19 - Tempestade
"Às vezes, um abraço apertado de um amigo se torna o maior refúgio".
— Lady Anastácia Lumb
Naquele início de noite, o vento que mudara repentinamente, invadia aquele salão acolhendo ambos amigos em seus braços frios. Anastácia observou Matthew com atenção, e, por uma fração de segundos, notou que uma palidez tomou conta da face do homem cujos olhos azuis se arregalaram em um pânico evidente. Any pensou em perguntar o que se passou, mas logo o duque sorriu e voltou a agir com normalidade, como se nada tivesse ocorrido. Tal estranheza foi rapidamente esquecida quando ele questionou subitamente:
— Casaria comigo se eu não fosse seu amigo?
Any franziu o cenho, intrigada com aquela pergunta.
— Óbvio que sim. Estaria no topo da minha lista de pretendentes e não desistiria até que eu o levasse ao altar. — respondeu, achando graça.
Matthew sorriu, mas o sorriso não alcançou o olhar.
— É realmente uma pena que sejamos amigos. Somos bons amantes, seríamos um ótimo casal. — Torceu os lábios um pouco receoso.
— Matthew! — repreendeu, Anastácia, inconformada. — Jamais diga isso novamente. Nunca me arrependi de sua amizade e jamais me arrependerei. Não faria nada ao contrário, agradeço todos os dias por ter conhecido você. Nenhum homem, seja ele meu marido ou não, será capaz de reduzir a importância que tens em minha vida, Matthew. Você sempre será metade de mim.
Matt forçou um sorriso, embora nada que Anastácia lhe dissesse poderia trazer alegria ao seu coração. Tê-la como amiga já não era o suficiente e uma tristeza enorme o invadia, quando se recordava que Any iria se casar com outro homem.
— Lembra-se quando nos conhecemos? — perguntou, Matt, e Any assentiu com a cabeça concordando. — Eu era um menino baixinho e rechonchudo e você uma menina miúda, magrela, de enormes olhos verdes que pareciam duas esmeraldas. Éramos crianças, estávamos em uma festa destinada a arrecadar fundos para obras de caridade, os demais meninos estavam implicando comigo, como de costume, falando que eu era gordo, medroso e mimado. Fizeram uma roda, cercaram-me, depois me empurraram no lago e saíram gargalhando, zombando de mim. Você, que de longe assistiu aquela cena, correu até a margem e estendeu-me a mão. Meus olhos estavam marejados em lágrimas de humilhação e raiva. Tentei descontar toda minha frustração em ti, ingorando-a, fingindo que não estava lá. Então, ainda com a mão estendida, tão corajosa, você disse "vai ficar parado aí, ou vai se levantar para se vingar?". Embora você fosse tão pequena, sua voz soou tão forte e determinada. Encarei seu rosto tão sério, seu olhar obstinado e finalmente segurei sua mão. Naquele dia, atravessamos o lago, capturamos um punhado de sanguessugas e eu fiquei completamente admirado ao ouvi-la explicar sobre tais vermes, como uma pequena cientista, informando o quanto eram inofensivos e que a melhor forma de extrair do corpo era utilizando o fogo. Naquele momento, eu soube que você era a pessoa mais inteligente que eu conhecia. No final da tarde, pegamos os potes repletos de sangue-sugas, subimos em uma árvore e aguardamos pela minha vingança. Quando os meninos, exaustos, sentaram sobre a sombra daquela macieira, nós abrimos os potes e despejamos os vermes negros nas cabeças deles. Espantados e com medo, todos saíram correndo, gritando, chorando e nós, duas crianças levadas, apenas gargalhamos, satisfeitos, vingados. E foi ali, enquanto riamos sobre aquela árvore, o momento exato em que eu soube que você sempre faria parte da minha vida.
Anastácia sorriu ao se recordar daquele dia.
— Ficamos de castigo por uma semana, lembra?
Matt soltou um riso.
— Mas valeu a pena, nunca mais mexeram comigo.
— Lembra-se quando você ficou revoltado porque teria de ir para Eton e não aceitava o fato de que não poderíamos nos ver, pois estaria preso naquele colégio interno? — indagou Anastácia.
— Ficamos um bom tempo separados, até que eu descobri como fugir a noite e todos os finais de semana eu dormia, escondido, no seu quarto. — Ele riu, lembrando-se daquilo.
— E quando papai descobriu e nos pegou largados na cama depois de passarmos a madrugada toda conversando? Lembra-se que ele ficou ensandecido e queria nos obrigar a casar? Nós tínhamos quantos anos na época? — Você iria completar treze e eu dezessete. — respondeu Matt — Nunca vi Lorde Lumb tão bravo quanto naquele dia. Confesso que me imaginei subindo ao altar com seu pai atrás de mim, ameaçando-me com uma espingarda. — Riu, jogando a cabeça para trás.
Anastácia gargalhou alto.
— Por sorte seu pai conseguiu intervir ao nosso favor. — comentou Any e completou: — Recorda-se daquele verão quando fomos para casa de campo da sua família, em Kent, e você deu seu primeiro beijo em uma das empregadas? Eu fiquei com tanta inveja de você por ter beijado antes de mim e jurei que encontraria um garoto e também o beijaria. No final, ambos voltamos tristes. Você por ter sido rechaçado posteriormente pela moça e eu por não ter conseguido o meu primeiro beijo. Claro que na época não lhe disse o porquê estava tão chateada. Não queria que zombasse de mim.
Matthew estendeu a mão em direção a face de Anastácia e limpou o rastro de uma geladeira de ameixa que restara no canto dos lábios.
— Que bom que não conseguiu concluir a missão. Fiquei muito feliz em ter lhe dado o primeiro beijo.
Any, sem jeito, desviou o olhar sentindo um calor desconhecido percorrer todo seu corpo.
— E como você bem sabe... — ele prosseguiu — Algum tempo depois, em outra de nossas viagens a Kent, eu reencontrei, Louise, a empregada. Ela não foi somente o meu primeiro beijo, também foi minha primeira mulher. Perdi a virgindade com ela.
Any revirou os olhos, sentindo uma emoção estranha lhe capturar.
— Depois que você atingiu a maturidade, todas as mulheres passaram a te desejar, Matt. Mas, não se esqueça que eu sou a única que sempre esteve ao seu lado desde que era um menino rechonchudo, tímido e gago e depois jovem espinhento e desengonçado. Estou aqui desde sempre. — resmungou, esboçando uma careta desgostosa.
— Como eu poderia esquecer, Anastácia? É difícil ter uma lembrança de minha vida em que você não esteja presente.
Any não se conteve e exibiu um largo sorriso. Realmente, era difícil até para ela se lembrar de algo em que não estivesse com Matthew.
De repente, o duque ficou muito sério e encarou Anastácia com aqueles olhos azuis penetrantes que a fez estremecer. Ainda com o olhar fixo nela, ele revelou pela primeira vez:
— Quando me disse que não debutaria e fugiria para o Oriente, eu não pensei duas vezes antes de embarcar naquele navio e deixar minha vida para trás. Na verdade, Any, naquela época eu já temia que seu casamento pudesse nos separar. Eu já não queria dividi-la com um outro homem e ainda não quero. Eu te seguiria até o inferno, se me pedisse, porque eu não conseguiria e jamais conseguirei imaginar a minha vida sem você, Anastácia. Então eu te imploro: jamais me abandone. Eu não suportaria tanta dor. — Sem que pudesse evitar, os olhos deles se encheram de lágrimas. Perder Anastácia era o que Matthew mais temia.
Sem pensar, Any se jogou nos braços do amigo e lhe envolveu em um abraço apertado. Matt abrigou Anastácia em seu corpo, segurando junto de si a mulher por quem estava apaixonado, desejando que ela retribuísse seus sentimentos.
— Toda vez que conversamos, sinto que estamos nos despedindo aos poucos. — ela sussurrou junto ao peito de Matt, fungando, tentando controlar o choro. — Eu não gosto disso. Não quero que nos sintamos dessa forma. Eu não consigo imaginar o meu futuro, sem que você não esteja nele.
Matthew segurou o rosto da lady em suas mãos e fez com que ela o olhasse.
— Vamos nos casar, Any. Podemos fazer isso dar certo. Somos bons um para o outro, eu posso te fazer feliz. — sugeriu, torcendo para que a amiga concordasse, pois somente assim conseguiria dormir em paz sem que a imagem de Anastácia com um outro homem o perturbasse.
Ela, no entanto, baixou o olhar e retirou as mãos dele do rosto.
— Não posso fazer isso contigo, Matt. — disse, afastando-se. — Você precisa de um herdeiro e eu não poderei lhe dar um. Não quero ter filhos e cedo ou tarde iríamos brigar por isso e eu não quero brigar contigo.
