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7 - EGOÍSMO

"E de todos os sentimentos humanos, o egoísmo é o mais assustador"

— Lady Joan Morrison

Após deixar a residência da Anastácia carregando uma raiva mortal da amiga, bem como de sua estúpida decisão, Matthew caminhou sem rumo pelas ruas de Londres, sua mente encontrava-se perturbada com milhares de pensamentos que lhe tiravam a paz.

Anastácia iria se casar! Ah como Matt detestava pensar naquele absurdo.

Na verdade, o duque jamais cogitou a possibilidade de que Any algum dia se casaria. Não ela que havia fugido para o Oriente antes de debutar. Matt sempre acreditou que Any estava acima daquela necessidade, claro que haveria problemas futuros em relação a sua herança, já que Anastácia era mulher — e pior! — era uma filha bastarda. Ela jamais herdaria um vintém que pertencia ao seu pai. Mas Matt nunca a deixaria míngua, sempre esteve em seus planos protegê-la de tudo e ampará-la no que precisasse. Não havia motivo para Lady Lumb prosseguir com aquela irracionalidade. Anastácia não precisava de um marido! Ela precisava de um amigo, e para isso Any o tinha.

Depois de muito pensar e praguejar contra a amiga de todas as formas possíveis, Lorde Morrison retornou a sua residência, onde encontrou sua mãe — a duquesa — e suas irmãs, sentadas inconformadas em suas respectivas poltronas, mantendo no rosto expressões de puro tédio, enquanto bordavam, confinadas naquela sala destinada a tais afazeres femininos.

Matthew passou pelas mulheres sem nem ao menos cumprimentá-las. Ele ainda estava deveras furioso para dialogar com qualquer pessoa. Então o Lorde apenas ignorou os olhares desconfiados de sua família e prosseguiu para seu escritório, fechando a porta com tamanha brusquidão que o estrondo da porta se chocando contra o batente ecoou por todo corredor chegando à sala em que as ladies se encontravam.

Fungando feito uma fera raivosa, Matthew arrastou a cadeira sobre o soalho gasto, e sentou-se confortavelmente, encarando os papéis da contabilidade espalhado pela mesa; algo que o deixou ainda mais furioso, pois precisava do auxílio de Any para acertar aquelas contas e pagar seus arrendatários. Todavia, no entendimento do lorde, Lady Anastácia Lumb havia lhe dado as costas, e muito mais, ela tinha o traído, abandoná-lo-ia sem remorso algum. Any realmente iria se casar? Matthew ainda custava a acreditar naquela decisão.

O Lorde ainda estava furioso, quando sem qualquer aviso, sua mãe adentrou pela porta e posicionou-se de frente a sua mesa, deferindo-lhe seu típico olhar afiado que ainda lhe provocava muito desconforto, apesar de ele já ser um homem com mais de trinta anos.

— Não precisa me dizer nada, Matthew. Sei o motivo da sua fúria egoísta e desnecessária. Anastácia decidiu se casar, isso aconteceria em algum momento. Considerando suas escassas opções, não havia como adiar o inevitável. Pelo menos não mais. — Lady Katherine proferiu em tom claro e seco, deixando o filho sem palavras.

Matthew encarou sua mãe prolongadamente e logo em seguida notou os lábios tremerem conforme a onda de ira tornou a borbulhar dentro de si. Ele não conseguia compreender a razão pela qual todos estavam apoiando a decisão da Any, esquecendo-se completamente do quanto aquilo o afetava profundamente.

— Saia daqui! Não preciso dos seus conselhos! Não agora. — bradou em tom alto, incapaz de controlar a fúria presente em seu tom de voz.

A duquesa, por sua vez, apenas o encarou friamente, alinhou suas vestes em seu corpo, ajeitou a postura e declarou de forma austera antes de partir:

— Any vai se casar, Matthew, goste você ou não. Sugiro que lide com isso, antes que perca a amiga por seu total egoísmo.

Sua mãe então lhe deu as costas e marchou porta a fora, deixando o filho a sós com seus conflitos internos.

Ah como Matt detestava aquelas mulheres!

Novamente, o lorde encarou os papéis acumulados em sua mesa, e em um ímpeto de fúria, passou a mão sobre eles, lançando-os ao chão. Não contente, sem raciocinar com clareza, Matthew ergueu a mesa para o ar, jogando o móvel e todos os pertences para longe. O duque ainda mantinha a respiração alterada quando encarou o caos que seu escritório se tornou. Aquele cômodo era o reflexo perfeito da mente do próprio Lorde. Tudo estava em desordem e Matthew não sabia como faria para consertar aquela catástrofe.

