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1x03 - Você só liga quando estou deteriorado

O amor é como uma árvore que sofre com todas as alterações das estações. Há épocas repletas de folhas brilhantes de tão saudáveis e frutos e flores, com uma explosão de cores que impossibilita que qualquer um fique triste. Há, no outono, folhas amarelas que caem, que se desprendem, como momentos perdidos gradativamente. E há momentos em que não há nada, a não ser galhos cobertos de neve. O inverno, a fase de ausência da pessoa amada, seja ela física ou emocionalmente. Eu me encontrava nessa fase.

— Hi! — Uma loira sentou ao meu lado no bar, inclinando o corpo para que eu visse seu decote. Nada contra, mas eu não estava muito no clima. Dei um meio sorriso, então ela disse, em inglês: — Está sozinho?

— Estou com a minha melhor companhia. — Respondi, também em inglês, levantando meu copo de whisky.

— Não gostaria de ter algo ainda melhor? — Passou a mão pelo meu braço, bem sensual. Pelo menos essa foi a intenção dela. Mas, de novo, eu não estava no clima.

— Eu tive o melhor que poderia ter e perdi, então não creio que consiga superar.

— Coração partido, docinho? — Mordeu os lábios vermelhos e eu imaginei se não mancharia seu batom.

— Está mais para congelado.

— Eu posso te esquentar. — Disse isso aproximando os lábios dos meus, e fiquei com medo de ter alguma reação constrangedora. Hum... Nada. Estava imune a ela, talvez por ter passado o dia todo pensando em Sirena. Naquele momento eu sabia que só Sirena poderia causar alguma reação em meu corpo.

— Hoje não. — Tomei um gole do whisky e senti o líquido amarronzado rasgar minha garganta. Ah, como eu gostava daquela sensação!

— É uma pena. — Ela deu um sorriso que mostrava como estava decepcionada com a situação, mas não insistiu. Deu um beijo rápido em minha bochecha e saiu, os saltos valorizando suas pernas enquanto andava. Ela realmente era linda! Entretanto, eu estava extasiado por ter sido respeitado. É algo que fica bem evidente entre homens e mulheres. Mulheres podem dar em cima de você com toda a força que têm, mas vão te respeitar e sair de cena se perceberem que não está no clima. Diferente dos homens. Bem, geralmente. De qualquer forma, aprecio muito isso, pois demonstra o nível de confiança delas. Mulheres sempre sabem que podem ter quem quiserem, mas não forçam a barra. Admirável.

E, apesar de estar feliz ao vê-la se afastar, um lado meu berrava comigo por ter dispensado a loira. Meu lado criado pela pressão social, o lado que insistia em mostrar masculinidade e reforçar minha sexualidade. O lado que sempre deixava aflorar um pouco quando tinha meus casos de uma noite. Mas, após dois anos, eu já estava ficando farto disso. Mesmo que parte de mim quisesse me matar por não ser "homem de verdade", consegui abafar isso e seguir me limitando a apenas uma tentação: o whisky.

Estava voltando com sucesso ao meu estado anterior de soturnidade, até uma voz me transportar a outro lugar. Uma voz que eu não ouvia há dois anos. A voz que me trouxe lembranças lindas e dolorosas. A voz de Nick Jonas. Todos estavam festejando com a volta dos Jonas Brothers, concretizada com o lançamento de "Sucker"; eu, no entanto, encontrava-me em um estado catatônico de depressão. Os irmãos de New Jersey sempre me faziam lembrar de Sirena, pois essa sempre foi sua banda favorita. Lembro como ela ficou arrasada quando, em 2013, descobrimos que eles iriam se separar, por tempo indeterminado. Nós dois achamos que não havia mais volta. Obviamente estávamos errados. Doía ouvir a voz dos irmãos cantando palavras que me conectavam ainda mais à minha sereia. Parecia errado o universo brincar assim comigo, justo em momentos nos quais eu não estava em meu auge. Era como se tudo e todos tentassem me mostrar como eu me afundara em um rio intransponível de pecados e erros irreparáveis. Por que eles tinham que voltar justo agora? Não podiam esperar até que eu conseguisse um emprego e voltasse para os braços de Sirena? Porque era o mínimo que os três poderiam fazer por mim!

