Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

6 - FÚRIA

"Malditos sejam os Lordes egoístas, que acreditam que o mundo gira em torno dos seus umbigos, quando definitivamente não giram".

— Lady Anastácia Lumb

Lá estava Anastácia Lumb, parada no meio de um cômodo vazio e pouco iluminado, que cheirava a mofo, cujas instalação encontravam-se cobertas de densas camadas de poeiras que se mesclavam com as diversas teias de aranhas pregadas ao teto, bem como nas paredes. Seu rosto encontrava-se encoberto pela penumbra, enquanto ela analisava o local com demasiada atenção.

Sim, a antiga residência Blacke, situada às margens do rio Tâmisa serviria para o seu propósito. Tratava-se de um local bem localizado e de fácil acesso às Ladies que em breve o teriam como o próprio templo da libertação. Any mal poderia esperar para ver seu empreendimento na ativa.

— Fecharemos o negócio, Senhor Saliston. Ficarei com o estabelecimento. Providencie a papelada e mande para o advogado de meu pai. Ele tratará de toda a documentação em nome do duque de Pennesburg. — Lady Lumb entregou ao homem rechonchudo, o cartão em que se encontrava o endereço de Lorde Rupert, o advogado da família e amigo de longa data dos Lumb's.

— Foi um prazer fazer negócio contigo, Milady. — O cavalheiro estendeu as mãos a Any que a apertou com a firmeza de uma negociante nata.

— Igualmente, Senhor Saliston.

Ambos se despediram de forma amistosa e o homem seguiu seu curso, deixando a Lady a sós com seus planos ambicioso.

Anastácia que não costumava a perder tempo com nada, estava planejando em sua cabeça engenhosa, como deveriam ser as futuras acomodações do clube das Ladies. Ela estava animada com tudo que pretendia fazer ali. Mal via a hora de admirar o clube em pleno funcionamento, repleto de risos e vozes femininas. Ah como ele iria amar aquele santuário! Londres se tornaria bem mais divertida. Disso ela tinha absoluta certeza!

Lady Lumb ria de orelha a orelha, completamente extasiada, quando a porta da residência ainda em ruínas abriu-se, revelando sua amiga Rose, que Any havia pedido que viesse ao seu encontro naquele local por ora abandonado.

— Jesus, Any! — Rosália espirrou e coçou o nariz. — Podes me explicar a razão de ter me chamado aqui? — Tapou o nariz com seu lenço branco que contrastava com a coloração azul escuro de seu vestido de seda meticulosamente moldado para o seu belo corpo.

Any Gargalhou alto. Rosália sempre fora acostumada com o luxo, pois nascerá em uma boa família na Espanha. Todavia, ainda muito nova, a mulher teve o desprazer de ser iludida por um homem que a usou, engravidou-a e depois fingiu que sequer a conhecia. Rose, para seu desespero, viu-se, solteira e grávida. Sem outra escolha, sabendo que seu futuro promissor fora arruinado, aos dezessete anos ela fugiu de casa para não manchar o nome da família e embarcou em um navio rumo a Londres.

Foram dias difíceis para a jovem que deixou sua casa apenas levando poucos pertences e um coração partido. Todavia, a vida se fez ainda mais terrível quando Rosália teve complicações durante a viagem e infelizmente perdera o bebê que fora jogado ao mar, que passou a jazer eternamente com Posseidon, o deus grego senhor dos oceanos.

Quando Rosália desembarcou do navio, sentindo um vazio em seu ventre e também em seu coração, ela já não nutria quaisquer esperanças de vida, pensou até em sucumbir até a morte. Mas, por sorte, uma das mulheres que trabalha no The Royal, na época em que o clube era comandado pelo pai de Anastácia, felizmente a indicou para o trabalho de deitar-se com homens em troca de dinheiro — um bom dinheiro, no caso.

Que escolha Rosália tinha a não ser aceitar a proposta? Sua vida já tinha sido arruinada, não poderia ficar pior. Então, ela aceitou a proposta, é claro. E foi quando soube que nascerá para arrancar dinheiro dos homens em troca de sexo. Era um bom negócio, Rose os mantinha ao seu domínio, ao passo que jamais voltaria a se iludir com nenhum deles. Dez anos depois, a espanhola tinha uma clientela muito seleta e já tinha arrancado muitas libras dos libertinos londrinos. Entretanto, o que já estava bom ficou ainda melhor quando Anastácia assumiu o comando do The Royal.

Na época Rosália desconfiou do intensão da Lady. Uma mulher no comando de um clube de Cavalheiros parecia ser uma ideia surreal. Porém, conforme Any insistiu nos negócios, provando que poderia fazer aquilo se tornar real, Rose foi a primeira a apoiar a jovem Lady e aquilo foi o início de uma grande amizade e uma esplêndida pareceria nos negócios. A espanhola tornou-se o braço direito de Anastácia e ambas elevaram ainda mais o sucesso do The Royal. Rosália devia muito a Any: a mulher que lhe fez acreditar no impossível. Talvez nem tudo estaria perdido para as mulheres como ela. A esperança se mantinha viva, afinal.

— Vais me dizer o que estamos fazendo nesse mausoléu, ou continuará a manter esse mistério? — prosseguiu Rose, impaciente, batendo os pés contra o soalho gasto impregnado de resquício dos cupins.

— Contemple, minha cara, pois está diante do único e exclusivo clube de mulheres de toda Londres. — Any abriu os braços, enaltecendo seu discurso fervoroso.

Pela primeira vez desde que pisara naquele local em ruínas, Rosália tirou um momento para avaliar o imóvel com muita prudência. Seus olhos escuros verificaram a extensão do futuro estabelecimento, procurando saber se a amiga tomara uma boa decisão, e por fim, após verifica-lo com tamanha atenção, a espanhola finalmente expressou:

— Será preciso uma boa reforma, isso nítido. Mas sim, creio que fizeste um bom investimento, Any. Terás um empreendimento de sucesso aqui.

Anastácia abriu o sorriso mais largo que existia, ela estava prestes a saltar no pescoço da Rose, para envolve-la em um abraço apertado, porém suas ações foram interrompidas quando Jonathan Smith, o jornalista do The Londres, adentrou pela porta, fazendo com que os problemas da lady retornassem com força total.

— Lady Lumb! — o jovem rapaz exclamou todo sorridente, indo de encontro com Any.

— Senhor Smith. — Anastácia estendeu a mão enluvada ao homem que lhe plantou um beijo cordial.

— Senhorita Gonzalez. — cumprimentou Rosália da mesma forma, fazendo a dama esconder o riso que ameaçava a ocupar seus lábios.

Smith era frequentador ativo do The Royal e era um dos poucos que tratavam as damas com o respeito que elas mereciam, independentemente se elas eram de uma boa família ou se eram apenas rameiras. Ele era um homem bonito, de bons modos e um sorriso que arrancava suspiros de todas as suas funcionas. Além disso, segundo os rumores, Smith também era um bom amante, sabia como fazer uma mulher se sentir uma deusa na cama. O rapaz já teria se casado há um bom tempo se fosse um Lorde cheio de posses, mas ele não era. Jonathan, infelizmente, era apenas um jornalista com uma única casa em seu nome e nenhuma terra a herdar. Por um momento, Any chegou a cogitar a hipótese de lhe propor o matrimônio, o jovem seria um bom esposo e possivelmente um bom parceiro de negócios. Talvez, se Any não encontrasse alguém melhor, era com Smith com quem se casaria. Sim! Um acordo matrimonial e com o dinheiro do seu dote, Any compraria o clube de mulheres e se manteria ativa nos negócios, tendo Jonathan — e Matthew, obviamente — como seus valiosos aliados.

— Como posso te servir novamente, Lady Lumb? — o homem interrogou curioso, como de costume.

Any sorriu de canto, mais uma vez avaliou o rapaz dos pés à cabeça e pensou que sim, ele era um bom pretendente afinal.

— Preciso que publique isso, meu caro Smith. — Entregou-lhe um pedaço de papel que continha uma suscinta revelação. — Quero que essa notícia esteja nos tabloides de amanhã! Tenho urgência sobre o assunto.

Rosália que amava um bom mexerico, esticou o pescoço ao máximo que pode tentando ler o que estava escrito no papel.

— Isso é verdade? — Jonathan indagou sem ser capaz de esconder a incredulidade.

— Infelizmente sim, meu caro. A mais dura verdade que eu e toda a aristocracia inglesa teremos de enfrentar. — Anastácia forçou um sorriso, seu maior pesadelo estava a prestes a se tornar real.

— Toda Londres ficará abalada quando souber que a escandalosa e indomável Lady Anastácia Lumb está de fato a procura de um esposo! Mal posso esperar para publicar essa notícia! Essa temporada entrará para história! Meu Deus! Ainda não consigo acreditar que isso é real!

Jonathan ficou eufórico com a notícia inesperada, ao contrário de Rose que cruzou os braços e lhe desferiu um olhar mortal, indicando que Anastácia estava muito mais encrencada do que esperava.

— Acho que devo lhe desejar boa sorte, Milady. Deus sabe que irá precisar. — O jovem provocou, sorrindo.

Any revirou os olhos, apesar de saber que o Smith tinha razão. Apenas a sorte lhe traria o marido ideal e contar com a sorte nunca foi uma ideia prudente.

— Nos vemos em breve, Senhor Smith. Creio que logo menos precisarei dos seus serviços novamente. — A Lady anunciou, encerrando aquele assunto por ora.

— Estarei ao seu dispor, Milady. — Ele curvou-se em uma reverência, então acenou brevemente para Rose e partiu porta a fora, portando a notícia que deixaria Londres de cabeça para baixo.

— Está pensando em casar-se, Anastácia? — Rosália questionou no mesmo tom com que se profere uma maldição.

Any lhe deu as costas, evitando a encarar o olhar acusador de sua mais leal amiga.

— Sim. Preciso encontrar um esposo até o final da temporada. — Sua voz soou clara e segura, embora carregasse muito temor em seu coração.

— Não me digas que isso tem a ver com o fato de que Matthew decidiu se casar! Pelo amor de Deus! Diga-me que não é isso!

Any bufou irritada, ela sabia que todos cogitariam aquela hipótese absurda.

— Claro que não! Isso não tem o menor cabimento! Acha mesmo que eu decidiria me casar só para não ficar atrás de Matt? Não. Não mesmo! — Anastácia sentou-se levantou o vestido à meia altura e sentou-se nos primeiros degraus da escada empoeirada. A lady respirou fundo antes de prosseguir: — Meu pai está muito doente, Rose. Está cada vez mais debilitado, não gostamos de pensar que seu fim está próximo, mas conforme o tempo avança, sua saúde só piora. Lorde Lumb teme me deixar na ruína. Como bem sabe, além de eu ser uma mulher e não ter direito algum por conta do meu sexo, também sou filha bastarda, o que torna tudo pior. Não terei direito a nada que pertence ao meu pai, tudo, exatamente tudo, será transferido para o parente homem mais próximo da linhagem Lumb, a mim só restou a opção de encontrar um esposo leal, companheiro, de mente aberta que me aceite como eu sou e que esteja disposto a comprar o meu clube de mulheres, não me impedindo de exercer o comando de tal estabelecimento, ainda que tudo esteja em seu nome. — Any explicou chateada.

Rosália prontamente foi de encontro a amiga, sentou-se ao seu lado e a envolveu em um abraço de conforto.

— Oh minha amiga! Eu temia tanto por esse dia, mas ele infelizmente chegou. Merda de sociedade hipócrita e injusta! — bradou enraivecida, trincando os dentes. — Saiba que sempre te apoiarei e ajudarei a encontrar esse tal homem, ainda que eu ache que ele não exista.

— Existe sim, amiga. Matt é um deles, se lembra? — Lady Lumb rebateu, rindo.

Uma gargalhada alta saiu dos lábios de Rose e ecoou pelo cômodo vazio.

— Lorde Matthew Morrison é seu melhor amigo, Any. Ele não conta.

Aquilo era verdade, Matthew seria perfeito para o casório, se não fosse seu amigo desde a infância.

Que merda! Anastácia estava realmente em uma tremenda enrascada. Talvez a maior de já enfrentara.

