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49 | A Cidade Demoníaca

Lissandre caminhava pela estrada árida com o filhote em seus braços, ignorando os comentários incessantes de Deena, que não calava a boca e seguia tagarelando pelo caminho.

Desde que o pequeno felpudo começou a segui-los novamente, ele encontrou uma distração para si mesmo e já não se importava se aqueles dois estavam flertando ou brigando. Até aproveitou para pensar em um nome para a coisinha felpuda, chamá-la de "bolinha felpuda" ou "filhote" não parecia certo.

— Que tal... Nero? — sugeriu ele, observando os olhos brilhantes da criatura. O filhote soltou um som que parecia um ronronar demoníaco, rosnando um pouco e Lissandre considerou que não havia gostado do nome. — E Zion? Milinar? — todos não pareciam certos e Lissandre já estava ficando frustrado, encarando a bolinha em seus braços. — Vou te chamar de Negão, então. — o bichinho até latiu e Lissandre riu, o abraçando mais apertado. — Então que tal... hmm... Sirius? — a coisinha felpuda abanou o rabo, o batendo contra a barriga de Lissandre, que também sorriu, satisfeito. — Sim, esse é perfeito! Sirius, meu neném! — e ainda afundou o rosto na pelagem do filhote, que latiu animado.

— Ah, então agora até nome deu pra essa coisa. Que fofo. — Deena comentou, com um sorriso divertido enquanto planava ao lado de Ainzart, antes de encarar o demônio. — Está tentando criar um exército de criaturinhas inúteis, Bel?

Ainzart parecia ter entrado em outro daqueles momentos introspectivos que Lissandre havia visto na caverna e a ignorou. Ele podia falar e retorquir as provocações ou mesmo agir mesquinho num instante, mas então fechava a cara numa carranca, não respondia, não emitia qualquer ruído e podia ficar dias assim, antes de, como se trocasse de personalidade, voltar a interagir por algum tempo antes de se fechar de novo.

Com o tempo, Lissandre passou a se importar menos com as interações dos dois e concentrava-se mais no pequeno Sirius, que parecia ser a única fonte de conforto naquela situação infernal em que estava.

Depois de dias viajando no deserto, eles finalmente avistaram uma cidade demoníaca, surgindo como uma miragem no horizonte.

Construída em torno de uma formação rochosa colossal, a cidade era composta por torres de pedra negra e ruas serpenteantes que desciam até o coração do deserto. Uma aura sinistra emanava do lugar, mas Lissandre sentiu um alívio genuíno ao vislumbrar algo que lembrava civilização.

Nos últimos dias não haviam visto qualquer ser pensante pelo deserto, além de bestas demoníacas que os atacavam, foi obrigado a guardar parte de seus cadáveres em seu anel por ordem de Ainzart. Não sabia para quê servia, até considerou que o demônio queria guardar suas refeições por mais tempo, mas o demônio não os pedia de volta depois, quase como se tivesse esquecido daquelas coisas em seu anel espacial.

Ao entrarem na cidade, atraíram alguns olhares. Deena, com sua beleza provocativa e asas negras e Ainzart com seu tamanho e áurea opressiva, pareciam pertencer àquele ambiente, mas Lissandre destoava completamente, mesmo que tivesse usado seu colar pra se disfarçar e tentar uma aparência demoníaca como a de Deena (sua pele num tom dourado suave e chifres na cabeça, além de presas olhos dourados). Os habitantes, com suas formas monstruosas e características demoníacas pareciam esqueléticos e maltrapilhos, o encaravam com curiosidade e desprezo, como se ele fosse um intruso e soubessem que não era um demônio, o que o deixou inquieto.

Lissandre olhou de relance para a mancha de sangue em seu próprio braço, o demônio havia dito que o sangue de bestas iria disfarçar seu odor humano, mas Lissandre sentia nojo daquilo e queria se lavar o quanto antes.

— Conheço um ótimo lugar para nos hospedarmos. — Deena sorriu, tomando à frente do grupo. — Felizmente recolheram um monte de escamas e chifres, senão teríamos de sair de novo. — Lissandre franziu o cenho sem entender o que ela quis dizer com aquilo até entrarem em uma construção meio decadente em uma enorme avenida.

