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46 | Você Comeu o Meu Cachorro?

A aldeia Astris, ainda estava em alvoroço depois do ocorrido no templo

Algumas das garotas desaparecidas das aldeias vizinhas haviam sido encontradas no templo que desabou na noite anterior, assim como alguns cadáveres já em estado avançado de decomposição, com alguns pedaços e órgãos faltando, tudo escondido no porão daquele templo onde todos rezavam a missa uma vez ao mês.

Kalil, que havia chamado os aldeões, também seguiu até a base militar próxima à aldeia para relatar o ocorrido, considerando a gravidade do caso. Havia tantos cadáveres e alguns ainda eram difíceis de identificar, no final, apenas quatro garotas haviam sido resgatadas vivas, Anastácia sendo uma delas.

Os moradores estavam tomados pelo medo e pela curiosidade, descobrir que o reverendo liderava uma seita só não foi tão assustador quanto descobrir que aquela maldita seita era quem vinha sequestrando suas crianças e as usando para rituais macabros bem debaixo do nariz de todos.

A fumaça que ainda subia dos escombros se misturava ao burburinho crescente, enquanto soldados do exército percorriam o local, interrogando sobreviventes e recuperando os corpos pelo caminho.

Anastácia estava sentada ao lado da mãe na cozinha de sua casa, segurando uma xícara de chá, mas incapaz de beber. Já havia sido interrogada e liberada antes e agora, tentava assimilar toda a situação bizarra na qual havia estado. A imagem de "Noah", sendo arrastado pelo demônio para aquele portal não saía de sua mente.

— Noah pode ser encontrado, mamãe? — murmurou ela, quebrando o silêncio.

Léia lançou um olhar para o marido, que tomava café do outro lado da mesa e ambos suspiraram. Haviam ouvido dos filhos sobre a invocação do demônio, por muito pouco, toda a aldeia não se transformou num deserto sangrento. Felizmente a besta havia sido banida pelo selo, mas ainda se estremeciam de pavor ao imaginar que tudo aquilo ocorreu no templo, tão próximo de todos e ninguém ficou sabendo até Kalil surgir ensanguentado pedindo por ajuda.

— É difícil saber, filha. — Benny respondeu.

Se o  garoto havia sido arrastado pelo demônio para o submundo, era impossível resgatá-lo, talvez já tivesse virado refeição daquela besta.

Anastácia se encolheu, pensando o mesmo que os pais, os olhos se enchendo de lágrimas ao pensar no amigo que tentou ajudá-la e acabou desaparecendo daquele jeito, um silêncio pesado se instalou na cozinha enquanto os adultos ainda processavam toda a loucura que havia acontecido, além do alívio de ter sua garotinha de volta em casa.

Antes que alguém pudesse quebrar o silêncio, a porta foi aberta bruscamente, e Kalil entrou, seguido por um oficial de armadura dourada.

— Desculpem a intromissão. — disse o oficial, com um tom autoritário, Anastácia se encolheu pelo susto e Benny se pôs de pé, lançando um olhar inquisitivo pro filho, que deu espaço pro oficial avançar pela casa. — Estamos investigando o desaparecimento de um jovem descrito como sendo acompanhado por uma criatura demoníaca. O recruta detalhou como era e como o encontraram, quatro dias atrás na floresta, essa informação era correta? — Benny e Léia olharam pro filho por um instante, completamente tensos, mas acenaram confirmando.

— Sim, senhor. — Benny respondeu. — Ele surgiu da floresta, cheio de ferimentos, fraco e faminto... o acolhemos e tratamos de seus ferimentos... depois que ele se recuperasse, o levaríamos até a base.

Léia então contou o que "Noah " havia dito à eles, o oficial analisando todos naquela cozinha como se procurasse algum sinal de nervosismo ou desconforto com alguma possível mentira.

— Ele seria parecido com alguém assim? — o oficial ergueu fina placa transparente com bordas prateadas, capaz de projetar um holograma suave em tom azul-claro, medindo cerca de dez centímetros.