No meio do desespero, o duque tentou argumentar:
— Disse-me mais cedo que não se importará se seu esposo produzir um filho com outra mulher. Irá acolhê-lo e aceitá-lo como herdeiro.
— Não posso fazer isso contigo, Matt. Não posso arruinar a linhagem da sua família, o ducado e a honra de seus ancestrais, fazendo com que produza um filho fora do casamento. Doeria em mim e doeria em você ver seu filho crescer em uma sociedade que despreza os bastardos, tais como desprezam as mulheres da vida, bem como aquelas infiéis. Não merece passar por isso. Não quero que passe.
— Mas concederá essa possibilidade ao seu futuro esposo. Qual a diferença entre ele e eu.
Irritada, Anastácia colocou-se em pé.
— A diferença, Matthew Morrison, é que eu jamais amarei meu esposo, assim como eu amo você. — respondeu, e tentou sair daquele salão, porém o duque a impediu segurando-a pelo braço.
— Então você me ama?
Ele forçou a esconder o quanto aquela inesperada revelação o encheu de esperança.
— Claro que eu te amo. — bufou, rolando os olhos.
— Como um amante?
— Certamente que não! Deixe de ser tolo, Matthew! Eu te amo como um amigo, e acredite, nenhum sentimento é maior do que uma verdadeira amizade. É algo para a vida toda.
E toda esperança que o duque sentiu, desfez-se feito poeira ao vento. Frustrado, furioso e magoado, Matt simplesmente disparou em tom rude:
— E o que você sabe sobre amar alguém? Jamais se apaixonou, Anastácia. És realmente inteligente, mas algumas coisas apenas se aprende com a experiência. Nesse caso, suas palavras não passam de especulações vazias. E acredito, minha cara, que esteja totalmente equivocada quanto ao seu posicionamento. Voltaremos a ter essa conversa, se algum dia se apaixonar.
Any ficou sem argumento. De fato, jamais havia se apaixonado, como ela poderia ter propriedade para comparar sentimentos que jamais sentiu? Irritada consigo por ter sido tão ingênua, e também com Matthew por ter a deixado sem palavras, ela girou os calcanhares e partiu a passos duros, fechando a porta com demasiada força, mas o barulho do impacto foi escondido pelo alto som do trovão que retumbou tão perto daquela casa fazendo-a estremecer de pavor.
Parece que até mesmo a natureza estava contra ela naquela noite. Maldição! Teria sido melhor se Any tivesse ficado em casa.
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Naquela noite, os arredores de Londres foram arrebatados por uma terrível tempestade que há muito não assolava aquela região. Do céu escuro surgiam os brilhos luminosos e agressivos dos raios descendo ao chão, provocando altos estrondos assustadores que eram capazes de deixar qualquer pessoa preocupada. A chuva forte se mesclava com as violentas rajadas de vento que se chocavam furiosamente contra as paredes daquela casa.
Matthew estava em seu quarto, um amplo cômodo ainda estranho, sentado ao lado de uma escrivaninha, com o tronco nú, trajando apenas a calça marrom e nada nos pés. Ele tentava permanecer imerso na leitura de um livro enquanto apreciava um bom o uísque. Todavia, sua mente permanecia em outro lugar, fora daquelas páginas, tão perto dali, no quarto ao final do corredor ocupado por Anastácia.
Matt sempre soube que Any tinha um pavor imensurável de tempestades. Anastácia Lumb era a pessoa mais corajosa e determinada que ele conhecia, porém, quando o céu era tomado por raios e trovões, Any se tornava uma garotinha amedrontada e ele sempre ajudou a passar por tais situações apoiando-a da forma que melhor convinha. Contudo, naquela noite, o orgulho tomou conta de suas ações e ele não conseguiu atravessar o cômodo para ajudar a amiga. Ainda que estivesse preocupado com Any, ele não conseguiu sair do quarto. Entretanto, no íntimo de seu ser, Matt sabia que cedo ou tarde, a lady iria procurá-lo.
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No quarto ao final do corredor, Lady Lumb viu, mais uma vez, a claridade do raio rasgar o céu e cair tão perto daquela casa. Em pânico, ela estremeceu, fechando os olhos com força até o barulho cessar.
