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26 - Bastardos

"O tempo é realmente relativo. Um dia pode se passar em um piscar de olhos. E se tratando de despedidas, nem mil anos seria o suficiente para dizer adeus a quem amos".

—Lady Anastácia Lumb

NOTÍCIAS DESAGRADÁVEIS

Por Jonathan Smith, Londres, mai. 1889

Estimado leitores, é com muita infelicidade que eu, Jonathan Smith, trago essa notícia que certamente deixará toda aristocracia londrina abalada. O oitavo duque de Pennesburg, lorde Thomas Alexander Lumb, encontra-se em delicado estado de saúde. É de conhecimento geral que há muito o duque vem sofrendo com sérios problemas pulmonar, e, recentemente, a doença lhe abateu severamente.

Eu, assim como outros tantos amigos de lady Anastácia Lumb, única herdeira do duque, estimamos melhoras ao homem que muito fez pela nossa sociedade, tentando, ao menos, torná-la mais justa e igualitária. Lady Lumb, com certeza é o seu maior legado e a ela transmito o mais sincero voto: saibas que esse jornalista sempre estará ao seu lado, e como um amigo leal de longa data, desejo que Deus conforte o seu coração. Conte comigo para o que precisar.

Lorde Thomas Lumb, estimamos que se recupere e possa nos agraciar com sua visita em nosso jornal.

Que Deus abençoe a todos dessa nação!

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Anastácia Lumb ficou com os olhos marejados em lágrimas ao ler o sucinto, porém verdadeiro, artigo de seu amigo Sir Smith. Ele era um bom homem, teria sido o esposo ideal se não fosse apaixonado por Lucille. Any apenas desejou que um dia o estimado jornalista tivesse a coragem de revelar os sentimentos para a moça e torceu para que ambos fossem, em um futuro próximo, felizes como um casal.

Passara cinco dias desde que seu pai despertara. O velho, tão teimoso quanto a filha, constantemente afirmava que estava em perfeito estado, que havia melhorado, e insistiu para que Any saísse de casa de modo a retomar seus afazeres. No entanto, Anastácia conhecia o pai melhor que ninguém, por mais que ele tentasse disfarçar e negar com veemência, ela sabia que o duque não estava nada bem. Não se recuperara totalmente e jamais se recuperaria. A cada dia que passava, era um dia a menos na vida que aos poucos se esvaia. Anastácia não queria perder nenhum tempo com o pai, não se perdoaria se ele viesse morrer na sua ausência. Então ela permaneceu na residência, todos os dias, não saiu nem para tomar um ar. Naquele momento, o pai era tudo que lhe importava e um mês não pareceu ser o suficiente para se despedir. Talvez, nem se tivesse uma infinidade de tempo, ela seria capaz de dizer adeus ao homem que lhe deu a vida, que a amou acima de tudo.

Naquela manhã, logo após a publicação de Sir Smith, a rainha que outrora fora muito próxima do duque, foi visitá-lo e Any soube que era para se despedir.

Lady Lumb deixou ambos os amigos a sós. Haviam muito a conversar, lembranças da juventude para reviverem. Victoria passou horas nos aposentos do duque. Em seu quarto, Anastácia pode ouvir as altas gargalhadas da rainha, mesclado ao riso fraco de Thomas, entrecortado pelos terríveis acessos de tosse. Por várias vezes, Any pensou em interromper a conversa e pedir para que o pai descansasse, mas ele parecia tão contente junto de sua companhia, que ela decidiu, muito a contragosto, não os incomodar.

Na casa dos Lumb's, pairou uma terrível sensação de despedida. A senhora Garrison tentou parecer forte, mas Any sempre a via com os olhos vermelhos como se estivesse chorado. Ninguém tocava no assunto, embora todos mantivessem um semblante de tristeza. Matthew, em contrapartida, foi a luz daquele lar em ruínas, não deixou ninguém se lamuriar. Em uma noite qualquer, teve a súbita ideia de fazer um baile naquela casa tão abalada pelo assombro fúnebre da morte. De alguma forma, ele colocou todos para dançar, até mesmo a senhora Garrison não resistiu ao charme do lorde e cedeu a uma valsa. Aquela foi a primeira vez em que as empregadas da casa tiveram a oportunidade de dançar com um duque. Nos rostos delas, Any contemplou uma satisfação jamais vista. Por uma noite, não existiu qualquer barreira social e a lady Lumb ficou feliz em imaginar um mundo sem o peso das diferenças entre as classes. Uma utopia, infelizmente.

Anastácia diferia de qualquer mulher de sua época. Apesar de ter nascido com grandes privilégios, ela sempre se esforçou em romper com a barreira que a separava das criadas da casa. Quando adolescente, ela, por conta própria, ensinou todas a lerem, além disso, nas vezes em que teria de aprender algum idioma novo, Any transmitia as lições às moças que trabalhavam na residência. Quando precisou aprender a valsar, sempre levava as meninas consigo. Any passava mais tempo na cozinha, bem como na área de serviços, do que em qualquer outro lugar da casa. Não gostava de ser mimada, muito menos de ser servida, arrumava-se sozinha, organizava o próprio quarto, ajeitava a cama e até aprendera a cozinhar. Vez ou outra fazia com que as empregadas se sentassem à mesa para desfrutar do jantar que haviam preparado com tanto carinho. Seu pai, mesmo que fosse um importante duque, jamais se importou com o comportamento dela, muito pelo contrário, era o maior incentivador. A sociedade como um todo poderia ser segregada, no entanto, naquele lar, as diferenças sociais quase não eram sentidas, embora, no fundo, todos sabiam exatamente quem eram.

Após um longo tempo, a rainha finalmente saiu dos aposentos do duque. Anastácia, como uma exemplar anfitriã, deixou a leitura de lado e prontificou-se em levar a majestade até a carruagem parada em frente à casa. Seguiram em silêncio até o transporte, mas antes de partir, Victória aproximou-se de Any e falou:

— Prometi ao seu pai que manterei o acordo que firmamos há alguns meses. Garantirei que a herança não vá para o parente masculino mais próximo, como dita a Lei, mas sim para seu futuro esposo. Essa foi a única maneira que encontrei de lhe favorecer. Tenho grande afeição por Thomas, mas isso não altera o fato de que és uma bastarda. A coroa deve respeito aos valores morais. Portanto, minha cara, não posso permitir que tenha direito algum. Se eu abrir exceção para ti, terei de abrir para os demais, e acredite, há muitos bastardos na Inglaterra, seria um caos.

Anastácia cerrou os punhos controlando a fúria que lhe apossou, respirou fundo, contou até dez e forçou um sorriso antes de indagar:

— Vossa Majestade és uma pessoa religiosa, certo?

A monarca assentiu balançando a cabeça com fervor.

— Deves saber, portanto, que embora Maria tenha se casado com José, Jesus Cristo não foi filho dessa união. Fora gerado fora do casamento e, a menos que a bíblia esteja errada, estou certa de Ele era um bastardo, assim como eu e outros tantos. Então, Majestade, é um tanto hipócrita da sua parte como cristã, julgar os bastardos e adorar outro ser da mesma condição. Está presa em valores morais que só existem na sua cabeça. Julgaria Jesus por sua decência se ele estivesse entre nós?

Uma vermelhidão subiu pelo pescoço da rainha e chegou até a face arredondada tomada pela ira.

— BASTA! — rugiu enraivecida. — Não profira o nome de Deus em vão. Muitos foram condenados por muito menos. Não me provoque, Anastácia Lumb. Ainda sou sua rainha e exijo respeito.

Any estava deveras esgotada para prosseguir com o confronto, por isso, disse em tom brando:

— Perdoe-me, Vossa Majestade, às vezes não penso antes de falar. Se é respeito que deseja, meu respeito o terá. — Curvou-se em meia reverência.

A monarca, satisfeita, adentrou na carruagem e fechou a porta com baque ríspido. Antes de tomar o rumo, ela colocou a cabeça para fora da janela e advertiu:

— Sugiro que encontre um marido o mais rápido possível. Seu pai não está bem, querida. Seria um grande infortúnio, Thomas morrer antes que consigamos concretizar nosso acordo. O tempo está passando depressa, não se atrase.

A rainha se foi, mas as palavras dela continuaram a ecoar no ar. Realmente, tempo, infelizmente, era tudo que Any não tinha.


_____ 💃_____

No mesmo dia em que a residência dos Lumb's recebera a visita ilustre da Rainha, no período da tarde foram os Morrison's que agraciam com suas presenças. Any pedira para que a senhora Garrison ajeitasse o jardim de modo a realizarem um chá da tarde ao ar livre e a governanta, impecavelmente, organizou uma mesa à sombra de uma árvore, enchendo-a de biscoitos e quitutes da melhor qualidade.

Any e o pai permaneceram naquele mesa, usufruindo de um ar refrescante, contemplando o plácido azul do céu, quando Felicity e Joan surgiram animadas e se lançaram nos braços de Thomas que gargalhou alto com o afeto inesperado

— Meninas, tenham modos! — ralhou Katherine, franzindo o cenho.

— Não se preocupe, lady Morrison. Estou velho e doente, mas posso afirmar que ainda posso receber abraços. — Riu alto, e o riso, como esperado, desencadeou um leve acesso de tosse.

Lady Morrison, sorrindo, ocupou o assento ao lado do duque no exato momento em que Matthew surgiu no jardim.

Ao contrário do que esperava, Matt sugeriu que fizessem um piquenique e as irmãs Morrison's amaram a ideia. Os jovens estenderam uma toalha no chão e lá se divertiram, zombando um dos outros, esquecendo-se que existiam problemas no mundo; esquecendo que os braços frios da morte estava à espreita.

Katherine e Thomas permaneceram à mesa, degustando do chá enquanto observavam os filhos com um afeto paternal.

Quando Matthew limpou algo no canto dos lábios de Anastácia e percorreu o polegar pela face dela, fitando-a com muita intensidade que a fez corar, Katherine, sem quaisquer dúvidas declarou:

— Eles estão apaixonados.

Thomas sorriu e disse:

— Acho que sempre estiveram.

A mulher concordou e completou:

— Vão se casar. Não sei como ainda não perceberam que essa é única opção viável para solucionar a questão do matrimônio. Matt jamais permitirá que Any se case com outro homem e ela tampouco aceitará qualquer mulher na vida dele.

— São teimosos. — disse o duque e acrescentou, rindo: — E jovens demais para saber o que é o amor.

Ficaram em silêncio por um longo momento e então, mantendo olhar em Anastácia, ele perguntou:

— Acha que eu a criei bem?

A duquesa voltou a atenção para o homem. Ela conhecia Thomas desde que era criança, fora um homem muito cobiçado em sua juventude — não por ela, obviamente — o duque sempre foi alguns bons anos mais velho que Katherine. Encontrou o amor tardiamente, e não foi em Londres. Era um aventureiro, um espirito indomável tal como a filha. Mas sempre foi um bom homem, com um coração grandioso e um senso de justiça acima dos demais. Thomas era alguém com que as mães desejavam que as filhas se casassem, um homem integro e firme em seus ideais. Quando retornou a Inglaterra com a filha ainda bebê em seus braços, muitos tentaram menosprezar a sua única herdeira por ser uma bastarda, fruto da união imprópria com uma árabe qualquer, mulher da vida. Todavia, o duque jamais permitiu que tirassem o direito de Anastácia em ser sua filha. Katherine soube, naquele momento, que lorde Thomas Lumb, criou Anastácia para ser forte e imbatível, pois sabia que as pessoas eram cruéis.

Katherine cravou os olhos escuros no duque e então e respondeu com convicção:

— Nenhuma outra pessoa teria feito melhor. Anastácia é forte, determinada e altruísta. É detentora de um senso de justiça que não pode ser igualado a outro alguém. Any é amorosa e possui um coração grandioso. Você criou uma mulher maravilhosa. Todos que conhecem Anastácia sabem o quanto ele é incomparável.

Os olhos do velho se encheram d'água.

Lady Katherine Lumb segurou a mão gélida e um tanto magra de Thomas e assegurou:

— Prefiro fazer promessas aos vivos os quais tenho a certeza de que podem me escutar, do que aos mortos que já não fazem parte desse plano. Nesse caso, Thomas Lumb, quero que saiba que cuidarei de Anastácia como se fosse minha própria filha. Eu a protegerei como uma mãe. Any há muito já pertence a minha família, eu a amo desde que era uma garotinha mirrada e briguenta. Eu e minha família jamais iremos desampará-la.

Aquelas palavras aliviaram o tormento da alma do duque e arrancou todo o temor de seu frágil coração. Acolheria a morte de bom grado quando ela viesse levá-lo para o futuro desconhecido. Any estaria segura, não havia o que temer.

— Eu, como pai, não tenho palavras para agradecer por todo o carinho que tens com minha filha. Any parece ser forte, mas no fundo é uma menina frágil. Sofrerá sem medidas quando eu partir. Precisará de todo apoio para se reerguer. Sei que ficará bem, sei que cuidarão dela. Tenho certeza de que a deixarei em boas mãos. — Enxugou as lágrimas que caíram dos olhos antes que Anastácia o visse chorando e ficasse preocupada.

E naquele final de tarde, logo após as visitantes deixarem aquela casa, Anastácia se trancou no escritório com Matthew e disse algo que mudaria drasticamente o futuro de ambos. O destino era imprevisível e inaceitável. E para os jovens destinados ao matrimônio, restaria, apenas, um único fim.

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(CAPÍTULO SEM REVISÃO)

Olá, ladies! Tudo bom?

Perguntinha rápida apenas para fazer um levantamento da estratégia de marketing: 

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