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9 - Quites

"Tempestades, quando não matam, unem".

Lorde Albert Davies.

Lá fora, a feroz tempestade se aproximou o suficiente para atingir o navio, fazendo-o balançar de forma extremamente agitada, conforme as ondas do mar se estendiam altas e agressivas, feito imponentes montanhas cinzentas.

Joan, completamente absorta em sua fúria, mal se abalou com as águas que se chocaram contra o vidro daquela cabine. Na verdade, ela nem ao menos se deu conta de que grossos pingos d'água também jorravam de seus olhos. Fora humilhada mais do que poderia imaginar.

Todavia, tirando-a completamente do torpor de sua profunda indignação, uma forte onda do mar se deparou agressivamente com o vidro, e o impacto foi o suficiente para abrir uma densa rachadura, fazendo as águas regadas ao vento tempestuoso, invadirem a cabine com força total, colocando Joan no meio de um torrencial de águas tão furiosas quanto ela estava.

— Maldição! — ela praguejou, encolhendo o corpo exposto naquela terrível tempestade.

Infelizmente, não havia muito o que fazer em determinada ocasião. Se deixasse a cabine, correria o risco do forte vento a atirar ao mar, ou, no pior dos casos, poderia ser atingida por um raio. Ambas as hipóteses eram fatais.

Resignada — e muito mal-humorada —, Joan permaneceu naquela cabine, amaldiçoando ferozmente o conde que havia a colocado em tal fatídica situação.

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Havia de fato uma dura tempestade rugindo do lado de fora do navio, porém, outra tempestade densa e escura se passava no interior da cabine do conde, sobretudo na mente pesada que insistia em remoer as terríveis acusações que ele erroneamente disparou contra a inocente senhorita Taylor.

A consciência de Davies ficou ainda mais pesada, conforme os ventos tenebrosos da tempestade assolaram o navio e ele se deu conta — um tanto tarde—, de que Taylor poderia estar completamente exposta naquela frágil cabine.

Albert não era um homem ruim, na verdade, era um homem como qualquer outro, passível de erros e acertos, no entanto, naquele dia, ele havia errado de uma forma que talvez não fosse capaz de reparar. Ainda assim, apesar de saber que ele era o último homem na face da terra cuja senhorita Taylor desejasse ver, Davies deixou todos os receios para trás e partiu cabine a fora, chocando-se contra a chuva agressiva e caminhou com muito esforço até o local na qual a moça estava.

E lá ele a encontrou...Completamente ensopada, encolhida, protegendo o corpo frágil, batendo os queixos por conta do frio, e os olhos estavam vermelhos por conta das lágrimas que certamente derramou. Davies se odiou por ter sido o culpado de ter a colocado naquela horrível situação.

— Senhorita Taylor! — gritou, por entre o som da tempestade.

A moça meneou a cabeça ao ouvir o nome, mas logo virou a face ao ver que era Davies quem a chamava.

Albert, que já estava completamente molhado, caminhou até ela.

— Por favor, perdoe-me pelas minhas errôneas acusações. Por tudo que é mais sagrado, volte para a minha cabine! Eu te imploro! — Suplicou desesperado.

— Deixe-me me em paz. — ela declarou entredentes.

— Ficará doente, Taylor!

— Prefiro adoecer ao ter que compartilhar o mesmo aposento que o seu. — disparou furiosa, olhando para um ponto qualquer do mar em fúria.

Inesperadamente, Davies se ajoelhou aos pés dela, agarrando as pernas dela em um ato de desespero.

— Por favor, perdoe-me, Taylor. Perdoe-me por tê-la ofendido, por tê-la humilhado. Perdoe-me por ter sido um canalha prepotente, por ter lhe julgado erroneamente. Perdoe-me, Taylor. Eu imploro por seu perdão.

Aquele comportamento inesperado, quase foi capaz de desarmar Joan. Porém, ao fitar aqueles olhos castanhos e fixar o olhar naquele bigode, lembrou-se das palavras que o conde proferiu um pouco antes e se afastou do toque dele.

— Nesse momento, Devil, não consigo sentir nada por você além de raiva. Deixe-me em paz. — Apontou o indicador rumo a saída.

Contudo, Davies não era um homem que se vencia facilmente, e se a moça era teimosa, naquele momento havia se deparado com alguém a altura.

— Nesse momento, não preciso que me perdoe. Preciso que fique segura.

Dito aquilo, Albert diminuiu a distância entre ambos, e sem que a mulher fosse capaz de agir, ele a tirou do chão, jogou-a sobre o ombro e marchou de volta a cabine, enquanto a moça espalmava as suas costas, ordenando, em vão, para que ele a devolvesse ao chão.

Assim que passaram pela porta, Davies soltou Joan e rapidamente trancou a cabine de modo a impedir que ela a fugisse.

— Seu homem bruto e arrogante! Não preciso da sua ajuda! — Joan esbravejou, irada, partindo até a porta, tentou abri-la com toda força, detestando comprovar o fato de que estava trancada.

— Não sairá daqui até essa tempestade passar. — A voz de Davies soou branda, sem nenhum resquício de preocupação.

Mas o conde deveria se preocupar, pois a moça estava de fato muito furiosa. E em questão de instantes, o caos o atingiu. Joan grunhiu feito uma fera, disparou até ele, cerrou os punhos e o chocou, com toda força, contra a mandíbula de Albert que urrou de dor. Na verdade, ambos gritaram, pois o soco também machucou os dedos dela.

Quando Davies lançou um olhar para aquela mulher, ele não soube se sentiu irado ou perplexo diante daquela ação. Por fim, massageou o rosto dolorido e chegou à conclusão de que mereceu aquele golpe brutal.

— Estamos quites, Taylor?

A moça, ainda respirando de forma frenética, porém afagando a mão que desferiu o golpe, cravou, por algum tempo, o olhar no dele e então finalmente declarou:

— Não. Mas é um começo. — Franziu o cenho, incomodada. — Jesus! Por que nunca me disseram que dói socar alguém?

Davies finalmente sorriu e tomou coragem para se aproximar da mulher.

— Foi um soco e tanto, Taylor. — Segurou a mão dela. Estava molhada e fria. Uma vermelhidão se estendeu sobre a pele. — Vais sobreviver.

Joan rapidamente recolheu a mão e se afastou. Davies tinha o dom de deixá-la completamente confusa.

— O senhor foi rude e injusto comigo. Mereceu esse golpe.

— Oh, Taylor. Eu já te pedi perdão. Estou muito arrependido por ter cometido tal erro de julgamento.

— Talvez o senhor deva se humilhar ainda mais. — Cruzou os braços, encarando-o com uma expressão esnobe.

— E como eu sugere que eu comece a me redimir pelos meus pecados? — Ousou a diminuir a distância entre ambos.

Joan levou o indicador a altura da bochecha, em uma expressão pensativa e logo disse:

— Podes começar me preparando um banho quente. Estou ensopada e com frio. Um banho nessa sua banheira é tudo que eu desejo por ora.

— Há uma tempestade lá fora, Taylor! — pontuou perplexo. — Não está sugerindo que eu me arrisque de tal forma, está?

— É claro que não! — expressou ela, indignada. — De que me valeria morto, Devil?

Davies respirou aliviado.

— Eu espero a tempestade passar. — Resignada, sentou-se confortavelmente na cadeira junto à escrivaninha.

Pela primeira vez na vida, Albert não sabia como agir. Não pode se sentar na cama, pois ele se encontrava completamente encharcado, por tanto, restou ao conde apenas andar pelo escritório, ouvindo os sons dos trovões que tornavam a tempestade ainda mais potente. Os dois, inesperadamente, permaneceram calados. Davies teve receio de tentar um diálogo e piorar a situação. Joan, por sua vez, não estava nem um pouco interessada em conversar com aquele lorde. Tudo que se ouviu na cabine, foi o som dos passos de Albert quase afundando o chão de tanto andar, as respirações lentas saindo da boca deles e o eco do caos que se passava fora do navio. Então, depois de quase uma eternidade, a tempestade finalmente diminuiu até se tornar uma chuva branda, e o mar se tornou mais calmo. O pior havia passado.

— Acredito que a tempestade se foi. Mandarei preparar o seu banho. — anunciou Davies, rompendo com o silêncio.

Rapidamente, Joan colocou-se em pé.

— Não se faça de tolo, Devil. É o senhor que deve preparar meu banho. Nem pense em delegar suas responsabilidades.

O conde arregalou os olhos, consternado.

— Eu? Jesus, Taylor! Não sei fazer isso. Sempre tive alguém que o fez por mim.

Joan abriu um sorriso maldoso.

— Sempre há uma primeira vez, milorde! — Davies abriu a boca para argumentar, porém Joan completou: — Ou prefere ficar sem o meu perdão?

Naquele momento, a incerteza ocupou a mente do conde. No entanto, ao encarar a face da moça, ele soube que realmente merecia aquela punição.

— Prepararei o seu banho, Taylor.

Então saiu pela porta, deixando Joan muito empolgada para trás.

____ 🚢____

Albert Ignácio Davies, o nono conde de Bastille, aos seus quase 30 anos, nunca, em nenhum mísero momento de sua vida, precisou realizar qualquer serviço doméstico ou de higiene pessoal. Sempre, desde o nascimento, teve ao seu dispor inúmeros funcionários devidamente aptos para lhe servir. Todavia, lá estava ele, esforçando-se em um serviço braçal, carregando baldes e mais baldes de água quente pelo navio e depositando-os na banheira de cerâmica disposta em sua cabine, a medida em que a mulher responsável por tornar aquela ação em realidade, permaneceu sentada junto à escrivaninha, observando-o com uma expressão de puro deleite.

— Seu banho está pronto, senhorita Taylor. — anunciou, ranzinza, limpando o suor que brotou a face.

A moça, escondendo o riso, aproximou-se da banheira, imergiu a mão na água morna e então disse:

— Pode se retirar, Devil. Estou ansiosa para relaxar nessa banheira.

Davies torceu o lábio, um pouco irritado, porém, sem proferir qualquer fala, atendeu ao comando daquela mulher exasperante.

Joan que jamais foi tola, seguiu-o certificando-se de acompanhá-lo até a saída, e sem que ele percebesse, ela passou a mão na chave da porta, trancando-a discretamente após estar sozinha na cabine. Com um enorme sorriso vitorioso, ela retirou as vestes molhadas e submergiu nas águas plácidas daquela banheira, desfrutando de um esplendoroso banho.

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Davies, como um perfeito cavalheiro dotado dos bons costumes, permaneceu ao lado de fora da cabine, aguardando pacientemente a moça concluir o banho. Na verdade, ele que estava completamente ensopado, apenas ansiava pelo momento de trocar aquelas vestes molhada, pelas secas. Entretanto, conforme o esperado, ele permaneceu firme no posto em frente a porta, mantendo a postura ereta, fingindo que estava tudo bem.

Lá ficou Albert, por muitos minutos que mais pareceram uma eternidade. Depois de tanto checar o relógio, comprovando que aquele era o banho mais demorado de todos os tempos, Davies, muito irritado com o fato de a moça não apresentar nenhum sinal, deixou o a paciência de lado e finalmente bateu à porta.

— Senhorita Taylor, acredito que já deu o tempo suficiente para tomar o seu banho. — falou em tom alto.

Nenhum sinal se obteve do outro lado.

Com o pouco de paciência que lhe restava, o conde ainda aguardou.

— Taylor? — chamou, após algum tempo. Nada se ouviu além do silêncio.

Naquele momento, Albert começou a ficar aflito, pensando na possibilidade de algum acidente ter ocorrido com a moça.

— Taylor! Eu estou entrando na cabine, então é melhor se vestir. — Girou a maçaneta, e para seu profundo terror, a porra estava trancada.

— TAYLOR! ABRA ESSA MALDITA PORTA! — Esbravejou espalmando a mão contra aporta, quase pondo abaixo.

Contudo, todo aquele esforço foi em vão. Nenhum mísero sinal de vida soou do outro lado, e Albert soube, depois de um longo tempo, que fora enxotado da própria cabine.

Taylor era mesmo exasperante. Pensou ele, indignado.

Inconformado com aquela situação, Davies resolveu pôr um fim naquele infortúnio e foi procurar alguém que pudesse abrir aquela maldita porta.

Para seu desalento — como se Deus o estivesse punindo por ter cometido tanta injustiça —, ele teve que andar praticamente o navio todo, falar com ao menos dez pessoas, até que finalmente encontrou alguém que mantinha a posse das chaves reservas. O Sol começava a se pôr no céu, quando Davies finalmente foi capaz de adentrar na cabine.

O conde estava de fato furioso e tinha a clara intenção despejar a moça daquele lugar. Todavia, quando a viu deitada na cama, trajando as roupas dele, que consistiram em uma camisa branca de manga cumprida que ficou grande demais naquele corpo miúdo, bem como um calção íntimo que alcançou a altura dos joelhos dela, Albert desarmou por completo e sequer foi capaz de acordá-la daquele sono pacífico.

Davies, por sua vez soltou um logo suspiro de resignação e apenas observou a moça, sentindo uma emoção estranha invadir o coração, sabendo que o mundo poderia acabar, mas naquele momento, ele não deixaria que ninguém tirasse ela daquela cama, pois aquele parecia o único lugar certo para ela estar.

Assim, o conde juntou algumas mudas de roupa e trocou-se no espaço destinado a higiene pessoal, de modo que, se a moça acordasse, não ficaria horrorizada ao vê-lo nu.

Em determinada noite, Albert concluiu as cartas sozinho e decidiu dormir mais cedo, nem mesmo saiu para jantar, pois não queria acordar a mulher que ainda regozijava de um sono profundo.

Quando o cansaço do dia finalmente o atingiu, sem outra alternativa, ele se deitou na cama, juntando-se a Joan, tomando uma distância segura, e fitou, por alguns instantes, a face da moça que lhe fazia se sentir muito estranho.

— Oh, senhorita Taylor. O que eu farei contigo? Por que me deixa tão confuso? Por que, mesmo sabendo que vais virar meu mundo ao avesso, eu não consigo me afastar de você?

Aquelas indagações permaneceram sem respostas. Joan não ouviu, mas mesmo se tivesse ouvido, sequer saberia o que responder, pois ela estava tão confusa quanto o conde.

Mal sabiam ambos, que o ódio, frequentemente, é a chama mais ardente de uma paixão. Estavam perdidos, afinal.

____ 🚢____

Olá, ladies

Espero que tenham gostado do capítulo!

Até breve!

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