Any trajava apenas uma fina camisola branca, longa e sem manga, estava, definitivamente, preparada para dormir, mas aquela tempestade afungentara o seu sono e qualquer raciocínio lógico. Any não conseguia parar de pensar na possibilidade de um raio atingir aquele quarto, provocando um incêndio. Ou pior, atravessar o telhado e se colidir contra a sua cabeça, matando-a. Ela não queria ficar sozinha, e também, por orgulho, não desejava procurar pela ajuda de Matthew. Ainda estava furiosa com o amigo, embora nem soubesse por qual motivo.
Porém, quando outro raio caiu muito perto da janela em que Any observava a tempestade rugir, ela nem tem teve tempo de pensar e, apavorada, disparou porta a fora, atravessou o corredor em uma velocidade absurda e invadiu o quarto de Matthew, esbaforida, sentido coração prestes a sair pela boca.
Lorde Morrison levou um susto quando sua amiga passou pela porta, sem nenhum aviso, agitada e tão pálida como um fantasma. Seus olhos verdes arregalados evidenciaram todo o terror que a consumia. E ali, sentado naquela cadeira, Matthew precisou se conter ao máximo para não avançar até ela e a envolver em seus braços.
— Any?
Ao ouvir a voz do duque, Anastácia voltou a si e ao menos conseguiu raciocinar com certa clareza.
— Como está sua acomodação? Vais conseguir dormir? Sei que é difícil conseguir dormir em um local a qual não está habituado. Estás passando bem? — a lady indagou, apressada, emendando uma frase na outra, tentando não olhar para janela que revelava aquela chuva horrorosa.
Matt se segurou para não rir.
— Estou bem, Anastácia. Estava apenas lendo um livro. — Levantou o objeto que segurava nas mãos.
Novamente, outro trovão ressoou no céu, fazendo Any a agir impulsivamente. Rapidamente caminhou até Matt e pegou o livro com urgência.
— Eu posso ler para você. Tenho uma ótima dicção e uma entonação que o deixará admirado. — Agitada, começou a percorrer o olhar aflito pela página do livro, embora sua atenção permaneceu centrada naquela maldita tempestade.
Matthew levantou-se da cadeira, e escondendo o riso, posicionou-se à frente de Anastácia, levando a mão sobre o livro que ela segurava com muita determinação.
— Prefiro ler sozinho, Any.
O tom de voz baixo e rouco de Matthew fez com que Anastácia levantasse o olhar para a face do duque. Ela sentiu um leve fraquejar nas pernas ao perceber, um pouco tarde demais, o quanto o amigo estava exposto naquele quarto. Any percorreu o olhar no peitoral nu daquele homem e pensou o quanto seria bom sentir a textura daqueles pelos. Matthew Morrison era um belo exemplar masculino. Parecia uma escultura grega perfeitamente esculpida com músculos torneados e Any, naquele momento, apenas desejou explorar aquele corpo e sentir o calor daquela pele. Todavia, a claridade assustadora de um raio brilhou tão próximo aquela janela deixando a lady apavorada.
Anastácia devolveu o livro ao amigo, e tremendo assustada, disparou até a janela, fechando a cortina. A respiração dela estava ofegante quando voltou a encarar um Matthew que escondia no rosto o sinal de um pequeno sorriso.
— Talvez eu deva dormir aqui essa noite. — sugeriu abruptamente e logo foi para a cama. — Sim. Eu dormirei aqui hoje. — Puxou os lençóis, acomodando-se.
Matthew fechou o livro e o depositou sobre a escrivaninha. Com um leve sorriso no rosto, ele disse:
— Acredito que não seja uma boa ideia, Any. Você mesma sugeriu, outro dia, que por conta da temporada de casamentos, devemos evitar certos hábitos de outrora.
Anstacia sentiu o coração disparar forte sem seu peito. Ela não tinha a menor condição de sobreviver aquela tempestade sozinha. Precisava de Matthew; necessitava de companhia.
Foi extremamente naquele momento, que o som alto de um trovão rugiu ferozmente próximo a casa, fazendo as paredes estremecerem. Anastácia se agarrou ao lençol e fechou os olhos com força. Os espamos de pânico tomaram conta do corpo dela. Por um instante, ela foi parar muito longe dali.
Ao ver o desespero da amiga, Matthew disparou até a cama e envolveu Anastácia em seus braços, tentando protegê-la daquele terror.
— Calma, pequena Any. Eu estou aqui. Não a deixarei sozinha. — sussurrou, afagando as costas dela.
Aos poucos, Anastácia foi se acalmando até que retornou ao quarto e ficou agraciada em saber que estava nos braços fortes de seu amigo.
— Matthew... — sussurrou, levantando o rosto de modo a olhar o amigo. — Eu tenho pavor de tempestades. Sempre tive. — revelou, segurando o olhar no duque.
Matthew esboçou um singelo sorriso.
— Eu sei, Any. Sempre soube. — Beijou a testa da amiga, feliz em saber que ela confiou nele para confidenciar aquele temor.
— Posso dormir aqui? — perguntou insegura.
— Eu jamais negaria qualquer pedido seu, Any.
Aquela era de fato uma verdade absoluta. Se Anastácia lhe pedisse a Lua, Matthew faria de tudo para trazer o astro até ela.
Aliviada, Lady Lumb voltou a se acomodar na cama e Matthew deitou-se junto dela, abraçando-a. Lá fora, a tempestade ainda se mantinha firme, mas dentro daquele quarto, Any se sentia protegida.
— Matt?
— Sim. — respondeu em tom baixo.
— Acredito que deva colocar uma camisa. — sugeriu, ciente do quanto o contato com a pele quente do duque a deixava desconcertada.
O homem apenas riu alto.
— Já estou permitido que durma em meu quarto, Any, impedindo que eu desfrute da minha privacidade. Tens sorte de que eu esteja trajando uma calça, tenho o hábito de dormir nu.
— Matthew! Seu pervertido! — Gargalhou tão alto que abafou o som do trovão que estrondou do lado de fora.
Naquele momento, o duque também se deu conta do corpo de Anastácia junto ao seu. Ela estava tão exposta e Matt pensou que se ousasse percorrer a mão pelo corpo dela, ele seria capaz de sentir todas as curvas escondidas sob aquela fina camisola. Então ele soube: dormir com Anstacia seria uma prazerosa tortura.
— Diga-me, Any... O que posso fazer para te ajudar a esquecer dessa tempestade?
Anastácia virou o corpo e depositou a cabeça sobre o peito do amigo ouvindo as batidas fortes do coração.
— Conte-me histórias a respeito dos mitos gregos. Gosto do som da sua voz. — pediu, fechando os olhos.
Matthew respirou fundo e segurou a mão dela que repousava perto de seu ombro. Com uma entonação calma, ele começou a narrar o mito de Selene, a deusa Lua, que se apaixonou pelo mortal Edimiao; um amor impossível de se concretizar.
Any se concentrou na voz do amigo e aos poucos esqueceu que o mundo desabava lá fora. Nada mais parecia ser importante, ela estava nos braços de Matthew e ali se sentia protegida. Anastácia, enfim, dormiu tranquila, completamente imersa no timbre de voz grave do amigo, sentido o movimento da respiração, sabendo que estava segura e nada de mal lhe atingiria.
Outro trovão rugiu perto dali, mas a força incontrolável da natureza não assustou Any que dormia pacificamente nos braços do duque. Matthew, perdido em seus sentimentos, levou a mão à face da amiga e afastou uma mecha de cabelo. Um aperto se cravou em seu peito ao perceber o quanto estava apaixonado por ela.
— Any... — sussurrou mantendo o olhar no rosto adormecido da bela mulher. — Eu me apaixonei por você. Não sei quando, não sei como, mas sei que estou inegavelmente apaixonado por ti. — revelou, em voz alta, pela primeira vez, tornando aquilo real.
Todavia, não houve resposta por parte daquela que se encontrava nos braços dele. Anastácia estava perdida em seu sono profundo e aquele segredo apenas permaneceu gravado, em silêncio, nas paredes daquele quarto, se algum dia a verdade viria à tona, somente o tempo iria dizer.
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(CAPÍTULO SEM REVISÃO)
Olá, ladies!
Como a maioria estava ansiosa para mais um capítulo, soltei esse hoje. Contudo, para aquelas que optaram por seguir o cronograma de 1 capítulo por semana, fiquem tranquilas, já estou escrevendo o cap. então na segunda haverá mais uma postagem da história.
Fico por aqui, porque tenho que dormir e amanhã acordo às 5h30 da manhã 😕
Bjs 😘
P.S.: NÃO SE ESQUEÇAM DE CLICAR NA ⭐ E DEIXAR UM VOTINHO!
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