entrar. – Veio uma voz do outro lado da porta. Agatha logo a reconheceu. – Vamos, aproxime-se e a examine logo. Eu não estou lhe pagando uma fortuna para ficar aí parado.
O desconhecido resmungou algo inteligível, mas fez o que o outro ordenou. Quando ele se moveu para perto de Agatha, Ethan finalmente entrou no quarto.
– Você não é mais divertido como nos tempos da escola, Ethan – o homem soltou enquanto abria sua maleta.
Santo menino Jesus!
O coração de Agatha se sobressaltou e ela achou útil ter um médico por perto naquele momento, pois não sabia se seu corpo era capaz de aguentar a força das batidas do seu coração enquanto observava, sem reação, Ethan se aproximar da cama. Ele parou a pouco mais de cinco passos de onde ela estava.
Sem ao menos dar-se conta, a consulta médica seguiu seu curso. Ela teve a ligeira impressão do homem – que agora sabia ser um médico, e que se chamava Sebastian – examinando-a, fazendo perguntas pertinentes que ela provavelmente havia respondido, já que o homem de tempo em tempo balançava a cabeça em um gesto de compreensão.
– Você pode me indicar onde está doendo, senhorita? – indagou o médico.
– Não posso – sussurrou ela, balançando a cabeça negativamente.
Era verdade. Agatha não conseguia identificar um único ponto de dor presente em seu corpo. Ela se sentia ótima. Na verdade, nunca havia se sentindo tão feliz e saudável em toda a sua vida. Até pensou ter ouvido uma risadinha escapulir de onde o doutor estava, contudo, nem mesmo o atrevimento do homem seria capaz de abalá-la. Oh, ela estava excelente!
– Ethan, talvez você devesse esperar no corredor até o final dos exames – interveio o médico, com ar de divertimento na voz. – Você está distraindo a paciente.
– Não vou a lugar nenhum! – Declarou Ethan, categórico.
– Ele não vai a lugar nenhum! – Agatha disse ao mesmo tempo.
Sebastian intercalou o olhar entre o amigo e a jovem deitada na cama. Ora, ora... Ele já havia concluído que, devido ao estado em que Ethan chegara à sua casa e a urgência que ele
demonstrou em arrastá-lo até ali, o paciente em questão era alguém importante para o futuro conde. Mas aquilo? Aquela paixão desenfreada crepitando no ar, fazendo-o mais denso que o natural? Sebastian foi pego de surpresa. Ethan estava claramente apaixonado pela jovem. E pela intensidade que a moça se opusera a permitir que Ethan esperasse lá fora durante o exame, o sentimento era obviamente correspondido. Ele riu, contente. Depois da frívola Sarah, talvez aquela jovenzinha era exatamente o que seu amigo necessitava.
– Muito bem, muito bem. – Ele cedeu, enquanto examinava os ossos da perna direita dela. – Percebo que sou voto vencido. Vou tentar fazer o meu melhor diante de tais circunstâncias...
– Você não vai apenas tentar. Vai conseguir – grunhiu Ethan. Ignorando o mau humor do amigo, Sebastian fitou Lady Agatha:
– Ele não é sempre assim. – justificou-se em nome do amigo. – Nos seus melhores dias, ele costuma ser encantador. – Então piscou para ela.
Agatha sorriu, encabulada.
Ethan revirou olhos, embora ninguém o estivesse observando naquele momento.
Após o diagnóstico dado por Sebastian, que afirmava que nenhum osso havia sido fraturado e tudo pareceria bem, excetos por alguns arranhões, o médico deixara apressadamente o quarto, mal de despedindo dos dois. Uma vez sozinhos, Ethan exalou audivelmente, e com aquele gesto pareceu que o peso do mundo inteiro estava sendo retirado de seus ombros. Aquela constatação emocionou Agatha mais do que qualquer coisa. O alívio nos olhos dele fez a vida dela ganhar um novo sentido, como se só agora era dera-se conta de o quanto era importante para ele.
– Você foi embora sem despedir-se – ela disse a primeira coisa que veio à mente. – Não foi gentil de sua parte.
Ele abriu um sorriso tímido e pesaroso.
– Eu estava com pressa. – Ambos sabiam que aquela era uma péssima desculpa. Mas nada disseram a respeito. – Quando mais cedo eu fosse, mais cedo eu estaria de volta.
Agatha fez que sim com a cabeça.
– Chegue mais perto. – pediu. Esperou até ele se aproximar, então acrescentou: – Senti saudades.
Ela ainda estava um pouco irritada com ele por ter partido abruptamente, entretanto, ao pensar em tudo o que a condessa lhe confidenciara mais cedo, e na alegria transbordante que sentiu ao vê-lo de novo, decidiu que pouco importava os motivos que o levaram a partir, o que realmente importava era que Agatha era o motivo que o fez voltar.
– Eu também senti sua falta – ele confessou, baixinho.
Ethan sentara na ponta da cama, mantendo uma pequena distância entre eles. Era melhor assim. O desejo de tomá-la em seus braços era tão feroz que temeu acabar quebrando algum osso dela por fim. Exalou, frustrado, só de imaginar. A última coisa que queria causar-lhe dor. Ainda assim, sua atitude imponderada havia contribuído decisivamente para o acidente que deixara Agatha machucada. E se tivesse acontecido algo pior? Como ele poderia continuar vivendo se Agatha deixasse de respirar? Quando perdeu Sarah, sentiu seu coração rachar, encolher, diminuir o ritmo, se fechar. Mas se perdesse Agatha, ele faria um favor a si mesmo e arrancaria seu próprio coração do peito, pois o órgão não ter-lhe-ia mais nenhuma serventia na vida.
– Eu amo você. – As palavras foram recebidas com surpresa por ele. Ethan buscou o local de onde o som vinha e viu-se encarando o belo rosto de Agatha. Parecia um sonho, pensou ele, e Agatha pareceu ter lido aquele pensamento, pois logo repetiu: – Eu amo você, Ethan. Irei amá- lo da infância à velhice, do nascimento à morte, neste mundo e em qualquer outro que porventura venha a existir. – Ela fez uma pausa quando a voz embargada ameaçou atrapalhar seu discurso. Inspirou fundo, e, em seguida, prosseguiu: – Eu sempre almejei que você correspondesse meu afeto, e agora que vejo que isso é possível, devo alertá-lo para se preparar, porque pretendo amá-lo com todas as minhas forças.
Ethan deixou as palavras assentarem em sua alma e virá-lo do avesso. O amor que Agatha oferecia desceu como um bálsamo. Era aquilo que sempre desejara. A sensação sublime, a leveza de espírito, o sentimento de pertencimento. Não seria um afeto implorado e recebido em migalhas. Que Deus lhe ajudasse, ele amava intensamente aquela mulher, com tudo o que possuía em si, ele a amava. Foi a primeira vez na vida que o amor não o enfraqueceu.
Ele sentia-se forte.
– Obrigado por me amar. – Foi de longe a coisa mais idiota a se dizer. E sem dúvidas, não era o que ela esperava ouvir naquele momento, mas ele tinha que dizer. Ser amado por aquela magnífica mulher de repente fez recair sobre ele um inusitado senso de humildade. – Eu sou profundamente grato por me entregar seu coração, e por aceitar o meu em troca. Eu não a mereço, Agatha. Me dei conta disso, a primeira vez que entrei no seu jardim e a vi reluzir no meu daquelas belas flores. Você merece alguém melhor.
Ela arqueou uma sobrancelha, inquisidoramente, numa pergunta silenciosa.
– Mas é claro que é comigo que você deve ficar. – Ethan se apressou em dizer, fazendo-a rir – Quem sabe um homem mais honrado do que eu, a deixaria livre para encontrar o amor nos braços de um marido perfeito. – Ele engoliu em seco – No entanto, para o inferno com a honra! Um homem um muito menos apaixonado do que eu, nunca a perderia de vista. Eu... preciso de você.
Ele encerrou a distância entre eles e, com cuidado para não machucá-la, a abraçou. – Você é o meu grande amor, Agatha. O maior e mais precioso amor.
Oh. Ela se derreteu mais um pouquinho.
– Mesmo com todos os meus terríveis defeitos? – gracejou ela. – Que defeitos?
– Minha personalidade indócil. – lembrou ela.
– Eu amo a sua personalidade!
– Mas e meu espírito voluntarioso?
– É seu maior charme, na minha opinião. – A resposta dele arrancou um riso alto dela.
– Então quer dizer que você mudou seus padrões na sua procura por uma esposa? As excêntricas agora estão sendo cogitadas?
– Não é isso que eu estou dizendo – de repente ele pareceu sério. Ethan olhou bem fundo nos olhos dela. – Estou dizendo que para mim, só existe você.
Só existe você.
– Beije-me, Ethan. – Agatha implorou, inundada de amor e desejo. Ele hesitou.
– Tenho medo de machucá-la.
– Você ouviu o médico, eu estou bem.
– Ainda assim...
– Oh, beije-me logo, Ethan! Antes que eu acabe quebrando um dos seus ossos. Definitivamente, o espírito voluntarioso dela era um charme.
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