***

Na manhã seguinte, quando Anastácia acordou, ela teve a certeza de que o seu anúncio fora publicado como esperado, pois os buchinhos que se manifestavam pelos cômodos da sua residência indicavam que todos os funcionários falavam escondido da sua pessoa. Alguns a lançavam olhares cheio da mais devota admiração, outros pareciam estar chocados com aquela notícia e ainda não acreditavam que ela, a Lady Lumb, realmente tinha decidido sucumbir a ideia de um casamento.

Anastácia, no entanto, apenas ignorou os fuxicos conforme trocou os passos pelo corredor, passando pelos cômodos, até chegar ao salão de chá cuja a refeição já estava disposta a mesa.

Mal a Lady sentou-se na cadeira ornamentada, recostando suas costas no encosto acochado, a senhora Garisson, governanta da casa, depositou o jornal do dia sobre a mesa e o maço de papel acinzentado contrastou com a clareza alva da toalha de seda branca, chamando a atenção da Lady.

Any sentiu o olhar acusador da senhora Garisson repousar em si, enquanto abria o jornal a procura do seu anúncio. Mary Garisson a criara desde que era um bebê. Quando o pai de Anastácia retornou a Londres com sua filha no colo, Lorde Lumb sabia que precisaria do auxílio de uma mulher para ajudar a criar sua pequena. Por nenhum momento ele cogitou a hipótese de se casar novamente, pois seu coração sempre pertenceria a sua querida Latifa que tinha acabado de ser escolhida nos braços da morte.

Por sorte a Senhora Garisson, que ainda era jovem na época, tinha acabado de ficar viúva, pois perdera o esposo na guerra, e, sem outra escolha, teve de procurar um emprego para se sustentar. Lorde Lumb ao conhecê-la logo soube que a mulher seria ideal para o cargo de governada de sua casa. Mary Garisson tinha conhecimento da organização familiar, além disso não tinha filhos, poderia residir com eles e ajudar a criar Anastácia. O duque, portanto, ofereceu um bom salário a Mary que aceitou a oferta de emprego com muita empolgação. Quando Garisson pegou a pequena Any em seu colo, imediatamente soube que faria de tudo para proteger a menina. Naquele dia, décadas atrás, Mary tinha acabado de ganhar uma filha, ao passo que Any ganhou uma mãe. Deus sabe que todos os cabelos brancos que ocupavam a cabeça da Senhora Garisson foram provocados por Anastácia. Mas, apesar da garota ser um furacão em pessoa, Mary a amava mais do que se poderia imaginar e o sentimento era recíproco: Any também a amava.

Com um sorriso travesso nos lábios, Anastácia iniciou a leitura da notícia que lhe dizia respeito:

"LADY INDOMÁVEL FINALMENTE IRÁ DEBUTAR"

Por Jonathan Smith, Londres, abr. 1889

Estimados e adoráveis leitores, eu soube de fonte fidedigna, que após ter se passado uma década desde que fugira para evitar ser apresentada à sociedade, Lady Anastácia Lumb, também conhecida por muitos como "Lady Escandalosa" ou "Lady Indomável", finalmente decidiu que irá se casar!

Sim, Lordes e Ladies, Lady Anastácia Lumb, filha bastarda do duque de Pennesburg, está à procura de um esposo e deve encontrá-lo até o final dessa temporada.

Claro que é de conhecimento de toda aristocracia inglesa que a referida Lady detém uma reputação uma tanto peculiar, para não dizer perigosa. Todos sabem que ela comanda o mais importante Clube de Cavalheiros de Londres no lugar de seu pai, Lorde Thomas Lumb, que também garantiu um dote de valor exorbitante ao homem que tiver a coragem de desposar sua única filha: o furacão em pessoa. Fato é que talvez a sua reputação venha a ser um empecilho para fisgar um Lorde com títulos a altura de sua família, visto que muitos homens podem refutá-la pelo fato de não considerarem apta para se tornar uma "boa esposa", ainda que saibam que a Lady seria uma ótima amante. Talvez esse último fato eleve o número de pretendentes, pois apesar de não assumirem, homens de modo geral anseiam por mulheres que possam agradá-los na cama.

Contudo, é sempre bom recordar, meus caros leitores, que tudo não passa de suposições desse jornalista que ama teorizar sobre as notícias tão estimulantes como está que vos leem. Todavia, digníssimos leitores, de algo tenham certeza: Lady Lumb irá debutar e essa temporada com certeza entrará para história.

Que Deus proteja Lady Anastácia Lumb e seus pretendentes, pois Londres está prestes a ebulir!

Any Gargalhou alto ao terminar de ler o jornal. Realmente senhor Smith tinha um ótimo senso de humor, ela poderia até ver o sorriso no rosto do homem enquanto escrevia aquelas palavras ao seu respeito. A notícia ficara sensacional.

— Ainda me dói acreditar que eu vim a saber sobre essa decisão por um tabloide de jornal! Isso é ultrajante, Anastácia! Ultrajante! Finalmente dei por fé de que me tem em pouca estima. — A senhora Garisson resmungou contrariada, torcendo os lábios finos em um beicinho de birra.

— Oh Mary! Deixe de drama! Não lhe contei, pois sabia que você ficaria fantasiando situações que jamais acontecerão comigo. Não vou me casar por amor, isso está fora de questão. É apenas um negócio, um acordo matrimonial. — Any explicou antes de despejar o chá preto em sua xícara de porcelana.

— Não tenha tanta certeza disso, mocinha. A vida pode te surpreender! — advertiu a governanta que pegou o jornal disposto a mesa. — Ficarei com isso como recordação desse momento histórico. Claro que achei as palavras do jornalista um tanto impróprias, mas se tratando de você, minha querida, nada mais me surpreende. — Ela finalmente sorriu, evidenciando as rugas que há muito já haviam se assentado em sua face.

Any também riu. Independentemente de com quem se casaria, o homem teria de saber que ela levaria Mary consigo, pois jamais seria incapaz de se separar da mulher que ela tinha como uma mãe.

Anastácia estava prestes a informar a governanta sobre o baile que aconteceria em sua residência, quando Matthew invadiu a sala, todo descontrolado, com os olhos azuis quase saltando as órbitas, tão irritado como Any jamais viu.

— Posso saber do que se trata isso? — Jogou, com demasiada brusquidão, o jornal sobre a mesa, fazendo com que os talheres tremessem com o impacto.

Any lançou um olhar para a página do jornal que continha o anúncio referente a sua decisão de procurar um esposo, e em seguida, com muita frieza, direcionou o olhar para seu amigo que a encarava furioso, mantendo os braços cruzados a abaixo do peito.

— Desaprendeu a ler, lorde Morrison? Ou estás aqui, pois precisa que eu explane com minhas próprias palavras que eu pretendo me casar?

A ira devastadora tomou conta do lorde que grunhiu feito uma besta raivosa.

— Isso é um absurdo, Anastácia! Dessa vez você ultrapassou todas as barreiras dos limites! Terás que publicar outra notícia desmentindo esse rumor descabível! — Ele ordenou sem qualquer remorso, ignorando o desejo da amiga que se sentiu ofendida com sua ação.

Anastácia notou todo corpo estremecer conforme a fúria tomou posse de si.

— Matthew Morrison! — rugiu ela, ao colocar-se abruptamente de pé! — Não sou sua irmã, sou apenas sua amiga! E ainda que fossemos parentes, eu jamais te concederia o direito de decidir sobre a minha vida. Eu vou me casar goste você, ou não. Deixe de ser um grande egoísta, seu bastardo de uma figa!

Matthew, ainda muito irado, diminuiu a distância até ficar rente a face de sua amiga, e então disparou em tom alto, cheio da mais pura raiva:

— Se eu sou um maldito egoísta, você é uma mulher imprudente e imatura. Está armando esse circo só porque eu resolvi me casar! Está apenas competindo comigo como sempre. Eu teria vergonha disso, Any! — O hálito quente do lorde tocou a pele da lady, fazendo com ele ficasse ainda mais irritada.

— Nem tudo se trata de Vossa Graça, oh digníssimo duque de Hereford! — silabou cada palavra, tocando o centro do peito do lorde com demasiada força. — Isso se trata de mim e do meu futuro! Eu também tenho uma vida, também tenho os meus problemas, caso tenha se esquecido!

Matthew cerrou os punhos, grunhiu mais uma vez e então levantou o olhar para o esplêndido lustre acoplado no teto. Ele encarrou a peça por longos minutos, a medida em que se esforçou para recobrar a compostura.

Anastácia tinha o dom de fazê-lo perder a cabeça. Sua amiga era uma mulher complicada. Ah como era!

O Lorde respirou fundo, fechou os olhos controlando a respiração, tentado aplacar o nervosismo, e ao notar que se encontrava mais calmo, indagou em tom brando:

— Apenas me explique, Any... Por qual razão precisa se casar?

Anastácia fitou seus intensos olhos azuis e inalou o ar profundamente, antes de tomar a se sentar na cadeira que ocupava.

— Meu pai me pediu, Matt. Não quero me casar, mas eu preciso. A saúde de papai está cada vez pior e ele teme por meu futuro; teme me deixar na miséria. Não tenho outra escolha a não ser encontrar um esposo decente, que me aceite exatamente como eu sou.

Sem pensar duas vezes, Matthew se abaixou na frente da amiga e segurou suas pequenas mãos nas suas.

— Não precisa se casar, pequena Any. Eu prometo que cuidarei de você. Enquanto eu viver, jamais a abandonarei. Nós daremos um jeito em qualquer situação, somos imbatíveis, lembra?

Lady Lumb encarou os olhos esperançosos do seu amigo. Naquele momento Matthew pareceu tão diferente, um sentimento estranho se agitou dentro de si; algo que Anastácia jamais tinha sentido na presença do Lorde. Por um momento ela se sentiu confusa a respeito do que sentia.

— Oh Matt, sei que faria de tudo por mim, mas você também irá se casar e eu não quero ser um estorvo no seu casamento. Além disso, o destino é tão imprevisível, o que aconteceria comigo se inesperadamente você viesse a óbito? Eu preciso encontrar um marido, da mesma forma que você tem a necessidade de encontrar uma esposa. Chegou o momento inadiável, meu amigo. Não há outra opção para mim. — Any tentou explicar da melhor forma que conseguiu. Mas, infelizmente, Matthew continuou irredutível. Ele realmente era um tremendo cabeça dura. Ah como era!

Com a fúria imergindo novamente dentro de si, o Lorde levantou-se em um sobressalto e encarou Anastácia de uma forma tão severa, que fez a Lady estremecer de pavor.

— Sempre há uma solução, Any. Mas pelo que eu a conheço, sei que já decidiu pelo matrimônio e nada do que eu diga fará com que mude de ideia. Então que seja. Só não espere o meu apoio, pois definitivamente não o terá.

Com uma frieza absoluta esboçada em sua face, Matthew caminhou a passos duros rumo a saída. Entretanto, antes de passar pela porta, ele meneou o pescoço de modo a encarar Anastácia, e completou:

— Quero que saiba que estou decepcionado, Lady Lumb. Jamais esperaria isso de você.

Aquela foi a gota d'água para Anastácia. Tomada pelo impulso feroz, ela passou a mão no bule de porcelana e o atirou contra Matthew. Por sorte o Lorde foi rápido ao desviar do ataque e passou pela porta segundos antes do objeto se chocar contra a madeira e estilhaçar-se feito um caos, espirrando cacos e banhados em líquido preto para todo o lado.

¡Maldito Sinvergüenza. — Any praguejou em espanhol, um péssimo habito que havia adquirido com Rosália. Ela claramente estava irritada por ter errado o alvo.

Matthew Morrison era realmente um maldito canalha egoísta. Naquele dia, Anastácia o odiou com todas as suas forças. A Lady também estava decepcionada com ele, jamais pensou que Matt agiria daquela forma. Mas no fundo a Any sabia que cedo ou tarde, ambos fariam as pazes. Eles eram amigos, aquela discussão acalorada não os separariam É claro que não! 

__________________________

Olá Ladies! Tudo bem???

Espero que tenham gostado do capítulo!

Bjos e até a próxima!

P.S: clique na estrelinha e deixe seu voto para ajudar :)

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro