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5 - Proposta

"Se me pedissem para escolher entre a prisão e o matrimônio, eu diria que se quer me forneceram uma escolha, pois ambas opções extinguiriam com minha liberdade e tudo que eu mais desejo é ser livre."

— Lady Anastácia Lumb

Naquela noite, ao retornar a sua residência, Anastácia sentia-se completamente exausta. Os acontecimentos do dia a deixaram sem quaisquer energias.

Com muita sofreguidão, ela arrastou-se até seus aposentos e livrou-se das vestes demasiadas desconfortáveis. A Lady sentiu um alívio quando viu seu vestido caído no chão, aos seus pés, mas o sentimento da mais pura liberdade somente a abateu ao se livrar do maldito espartilho e suas incomodas amarras que tanto a sufocava.

Any odiava tal acessório feminino, por muitos anos esteve livre de usá-los. Todavia, conforme a idade avançou, suas costas foram sentindo o impacto da sua vida agitada e começaram a sofrer. Anastácia consultou o médico da família que lhe assegurou que apenas o uso regular dos espartilhos a auxiliariam a manter a postura, diminuído as dores em suas costas. Sem outra escolha, Lady Lumb teve de sucumbir ao espartilho e corseletes, embora ainda os detestasse com muito fervor.

Com os cabelos livres dos grampos e já trajando suas vestes de dormir, Any acendeu uma vela e caminhou a passos leves e silenciosos até os aposentos de seu pai, o duque.

Lorde Thomas Lumb há muito deixará de nutrir o vigor da juventude. O peso da idade já transparecia em todas as marcas estampadas em seu rosto, bem como nos cabelos brancos que tomaram conta de toda a sua cabeça. Seus ossos fracos não mais suportavam seu peso, e apesar da teimosia, o velho fora obrigado a aderir uma bengala para ao menos conseguir ser capaz de locomover-se por sua residência. A respiração também falhava, por vezes o Lorde tossia mais do que dialogava. Contudo, apesar de todo cansaço provocado pela idade avançada, todas as noites Thomas Lumb mantinha-se acordado a espera do seu mais preciso tesouro: sua filha Anastácia.

Quando a porta se abriu, rangendo as dobradiças, que pareciam tão enferrujadas quanto suas próprias articulações, Lorde Thomas já logo ajeitou-se na cama, pois sabia que Any viera ao seu encontro, assim como sempre fez desde que voltara a Londres.

Sua filha se tornara uma mulher forte e destemida, porém, quando ela se deitava ao seu lado e se aconchegava em seus braços, repousando a cabeça em seu peito, Any voltava a ser sua garotinha de vívidos olhos verdes tão brilhantes como os da sua falecida mãe.

— Como o senhor está? — ela questionou com a voz embargada pelo cansaço de uma noite agitada.

Lorde Thomas Lumb acariciou os ombros magros de sua pequena, soltou um pesado suspiro e então respondeu:

— Continuo me sentindo como um velho, Any. A idade chega para todos, minha filha. — Seu riso cheio de bom humor fez com que Anastácia se sentisse em casa. Parecia até que não existia problemas no mundo.

Ela amava o pai mais do que qualquer outra coisa no mundo. O duque era seu apoio e sua fortaleza, Any temia perdê-lo, ainda que soubesse que cedo ou tarde, os braços frios e vazios da morte o levariam para longe de si.

— Como foi sua noite? Ocorreu tudo bem? — o duque perguntou como de costume.

Any, no entanto, suspirou profundamente antes de responder:

— Foi tumultuada como esperado, porém, tudo terminou sob controle.

Naquele momento, Anastácia recordou-se de Matthew e sua inesperada decisão. A Lady ainda não tinha tomado um tempo para pensar nas consequências que viriam com o acordo que firmara com seu amigo, entretanto, a única certeza que tinha até o momento, é que não poderia ocultar aquela notícia de seu pai. Talvez ele pudesse pôr uma luz aos seus pensamentos. Lorde Lumb sempre tinha as palavras certas a dizer, e naquela noite, Anastácia precisa muito ouvir seus sábios conselhos.

— Tenho uma novidade, pai... — a Lady mordeu os lábios, refreando a insegurança, mas por fim disparou: — Matthew decidiu que encontrará uma esposa até o final dessa temporada.

A revelação de Any deixou o Lorde estupefato. Thomas conhecia o atual duque de Hereford desde que nascerá. Jonathan Morrison, o pai de Matthew, era o seu melhor amigo desde a época em que ambos estudavam em Eton, não era à toa que seus filhos se tornaram muito unidos, pois cresceram juntos como se fossem uma verdadeira família — não de sangue, é claro —, mas de coração.

