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7 - Traída

"Não há ironia maior do que ser traída pelos próprios pensamentos".

Lady Joan Morrison

Dos três irmãos Morrison's, Joan sempre foi a mais racional. Matthew, seu irmão mais velho, sempre foi comandado pela emoção; por ser tão emotivo, quase perdeu a esposa para o divórcio. Felicity, a caçula, conseguia superar o irmão, vivendo em um constante mundo de fantasia, sonhando em se apaixonar perdidamente, acreditando fielmente no amor. Todavia, alguém na família deveria ser a voz da razão; Joan tomou tal lugar. Mantinha os pés no chão, a mente lucida e seguia sempre um raciocínio logico. Por vezes era taxada pela mãe como uma garota fria e rabugenta. Era tudo que lady Katherine Morrison mais temia em uma filha: uma rebelde indomável. Joan sempre soube que não poderia ser uma boa esposa, segundo os padrões da sociedade, pois não possuía qualquer vocação para a submissão matrimonial. Desse modo, ela nunca pensou em se envolver um caso romântico, ou algo do gênero. Todavia, de alguma forma, soube que não estava imune aquilo, pois começou a sentir sentimentos confusos por homens desde que chegou aquele navio. No intimo do ser, a lady sabia que nada de bom poderia sair daquilo.

Ainda aturdida, Joan sentou-se na cadeira perto da escrivaninha e pegou um papel em branco da pilha meticulosamente organizada. Davies deveria ter algum complexo por ordem, pois tudo dele sempre estava perfeitamente alinhado e no devido lugar; sem falhas. Joan, ao contrario dele, era a bagunça em pessoa: um desastre ambulante. Eram de fatos muito distintos, menos, é claro, quando o assunto era frieza e racionalidade, em tal quesito ambos incontestavelmente eram iguais.

— Para quem é a primeira carta, milorde? — Joan ajeitou-se de modo a realizar aquele serviço.

Davies, com um leve franzir de cenho, observou a postura ereta da moça sentada de costas para ele e detestou o fato de que ela tinha se afastado.

Por Deus! Quando foi que ele começou a desejar aquela mulher irritante? Pensou consternado.

— Para o senhor James Sylver, visconde de Lancaster e ministro da economia. — respondeu com certa formalidade.

Joan, por sua vez, começou a escrever a carta, prestando muita atenção na forma perfeita como o conde articulava cada palavra, com uma dicção impecável e um sotaque muito elegante. Por um instante, teve inveja dele. O homem era realmente muito inteligente, poderia ter todos os defeitos do mundo, mas Joan tinha de aceitar: Davies possuía uma mente brilhante. Aquilo ficou claro na forma como discorria sobre os aspectos complexos da política e economia, com tanta naturalidade, tão coerente e tranquilo. A lady soube, naquele momento, que poderia aprender muito com o conde se continuasse a escrever as correspondências dele.

Joan prosseguiu tomando notas das cartas que aos poucos migraram para assuntos banais. Conforme o esperado, ela começou a ficar entediada, e com os dedos doendo, até que conde falou:

— A última carta será destinada a lady Morrison, duquesa de Hereford, a quem ambos conhecemos muito bem.

Por um instante, as lágrimas quase surgiram nos olhos dela, porém a lady foi rápida ao retraí-las. Ela sentia falta da família, mais do que era capaz de colocar em palavras. Estava sozinha no mundo, pela primeira vez desde que nasceu. Sabia não seria fácil deixar toda uma vida para trás, mas ela não pensou que seria tão difícil como estava sendo.

Em silêncio, e com muita seriedade, Joan começou a escrever as palavras do conde.

Olá, Any!

Antes de tudo, estimo que esteja bem e desejo que sua gravidez esteja correndo com muita tranquilidade. Saiba que, mesmo estando do outro lado do mar, meus pensamentos estarão voltados para você e sua família, ansiando para que permaneçam bem.

Para o seu regozijo, minha amiga, trago-lhe boas notícias: o senhor Robinson aceitou conversar contigo, pessoalmente, para tratar da sociedade em seus negócios navais. Um grande feito, afinal. Esperávamos maior resistência, tínhamos em mente que talvez ele nunca viesse a tratar de tais assuntos diretamente contigo, levando em conta os ideia fortemente contrários as mulheres no poder, todavia, minha cara, o inesperado aconteceu. Gostaria de dizer que fui eu o responsável por tal feito extraordinário, mas seria mentira da minha parte e você bem sabe muito bem que algo que eu mais detesto no mundo são pessoas mentirosas. Assim sendo, devo revelar que a responsável por alterar o posicionamento sexista do senhor Robson, trata-se da senhorita Jolie Taylor, que em outrora fora empregada em sua casa e quis o destino que ela viesse trabalhar no SS City of New York, participando, de forma inusitada, do jantar o qual tratamos da sociedade.

Saiba, minha amiga, que a senhorita Taylor compartilha fielmente de seus ideias e os defendeu com bravura no referido jantar, e mesmo sendo uma serviçal, agiu com muita determinação, proclamando seus pensamentos, defendendo você e todas a mulheres, sem demonstrar qualquer receio. O posicionamento firme da senhorita Taylor foi determinante para que o senhor Robinson viesse a pensar em uma perspectiva onde as mulheres podem ocupar um papel significativo na sociedade, aceitando, portanto, a negociar pessoalmente contigo, minha estimável amiga.

Sei que deve estar vibrando de orgulho por sua conquista e também pela determinação da senhorita Taylor. Realmente forjou mulheres fortes, Any! Seus ideais atravessarão o mar e conquistarão um novo continente. Dito isso, sei que concordará comigo em conceder cinco por cento dos negócio a senhorita Taylor, caso venhamos a fechar um acordo com o senhor Robinson. És uma mulher justa, Anastácia, sabe reconhecer o devido valor de qualquer pessoa, sobretudo de mulheres fortes que se espelham em você.

Por fim, minha amiga, desejo que tenha uma gestação tranquila. Por favor, na minha ausência, cuide da minha irmã. Sei que deixei Stephanie em boas mãos, pois você é a pessoa que eu mais confio em toda Londres, é uma extensão de minha família, mesmo carregando o sobrenome de Morrison, ironicamente o meu maior rival. Sempre digo que foi capaz de realizar um feito único, Any. Apenas você conseguiu unir, de certa forma, os Davie's e os Morrison's. Nenhuma outra pessoa seria capaz de ligar nossas famílias, mas fomos unidos por nossa amizade.

Any, apesar de toda incompatibilidade existente entre eu e Matthew, saiba que eu desejo o melhor para o vosso esposo. Estimo que sejam felizes, tenham um futuro grandioso e um casamento abençoado. Entretanto, minha amiga, se Morrison voltar a falhar contigo, como já o fez em um passado recente, saiba que eu sempre a apoiarei, voltarei para o seu lado de onde quer que eu esteja, atravessarei oceanos, mas regressarei para permanecer ao seu lado como um bom amigo.

Agradeço por nossa sociedade, sobretudo por nossa amizade. Não deixe de me mandar notícias!

Do seu inesperado amigo,

Albert Davies

Conde de Bastille

Ao escrever aquela carta, o coração de Joan se encheu de saudade de sua cunhada Anastácia, bem como de seu irmão Matthew. Any, antes de ser esposa de Matt, sempre foi a melhor amiga dele, e por tal razão, a referida lady fez parte da família Morrison antes mesmo de se tornar a duquesa. Anastácia ensinou Joan tudo que ela sabia. Foi Any quem a levou para caçar e lhe entregou a primeira arma. Foi Any quem a ensinou a montar como uma verdadeira amazona, sem medo de ser livre, cavalgando livremente, assim como homens sempre fizeram. Anastácia permitiu que Joan experimentasse o uísque e deixou que ela tomasse gosto por tal bebida. Any a ensinou fumar charuto e até mesmo a esgrimir. Lady Anastácia também lhe transmitiu valiosas lições sobre administração e economia. Any, antes de ser sua cunhada, era como uma irmã mais velha, sempre apoiando Joan em tudo que ela desejava fazer. Anastácia havia ensinado Joan a desejar a liberdade e a independência, toando-a uma mulher forte e determinada que corre atrás de seus desejos. A única coisa que Any não ensinou a Joan foi a adoração por cavalos. Aquilo a lady aprendeu sozinha. Desde que era uma criança e descobriu a vocação para compreendê-los e domá-los. Joan sempre amou os cavalos muito mais do que as pessoas. Estava realmente feliz em poder ir atrás de seu sonho e trabalhar como uma domadora. Mesmo sendo mulher, sabendo que teria um difícil caminho a trilhar, ela partiu sem receio ou peso na consciência, pois ficar em Londres seria o maior arrependimento que poderia carregar. Ela não estava preparada para casar-se — talvez nunca estivesse.

Quando Anastácia lesse aquela carta, com certeza saberia que a senhorita Taylor na verdade tratava-se de lady Joan Morrison. A duquesa era inteligente o bastante para saber a verdade, e como amiga leal que sempre fora, a apoiaria ainda que estivesse a um oceano de distância.

— Estás bem, senhorita Taylor? — indagou o conde, notando um leve semblante de tristeza na face da jovem.

Joan suspirou profundamente antes de revelar:

— Ao escrever essa carta, sobre Anastácia, confesso que me despertou um sentimento de saudade de casa, de Londres e tudo que eu deixei para trás.

Abert sentou-se na cama e manteve os olhos fixos na moça quando disse:

— Não fiquei triste, Taylor. Não é um adeus. Em breve poderá rever seus amigos e familiares. — Tentou, em vão confortá-la.

— Espero que esteja enganado, milorde. Não quero voltar tão breve. Um retorno em um tempo tão curto significará que meus planos deram errado e eu fui obrigada a retornar sem perspectiva alguma. Não quero falhar. Eu não posso falhar. — Inevitavelmente, os olhos dela se encheram de lágrimas as quais impediu que caíssem.

Davies, sem pensar direito, levantou-se, aproximou da mulher, levou as mãos ao queixo dela, cravando o olhar naquela intensos olhos castanhos e declarou:

— Então não volte, Taylor. Se retornar lhe causará arrependimento, não volte. Faça o que for preciso para conquistar seus objetivos e não dê ouvidos as pessoas que lhe dirão para desistir, pois elas estarão ansiando pelo seu fracasso. Se deseja algo, lute até o fim, mesmo que pareça impossível, mesmo que todos estejam contra você. E se for necessário desistir, ao menos tenha a certeza de que não foi por falta de tentativa da sua parte, mas sim por questões externas as quais não foi capaz de controlar. Aprendi desde muito jovem que, se desejamos conquistar nosso lugar no mundo, devemos lutar. Infelizmente, mulheres necessitam lutar muito mais. Mas acredito, que disso você já sabe. — Esboçou um meio sorriso de canto.

E naquele momento, Joan sentiu o coração palpitar de forma estranha quando o conde sorriu, mantendo aqueles olhos perturbadores nela. Por um fração de segundos, desejou que a intensa conexão entre ambos não fosse rompida. Todavia, ao perceber que estava sendo traída por seus próprios desejos, Joan rapidamente afastou do toque de Davies, voltou a atenção para carta e sabiamente mudou de assunto:

— Devo dizer que estas equivocado a respeito de Matthew. Ele jamais voltará a errar com Any. Matt sempre amou Anastácia, tudo que ele fez foi para protegê-la. Se ele errou, foi tentando acertar.

Davies não foi capaz de evitar a carranca de desgosto que se formou sem sua face ao notar a forma tão íntima como a jovem se referiu ao Morrison.

— A senhorita se refere ao duque com muita intimidade. Devo presumir que tiveram algum caso antes de ele se envolver de forma romântica com Anastácia? — inquiriu com certa rispidez.

Joan começou a gargalhar alto achando aquilo muito icônico.

— Pelo amor de Deus, homem! — exclamou rindo — Matt é meu...— Arregalou os olhos antes de concluir a frase, recordando-se de sua identidade falsa.

— Matthew é seu... — insistiu o conde.

— Lorde Morrison é um velho a amigo de minha família é como um irmão. O conheço desde sempre, devido ao trabalho de minha mãe. Voltamos nos aproximar depois que Anastácia retornou do Oriente e eu passei a trabalhar na residência dos Lumb's. — Mentiu descaradamente, evitando o olhar acusador do conde.

Joan, que jamais foi tola, dobrou a última carta, colocou no envelope e logo foi arranjando uma desculpa para se afastar.

— Preciso de uma pausa. Escrever cansa, né? — esquivou-se, alongando-se, fingindo uma exaustão latente.

Albert semicerrou os olhos claramente desconfiando que Joan estava tentando fugir dele.

— Ainda há mais cartas para escrever, mocinha. Já está tentando fugir de suas responsabilidades? Olha que dessa vez eu sequer ousei a me despir. — Provocou, aproximando-se dela, tentando acuá-la.

Joan afastou-se, recuando para trás, até que foi bloqueada pela maldita escrivaninha.

— Não estou fugindo, milorde. Francamente, apenas preciso de um descanso. — rebateu, evitando a encarar aquele homem perturbador.

Davies, no entanto, começou a se inclinar para mais perto dela, bem lentamente. Joan, inevitavelmente prendeu o ar, e não soube dizer se foi por conta do súbito desejo — ou da estupidez —, mas permaneceu completamente imóvel, mal conseguindo piscar.

Albert, então, molhou a ponta do polegar com a língua e o levou até o pescoço de Joan, pressionando-o sedutora mente um ponto abaixo da orelha.

Incapaz de se controlar, Joan soltou uma arfada profunda.

O conde, muito mal-intencionado, aproximou do ouvido dela e disse quase ao sussurro:

— Havia uma marca de tinta, senhorita.

O corpo também havia traído Joan, pois todos os pelos da nunca se arrepiaram quando a respiração quente de Davies tocou a pele dela. Aquele homem de fato perturbava todos os seus sentidos.

Albert, ao notar a atração palpável entre ambos, perdeu completamente o controle da razão, decidiu pôr um fim em seus anseios mais profundos e rendeu-se ao desejo de beijar a infame senhorita Taylor. No entanto, antes que finalmente concretizasse a ação, um ronco alto e forte como um rugido de uma fera raivosa, surgiu entre os dois, ecoando pela cabine, fazendo com que voltassem a raciocinar com clareza.

— Jesus, Taylor! Tem um leão dentro de você? — exclamou, exasperado, lançando um olhar para o estômago dela.

Joan sentiu o rosto queimar de vergonha, e antes que pudesse se defender, outro ronco incriminador disparou de dentro dela.

— Não é possível, Taylor! Tem um monstro aí dentro! — provocou, gargalhando.

— Se tiver, eu o soltarei em cima do senhor, já que é o culpado por deixar a besta faminta! — ela rebateu, indignada.

— Pelo amor de Deus, Taylor! Não é sem razão que és tão ranzinza, há uma fera dentro de você. — Pegou a mão dela e a guiou rumo a porta. — Vá buscar algo para comermos, vamos alimentar esse monstro! Ainda me considero jovem para morrer.

Joan permaneceu imóvel entre a porta aberta, pensou em alfinetá-lo de alguma forma, mas ironicamente, voltou a ser traída por si própria, pois o rugido reverberou novamente.

— Vá, Taylor. Apenas vá! — comandou o conde, rindo.

Joan torceu os lábios e partiu contrariada rumo a cozinha.

No fim, o corpo que a traiu, foi também quem a salvou, mas talvez ela nem quisesse ser salva. Talvez nem precisasse. Que mal faria beijar o maior inimigo?

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Olá, ladies!

Espero que tenham gostado do capítulo!

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