E, como se o universo tivesse ódio de mim, a coisa mais incômoda aconteceu: meu celular começou a tocar. Meu batimento cardíaco se desestabilizou com a possibilidade de ser Nathanael, com as notícias sobre o papel. Mas meu lado racional logo descartou isso. Era madrugada no Brasil, então ninguém se daria ao trabalho de me dar essa notícia tão tarde. Ninguém daria notícia alguma naquele horário! E, quando chequei o número em meu celular, percebi novamente que estava errado. E o número que eu sabia de trás para frente piscou na minha tela. Era engraçado ver que não havia mudado o número, mas também era desesperador.

Foi como se meu coração tivesse caído no chão.

Sirena.

Após dois anos sem contato (exceto por uma carta no ano anterior), ela estava me ligando. Só podia ser brincadeira! Ela tinha o dia todo para me ligar, em diversos dias do ano. Por que tinha que ligar justo naquele dia e naquele horário? Justo quando eu mais me envergonhava de mim. Então eu me apressei para desligar, rezando para que não ligasse novamente.

Não era meu dia de sorte.

A cada ligação, eu quebrava um novo recorde. Nunca desligara tão rápido! E nunca tremera tanto. Por que justo quando eu estava bêbado e patético? Depressivo e sem confiança nenhuma? Mais nervoso do que nunca. Por que justo naquele dia?

Por que Sirena estava me ligando?

Por que Sirena estava me ligando de madrugada?

O que será que havia acontecido com ela?

Estaria motivada por álcool no sangue? Porque isso seria bem irônico, ainda mais considerando como ela odiava quando eu bebia. Claro, ela tinha motivações para permanecer o mais longe das bebidas e dos bêbados. Ainda assim, não pude deixar de pensar que tudo não passasse de uma loucura de uma noite de bebedeira com as amigas.

Por que ela esperou dois anos para me ligar?

Por que ela estava fazendo isso comigo?

Por quê?

Por quê?

Como isso pôde acontecer comigo? Sei que cometi erros demais, mas não parece justo. A infelicidade parecia uma rua sem saída no momento, o que não era nada animador.

Eu não quero te amar mais, Sirena! Não quero, não quero! Saia de minha imaginação definitivamente com seus olhos de chocolate!

Mas, é claro, assim que minha mente bêbada pensou nesses absurdos, lembrei do principal motivo para sentir tanta falta dela. Lembro de quando tinha certeza de que Rena era minha. Ela se tornara meu script, meus acordes, meu ar, meu coração, meu dia, minha noite, minha religião. O fato de nunca ter sucumbido a uma religião antes fazia muito mais sentido quando Rena era minha. Afinal, religião nada mais é do que algo no qual você crê de corpo e alma, exatamente o que ela significava para mim.

Após a sétima chamada, tomei um longo gole da minha bebida e pedi mais para o barman, querendo sucumbir em frases incongruentes. Foi quando meu mantra se manifestou. Eu não estou pensando se ela ainda usa meu moletom. Eu não estou pensando que posso sair e encontrá-la em Los Angeles. Eu não estou pensando em como ela ficava radiante cozinhando comigo. Eu não estou pensando em como seus lábios se encaixam nos meus como se fôssemos partes de um quebra-cabeça. Eu não estou pensando nela.

Após a décima tentativa, ela parou.

Meu celular logo me notificou sobre uma mensagem na caixa postal e vi isso como o estopim. A noite precisava acabar o quanto antes! Coloquei meu celular no bolso e peguei minha carteira, jogando alguns dólares no balcão. O barman merecia uma gorjeta por aguentar olhar para a minha cara por tanto tempo.

Assim que consegui sair, encostei-me na parede do bar e caí em tentação. Peguei meu celular no bolso e, com a mão tremendo, dei início à mensagem de Sirena.