Era um Cristal Vox, que quando ativado por magia, exibia uma imagem tridimensional detalhada de uma pessoa, capturando gestos e expressões com precisão mágica que inclusive se movia em um pequeno loop de ações. Um pequeno holograma detalhado de um jovem de cabelos prateados longos surgiu no cristal.

Seus olhos eram grandes e azuis, seus nariz levemente arrebitado e lábios vermelhos, como uma fada, tão bonito em um traje elegante digno de um nobre excêntrico da capital. Parecia distraído olhando para algo antes de mover a cabeça levemente, seus olhos se estreitando um pouco ao sorrir e abrir os lábios para falar algo antes da imagem reiniciar, repetindo o gesto.

Léia, Benny e Anastácia se aproximaram um pouco e, apesar de antes ter os cabelos curtos e parecer mais magro, era exatamente igual.

— Sim, é ele. Se apresentou como Noah para nós. — Léia contou e Anastácia encarou o oficial, sentindo o estômago afundar. Ele poderia ser algum bandido procurado?

— Seu nome é Lissandre Di'Rosenvelth, segundo filho do arquiduque do império. Buscamos informações sobre ele, que se encontra desaparecido.

A mãe de Anastácia colocou a mão na boca, os olhos se arregalando em choque.

— Filho do arquiduque?! Isso... e-ele...

— Impossível, a Capital Imperial está muito distante daqui, como... como um nobre como ele acabaria parando aqui na fronteira? — Benny negou.

— Até o momento, sabemos que ele foi sequestrado. É o sobrinho da Imperatriz, ela o tem em alta estima. Desde o seu desaparecimento, uma recompensa generosa foi oferecida para qualquer um que possui informações sobre ele. — respondeu o oficial, passando o olhar pela sala, todos os Hernande estavam chocados quando ele resolveu prosseguir. — Se ele foi levado por um demônio, como o recruta aqui mencionou, pode haver implicações graves para o Império. Espero que colaborem com as investigações e mantenham toda e qualquer informação a respeito disso em absoluto segredo. A partir de agora todos vocês estão sob investigação.

Anastácia sentiu um nó na garganta, sem saber exatamente o que sentir ou pensar sobre a situação. Havia dividido o quarto por dias com um nobre e para piorar, o viu ser levado por um demônio para o submundo. O temor de acabar sendo culpados pela morte daquele garoto foi o mesmo que passou pela mente de toda a família.

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Em uma caverna no meio do deserto, Lissandre estava isolado do mundo e de todas as consequências que havia deixado para trás.

Ainzart o havia teleportado com precisão para um lugar aparentemente desolado, longe daquele bosque pavoroso e apesar de, independente da direção em que olhasse fora da caverna, não enxergasse nada além de um infinito mar de areia, ele estava feliz por não ter folhas farfalhando ou árvores retorcidas em sua direção. A caverna era fria, úmida, e o cheiro de mofo misturado à areia dominava o ambiente.

Lissandre observou com uma careta de desgosto enquanto Ainzart segurava aquele ovo grande e o quebrava, sentado no meio da caverna enquanto bebia o conteúdo viscoso e cru como se fosse um banquete, os olhos carmesim brilhando levemente no escuro. O demônio havia oferecido pra ele antes, mas Lissandre se recusava a provar qualquer uma daquelas coisas asquerosas.

— Quer um, bolinha gulosa? — Ainzart ofereceu o segundo ovo ao filhote felpudo que os seguia.

O filhote se aproximou com hesitação, mas aceitou o presente. Ainzart observou enquanto o pequeno devorava o ovo com avidez, parecia satisfeito em ver pelo menos alguém comer com gosto algo que ele generosamente oferecia.

Lissandre, por sua vez, afastou-se ainda mais, sentindo-se enjoado. Ele se isolou em um canto da caverna, tirando o livro vermelho para tentar ler alguma coisa dele. Ainzart não parecia se importar com o que ele fazia, concentrando-se em sua própria refeição. Lissandre abriu o livro, mais uma vez tentando decifrar os símbolos indecifráveis que tinha ali, se negando a não conseguir ler algo que até um cego leu, mas, exausto e mentalmente desgastado, acabou adormecendo com o livro aberto em seu colo.

