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13 - Desespero

"Ás vezes apenas o desespero faz nos enxergar aquilo que sempre esteve bem diante de nós".

Lorde Albert Davies.

Quando Joan despertou no dia seguinte, sentiu os olhos arderem com a claridade cegante de luz que adentrou pelas janelas arredondadas do navio. Entretanto, se ela pensou que aquilo era ruim o suficiente, estava completamente enganada, pois quando finalmente se levantou, sentiu uma dor aguda e latente penetrar em suas têmporas, deixando-a, definitivamente, muito mal.

Lançou um olhar para o móvel disposto ao lado da cabeceira, deparando-se com a garrafa de uísque quase vazia e praguejou baixinho. Ela ainda trajava as vestes de Davies, e quando pensou nele, lembranças perturbadoras invadiram a mente dela.

— Santos Deus! — exclamou, levando a mão a boca. — Eu beijei Davies!

Sem saber ao certo como agir, Joan ficou imóvel, encarando a cama bagunçada, desejando mais do que tudo, desaparecer do mundo.

Para a sorte da moça, logo o torpor se dissipou e ela recuperou a capacidade de racionar. Desesperada, Joan juntou as vestes que lhe pertenciam, trocou-se rapidamente, e desejando não se deparar com o conde, partiu para fora da cabine, como se fosse uma fugitiva — o que realmente era naquela ocasião.

Pouco tempo depois, a moça, ainda muito assustada, chegou a cabine que lhe pertencia e encontrou Alice, prestes a sair para cumprir com suas obrigações.

— Preciso que troque de posto comigo. Ao menos por hoje. — pediu Joan em um tom de voz repleto de desespero.

Alice, no entanto, escolheu exatamente aquele momento para ser irônica.

— Bom dia, Jolie Taylor! Eu estou bem e senhorita? Como passou o seu dia de folga? Não deu as caras por tanto tempo. Penso eu que foi tudo bem com o conde.

Joan, no mesmo instante, ficou sem graça. Devia o menos ter sido educada, mas em sua defesa, ela estava tão desesperada, que não pensou em mais nada a não ser na necessidade de evitar Davies a qualquer custo.

— Bom dia, Alice. Desculpe-me pela minha falta de modos. Porém, asseguro-te que estou no meio de um caso de vida ou morte. Preciso da sua ajuda. Por favor, troque de posto comigo. — suplicou mais uma vez.

Alice, contudo, cruzou os braços e arqueou uma fina sobrancelha ruiva antes de declarar:

— Se deseja a minha ajuda, terá que me contar exatamente a razão pela qual deseja evitar o conde. Dessa vez, eu não ficarei as escuras sobre as suas ações.

Joan suspirou profundamente, jogando os ombros para frente, e claramente resignada, disse:

— Tudo bem. — Balançou os ombros magros.

— Pode começar. Não temos muito tempo. — advertiu Alice, batendo os pés, impaciente.

— A principio, foi tudo bem. Eu ganhei a aposta, e Davies foi muito submisso ao me servir. Não tive muito o que reclamar. No entanto, as coisas começaram a dar errado após o jantar. Eu comi ostras, Alice! Não sabia que elas soltavam um tal de afrodisíaco que mechem com os desejos, aqueles lascivos, se é que me entende.

— Lascivos? — A ruiva indagou em um tom estridente.

— Sim! — concordou Joan, sem saber ao certo como explicar o que ela mesma não entendia. — É algo que mexe com alguns estímulos perigosos, faz com que comentamos ações que não faríamos se não tivéssemos possuídas por esse tal de afrodisíaco.

Alice Franziu o cenho, ainda tentando compreender aquilo.

— De qualquer forma — continuou Joan —, em um momento da noite, eu e o conde começamos a beber, e a bebida, mesclada a esse tal afrodisíaco, fez com que eu perdesse a racionalidade, e, de repente, eu estava nos braços de Davies, beijando-o.

— Você beijou o conde? — Alice guinchou, em um misto de surpresa e empolgação.

— Sim! E não foi apenas uma vez. — Joan estremeceu ao recordar de suas ações imprudentes, embora um pouco do tremor foi provocado por uma leve onda de prazer que a atingiu.

— Oh, meu Deus! — A ruiva arregalou os olhos verdes, completamente perplexa. — O que a senhorita tem na cabeça para fazer algo nesse sentido?

— Eu já disse, Alice, fui possuída pelo tal afrodisíaco... e pelo álcool também. — Tentou, de alguma coisa, defender-se.

— Ao menos serviu de algo: nunca na minha vida comerei ostras. — afirmou Alice, por fim.

— Uma decisão muito sábia, minha amiga. — Joan finalmente conseguiu rir naquela manhã fatídica. Talvez tudo ocorreria bem, afinal.

— Trocarei de posto contigo, Taylor! Eu, no seu lugar, também estaria desesperada.

Joan se lançou ao encontro da ruiva, envolvendo-a em um abraço apertado.

— Obrigada! — Agradeceu, aliviada. — Você salvou a minha vida.

— O que vamos dizer a senhora Gibson? — questionou Alice, preocupada.

— Deixe Gibson comigo. Sei me virar com ela.

— Claro que sabe. — A ruiva concordou, mas logo outra dúvida surgiu à mente: — E o que eu direi ao conde? Ele obviamente perguntará pela senhorita.

— Dirá que eu tive problemas estomacais e não estou me sentindo muito bem. O que é verdade, realmente estou sentindo dor em cada músculo do meu corpo.

E ao dizer aquilo, como se Joan tivesse conjurado alguma doença de algum lugar do mundo, uma série de espirros disparou do nariz dela.

— Estou indo. — anunciou Alice. — Melhores para você e boa sorte. Tenho certeza de que vais precisar.

Assim, a ruiva saiu pela porta, deixando Joan, literalmente acabada, para trás.

_____ 🚢_____


Naquela mesma manhã, embora Davies tenha dormido muito mal na cadeira desconfortável da cabine de serviços situada na área externa, inesperadamente sentiu-se muito animado ao despertar. Ele estava ansioso para rever Joan após os beijos que ocorreram na noite anterior. Estava ansioso também, para repeti-los.

Entretanto, para o lamento do conde, quando ele adentrou pela cabine, todo sorridente, aguardando ver a mulher que ocupava todos os seus pensamentos, sentiu o sorriso subitamente desaparecer da face, ao se depara com a moça ruiva, ali, na sua cabine, arrumando a cama.

— Onde está a senhorita Taylor? — perguntou, esforçando-se a não deixar transparecer o desapontamento.

— Milorde. — Alice interrompeu a arrumação e cumprimentou devidamente o conde que apenas a encarou a espera da resposta. — Ela está acometida por problemas de saúde. Hoje terei de substituí-la.

— Taylor está bem? Há algo em que eu posso ajudá-la? — interrogou, evidentemente preocupado.

— Não se preocupe, milorde. A senhorita Taylor está apenas com problemas estomacais. Logo ficará bem. — A moça escondeu o riso ao notar o quanto o homem ficou desesperado ao saber que Taylor poderia estar mal da saúde.

— Ah! Nesse caso, é melhor que ela descanse. — Balançou o ombro largo. — A senhorita pode me preparar um banho. Dormi do lado de fora da cabine, algo que eu realmente não recomendo.

Alice apenas sorriu. Davies não precisava se justificar com ela, pois Taylor já havia lhe dito tudo que precisava saber. Tentando não revelar que sabia demais, ela saiu pela porta com o objetivo de encher aquela banheira.

_____ 🚢_____

Aquele definitivamente era o pior dia de sua vida. Pensou, Joan, por incontáveis vezes após sentir cada parte do corpo doer, como se tivesse sido atropelada por uma carruagem. Os espirros que haviam começado pela manhã, haviam evoluídos para tosses incessantes e o nariz começou a escorrer sem que ela pudesse controlar.

Naquele dia, tudo que a moça mais desejou era que o expediente acabasse para que pudesse, enfim, jogar-se na cama e dormir em paz. Desde que começara a trabalhar, Joan nunca tinha fugido de suas obrigações, porém, em determinada ocasião, sentindo-se absolutamente enferma, ela refletiu no quanto sentia falta de seus privilégios. Deu-se por conta, mais uma vez, que a vida do proletariado era muito difícil.

No final da tarde, após vencer suas tarefas e concluir com as obrigações, Joan Morrison arrastou o corpo dolorido de volta a sua cabine. Não soube ao certo como foi capaz de trocar os passos, pois àquela altura, devido ao desgaste físico, ela estava completamente fora de si. E, embora fizesse um clima agradável, Joan tinha a certeza de que o inverno chegara mais cedo, pois sentia frio como jamais havia sentido antes.