— Oi Fred. — Assim que ouvi sua voz desanimada, tive que pausar a mensagem. Não, eu não estava pronto para o impacto de ouvir sua voz novamente. Minhas mãos começaram a suar e eu fiquei me perguntando se deveria continuar ouvindo, ou se deveria simplesmente apagar. Ficar pronto requer tempo demais, mesmo quando estamos atrasados. Você nunca está completamente pronto para os momentos mais importantes da vida, e eu não estava particularmente pronto para aquela viagem emocional. Mas estava muito atrasado, e não da forma que as pessoas pensam. Estava atrasado para encarar minha própria vida e as consequência dela. Então voltei à ligação. — Prometi a mim mesma que nunca daria uma de Josie, te dando a chance de ter uma mensagem minha para guardar, mas aqui estou eu. — Pausou, sua voz menos intensa a cada nova sílaba. Eu nunca ouvira a sua voz daquele jeito, mas meu orgulho não me deixou sucumbir. — Mas, se você decidir salvar minhas palavras, espero pelo menos que não me ignore por 10 anos, quando decidir voltar à sua cidade natal. — Todas as referências dela eram de Forever My Girl, seu livro e filme favoritos. Aquela história tinha muito significado para mim, por diversos motivos. — Eu, ah... Espero que esteja bem. — Ela obviamente estava sem jeito. No fundo pude ouvir seu cachorro, Hades, chorando em sintonia com Apolo, o irmão mais novo de Rena. Algo parecia estar errado. — Estou te ligando porque preciso te falar algo muito importante e... Preciso de você. — A última parte foi dita tão baixo que até me perguntei se não seria fruto da minha imaginação alcoolizada. — Eu... — Ela soluçou e percebi que estava chorando. Definitivamente havia algo errado. — Eu não quero dizer por uma ligação, mas... Está tudo desmoronando, Fred. — Soluçou. Ah, ela não fazia a menor ideia de como a minha vida estava desmoronando também! A vontade de chorar ao ouvir sua voz era insuportável. — E eu... — Ela pausou e pude ouvir seu irmãozinho dizer algo que não entendi, pois sua voz estava obviamente consumida pelo choro. — Apolo está dizendo oi. — Ao ouvir isso, meu coração aqueceu. Apolo era como um irmão mais novo para mim e era uma das pessoas que mais me faziam falta, assim como a mãe de Sirena. — Olha, você poderia, por favor, me ligar de volta? Preciso conversar com você. — Ela ficou alguns segundos em silêncio, depois suspirou e disse: — Se não me ligar, eu juro por Deus que nunca mais vou te contatar e que vou seguir com a minha vida, ok? E não vou mais te esperar, porque não faz sentido esperar por alguém que não tem o pingo de consideração. — Ouvir aquilo foi como levar uma facada no peito. Ela estava sendo muito injusta comigo! — Droga, eu soei exatamente como a Josie agora! — Lamentou, soluçando diversas vezes. — Engraçado como nossa vida se tornou Forever My Girl, não acha?

E, com aquela frase, Sirena desligou. Sem se despedir nem nada, acabando com o resto de emocional que eu tinha. Ela estava insuportavelmente certa! Nossa vida se tornou o enredo de Forever My Girl, de certa forma, tirando o casamento e o bebê. Agora ela estava em uma transição entre Sirena e Josie, e eu não conseguia deixar de ser Liam Page. Não era algo do qual pudesse me vangloriar. Aliás, nada naquele momento foi. Tremendo, deixei o álcool e o orgulho me dominarem. Não liguei para Sirena. Não naquele momento e nem em qualquer outro seguinte. Tentei me convencer de que não passava de drama, talvez norteado pelo fato de fazer quase uma semana que nosso aniversário passara. Nosso aniversário de término. E consegui me convencer disso enquanto caminhava de volta para o apartamento tentando me preocupar somente com minha vida profissional.

Semanas depois eu descobriria que Sirena estava vivendo o pior momento de sua vida, seu inferno pessoal.

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