23 - REVIRAVOLTAS
"Abençoado seja o karma que ás vezes volta tão rápido quanto a velocidade da luz".
— Lady Anastácia Lumb
Após descobrir seus sentimentos por Matthew, Anastácia tentou ao máximo evitá-lo. Por sorte, o duque também não estava nada disposto a vê-la, ainda mais quando soube que ela iria para ópera com Davies.
No decorrer daquela semana, ambos se encontraram no clube comandado por Anastácia, trocaram poucas palavras, pois eram orgulhosos demais para ceder. Porém, não era o orgulho que impedia Any de procurar pelo amigo e sim o medo de expor seus sentimentos e ele se afastar ainda mais. Anastácia acreditava que Matthew não sentia o mesmo por ela, por tal razão optou por manter aquela revelação somente para si.
Matthew, por outro lado, não era capaz de acreditar que sua amiga insistia em manter relações com pessoas as quais ele detestava, sobretudo, com Daveis. Mas ela seguiu, e para seu ódio mortal, aceitou o convite do conde para ir a ópera, sendo que ela nem gostava de tal espetáculo. Tomado pelo sentimento de vingança, Matt decidiu convidar lady Daphne Wood para ir a ópera. Any a detestava, e ter a moça como sua companhia, seria uma ótima ideia para confrontá-la no mesmo nível. E foi exatamente aquilo que o duque fez. Em uma determinada noite quente, ele e sua acompanhante — um tanto desagradável, diga-se de passagem —, desembarcaram no distrito de Covent Garden e subiram a escadaria do Royal Opera House, determinados a assistirem um espetáculo, embora o homem não tivesse gosto para tal apresentação.
_____💃_____
O conde de Bastille fizera jus a pontualidade britânica e parou a carruagem em frente a casa de Any exatamente no horário acordado. Embora Anastácia não apreciasse ópera, assistira alguns espetáculos ao longo de sua vida agitada e tinha o conhecimento de que, além do espetáculo musical, as espectadoras também se exibiam com seus melhores trajes e joias, a fim de demonstrar que pertenciam à alta camada social. Naquela noite, mesmo que Any não fosse grande apreciadora de ostentação, decidiu seguir o padrão da sociedade e se vestiu como uma verdadeira mulher aristocrata. Ao olhar o reflexo no espelho, não se reconheceu, e soube que além das atrizes no palco, haveria outra atriz ocupando um camarote ao lado de um importante conde: Lady Lumb em pessoa.
_____💃_____
Albert Davies não tinha o feitio de se sentir desconfortável em perto de qualquer mulher. Com quase trinta anos, muitas damas já passaram por seus braços e tivera incontáveis casos românticos que não levaram a fim algum. Fora criado para não temer ninguém. Todavia, Anastácia Lumb, de alguma forma o deixava acuado. Havia algo no olhar dela, na forma tão segura como se portava, como se fosse desprovida de qualquer temor, que na presença dela, ele não se sentia tão seguro como costumava ser. Entretanto, apesar de tal incômodo, o conde jamais deixou transparecer o quanto admirava e temia a escandalosa lady Lumb. E ao pensar nela, a mulher desceu a escada, mantendo uma postura ereta e um olhar determinado, e ali, trajando aquele impecável vestido verde e um esplêndido diadema de prata na cabeça, Albert soube que ela poderia ser comparada a uma rainha, apesar de ser uma bastarda. Anastácia, de fato, era uma mulher única, incomparável.
— Lady Lumb. — cumprimentou, estendendo a mão para que ela subisse na carruagem.
— Lorde Devil. — provocou, depositando a mão enluvada sobre a dele, exibindo um discreto sorriso de canto.
Ambos se acomodaram na carruagem e o cocheiro seguiu a viagem. Permaneceram calados por um tempo. Certamente não poderiam permanecer quietos durante todo o percurso de Mafayr e Convent Garden, por isso o lorde deu início a uma conversação:
— Há quanto tempo comanda o clube de cavalheiros do seu pai?
Anastácia desviou o olhar da janela e direcionou toda a atenção ao homem à sua frente.
— Há mais de dois anos, mas acredito que já tinha conhecimento dessa informação. É difícil acreditar que não tenha me investigado, quando, em nosso primeiro encontro, jurou que havíamos nos tornado inimigos.
No rosto de Albert, surgiu o esboço de um sorriso.
— Nunca me desculpei por aquela noite. Estava embriagado, não que isso seja uma desculpa para o meu comportamento, mas, em contrapartida, posso lhe assegurar que jamais estive em um estabelecimento em que as mulheres apresentaram resistência em fazer aquilo pelo qual são contratadas. Nenhuma mulher jamais me recusou, acredito que o orgulho masculino tenha falado mais alto. Posso lhe assegurar, minha cara, que eu me sentiria péssimo caso fizesse algum mal aquela mulher ou qualquer outra. Tivemos um mal começou, milady, e eu espero ter a oportunidade de repará-lo.
Anastácia semicerrou os olhos, ainda não confiava nele, mas estava disposta a lhe conceder uma segunda chance.
— Ama a sua irmã, milorde?
O homem franziu o cenho ao ouvir aquela pergunta inesperada.
— Com todo o meu coração. — respondeu, convicto.
— Nesse caso, não deveria estar em minha companhia. Minha reputação me precede aonde quer que eu vá e atinge aqueles que estão ao meu redor. Se deseja que ela encontre um esposo à altura dos valores morais de sua família, não deveria manter proximidade comigo.
O conde ficou sério de repente, e sob o bigode aparado perfeitamente, os lábios se fecharam em uma linha fina. Então ele cravou aqueles olhos escuros em Anastácia e falou:
— Acredite, lady Lumb, não é do desejo de minha irmã, tampouco o meu, que ela se case. Stephanie não está à procura de um matrimônio, ela debutou por dois motivos: trazer-me de volta a Londres e porque, como irmã de um conde, era seu dever cumprir o que a sociedade esperava dela. No entanto, ela não se casará com homem algum, isso é tão certo como o mar jamais tocará o céu. Nenhum homem, seja ele rico ou pobre, ou o melhor em sua espécie, será capaz de conquistá-la. Eu jamais permitiria que ela se casasse para ser infeliz, apenas para cumprir uma obrigação social. Steph nunca conseguirá amar um homem e a sociedade ainda não está pronta para lidar com esse tipo de conhecimento.
— Entendo. — disse, Any, reflexiva.
E ao fitar o rosto sério da lady a sua frente, Albert soube que ela realmente compreendia aquela situação. Any era uma mulher à frente do seu tempo, se existia alguém que pudesse entender o fato de que Stephanie só poderia amar uma outra mulher, lady Lumb era essa pessoa.
Desde a infância, o conde soube que sua irmã possuía a inclinação para se afeiçoar às meninas e não aos meninos. Na adolescência, ela já não foi capaz de esconder que tinha pensamentos infames com o sexo oposto e sofreu tentando controlar seus instintos. Albert também padeceu, pois sabia que a sociedade não era justa para com as preferências de uma mulher, porém, para aquelas que tivessem pensamentos pecaminosos como os de Steph, a sociedade era tremendamente cruel. Jamais iriam aceitá-la, e, por mais que fosse um destino absolutamente triste para qualquer pessoa, sua irmã teria de esconder seus sentimentos, se não quisesse ser presa. Era exatamente por tal razão que ele retornara a Londres: para protegê-la de um destino desolador.
Então, após um longo momento de reflexão, Anastácia disse algo que nenhuma outra mulher teria a ousadia de dizer:
— Estamos no final do século XIX, e, ainda assim, a sociedade segue presa a valores morais ortodoxos que reprimem as pessoas ao invés de libertá-las. Eu não sou muito religiosa, mas não acredito em um Deus punitivo. Creio que a punição foi imposta pelos homens, simplesmente pelo fato de temerem o que não compreende. Isso não é injustiça, é perversidade. A escolha de amar alguém deveria caber apenas a pessoa, a ela e ninguém mais.
Abert abriu um largo sorriso. E ali, naquele momento, após ouvir aquelas palavras, ele soube que lady Lumb seria a esposa ideal. Todavia, não a pediria em casamento — ainda—, ela desejava conhecê-lo e ele atenderia ao desejo dela. Daria um passo de cada vez, até levá-la ao altar.
Prosseguiram o percurso conversando, tentando se conhecerem um pouco mais, até que chegaram ao Royal Opera House, local em que, pelo alto número de carruagens estacionadas, pareceu que receberia toda a aristocracia londrina.
_____💃_____
Anastácia enlaçou os braços de Albert e subiu a escada, sendo conduzida por ele até o camarote localizado em uma ótima posição do teatro. Conforme esperado, algumas mulheres da nobreza lhe lançaram discretos olhares hostis, enquanto outras forçaram um sorriso apenas pelo fato de que ela estava acompanhada de um importante conde. Any não se importou com aqueles comportamentos. Já fazia muito tempo que ela não se incomodava com o que a aristocracia pensava dela.
Mantendo uma postura ereta, ela ocupou o lugar ao lado de Davies e inclinou-se para sussurrar:
— Uma pena que sua irmã tenha gripado. Ela seria uma ótima companhia.
O conde forçou um sorriso. Any não sabia, mas aquela era uma mentira. Stephanie não estava doente, pelo contrário, encontrava-se em perfeito estado de saúde. A pedido do irmão, ela fingiu aquela enfermidade, pois ele desejava ter um momento a sós com lady Lumb, algo que estaria fora de cogitação se a irmã dele tivesse os acompanhado.
Rapidamente o local se encheu de espectadores e tão logo o espetáculo se iniciou. Any aprendera latim, portanto compreendia um pouco do italiano cantado, pois a língua era vertente de tal idioma. Entretanto, não era necessário ser versada em italiano para compreender o contexto da trama, visto que, as dramatizações dos cantores representavam bem o enredo. Anastácia não tinha nada contra as óperas, mas também não tinha muito a favor. Era algo assistível, porém, ao seu ver, nada encantador. Todavia, o espetáculo todo fora deixado de lado quando seus olhos se depararam com Matthew, ocupando um camarote do outro lado do teatro, bem as vistas de seu olhos, acompanhado de ninguém mais, ninguém menos que lady Daphine Wood. Ah como Anastácia odiou aquela visão!
Como se tivessem conectados por um ímã invisível, os olhos do duque encontraram os de Any e ele, da outra extremidade, exibiu na face uma expressão desafiadora. Any cerrou os punhos e apenas o fuzilou com o olhar.
Anastácia Lumb detestou cada minuto daquele espetáculo — não a ópera em si, ela nem prestava atenção naquilo —, sua atenção estava centrada na exibição que ocorria no camarote a sua frente. Any odiou cada vez que Matthew se inclinou ao ouvido de Daphne para sussurrar algo. Odiou vê-la sorrir com o que quer fosse que ele dissera a ela. Odiou que ele riu com ela. Odiou a forma como ela tocava o braço dele. Odiou a forma como ele a olhava. Maldição! Odiou que estivessem tão próximos. E odiou, definitivamente, aquela noite. Estava prestes a inventar uma desculpa para deixar aquele teatro, quando, por sorte, fora anunciado uma pausa do espetáculo.
— Preciso ir ao toalete. — anunciou a Davies, colando-se rapidamente em pé, partindo apressada para longe daquele camarote.
Entretanto, Anastácia não tinha intenção alguma e ir ao banheiro, pois todos seus pensamentos se voltavam para Matthew, o qual viu rumar a uma direção, para seu deleite, bem longe de lady Wood.
_____💃_____
Matthew não soube ao certo como afirmar, mas, embora não tivesse lançado mais nenhum olhar para o camarote onde Any estava, ele sentiu, de alguma forma, o olhar da amiga fixo nele. Matt não apreciava a companhia de Daphne, pois ao contrário de Alice com quem tivera alguns encontros divertidos, aquela mulher ao seu lado era demasiadamente fútil. Ainda assim, insistiu em provocar Anastácia fingindo um interesse na moça um tanto forçada.
Contudo, Matthew não aguentava mais um segundo sequer ao lado de lady Wood e deu graças a Deus quando anunciaram uma pausa. Com muita educação, ele se levantou informando que iria ao banheiro, mas, na verdade, iria para qualquer lugar longe daquela mulher, iria para Lua se fosse possível, iria para qualquer lugar que o afastasse da Daphne.
O duque vagava para um canto qualquer, em busca de ar, quando Anastácia o interceptou, e sem dizer absolutamente nada, puxou-o pelos braços com urgência e determinação, arrastando-o pelo local sem um destino específico, até que encontrou uma porta entreaberta o qual ambos adentraram. Era um depósito de vassouras, repleto de poeira e mofo que fez o nariz do duque coçar. Entretanto, Matthew não teve tempo para reclamar do estranho local apertado, pois, inesperadamente, Anastácia selou os lábios nos dele, desesperada, aflita, segurando-o pela lapela do fraque, tentando diminuir ainda mais a distância entre ambos.
O duque apreciou cada momento daquele beijo e deu a Any tudo que ela precisava. Segurou na cintura dela, juntando seus corpos, explorando a boca da mulher com a mesma avidez, saciando seus desejos, desfrutando da sensação da língua dela tocando a dele, da maciez dos lábios, da forma como ela se agarrava a ele, como se temesse que pudesse fugir a qualquer momento. Ali, enquanto a beijava, ele teve a absoluta certeza de que Any sempre foi tudo o que precisava e soube que nenhuma mulher poderia substitui-la. Mas, infelizmente, ela se afastou, quebrou aquela conexão mágica e disse em meio aos arquejos:
— Quando retornar para junto de Alice Wood, é do meu beijo que se lembrará e o meu corpo que desejará, é a minha voz que ouvirá. E eu estarei do outro lado daquele camarote, tão perto e ao mesmo tempo tão longe, na companhia de outro homem, tendo a certeza de que eu, apenas eu, ocuparei a sua mente. Então, Matthew Morrison, não ouse a me provocar. Eu posso ser pior que você. — Girou os calcanhares, deixando um duque perplexo e sem palavras dentro daquele cômodo repleto de vassouras e pó.
_____💃_____
De alguma forma, o duque foi capaz de retornar para aquele camarote e amaldiçoou Anastácia por tê-lo enfeitiçado com aquele beijo. Ele não conseguiu prestar atenção em nada do que a moça ao seu lado dizia, e após várias tentativas frustradas, lady Wood finalmente se deu conta de que não haveria mais diálogo entre eles. A atenção de Matthew voltou-se totalmente em Anastácia, do outro lado do teatro, trocando conversas baixas com o patife do Davies. Por nenhum segundo sequer, ela lançou o olhar na direção dele e aquilo o deixou profundamente irritado.
Quando a peça finalmente terminou, ele fez questão de inventar uma desculpa qualquer e saiu imediatamente do Royal, levando lady Daphne para casa. No caminho, o duque percebeu que precisava urgentemente de uma mulher; necessitava esquecer a imagem do beijo que se fixara em sua mente. Precisava, ao menos por alguns instantes, não pensar em Any que tanto o atormentava. Então ele partiu decidido para clube que pertencia a amiga, pois aquele era o único lugar onde encontraria uma companhia adequada para passar a noite.
_____💃_____
Anastácia Lumb, por sua vez, ficou satisfeita com o desfecho da noite. De alguma maneira, ela conseguiu dar a volta por cima e colocara Matthew no devido lugar. Ela não viu ele ir embora, mas sabia que tinha partido, pois também não avistou lady Wood quando deixou o teatro.
Quando a carruagem seguiu o rumo, Any pediu para que o conde a deixasse em seu clube, tinha assuntos importantes e inadiáveis para resolver por lá.
Any se encontrava absolutamente perdida em seus pensamentos, quando Albert subitamente indagou:
— Percebi que não tirou os olhos de Morrison durante o espetáculo. Realmente há apenas amizade entre ambos?
O coração de Anastácia disparou sob o peito. Aflita, ela temera que o conde descobrisse a verdade que tanto tentava esconder. Todavia, ainda que estivesse em pânico, foi capaz de se juntar a toda seriedade que havia dentro dela e respondeu em tom firme:
— Claro que somos apenas amigos! — exclamou, fingindo indignação. — Não tirei o os olhos de Matthew, pela razão de que não aprovo, de forma alguma, que ele venha se casar com lady Wood. Ela me ameaçou sem receio algum, afirmando que quando se casasse com o duque, faria questão de nos afastar para sempre. Tudo isso pelo motivo fútil, segundo ela, de que eu roubara seu momento celebre como debutante. Qualquer mulher que seja uma ameaça a nossa amizade, será tratada como uma inimiga. Matt a trouxe à ópera, apenas porque sabia que eu estaria lá contigo. Ele o considera como rival, embora eu já nem me lembre a razão pela qual existe tanta rivalidade entre ambos.
Ao ouvir aquela resposta, o conde se calou e direcionou o olhar para a janela, fitando a paisagem em movimento. Precisou de um longo momento de reflexão, até ele tomar a coragem de a revelar:
— Sempre invejei o Morrison, desde a infância, para ser sincero. O pai dele, ao contrário do meu, sempre o apoiou em qualquer decisão, até mesmo aceitou de bom grado o fato de que era melhor amigo de uma garota, sem se importar com os boatos acerca de uma suposta fragilidade masculina. Foi por sua causa que começamos a brigar. Eu tinha inveja da vida dele e comecei a zombar de você. Morrison sempre fugia de conflitos, ignorava os insultos, mas quando eu falei mal da sua amiga, ele ficou irado, completamente fora de si, e me bateu. Foi assim que tudo começou. — Balançou os ombros e prosseguiu: — Matthew sempre teve a vida que eu desejei, a família que eu desejei e a amizade leal que eu nunca tive. Porém, detestei-o com todas as minhas forças, quando ele fugiu para o Oriente contigo. Não suportei a ironia da vida, com dezessete anos tive que enfrentar a vida sozinho, tornando-me um conde, assumindo as responsabilidades de toda uma vida, fui obrigado a me tornar um homem, embora meu coração ainda fosse jovem e ansiava apenas ser livre. Acorrentei-me ao título e as amarras de um condado, quando do outro lado do Mar Mediterrâneo, Morrison levava uma vida livre de responsabilidades, ao lado de sua melhor amiga. Uma vida perfeita; uma vida que sempre desejei ter. Quando permiti que minha irmã fizesse o que bem desejasse, quando a ensinei a atirar, a apreciar uísque e charutos, e tantas outras coisas proibidas as mulheres, acredito que eu tenha tentado fazer com que ela se parecesse contigo, lady Lumb, foi a única forma que eu encontrei de ter algo que Morrison possuía: uma melhor amiga; uma confidente. Matthew fora privilegiado por toda uma vida e eu o invejei por isso. Contudo, agora, depois de tantos anos, já não sinto mais nada, posso afirmar que ele é indiferente para mim.
Anastácia se compadeceu pelos sentimentos do homem. Ela não seria hipócrita de julgar a inveja de alguém, quando invejava, a todo momento, a liberdade que era reservada apenas aos homens. Any o compreendia, com certeza foi difícil assumir tanta responsabilidade tão novo e só. Ela se recordava o quanto Matthew sofreu quando assumiu o ducado, mas ao contrário do conde, seu amigo nunca esteve sozinho, pois Any jamais o abandonou.
— E encontrou uma melhor amiga em sua irmã? — Foi tudo que ela perguntou.
O homem voltou o olhar na direção dela, abriu um largo sorriso e respondeu:
— Encontrei a melhor amiga que eu poderia ter. Alguém que eu confio mais do que tudo. Que detém parte do meu coração. E só então me senti privilegiado, pois nem todos tem a sorte de ter uma irmã que é sua maior confidente.
Any sorriu.
— Eu, de certo, não tive. Sou filha única e ainda por cima, bastarda.
Albert gargalhou alto. Ele, de fato, apreciava o senso de humor de Anastácia.
— Não se pode ter tudo, lady Lumb.
— Infelizmente, não. — Continuou a sorrir.
Albert deixou a lady em frete ao The Royal — o clube que ela comandava — e seu olhar acompanhou a mulher até que entrasse pelas portas daquele salão.
Anastácia, um tanto exausta, adentrou no clube carregando a sensação de dever cumprido, tivera uma boa noite, afinal. Mas, ao contrário do que ela pensava, a noite ainda não havia findado e muitos acontecimentos ainda estavam por vir. Se Any soubesse o que aguardaria naquele clube, certamente teria ido direto para casa. Todavia, ninguém pode prever o prever o futuro, tampouco alterar o passado. Mas o que seria da vida sem um pouco de surpresa? Que Deus proteja Anastácia Lumb, pois proteção é o que mais ela necessitará.
_____💃_____
(CAPÍTULO SEM REVISÃO)
Olá, ladies!
Vou começar desabafando: de alguma forma que eu não sei explicar, eu odiei esse capítulo! 😔
Mas era tudo que eu tinha para hoje, então postei mesmo assim. Espero que tenha ao menos conseguido atingir o propósito de aplacar um pouco da ansiedade de vocês, e na próxima semana voltarei com um cap. especial para compensar o fracasso que foi esse 🥺
Bjs, e até segunda!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro