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27 - Decisão

"Não sofremos por acaso."

Jane Austen, Orgulho e Preconceito.

Logo após todos os segredos serem revelados, Albert Davies pegou a carruagem e partiu à Manhattan, deixando Joan sozinha, triste e temorosa com as decisões que o homem poderia tomar. Por três dias seguidos, ela aguardou o retorno dele, em silêncio, sofrendo e chorando escondida agarrada ao travesseiro. Mal conseguiu trabalhar.

No quarto dia, contudo, ela decidiu pôr a cabeça no lugar, e em vez de ficar remoendo a dor, foi ocupar a mente com os cavalos. Aquilo lhe fazia bem.

Joan adentrou na baia do garanhão que estava adestrando, e tomada pela angústia, envolveu os braços em torno do lindo pescoço do impressionante animal e apenas chorou. Foi exatamente naquele momento que Dursley se aproximou.

— Senhorita Taylor. — Tocou os ombros da moça. — Não costumo invadir a privacidade das pessoas, mas estou preocupado contigo. Está tão triste nesses últimos dias... o que aconteceu?

Joan cravou os olhos cheio d'água naquele homem e sentiu os lábios tremerem quando revelou:

— Oh, Dursley. Eu sou uma mentira. Nem me chamo Jolie Taylor. Na verdade, eu sou lady Joan Morrison, irmã de um duque. É isso que eu sou.

Dursley franziu o cenho, completamente confuso com aquela informação.

— Está fingindo ser outra pessoa? A senhorita está fugindo de alguém? — Havia preocupação na voz do homem.

— Sim, Dursley. Fugi da minha família, da minha mãe, do meu irmão. Fugi de um possível casamento. Fugi antes de ser apresentada a sociedade. Fugi de um destino que me faria infeliz. Fugi para me tornar independente ao ponto de não temer o mundo. Fugi para tentar ser feliz, e Ironicamente, aqui estou eu... tão triste.

Não precisou de muito esforço para que Dursley compreendesse a situação: ela era uma jovem lady, rica, porém obstinada, que deixou tudo para trás, apenas para buscar a oportunidade de fazer o que amava. Era mais corajosa do que ele pensava. Teve audácia o suficiente para deixar uma vida de luxo e privilégios e lutar pelo destino que tanto ansiava: a independência.

— Presumo que o senhor Davies descobriu a sua mentira e está zangado contigo. — investigou, tentando entender o que a deixara tão chorosa.

— Mais do que isso, eu diria. Ele está magoado, Dursley. Porque, na verdade, eu sou irmã do homem que o conde sempre detestou. Não sei a razão de haver tanta rivalidade entre ambos, mas desde sempre, Davies e meu irmão Matthew Morrison, sempre se odiaram. E agora, acho que ele odeia a mim também.

— Não fale bobagem, menina. Todos sabemos que se você fez algo errado, não foi com a intenção de ferir ninguém. O senhor Davies a estima muito, não vai querer perdê-la por conta de uma mentira tola. Lembre-se: a senhorita não é o seu irmão.

— Apenas uma extensão dele. — ela murmurou inconformada.

— Não podemos fazer nada sobre o que já foi feito, senhorita. Erga a sua cabeça, continue em frente. Um dia após o outro, um passo de cada vez. Dome seus temores e controle o seu coração. Nenhum homem vale mais que si própria, nem mesmo um conde. Ele a perdoando ou não, siga em frente. — Apontou para o cavalo que ela segurava. — E agora, menina, tens um cavalo a adestrar.

Joan forçou um sorriso, enxugou as lágrimas e pôs-se a trabalhar. Em um ponto Dursley estava certo: a vida teria de seguir.

____ 🗽_____

Mais dois dias se passaram sem nenhuma notícia de Albert. Joan tentava não pensar nele e apenas se concentrou nos cavalos, passando o dia todo no estábulo, fazendo de tudo para que a mente não divagasse até o homem por quem ela se apaixonou.

No sexto dia, algo mudou.

No final da tarde, ao retornar para a residência, o coração de Joan deu um salto no peito quando ela avistou a carruagem do conde parada em frente a mansão. No mesmo instante, ela ficou inquieta e demasiada angustiada, os olhos se arregalaram e as mãos começaram a tremer. Com muito custo, a moça conseguiu trocar os passos até entrar na casa, e ainda muito receosa, ela ficou parada ao pé da escada, sem saber como agir. Não tinha certeza se estava preparada para revê-lo.

Então a porta do escritório se abriu, concedendo a passagem para todos os funcionários da casa que saíram em fila, de cabeça baixa, calados, fitando-a de esguelha. Joan ajeitou a postura mantendo a atenção fixa naquele cômodo, esperando ver o conde, no entanto, foi Beatrix Vanderbilt que surgiu, e nos olhos dela, havia um misto de tristeza e austeridade. Joan não gostou do que viu.

— Entre, Jô. — pediu, em um baixo.

Joan respirou fundo e seguiu até o escritório.

— Tem notícias de Albert? — perguntou, antes de se acomodar na poltrona.

— Tenho. — Foi tudo que Bea respondeu.

A loira, por sua vez, deu a volta na mesa, ocupou o assento que pertencia ao conde e apenas encarou Joan, com certa tristeza, antes de tomar a coragem para dizer:

— Albert lhe deixou isso.— Deslizou um envelope sobre a mesa, deixando-o próximo de Joan. — Concederei privacidade para que leia. — Levantou-se tencionando a deixar o recinto. — Estarei do outro lado da porta, caso precise de mim.

Por um momento, o mundo parou. Joan não ouviu Beatrix sair, nem mesmo sentiu as batidas de seu coração sob seu peito. Apenas manteve o olhar fixo naquele envelope, incerta se desejava descobrir o conteúdo que ele guardava. Por fim, a ansiedade por informações venceu o medo e ela o abriu, encontrando, de imediato, uma carta endereça a sua pessoa.

Naquele exato instante, Joan sentiu a vulnerabilidade a atingir, e as mãos trêmulas, temeu o que poderia acontecer depois de ler a carta. Sentiu-se relutante em olhar o que estava escrito, talvez não estivesse preparada para o que estava por vir.

Por fim, a moça juntou toda a coragem que ainda habitava em seu coração, e iniciou a leitura:

Querida senhorita Morrison,

Antes de tudo, devo dizer que comecei a escrever três cartas antes dessa, pois em todas a chamei por senhorita Taylor — algo nunca foi —, até que finalmente, consegui denominá-la pelo nome correto: senhorita Joan Morrison. Mas acho que prefiro te chamar de Jô, afinal, é o único soa verdadeiro. De alguma forma, você sempre será a minha Jô.

Quando receber essa carta, eu devo estar atravessando o oceano mais uma vez e retornado à Londres. Dessa vez, com o coração partido e com milhares de recordações sobre nós.

Eu refleti muito antes de tomar essa decisão, e embora eu deva confessar que a emoção quase venceu a razão, ainda sim, no fim, eu decidi que era melhor eu colocar um encerramento em tudo, afinal, o que começa errado é provável que nunca termine certo. E nós começamos errado, Jô, sempre houve uma grande mentira entre nós. É uma Morrison; o mundo é irônico, de fato.

Todavia, quero deixar claro que não estou te deixando por ser uma Morrison — minha rivalidade com seu irmão não chega a tal ponto —, entretanto, devo confessar que, no auge dos meus quase trinta anos, ainda não aprendi a perdoar mentiras. Não consigo; é um sentimento incontrolável. Aliás, eu jamais fui bom em perdoar. Talvez esse seja o pior defeito herdado da minha família: somos orgulhosos demais para esquecer aqueles que nos machucaram. E você me machucou, Jô, de uma forma tão dolorosa que eu não sou capaz de colocar em palavras. Sei que não teve a intenção, ainda assim o fez.

Eu me apaixonei pela senhorita Jolie Taylor, uma empregada encrenqueira de um navio; uma mulher determinada que luta por seus objetivos e uma eterna amante de cavalos. Apaixonei-me por alguém tão orgulhosa — e teimosa — quanto a mim. Mas Jolie Taylor nunca existiu. No fim, eu me apaixonei, ironicamente, por lady Joan Morrison, uma moça corajosa que deixou uma vida para trás, seu nome, sua família e amigos e rumou ao encontro da própria independência, mesmo que isso lhe custasse tudo que um dia possuiu.

Gostaria de ter a conhecido de uma outra forma, em um outro contexto, sem uma grande mentira nos unindo. Talvez, assim, haveria um futuro onde houvesse um "nós".

O fim era inevitável, ambos sabíamos. Por mais que eu a ame com todo o meu coração, ainda assim, não consigo superar o fato de que me sinto como se tivesse sido traído pela pessoa que mais amei. Eu desejava me casar contigo, Jô. Formar uma família. Depois de muito tempo em minha vida, eu finalmente me sentia feliz e completo. Havia encontrado um sentido na minha existência. E agora só sobrou o vazio que sempre me consumiu. Você me deu muitos momentos felizes, mas momentos felizes não duram para sempre. Tal como nosso amor não durará. Com o tempo, tudo que restará de nós serão apenas lembranças: boas e ruins.

Contudo, senhorita Joan Morrison, ainda que eu esteja profundamente magoado contigo, mesmo assim, não sou capaz de deixar de me importar com seu futuro. Farei o possível para que a senhorita conquiste tudo pelo qual veio lutar, pois sei que pode se tornar maior que seus sonhos. És uma mulher incrível, inteligente e ousada. Por tal razão, deixo a senhorita em posse de minha propriedade em Staten Island, para que possa construir seu empreendimento como adestradora de cavalos e ser a primeira mulher de New York a adentrar nesse ramo, exibindo orgulhosamente suas incríveis habilidades no trato com os equinos. Já deixei tudo acertado, a senhorita, por ora, será a nova senhora da casa; esse sempre foi o seu destino, afinal.

Antes que pense em declinar a oferta, devo lhe informar que não estou lhe oferendo um favor e sim uma proposta de sociedade. Concederei a ti a propriedade, na condição de que ficarei com trinta por cento dos seus lucros mensais enquanto permanecer em meu imóvel. Minha irmã, Stephanie Davies, deverá ir a New York de modo a me representar na sociedade, assumir a propriedade em Staten Island e te auxiliar nas questões financeiras e burocráticas da contabilidade. Ela é excelente nessa área, eu a ensinei a administrar um condado, não queria que ficasse desamparada caso eu viesse a falecer subitamente. Além disso, Bea também fará parte dessa nossa sociedade, sendo responsável pela captação dos seus futuros clientes, ela é uma Vanderbilt, tem a influência e habilidade necessária para fazer o empreendimento alcançar o êxito esperado. Por isso, Beatrix ficará com quinze por cento dos seus lucros. A senhorita, é claro, ficará incumbida da parte mais essencial: o adestramento. Sem suas habilidades, não existe o negócio. Deixei tudo isso especificado no contrato anexo a esse envelope, assinado por mim e pelo advogado que me representa em New York.

A partir desse momento, deixo New York para sempre, pois todas as vezes em que estivesse nessa cidade, apenas encontrei dores e mágoas. Novamente retorno a Londres com o coração partido. Estou triste, Jô. Mais do que possa imaginar.

Acredito que demoraremos a nos reencontrar — alcançar a independência leva o seu devido tempo. Espero que, quando nossos caminhos voltarem a se cruzar, todas as feridas tenham sido curadas e possamos, finalmente, tornarmos amigos. Por ora, serei apenas um sócio distante, a lembrança de alguém que amou e uma pessoa que, do outro lado do oceano, sempre desejará o melhor para você e seu futuro.

A vida seguirá seu curso, Jô. Ela sempre segue. No meio da nossa jornada, ambos nos encontramos, e por um curto momento, nos apaixonamos e fomos felizes. Agora, despedimo-nos, de forma abrupta e triste, tendo a certeza incontestável de que um Davies e uma Morrison são capazes de se amar.

Fique bem.

Seja imensamente feliz.

Conquiste a sua independência.

Lady Joan Morrison, dome o mundo e os homens. A senhorita é uma amazona, nasceu para domar e não para ser domada.

Do ainda, e por agora, seu

Lorde Devil

Após a leitura daquela carta, Joan Morrison permaneceu sentada, sozinha, em um estado de perplexidade, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. No rosto dela, uma palidez tomou conta a medida em que os lábios tremeram sem que pudesse controlar. Ali, naquele escritório, ela sentiu uma mistura de tristeza mesclada a ponta do desespero. Completamente desamparada, ela curvou os ombros e cruzou braços, como estivesse se protegendo do mundo. A princípio, o estado de negação a atingiu, e a Joan quase não foi capaz de aceitar o fato de que Albert Davies — o homem que ela ainda amava —, realmente a deixou. Por um instante, Joan sentiu um vazio profundo dentro de si, como se uma parte dela tivesse sido arrancada Sentiu-se sozinha, pela primeira vez desde que deixara Londres. Estava abandonada, sem saber como seguir em frente, e ironicamente, deu-se conta — bem tarde demais —, de que deixara Albert se tornar o seu tudo. Um grande erro afinal.

Naquele final da tarde, em Staten Island, dentro daquele escritório oponente o qual pertencia ao homem que ela, infelizmente, ainda amava, Joan Morrison soube que lhe restará apenas duas escolhas: seguir em frente, carregando as dores de um coração partido; ou voltar a Londres, para o amparo acolhedor de sua família e esquecer que tudo aquilo aconteceu.

O conde de Bastille realmente havia a deixado à mercê do caos.

No fim, o orgulho foi maior que o amor.

Albert era um maldito Davies, afinal.

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Olá, ladies!

Obrigada por lerem! Até a próxima semana!

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