Atrás do velho balcão, uma criatura pequena do tamanho de uma criança, de pele roxa e três pares de olhos estava sentada em um banco alto, tomando algum tipo de bebida vermelha borbulhante em um copo grande. Ele saltou ao vê-los entrar.

— Se não tiverem como pagar, deem o fora! — já os expulsando assim, Lissandre franziu o cenho com tamanha falta de educação daquele demôniozinho.

— Cale a maldita boca e nos dê três quartos. — Deena quem se apoiou no balcão e o demônio lançou um olhar feio pra ela, antes de encarar Ainzart um passo atrás e bufou com desgosto.

— Pagamento, forasteiro. — o demôniozinho resmungou e tanto Ainzart quanto Deena olharam para Lissandre, que recuou incomodado com os olhares.

— As bestas. — Deena sussurrou entredentes e Lissandre arregalou um pouco os olhos, acenando apressado ao tirar uma das bestas do anel. O demôniozinho arregalou um pouco os olhos ao ver uma besta do tipo serpente no chão, mas logo se acalmou e um olhar astuto surgiu em sua face.

— Não é o suficie... — Ainzart arrancou as presas da besta num gesto rápido, as jogando no balcão, devolvendo a besta para Lissandre guardar no espaço e o demôniozinho gritou. — O que está fazendo?! Não é suficiente, acha que aceitamos mendigos aqui?!

— Tente enganar outro, essa espelunca fedida sua não vale nem uma única presa. Tem sorte que viemos nessa pocilga de merda pra descansar. — Deena empurrou as presas da serpente outra vez, se inclinando na direção do demôniozinho. — Não somos forasteiros. — ela cruzou os braços, se inclinando sobre o balcão. — Nossos quartos. — estendeu a mão e o demôniozinho rosnou com uma careta, os encarando feio antes de puxar três placas de pedra de debaixo do balcão, as jogando na direção de Ainzart, concluindo que ele era o líder do grupo e não a succubus desaforada.

— Apenas três dias, é o que darei à vocês na minha casa. — e ainda cuspiu em cima do balcão, Lissandre recuou com uma careta de nojo, mas Ainzart e Deena não poderiam se importar menos, pegando as placas de pedra e seguindo para as escadas.

— O que foi isso? — Lissandre sussurrou, chocado. — Como pode tratar tão mal os clientes? Que tipo de espelunca é essa?

— O que esperava de demônios de baixo nível? — Deena deu de ombros e Lissandre franziu o cenho.

— Há níveis para os demônios? — ele balbuciou chocado e Deena sorriu.

— Pense em nossa raça como demônios de linhagem inferior e superior. Se você tem asas, é de linhagem superior, se não, é inferior. Então imagine uma pirâmide, meu bem. — ela começou a explicar enquanto subiam as escadas. — Demônios inferiores estão na base. Então quanto mais pares de asas tiver ou chifres, mais pura é a sua linhagem, logo, mais forte. Viu outro demônio de asas pelo caminho? — Lissandre negou e ela sorriu. — Exato. Somos muito raros e mesmo se estivermos blefando, ninguém vai querer testar a sorte pra saber se somos fortes ou não. Aquele atendente ainda agiu arrogante por que fomos até ele solicitar os quartos, mas mesmo se invadíssemos e ocupássemos toda a pousada e os expulsasse, ninguém tentaria nos impedir. Talvez chamasse atenção do líder da cidade, aquele gourmet filho da puta, mas aquele demônio ridículo não se intromete nessas disputas territoriais, contanto que não o afete diretamente... — eles finalmente chegaram ao corredor e Deena poderia muito bem continuar falando, mas parou ao ver que Ainzart já seguia pra um dos quartos, entrando nele sem falar nada.