Com a mente obscurecida pelas dores, não percebeu quando trombou de frente com Russel.

— Taylor! Que surpresa agradável! — expressou, abrindo um largo sorriso.

Joan, porém, não ouviu nenhuma palavra. Nem ao menos conseguiu focar no rosto do homem, antes de notar as pernas fraquejarem e ela desfalecer completamente.

— TAYLOR! — exclamou Russel, desesperado, amparando a moça em seus braços.

O capitão rapidamente percebeu que o corpo da moça estava muito mais quente que o normal. Aquilo justificava o suor excessivo que brotava na pele dela.

— Meu Deus, Taylor! A senhorita está ardendo em febre! — comentou mais para si próprio, pois a moça ainda estava desacordada.

Tomado pela urgência, Russel carregou Joan, levando-a para a cabine que pertencia a moça, gritando por ajuda.

Evidentemente preocupado, ele depositou a moça sobre a cama, e naquele mesmo instante, Alice e senhora Gibson adentraram desesperadas no cômodo.

— O que aconteceu com ela? — inquiriu Gibson, aproximando-se da moça.

— Está ardendo em febre. Desmaiou a caminho daqui. Por sorte eu a encontrei e a socorri. — explicou Russel, sem saber como agir em uma situação como aquela.

— Oh, meus Deus! A pobrezinha está queimando. Precisa de um xarope, urgente! — comentou Gibson ao tocar a testa da mulher. — Senhorita Murray, fique aqui com a senhorita Taylor. Voltarei em um instante. — E saiu apressada a procura do tal preciso elixir.

Quando retornou, Gibson forçou o líquido verde do xarope goela abaixo de Joan. Contudo, mesmo após ter passado longos minutos, ela permaneceu da mesma forma, semiacordada, sem ter forças para se mexer de tanta febre. A situação era muito mais preocupante do que todos imaginavam.

_____ 🚢_____

Albert Davies, naquele dia, havia firmado um jantar de negócios junto do senhor Robinson e outros cavalheiros. Porém, apesar de todos terem sido pontuais, faltava apenas Russel a se apresentar para que pudessem iniciar a conversação. Albert não gostava da ideia de permanecer ao lado daquele capitão, entretanto, tinha de aceitar que o homem era uma figura constante naquele navio.

Davies já estava impaciente com o atraso, quando um dos garçons se aproximou e deu o recado a Robson:

— Senhor, Russel pediu-me para lhe avisar que não poderá comparecer ao jantar, pois uma de suas funcionárias está com a saúde gravemente comprometida, necessitando da supervisão dele.

— Oh, meus Deus! Espero que fique tudo bem com a moça. Diga a Russel para não se preocupar e fazer o que for necessário pela saúde dela.

Albert, que ouviu cada palavra, momentaneamente ficou preocupado. Taylor não estava bem naquele dia. Será que ela havia piorado.

— Senhor! — Davies chamou pelo garçom antes que ele se afasta-se. — Podes me informar quem é a moça que está passando mal?

O homem lançou um olhar inseguro para Robson o qual acenou concordando que fosse transmitido tal informação interna.

— É a senhorita Jolie Taylor. Uma das camareiras.

Albert, tomado pelo desespero iminente, rapidamente colou-se em pé e ordenou com urgência:

— Leve-me até ela. Agora!

Davies sequer deu atenção ao fato de que tinha negócios a tratar com pessoas deveras importante. Taylor era todo que lhe importava no momento. Precisava vê-la. Tinha de assegurar que ela ficaria bem.

A passos rápidos, e sentindo o coração quase saltar pela boca, Davies caminhou ao encalço do homem, dobrando corredores e mais corredores, descendo alguns lances de escadas, até que finalmente chegou ao destino

Entrou pela porta de supetão, tendo como objetivo alcançar a moça a qual ele aprendera a gostar. Nem reparou em quem estava no cômodo. Apenas marchou obstinado até Joan e abaixou-se perto da cama, tocando o rosto ensopado de suor da mulher.

— Taylor! Oh, minha pequena Taylor! Estás ardendo em febre. Não se preocupe, eu cuidarei de você. Prometo. — falou em um tom manso, cheio da mais nítida preocupação.

Tanto Gibson, quanto Russel, estranharam aquela sincera demonstração de afeto, ambos, ao contrário de Alice, não faziam ideia de que Joan e Davies haviam se aproximado significativamente durante aquela viagem.