Na tentativa de aplacar o nervosismo, o duque caminhou até a estante abarrotada de velhos livros contábeis, passou a mão na garrafa de uísque e despejou uma boa dose do líquido âmbar no copo de cristal. Quando Matthew sorveu o líquido quente que desceu queimando por sua garganta, uma leve sensação de calmaria instalou dentro de si. O Lorde se deu por conta, naquele momento, que sua mãe estava certa: ele teria de lidar com a decisão de Any, ainda que não apreciasse a sua escolha. Apesar de tudo, Matt não queria perder a amiga, pois não saberia viver sem sua Any que sempre fora a sua fiel escudeira.

Um leve sorriso brotou em seu rosto ao se dar conta de que Anastácia, sua melhor amiga, realmente estava à procura de um esposo. Aquela temporada realmente seria inesquecível. Ah como seria!

***

Joan Morrison, filha da duquesa mais respeitada de toda Londres e irmã do duque de Hereford detestava, com toda sua força, dedicar-se à arte do bordado. Entretanto, para o seu completo desprazer, sua mãe a obrigava a manejar as agulhas, assim como tinha lhe imposto que ela e sua irmã mais nova — Felicity — deveriam aprender a tocar piano, precisavam saber valsar com muita delicadeza, tinham o dever de andar como se estivessem flutuando, também necessitavam controlar o tom da voz e foram forçadas a aparentarem ser moças frágeis e indefesas, quando definitivamente não eram. Infelizmente, para o lamurio da duquesa, as meninas cresceram ouvindo histórias fantásticas sobre Lady Anastácia Lumb que fugira para Oriente com o seu irmão, evitando ser apresentada a sociedade. As jovens ladies sempre tiveram Lady Lumb como a maior inspiração e a devoção se tornou ainda maior quando a mulher retornou a Inglaterra aproximando ainda mais da família Morrison, ensinando-as tudo que sabia.

Any ensinou as jovens a cavalgar com muita desenvoltura, também instruiu Joan a como atirar com arma de fogo, ao passo que Felicity aprendera com a Lady a ser uma exímia arqueira. Any, ao contrário da mãe, lhe ensinou a serem fortes e destemidas, dizia que jamais deveriam baixar a cabeça para qualquer homem, pois apesar de serem mulheres, elas não eram propriedades de ninguém; eram pessoas e como tal mereciam o devido respeito.

Claro que o convívio de suas filhas como Anastácia deixava a duquesa preocupada, afinal Any sempre fora um espírito indomável que fugia do casamento como o diabo foge da cruz. Entretanto, no fundo Lady Katherine sabia que suas filhas se tornaram mais fortes ao lado de Any, por essa razão, ainda que temesse pelo futuro de suas pupilas, a duquesa sabia que Anastácia jamais as prejudicaria.

Any era assim, tinha um coração maior que o mundo e nunca deixava o egoísmo atrapalhar o bom senso. Por mais que sua reputação de Lady escandalosa a acompanhasse pelos salões de Londres, Lady Katherine Morrison não era capaz de afastar a mulher de sua família.

Anastácia crescera com Matthew, era como se fosse a sua filha, e mesmo que jamais revelasse em voz alta, Katherine também a admirava.

— Ainda não consigo acreditar que Any realmente vai se casar! — Felicity expressou incrédula, ajeitando os pontos no tecido branco em que bordava.

— Ela não vai se casar, ao menos não ainda. Any está à procura de um esposo, e considerando sua reputação um tanto duvidosa, talvez seja um pouco difícil que ela venha de fato subir ao altar. — Joan argumentou, irritada por ter errado aquele ponto pela milésima vez.

Katherine interrompeu a leitura de seu livro sobre botânica e tentou lançar um olhar reprovador a filha mais velha que sequer lhe deu atenção.

— O casamento é o fim de qualquer mulher que tenha o mínimo de bom senso. A solteirice não traz benefício nenhum, ao contrário, apenas de prejudica a reputação da família lançando o nome e sua tradição à lama. — a duquesa rebateu em tom rude.

— Exatamente! O casamento representa o fim para qualquer mulher e talvez eu não queira um fim, quando ainda tenho muito a viver. — retrucou, Joan, quase lançando o bordado pela janela.

— Concordo. — resmungou Felicity, serena como sempre.

Aquele foi o limite para duquesa que fechou abruptamente o livro e pôs-se em pé de modo a fitar ambas as filhas desbocadas.

— Não importa o que desejam, o que realmente importa é o que a sociedade espera de vocês, e no atual momento, minhas caras, toda aristocracia esperam que se casem e mantenham a honra da família. Matthew finalmente está disposto a encontrar a sua duquesa e seu casamento deve ocorrer até o final da temporada. No próximo ano, sem objeções, ambas irão debutar. — Joan abriu a boca para revidar a decisão da mãe, porém foi cortada rapidamente: — Já adiamos sua apresentação por muito tempo, Joan. Sua irmã completará dezoito primaveras no próximo ano e, portanto, será obrigada a debutar junto dela. Isso é um fato inevitável, quanto mais cedo aceitar seu futuro, mais fácil serão as coisas.

Joan respirou fundo tentado controlar o furor que se agitou dentro de si. A jovem Lady apertou seu bordado com tanta força, que o delicado tecido amassou em seus dedos.

— Talvez eu faça como Anastácia e fuja antes de ser apresentada a essa sociedade hipócrita. — disparou, zangada, jogando o bordado para a outra extremidade do sofá.

— Pena que não conhece nenhum lorde disposto a te acompanhar nessa aventura. Anastácia foi uma exceção deveras isolada, você não é como ela, Joan Morrison, apenas aceite esse fato. — a duquesa retrucou impaciente.

— Ainda tenho tempo de aliciar algum lorde a me acompanhar nessa aventura, sou mais parecida com Any do que a senhora pode imaginar. — A jovem Lady arqueou a sobrancelha com muita prepotência. Sua irmã mais nova, apenas observava a discussão em silêncio, embora estivesse orgulhosa de Joan.

— CHEGA! — disparou Katherine perdendo o controle da situação. — Irá debutar nem que eu precise te prender em seu quarto até o início da próxima temporada. Seu futuro já foi escrito, goste você, ou não.

Joan que já não era mais capaz de lidar com aquela conversa, levantou-se em um sobressalto e marchou a passos duros em direção a escada que levava ao seu quarto.

— Só espero ao menos poder escolher o meu esposo, é o mínimo que podem fazer por mim, quando já me tiraram todo o direito sobre a minha vida. — Então ela partiu, sem olhar para trás, deixando sua mãe pensativa no meio daquela sala.

****

Lady Joan Morrison estava se fato irritada. A jovem não conseguia compreender a quão injusta era a sociedade para com as mulheres. Ela já tinha perdido a conta de quantas vezes desejou ser homem para fazer o que bem quisesse. Claro que Joan tinha plena consciência de que era mais privilegiada do que as outras jovens da sua idade que mal sabiam qual era o gosto de um uísque, ou o sequer haviam sentido o sabor amadeirado de um charuto entre os lábios, tampouco tinha noção do quanto pesava uma arma. Por sorte seu irmão Matthew crescerá com Anastácia que sempre fora um espírito selvagem, por essa razão, ele era incapaz de podar o mínimo de liberdade que poderia conceder a suas irmãs cujos sonhos seriam devastados após o matrimônio.

Joan sabia que jamais seria feliz caso viesse a se casar. Sua mãe estava errada, ser uma solteirona era o máximo de liberdade que uma mulher poderia conseguir, casar significava deixar de existir e não estava nos planos da Lady submeter-se ao esquecimento.

Enquanto estava deitada em seu quarto, contemplando o teto desgastado que sempre protegeu a cabeça valiosa dos Morrisson's, Joan ouviu o som estrepito de um tiro sendo disparado em um alvo qualquer. Tomada pela euforia eminente, a jovem correu até a janela e viu seu irmão no amplo jardim, treinado a mira que já era bem afiada. Instantaneamente Joan soube que Matthew estava tentando aliviar o estresse provocado pela súbita decisão de Any em se casar. Realmente aquilo tinha surpreendido a todos, inclusive a jovem lady que jamais esperou tal ação de Anastácia.

Sem pensar, Joan ergueu a barra do vestido e saiu correndo rumo ao jardim. Ela ignorou o olhar recriminador da mãe ao passar pela sala e prosseguiu ao encontro do irmão. A lady estava ofegante quando prostou ao lado do irmão que se preparava para atirar novamente.

Com muita atenção, a jovem observou Matthew ajustar a pontaria, levando a espingarda a altura dos ombros. O Lorde fechou um dos olhos e observou a pobre pomba alçar voo no ar. Seu dedo permaneceu fixo no gatilho, e ao notar que era o momento certo, Matthew disparou a pólvora que cortou o ar em uma velocidade absurda e acertou o pássaro que desabou no chão, há poucos metros de onde ambos estavam posicionados.

— Belo tiro! — Joan elogiou o irmão que não agradeceu o elogio e nem lhe dirigiu qualquer atenção.