Ainzart levantou-se pouco tempo depois, suas sombras se agitando, ainda sem controle total por sua instabilidade de maana. Ele olhou para Lissandre dormindo profundamente no canto da caverna e bufou.

— Mas só reclama, chora e dorme. — murmurou para si mesmo, antes de encarar a coisinha felpuda. — Se vai seguir ele, melhor se fortalecer para proteger esse bebê chorão, ficar forte por conta própria ele não vai. — debochou e o filhote saltitou para perto de Lissandre, lambendo o focinho sujo de gema de ovo enquanto inclinava a cabeça como se analisasse seu humano.

Ainzart saiu da caverna, incapaz de ficar parado por muito tempo, queria limpar os arredores para conseguir descansar por um ou dois dias naquela caverna e antes de partir, estendeu a mão e invocou uma barreira de sombras que cobriu completamente a entrada. A barreira não era apenas para proteger Lissandre de ameaças externas, mas para evitar que qualquer criatura farejasse seu rastro. Tinha de manter Lissandre vivo até ter a tradução daquele livro.

Pelo menos foi do que se convenceu para continuar mantendo ele vivo.

Quando voltou, coberto de sangue negro e com o olhar satisfeito por ter arrancado outros onze núcleos de bestas demoníacas na região, encontrou Lissandre ainda dormindo no mesmo canto, o livro em cima dele enquanto ele se encolhia contra a parede. O filhote que antes os acompanhava havia desaparecido da caverna, mas ele não prestou muita atenção nisso.

Ainzart sentou-se em silêncio e começou a comer novamente, devorando pedaços de carne demoníaca que havia trazido de sua caça. Por mais que quisesse deitar e dormir, sempre teria pesadelos, senão com o passado, talvez com o futuro, além de não se sentir confortável dormindo com alguém por perto, então manteve-se atento a qualquer movimento de Lissandre.

Quando o garoto finalmente acordou, a confusão tomou conta de seu rosto. Ele olhou ao redor, primeiro notando o demônio apoiado na parede com os olhos fechados, não parecia dormir. Com torcicolos, ajeitou o livro ao lado, se convencendo de que sua situação poderia ser pior, então deveria estar grato por acordar inteiro outra vez antes de perceber a ausência do filhote.

E então, seus olhos pousaram nos ossos no chão, e sua mente foi tomada por uma conclusão inevitável, arregalando os olhos ao encarar Ainzart.

— Você... você comeu ele! — acusou, apontando para o demônio que abriu os olhos e o encarou arqueando uma sobrancelha.

— Comi quem?

— Não se faça de desentendido! — Lissandre se ergueu num pulo, outra vez consumido pela fúria. — O filhote! Ele estava aqui antes de eu dormir, e agora tudo o que resta são esses ossos!

Ainzart deu uma risada baixa, como se a acusação fosse um entretenimento para ele.

— Se eu quisesse comer algo tão pequeno e inútil, teria feito isso na sua frente. Não me escondo para devorar presas insignificantes.

— Então onde ele está? — Lissandre bateu o pé, sua voz tremendo de frustração.

Ainzart deu de ombros, começando a arranhar as garras em um dos chifres.

— Provavelmente foi embora, cansado das suas reclamações.

Lissandre não sabia se acreditava ou não. O olhar frio e indiferente do demônio não oferecia nenhuma pista, mas a ideia de que ele havia devorado o filhote, somada à visão dos ossos, fazia seu estômago revirar.

Ele decidiu se calar, adicionando outro motivo para ser o primeiro a torcer para Mirabel enfiar a espada no peito daquele vil demônio quando chegasse a hora, sentando-se de volta em seu canto enquanto o demônio voltava a fechar os olhos, tentando assimilar a força daquele núcleo.

Não havia comido os outros núcleos ainda, tinha certeza de que se machucaria se inventasse de comer mais do que aguentava no momento, e enquanto Lissandre tentava decifrar o livro com muito mal humor, quase chorando pela morte de seu filhotinho, Ainzart tentou não explodir na caverna com seu núcleo de maana em desordem.

Continua...

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