— E como você está se sentindo a respeito disso? — O Lorde investigou, pois sabia que aquela notícia com certeza afetara a filha. O jovem duque era o melhor amigo da sua garota, Any seria obrigada a dividi-lo com outra mulher e talvez não estivesse preparada para aquilo.

— Ainda não pensei a respeito, mas o ajudarei a encontrar a esposa certa. É isso que amigos fazem, não é? — A Lady balançou os ombros, como se quiser dizer que não tinha outra escolha a não ser enfrentar tal destino.

Lorde Lumb refletiu por algum momento antes de finalmente tomar coragem para lançar a proposta aos ouvidos da filha deveras teimosa. Já havia algum tempo que o duque pensava a respeito do futuro de Anastácia após a sua morte que está a cada vez mais próxima. Deus sabe que ele havia adiado aquela conversa por incontáveis vezes, contudo, aquele parecia ser o momento certo para expor as preocupações que sempre lhe tiravam o sono.

— Any há algo que preciso que faça por mim. Você sabe que jamais te pedi algo, sempre deixei que tomasse as próprias decisões, mas ultimamente venho pensando muito acerca de seu futuro... — O duque inalou o ar intensamente, tentando encontrar a coragem para prosseguir com o ultimato. — Terás de se casar, filha. Se quiseres ter um futuro promissor, longe da miséria, terá de se casar.

Anastácia ficara chocada com as palavras que saíram dos lábios de seu pai. Ela não poderia acreditar que ele realmente estava disposto a enviá-la ao caminho da forca matrimonial. Aquilo era surreal demais para ser verdade.

— Estás louco? — ela bradou furiosa, sentido todo o corpo estremecer.

Sim, seu pai perdera completamente o juízo. Não havia outra explicação para tamanha insanidade.

— Não há outra solução, Any. Acredite, consultei todos os advogados de Londres, consultei até mesmo o Parlamento, e todos foram concisos ao afirmarem que não há a mínima hipótese de você herdar qualquer bem que esteja em meu nome. Além de ser mulher, também é minha filha bastarda, e acredite, minha pequena, a Coroa não tem a menor intenção de reconhecê-la como minha herdeira. Quando eu falecer, meu título, minhas terras, minhas propriedades, esta casa e tudo mais, deverá ser transferido para meu sobrinho-neto, Sir James Lumb, meu parente mais próximo que atualmente mora em Yorkshire. A você não caberá nenhum vintém. Arrasa o meu fraco coração saber que passará por tamanha injustiça. Não há dor maior no mundo a um pai do que ver a filha sofrer, temendo deixá-la à míngua, quando deveria ser dona de tudo que um dia pertenceu a mim. — Lágrimas grossas escorreram pelo rosto do duque. Foram raras as vezes que Anastásia o tinha visto chorar.

Sua dor invadiu o seu coração de tristeza, era difícil vê-lo sofrer.

— Não tenho certeza se desejo me casar, pai. Não quero me tornar invisível para a sociedade. — murmurou chateada, sentido as lágrimas teimosas brotarem em seus olhos.

— Faça isso por mim, Any. Tente encontrar um esposo nessa temporada. Preciso saber que a deixarei em segurança quando a morte enfim me recolher. Não quero partir desse mundo com a incerteza do seu futuro. Ao menos tente, filha. — suplicou, temoroso, segurando as mãos da Lady com mais força do que era necessário.

O coração de Anastácia se apertou dentro do peito. Claro que ela temia vir à ruína, tendo a herança afanada por qualquer outro parente egoísta que jamais se importara com ela e o pai. No entanto, um casamento significaria que ela perderia todos os mínimos direitos que havia conquistado até ali, sequer teria um nome. Seria mais uma mulher completamente à mercê de um homem. Any encontrava-se em uma grande enrascada: era casar ou ficar na miséria. Ambas eram opções ruins ao seu ver.

Todavia, se ela conseguisse encontrar um homem de mente aberta, disposto a lhe conceder o mínimo de liberdade, que a visse como sua mulher; sua companheira e não apenas como objeto sexual ou parideira, talvez o casamento não seria uma hipótese tão ruim. O problema, no entanto, seria encontrar tal pretendente. Lady Lumb iniciara aquela temporada de casamentos com a missão de encontrar uma esposa para Matthew, e no fim, mal sabia que também precisaria encontrar um marido para ela.

— Tudo bem pai, farei o que estás pedindo. Acredito que não nos restou outra opção. — lamentou tristemente.

Milhares de pensamentos conturbados tomaram posse da mente da jovem Lady. O que Matthew diria quando soubesse que ela também estava à procura de um esposo? De certo pensaria que estava competindo com ele, o que definitivamente não era o caso.

Fato é que aquela temporada entraria para história. Que Deus protegesse a aristocracia inglesa, pois Lady Anastácia Lumb, enfim iria debutar.

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