Os quartos ficavam lado a lado, mas Lissandre não se sentiu muito seguro de ficar sozinho naquele lugar, nem teve tempo de falar algo com Deena, que se enfiou no próprio quarto resmungando sobre querer um banho. Sozinho, ele se arrastou pro próprio quarto que era muito simples. Além de uma cama de madeira velha, uma pequena mesa e uma cadeira em um canto e uma porta que levava para um banheiro minúsculo, não havia mais nada.

Mesmo assim, ele não se importou ao se despir no banheiro, ligando uma ducha que soltou um jato de água vermelha fria em cima dele.

— Melhor do que nada... — murmurou, enquanto puxava o filhote, que não parecia nada feliz com a situação. — Pelo menos vamos ficar limpos, Sirius. — o convenceu.

Finalmente se lavando completamente, esfregou cada sujeira da pele, lavou o cabelo e pouco se importou se a água vermelha o fazia parecer ter saído de uma cena de crime, enquanto se secava e escolhia o que vestir (um conjunto de armadura de couro e roupas que cobrisse cada pedacinho de pele), ele observou Sirius saltando e se sacudindo pelo quarto tentando se secar.

Ele adormeceu quase de imediato ao tocar na cama, deixando Sirius de guarda e felizmente, nada e nem ninguém veio incomodá-lo. Como não havia noite ou dia naquele inferno, quando ele acordou o céu ainda parecia manchado de sangue. Seu sono se dispersou no mesmo instante quando uma batida soou na porta.

— Lis, sou eu! — era Deena e ele soltou o fôlego que havia prendido involuntariamente. — Vamos comer, estou faminta! — e sem esperar por uma resposta, ela abriu a porta e entrou. Usava outras roupas, um par de calças pretas, uma camisa branca e um peitoral de couro preto, os cabelos presos em uma trança lateral revelando suas orelhas pontiagudas.

— Geralmente, quando se bate na porta, se espera o outro lado atender. — Lissandre resmungou, ajeitando o cabelo e a demônio se sentou na beirada da cama, estendendo uma tigela com uma sopa que parecia feita de sobras pra ele, que fez careta negando.

— Eu tentei chamar Bel, mas ele está dormindo como uma pedra. Duvido que acorde pelos próximos três ou quatro dias. — ela se serviu da sopa, cruzando as pernas em cima da cama.

— E ele por acaso dorme? — Lissandre arqueou uma sobrancelha e ela franziu o cenho. Em todo aquele tempo, não viu o demônio dormir um segundo sequer, até achou que não precisavam dormir.

— Somos demônios, não seres divinos. Conseguimos ficar mais tempo acordados do que os da sua espécie, mas depois temos de compensar.

— Você não tem nada melhor pra fazer além de nos seguir e falar o tempo todo?

— Não. — ela sorriu, olhando para a bolinha felpuda. — Quando você está há centenas de anos fazendo a mesma coisa todo dia, encontrar um híbrido, um humano e essa besta do mundo mortal parece bem mais interessante do que ficar brincando no deserto.

— Centenas?! — Lissandre nem escondeu o choque. Os humanos mal podiam viver trezentos anos, sabia de outras raças que podiam viver bem mais, como os elfos, as fadas e os vampiros, mas os demônios também? — Quantos anos você... quer dizer, você não parece tão... — Lissandre nem conseguia terminar uma pergunta, surpreso por ela parecer ter a mesma idade que ele e a succubus sorriu travessa.

— Bobinho... não te ensinaram a nunca perguntar a idade de uma mulher? — e Lissandre bufou, incomodado com aqueles apelidinhos que ela inventava.

— Veio só pra atrapalhar meu sono?

— Estava entediada, bebê. — ela terminou a sopa, deixando a tigela na cama e o olhando com diversão. — O que acha de passearmos um pouquinho pela cidade?

— Está louca? Eu sou um humano, não sou estúpido o suficiente pra correr por uma cidade cheia de demônios, ainda mais com você. — Lissandre nem cogitou a ideia, tirando uma fruta do anel para comer.

— Eu protejo você. Estamos juntos há tantos dias, não confia em mim? — Lissandre quase gargalhou ao ouvir aquilo.

Nem em Ainzart confiava, quem dirá uma succubus que vinha testando sua paciência nos últimos dias?

Continua...

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