Albert, que a pouco soou tão brando com Joan, tornou-se uma fera quando ordenou aos demais ocupantes daquela minúscula cabine:

— ELA ESTÁ ARDENDO EM FEBRE E VOCÊS FICARÃO AÍ, PARADOS? A OLHANDO? — esbravejou, perdendo a compostura.

— Já dei xarope a ela, milorde. Mas ainda não fez efeito. — defendeu-se Gibson.

Albert, porém, rolou os olhos antes de declarar:

— Precisamos baixar a febre dela, com urgência! — Lançou o olhar para Alice: — Senhorita Murray, peçam para que encham a banheira em minha cabine com água fria. Faça isso o mais rápido possível.

— Sim, senhor! — concordou a moça, saindo em disparada dali.

— Venha, Taylor! Eu cuidarei de você. — Pegou a moça no colo, sentindo o calor preocupante desprendia daquele corpo debilitado.

— Onde o senhor pensa que a levará? — Russel, ironicamente, recobrou a capacidade de falar e barrou a saída do conde.

— Para minha cabine, oras! Não a deixarei nesse cubículo sem ventilação alguma.

O capitão, contudo, permaneceu prostrado em frente a porta, sem nenhuma intenção de sair.

— Deixe o passar, capitão. Nós iremos juntos. — ordenou Gibson, impaciente.

Russel, ao ouvir o tom duro da mulher, rapidamente abriu passagem para Davies.

O conde, por sua vez, disparou com muita pressa rumo a cabine, levando Joan, quase desfalecida, em seu colo.

_____ 🚢_____

A banheira ainda estava vazia, quando Albert depositou, com muito cuidado e ainda vestida, a moça no interior dela.

— Não se preocupem, Taylor. Darei um jeito de baixar a sua febre. — assegurou, ajeitando o pescoço dela na borda de porcelana.

Instantes depois, baldes e mais baldes de água fria foram despejados sobre a moça que se encolheu de frio, embora o corpo ainda estivesse fervendo.

— Não fique aí parado, Russel! Deve haver algum médico ou enfermeira nesse navio. Faça alguma coisa! Taylor precisa de cuidados médicos. — ordenou aos gritos, sem desviar o olhar da mulher que tremia sob as águas frias.

Russel finalmente conseguiu raciocinar com clareza e foi atrás do único médico a bordo: um francês um tanto recluso. Ele não confiava nas habilidades do homem um tanto estranho e solitário, porém era o único que poderia ajudar a senhorita Taylor.

Quando o capitão retornou junto do tal médico, Davies continuava abaixado junto a banheira, segurando, aflito, a mão da moça.

— Coloquei ela na banheira com água fria, pois está ardendo em febre. — explicou o conde, assim que o médico se aproximou, avaliando a situação.

— Foi uma sábia decisão, milorde. — confirmou, em um carregado sotaque francês; Ele abriu a maleta e retirou o estetoscópio. — Incline a moça para eu examinar os pulmões.

Davies, prontamente, fez o que fora solicitado e o médico colocou o instrumento nas costas da mulher.

— Não há presença de chiado, o que indica que felizmente os pulmões estão limpos. — declarou o doutor que guardou o estetoscópio na maleta, pegou dois vidros contendo ervas diferentes, amassou-as e fez com que Joan engolisse. — Dei a ela uma mistura de erva-do-bom-deus, junto da erva do guerreiro. Ambas possuem propriedades antitérmicas as quais auxiliarão a baixar a febre. — explicou o médico. — A moça foi acometida por uma gripe forte. Necessitará de repouso até que o corpo consiga combater e expulsar o vírus. Ela ficará bem. — assegurou o doutor, fazendo Davies soltar um suspiro de alívio.

— Agradeço o atendimento de urgência, doutor...

— Henri Legrand. — Estendeu a mão ao conde. — Fico feliz em ajudar, senhor...

— Albert Davies. — Ele apertou a mão do médico.

— Qual o nome da moça, senhor Davies? — perguntou doutor Legrand, procurando por algo em sua maleta preta.

— Senhorita Jolie Taylor.

O médico lançou um olhar curioso para moça disposta na banheira e esboçou um curto sorriso. Albert não gostou daquilo;

— Senhor Davies... — começou Legrand. — Misture essas duas ervas e faça a senhorita Taylor ingeri-las caso venha ela apresentar febre nas próximas quatro horas. — Entregou os potes ao homem. — Esse é um xarope de guaco, alho, gengibre e menta. Possuem fortes propriedades anti-inflamatórias e ajudará com a tosse. Dê a ela duas colheres de sopa cheia, duas vezes ao dia, de preferência de manhã e à noite.

— Certo. — concordou, Davies, depositando os frascos sobre a escrivaninha.

— Podem retirá-la da banheira, logo a febre baixará. Senhorita Taylor precisará de repouso e ingerir bastante água. Também deve-se alimentar adequadamente. Se seguir essa recomendação à risca, em três dias estará em seu prefeito estado de saúde. — Garantiu o médico.

— Ela seguirá, doutor. Eu ficarei de olho nessa moça. — disse Albert, convicto.

— Sendo assim, acredito que meus serviços não são mais necessários. — disse Legrand, sorrindo.

— Passe-me o valor da sua consulta, doutor. Farei um cheque. — pediu o conde.

— Não será necessário, milorde. Eu me recuso a cobrar algo de uma mulher que está lutando para mudar o posicionamento de uma sociedade sexista. Minha irmã pretende ser médica, assim como eu, embora a sociedade hipócrita seja evidentemente contra os seus desejos. Ela jamais me perdoaria se soubesse cobrei para cuidar de alguém como a senhorita Taylor. Longe de mim ouvir sermão de minha irmã. Ela é adorável, mas se torna uma fera quando fica furiosa.

Albert riu e disse:

— Parece alguém que eu conheço. — Lançou um olhar afetuoso para Joan.

— Desejo melhoras a senhorita Taylor. — disse o médico que logo partiu.

Finamente todos puderam respirar um pouco mais aliviados. Joan havia dado um baita susto em todos.

— Alice, por favor, busque vestes secas para a Taylor. — comandou Gibson, ainda muito receosa com a situação de moça.

— As roupas estão na cama, senhora Gibson. Tomei a liberdade de trazê-las enquanto enchiam a banheira. Supus que ela precisaria.

Gibson abriu um sorriso de satisfação. Alice era de fato muito proativa, estava sempre a frente das situações.

A governanta então lançou um olhar para Russel prostrado ao lado da banheira, observando aflito a mulher meio desacordada e ordenou:

— Russel, por gentileza, ajude-me a tirar Taylor da banheira. Precisamos trocá-la.

— Só por cima do meu cadáver! — advertiu Davies, já indo de encontro a Taylor. — Não ouse se aproximar dela, Russel, ou eu juro que o colocarei para fora dessa cabine.

O capitão obviamente não gostou da forma como o conde falou com ele. Porém, naquela ocasião o bem-estar de Joan era tudo que lhe importava. Não criaria uma confusão, quando a moça estava tão debilitada e precisando de cuidados. Davies, ao menos, realmente pareceu que cuidaria bem dela.

— Fique à vontade, milorde. — Russel se afastou da banheira.

Albert, por sua vez, abaixou-se de modo a falar com a moça:

— Taylor! Minha pequena teimosa. Você consegue ficar em pé?

A moça confirmou com um leve aceno de cabeça.

— Eu a ajudarei, pode se apoiar em mim, pequena.

Joan, ainda muito fraca, esforçou-se para ficar em pé e segurou firme nos ombros de Davies que a ajudou a sair da banheira.

— Deixe que eu assumo agora. — disse Gibson, trocando de lugar com o conde.

Entretanto, tanto Albert quanto Russel, permaneceram no cômodo encarando a governanta que mantinha Joan nos braços.

— O que os dois paspalhos estão esperando? Vamos, saiam! Precisamos trocar as vestes da senhorita Taylor.

A expressão de pura vergonha ocupou a face dos homens que rapidamente deixaram a cabine. Ambos permaneceram imóvel do outro lado da porta, aguardando a autorização para voltarem.

— O senhor realmente se importa com Taylor? — perguntou Russel, após um longo momento de silêncio.

— Mais do que eu consigo colocar em palavras. — revelou Davies. — Ela é uma mulher incrível.

— De fato é! — o capitão concordou. — Diferente de qualquer outra.

— O senhor está apaixonado por ela? — questionou Albert, de supetão, recusando a olhar para aquele homem.

— Nesse momento... — Pensou ele antes de responder: — Não posso dizer que estou. Durante essa viagem, não tivemos tempo o suficiente para nutrir qualquer sentimento além da amizade.

Por alguma razão, o conde respirou aliviado ao ouvir aquela resposta.

— E o senhor, está apaixonado por ela? — Russel devolveu a indagação.

— Não sei dizer ao certo o que estou sentindo por Taylor. Mas posso afirmar que, de alguma forma, ela me conquistou.

Os dois voltaram a se calar, e por sorte, Gibson abriu a porta os salvando daquele silêncio constrangedor.

— Como ela está? — Davies perguntou, lançando o olhar para a moça deitada na cama.

— Aparentemente melhor, mas ainda muito abatida. Precisa de descanso.

— Taylor ficará bem, milorde. És forte demais para ser vencida por uma gripe. — assegurou Alice, fazendo o conde sorrir.

— Para fora os dois! Acredito que a situação já está sob controle. — Gibson tentou expulsar os homens.

— Não sairei dessa cabine enquanto não tiver a certeza de que Taylor está completamente curada! — afirmou Davies.

— O senhor não pode ficar aqui, milorde. É imoral! — advertiu a governanta, cruzando os braços abaixo dos seios.

— Acha mesmo que eu me importo com isso? Francamente, senhora! Está para nascer alguém que me faça sair desse quarto. Eu ficarei aqui e ponto final. — Também cruzou os braços de forma bastante desafiadora.

— O senhor não se preocupa com a honra dela? — Gibson inquiriu deveras indignada.

— Nesse momento, senhora, desejo apenas que ela se recupere. Se Taylor decidir, posteriormente, que sua honra fora comprometida, algo que eu certamente acredito que jamais o fará, eu terei o prazer de levá-la ao altar. Todavia, não cabe a mim fazer juízo de valor a respeito dos princípios dela. Jamais lhe tiraria qualquer proveito. Desejo apenas me assegurar de que ela ficará bem.

Gibson o avaliou enquanto ponderava sobre a decisão a qual deveria tomar.

— Nesse caso, milorde... — Soltou um suspiro resignado. — A senhorita Murray deverá fazer companhia a ambos. Essa é a minha decisão final.

— Ótimo! — expressou o conde.

— Ótimo! — concordou Gibson.

A governanta, antes de sair, instruiu Alice sobre a medicação de Joan e pediu para que ela pegasse um colchão em alguma cabine para que o conde pudesse usá-lo, já que ela poderia dormir junto de Taylor.

Davies, quando se aproximou de Joan para medir a sua temperatura, surpreendeu-se quando ela pediu aos sussurros:

— Deite-se comigo.

— Claro, minha pequena. — Prontamente deitou-se na cama, puxando-a em seus braços.

— Meu irmão... — A moça sussurrou, evidentemente delirando.

— Sim, Jô! — Davies pensou que talvez fosse daquela forma que os familiares se referiam a ela. Mal sabia o conde que ele estava correto, porém o "Jô" era diminutivo de Joan e não de Jolie.

— Desculpe-me por ter fugido e ter o encrencado com a mamãe. Não tive outra escolha, irmão. Não poderia debutar, nunca tive o plano de casar, sem antes conquistar a minha independência. Espero que me entenda.

Ao ouvir aquela revelação, Albert soube que ela amava muito o irmão e tinha medo de que as escolhas que tomara viessem afastá-los.

— Não se preocupe com isso, Jô. Por ora você precisa descansar. — Depositou um beijo na testa dela que ainda estava muito quente.

Joan aconchegou-se nos braços daquele que ela acreditava se tratar do irmão e disse por fim:

— Eu te amo.

— Eu também te amo. — declarou Davies, baixinho, sentindo que a frase era de fato real.

Naquele momento, uma emoção intensa, e estranhamente verdadeira penetrar o coração. Ali, naquela cama, com Taylor em seus braços ele soube: estava absolutamente apaixonado por aquela mulher. Uma certeza incontestável.

Alice, que observava a cena de longe, também soube que o conde estava completamente rendido a Taylor. Conformada, ela ajeitou os lençóis no colchão, sabendo que Davies não sairia do lado da mulher que havia o conquistado.

A vida é realmente irônica, afinal.

_____ 🚢_____

Olá, ladies!

Adiantei o capítulo de segunda, pois tenho um monte de relatórios para fazer na próxima semana.

Espero que tenham gostado!

Até breve!

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