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37 | Culpa

Lissandre piscou atordoado, vendo o homem olhar ao redor outra vez.

— Como assim, desapareceu? Eu... e-eu a deixei com Kalil e tia Léia, eu... — ele gaguejou, lembrando-se de soltar a mão da garota e partir sem sequer olhar pra trás e, pensando bem, nem tinha certeza de que Kalil estava por perto quando a deixou.

Lembrou-se do que ela havia dito, garotas jovens estavam desaparecendo sem rastros, sequer deixando um corpo pra trás, se sentiu estúpido por deixá-la sozinha antes. Vendo que ele estava pensando demais, Benny apoiou a mão em seu ombro e o sacudiu.

— Está tudo bem, garoto! Se acalme, talvez ela só esteja perdida por aí. — sorriu, quase como se tentasse convencer a si mesmo e Lissandre acenou, se obrigando a acreditar naquela mentira. — Ela disse que ia pegar uma coisa pra você, acho que pão, e não voltou. — explicou Benny, apertando o facão em sua mão. — Já faz mais de uma hora. Léia e Kalil se separaram para procurá-la, eu... fiquei pra cuidar dos meninos e esperar por você, pensei... que ainda estavam juntos.

Lissandre se sentiu ainda pior. Foi o último a ver a garota e agora, ela estava desaparecida por sua irresponsabilidade. Ao invés de ir ouvir as asneiras do reverendo, deveria ter ficado com ela, ou a arrastado comigo, pensou aflito.

— A feira inteira já está sabendo. Estamos procurando por todos os lados, mas ninguém a viu. — Benny seguiu dizendo.

O silêncio que seguiu as palavras de Benny pareceu mais alto que o burburinho da feira. Lissandre sentiu a mente girar enquanto tentava conectar os fatos. Ele havia visto Anastácia pela última vez antes de sair para seguir o reverendo. A ideia de que algo havia acontecido a ela enquanto ele não estava por perto o consumia com uma culpa crescente.

— Eu vou ajudar a procurar! — decidiu, a voz mais firme do que se sentia por dentro, já rumando em alguma direção.

— Espere! — Benny segurou seu braço. — Onde esteve? Talvez ela tenha tentado segui-lo...

Lissandre respirou fundo. Não queria dizer nada sobre aquele templo, então apenas negou. Duvidava que ela o tivesse seguido, ela estava mais interessada nas barracas.

Vendo os gêmeos voltarem a chorar, ele disse que procuraria perto das barracas e se afastou, chamando por Anastácia, parando algumas pessoas pra tentar a sorte, mas ninguém a havia visto. Não é como se tivesse muitas pessoas com cabelo de musgo por aí e mesmo após uma hora, não teve qualquer sinal da garota. Já estava a beira das lágrimas quando avistou Kalil saindo de um beco.

— Kalil! — o chamou, correndo pra alcançá-lo e o rapaz, pálido, o encarou com os olhos arregalados, como o pai olhando ao redor dele, como se esperasse que ela estivesse com ele. — Kalil, achou alguma coisa? Ou...

— Você também não a viu? — ele perguntou e Lissandre negou, engolindo seco. — Porra... — resmungou, olhando ao redor. — Onde esteve? Ela estava com você, Noah! Como pôde... — parou de falar quando Lissandre recuou, se arrependendo quase de imediato ao ver Lissandre não muito melhor que ele, pálido e quase chorando de preocupação. — Me... me desculpe. Não é sua culpa. — respirou fundo, soltando o ar devagar e apoiando as mãos na cintura. — Não é sua culpa. — repetiu, erguendo o olhar pro alto, fechando os olhos por um momento como se tentasse se recompor, mas Lissandre só se sentiu pior, pensando que era sim, sua culpa.

A garota não teria desaparecido se não a tivesse deixado sozinha. Incapaz de dizer algo, segurou a barra da camisa de Kalil, esperando ele se acalmar e o rapaz baixou o olhar, o encarando.

— Onde esteve? É perigoso sair sozinho por aí, ainda mais sendo... — um ômega — sendo quem é.

— Eu... e-eu fui ao templo. — gaguejou com a voz embargada. — Eu... deixei ela sozinha, eu... f-foi minha culpa, eu... — soluçou, sem conseguir mais se conter, começando a chorar, pro desespero de Kalil, que olhou ao redor sem saber o que fazer, antes de segurá-lo pelos ombros e puxá-lo para perto de uma parede, o abraçando.

— Está tudo bem, Noah. Me desculpa, não foi sua culpa. Eu não...

— Sim, foi! — ele tentou se afastar, chorando ainda mais. — Eu não devia ter seguido aquele reverendo pervertido dos infernos! Aquele diabo, me atraiu pro templo e-e...

— Ele fez alguma coisa? — Kalil o segurou pelos ombros outra vez, sua voz saindo do tom de conforto para o tom de alerta, analisando Lissandre de cima á baixo, como se procurasse algum sinal físico nele. — Noah...

— Meu nome não é Noah, porcaria! — ele exclamou, tentando secar o rosto. — E aquele velho cegueta não me faria nada, é um bunda mole! Ele só falou um monte de asneiras, eu não devia ter deixando a Ana sozinha... por minha culpa, ela sumiu e... — Kalil suspirou, em parte aliviado por ele não ter sido tocado, mas ainda sem entender direito o que ele dizia, antes de franzir o cenho ao perceber o que ele havia dito.

— Como assim seu nome não é Noah? — questionou e Lissandre fungou, tentando secar as lágrimas outra vez, o olhando irritado.

— Eu não me chamo Noah! Eu menti! — disse com um tom de amargura, olhando ao redor. — Não importa, Ana pode estar em perigo por que eu quis investigar aquele templo idiota... — murmurou aflito e Kalil respirou fundo, acenando. — Aquele cego fajuto disse... ele disse coisas estranhas sobre oferendas e desejos. Depois, me convidou para um batismo no templo, à luz da lua de sangue e... ele deve estar aprontando alguma coisa, eu não sei... ele disse que sabia que eu o seguiria, e por minha culpa...

Kalil ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras, antes de arquear uma sobrancelha.

— E você acha que isso tem a ver com Anastácia? — Lissandre piscou, arregalando um pouco os olhos.

Nem tinha pensado nisso, mas agora até fazia sentido. Convenientemente ele se afastou da garota pra seguir o reverendo e logo em seguida, ela desapareceu.

— Eu não sei. — respondeu Lissandre, cruzando os braços. — Mas não vou ficar esperando para descobrir. Aquele homem quer alguma coisa comigo. Desde que cheguei, fica me encarando esquisito e...

— Não está pensando em ir lá sozinho, não é? — Kalil questionou, duvidando da sanidade dele e Lissandre encolheu os ombros.

Tinha certeza de que uma vez que estivesse com o livro em mãos, o demônio viria buscá-lo. Pelo menos esperava que assim fosse.

— Eu... vou ter de ir ver o que ele quer... e se... e-e se tiverem sequestrado a Ana, eu não sei o que eu vou... — começou a gaguejar de novo, quase voltando a chorar, mas Kalil o abraçou outra vez.

— Não vou deixar que vá sozinho. — decidiu. — Qualquer sinal de perigo, você corre, grita, quebra um castiçal na careca dele... — Lissandre franziu o cenho, acenando antes de suspirar. Careca o reverendo não era, mas ainda achou ótima a ideia de quebrar um castiçal nele.

Não sabia se o sumiço de Anastácia tinha algo a ver com aquele maldito templo, sua missão principal era o livro (mas nem sabia se era aquele mesmo).

Mesmo decidindo ir ao templo, os dois se separaram outra vez para continuar buscando pela garota, mas quando se encontraram horas depois na frente da casa da família, Léia desabou em lágrimas ao não ter notícias da filha. Vários moradores que estavam ajudando nas buscas também voltaram de mãos vazias.

Quando a noite caiu, o ambiente na casa parecia ainda mais pesado. Benny havia saído para continuar as buscas com outros aldeões, levando os gêmeos com ele. Kalil e Lissandre ficaram na sala, Léia acabou dopada de remédios pois entrou em um frenesi nervoso e quase atacou umas senhoras fofoqueiras que comentavam o sumiço da garota com descaso.

No quarto de Anastácia, o pequeno lobo estava inquieto, Lissandre, que esperava a hora de sair, tentou convencê-lo a se acalmar um pouco. Ao olhar pro céu através da janela, notou que as luas azuis começavam a se tingir de vermelho e franziu o cenho. Era um evento lunar raro, á cada cinco anos, as duas luas ficavam vermelhas. Não esperava que algo assim fosse ocorrer justo naquele dia, mas decidiu não pensar muito quando se preparou para sair.

Enquanto caminhava em direção ao templo, Lissandre traçava um plano em sua mente. Ele sabia que precisava do livro do reverendo, ignorou as dúvidas que rondavam sua mente sobre ser ou não o livro certo ou até o que o reverendo queria dele naquele lugar.

Chegando ao templo, encontrou o local iluminado por lácrimas de luz que lançavam sombras ainda mais dramáticas nas paredes de pedra. A porta estava entreaberta, como se o esperassem.

Algo parecia fora do lugar.

Assim que cruzou a porta, a primeira coisa que notou foi o cheiro, uma mistura de incenso, especiarias e algo doce, quase enjoativo misturado. O interior do templo estava diferente daquela manhã. O altar havia sido afastado, dando espaço para uma longa mesa no centro do salão. Lácrimas de luz haviam sido acesas, lançando uma luz oscilante que acentuava as sombras do enorme templo.

Sentados à mesa estavam várias figuras, todas vestidas com roupas escuras e mantos. No centro, à cabeceira, estava o reverendo com seu traje branco. Ele segurava aquele livro vermelho aberto em suas mãos, enquanto murmurava algo para os presentes.

Quando o reverendo levantou o olhar, ele sorriu para Lissandre.

— Bem-vindo, meu jovem. Estávamos esperando por você.

Lissandre franziu o cenho, mas manteve a postura.

— O que é tudo isso?

Continua...

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