Mais uma vez, o jovem duque ajustou a pontaria e aguardou que mais um pombo fosse liberto rumo a fatídica morte. Instantes depois, a arma disparou agressivamente e o forte odor de pólvora se espalhou pelo ar. Para sorte do pássaro, Matthew errou o alvo e praguejou por sua falha.

— Sei que está irritado com Anastácia, eu também estou. — Iniciou Joan que continuou sendo ignorada. — Na verdade, estou muito mais que irritada, estou me sentindo traída. Como ela pode ter feito isso conosco? Insinuou que jamais se casaria e de repente toma essa decisão às pressas, pelas nossas costas, sequer teve a decência de nos informar a respeito de suas ações! Isso é inadmissível!

Lorde Morrison finalmente dignou a atenção a irmã.

— Exato! Até que em fim encontrei alguém que me compreende. Eu esperava no mínimo a consideração de ter me informado antes que tudo viesse à tona. Posso estar sendo egoísta, mas Any não fica para trás. — Matthew passou a espingarda a irmã, que como uma atiradora exímia, segurou a arma com demasiada confiança e disparou o tiro certeiro no pombo.

— Acha mesmo que ela está à procura de um marido? — Joan investigou ao transferir a espingarda ao irmão.

— Sim. Conheço Any, ela realmente pretende se casar. — respondeu, o homem, ajustando a mira para o próximo tiro.

— Merda! Isso compromete todos os meus planos. Maldição! Eu estou mesmo deveras encrencada. — Praguejou a Lady, sentindo um buraco imenso se abrir sob seus pés.

— Posso saber de que planos se trata? — Matt perguntou curioso, devolvendo a arma a irmã.

— De não me casar, oras! Esperava que ter Any por perto dificultaria as minhas chances de encontrar um esposo. Mas se ela conseguir se casar com algum lorde, será considerada um Lady de respeito o que fará com que aumente o número de pretendentes interessados em me tomar como prêmio! Não sou uma égua a venda, Matt. Sou uma mulher que tem sentimentos, tem sonhos, desejos..., mas parece que todos se esquecem disso e talvez eu não queria deixar meus sonhos morrerem.

Naquele momento o coração de Matthew se apertou dentro do peito. Joan falava exatamente como Anastácia e ele sempre compreendera a amiga, claro que também entendia os temores da irmã. Lorde Morrison era o duque Hereford, tinha como dever proteger sua família, contudo jamais obrigaria Joan a casar se tal decisão não fosse de sua vontade. No entanto, ela debutaria, não poderia abrir mão de tudo sem ao menos tentar.

— Talvez poderíamos dificultar as chances de Any em encontrar um esposo. Isso seria ideal... Eu continuaria com minha amiga e você fugiria do matrimônio. Só enxergo vantagens aqui, minha adorável irmã. — propôs, achando que sua irmã concordaria com seu plano.

— Matthew! — Joan exclamou, empurrando a espingarda contra seu peito. — Você está sendo um maldito egoísta. Any pode ter falhado conosco, mas é nosso dever apoiá-la nesse momento tão difícil. Vossa Graça deveria ter vergonha por ser um péssimo amigo. — A lady o olhou dos pés à cabeça, mantendo a mais pura expressão de escárnio na face.

Indignada, Joan virou-se ao sentindo da casa e começou a afastar-se da presença perturbadora do irmão.

— Você espera que eu abra mão da minha melhor amiga? — Matthew indagou em tom alto, antes que Joan se distanciasse ainda mais.

A jovem, por sua vez, meneou o pescoço para o lado de modo a encara-lo e então proferiu:

— Espero que seja um bom amigo e permaneça ao seu lado. É isso que Any faria por você. Não seja hipócrita de fazer o contrário.

Sem ser capaz de esboçar qualquer reação, Matthew observou a irmã partir de volta a casa sem nem ao menos olhou para trás.

O que diabos tinha acontecido com as mulheres a sua volta? Quando elas haviam decidido se voltar contra ele? Esses e outros pensamentos confusos inundaram a cabeça do duque.

Entretanto, talvez sua irmã tivesse razão. Ele e Any eram amigos e amigos não abandonam ao outro; não quando mais precisam.

Estava decidido. Matthew permaneceria ao lado da amiga e a ajudaria encontrar um marido, ainda que tivesse medo de perdê-la. Any era seu porto seguro, e por ser sua fortaleza o duque temia que ela o abandonasse. Ah como temia!

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(CAPÍTULO SEM REVISÃO)

Olá ladies, tudo bem com vocês?

Espero que tenham gostado do capítulo.

Nos vemos em breve!!!

Bjos Lady Luana Maurine

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