Te acompanho?
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Eu estava mais leve, com o risco de até tirar os pés do chão caso um vento forte soprasse na minha direção. Passei o final de semana na casa de Lindsey, nós comemos besteira e assistimos o diário de Bridget Jones.
— Nós não fizemos— ela me contou no meio do filme, metendo uma colherada de sorvete na boca. Encarei a loira de perfil, seus cabelos presos em um coque desajeitado enquanto sua boca estava toda melada de sorvete de baunilha. Mesmo que já fosse domingo, nós duas estávamos detonadas. Não houve ressaca no sábado, então a culpa era do descaso mesmo. É tão bom ser desleixada às vezes.
— Não fizeram o que?
— Você sabe. Eu não perdi o cabaço.
— Bom, muito bom— assenti.
— Ainda quero— ela emenda rapidamente— Mas nós conversamos e Frank disse que eu não preciso ter pressa.
— Aposto que ele consegue se manter com a meia dele por mais uns meses— zombo e nós rimos. Lindsey joga a cabeça para trás e procura pela mãe dela. Estamos a sós.
— Olha como fala— ela censura baixinho. Nós voltamos a assistir o filme.
— Eu estou apaixonada— admito, interrompendo a programação de novo. Lindsey me encara, inexpressiva.
— Tá— ela levantou a sobrancelha como se esperasse que eu acrescentasse algo— E qual é a novidade?
Eu sorri e deitei a cabeça no seu ombro, encolhendo-me sob as cobertas grossas que a senhora Kyle jogou sobre nós.
— A maioria daquelas piranhas na festa estavam dançando para impressionar ele— Lin me conta— Mas foi você aparecer, o cara já estava fisgado.
— É?— uni as sobrancelhas e enchi a colher com o sorvete.
— É. Peter disse que ele parecia meio perdido quando chegou, mas se encontrou quando te viu. Ele só apareceu ali por você.
— E onde quer chegar com essa conversa, senhora Swan?— pergunto, brincalhona— Eu sei que ele estava lá por minha causa. Ele me disse quando estava me remendando.
— Ah... bem. Só quero dizer que você não é a única apaixonada.
Não pude evitar de deixar o sorriso bobo brotar no meu rosto, mas o contive para que não acabasse rasgando minhas bochechas.
— Ele me acha perfeita— sussurro, lembrando-me da forma que ele me disse. O quanto eu tive certeza de que ele estava sendo sincero.
— Isso é bom— Lindsey ergue a mão para dar tapinhas leves na minha bochecha— Ainda bem que ele sabe. Que bom que vocês se resolveram, porque se não, nós iríamos ter que sumir com o corpo dele e ia ser difícil ficar longe da cadeia, a família do cara é muito rica.
Ergo a cabeça para encará-la, confusa.
— Por que vocês iam sumir com o corpo dele?
— Alysson, você tem agido estranho e nós sabemos que é por causa dele. Se esse cara continuar te confundindo, nós teremos que matar ele, deixá-lo em picadinhos!— ela me olhou, séria. Eu ri e a dei um beijo na bochecha.
— Eu amo vocês— digo com todo o meu coração— Mas Edward não é um problema. Ele só tem... um passado complicado. Nós conversamos, nós nos entendemos.
— Mas ele é um cara bom pra você?— ela quer saber. Eu paro por um momento, pensativa.
Estou sorrindo um pouco quando respondo.
— Sim. Sim, ele é.
[...]
A tempestade se anuncia com trovoadas poderosas quando chegamos no colégio. Pego minha mochila e a jaqueta de Edward no banco de trás, dou um beijo na bochecha dos gêmeos quando eles vem nos receber e me afasto dos meus amigos sem me despedir ou explicar qualquer coisa, correndo para o outro lado do estacionamento. O lado dos vampiros.
Eles todos estão lindos como sempre, Rosalie e Emmett estavam descendo do Jeep, Edward estava saindo do volvo e Jasper e Alice tiravam os capacetes ao saírem de cima da moto Yamaha. Eles me viram chegando e eu abri um sorriso, olhando nos olhos de cada um.
Claro, ainda tinha uma parte de mim receosa com a aproximação desses seres sobrenaturais disfarçados de humanos, mas essa parte ficava cada vez menor. Temos muito caminho pela frente até que eu possa dizer que eu me acostumei. Ou até que eu não diga nada, porque nem percebi.
Alice Cullen veio me abraçar, para a minha surpresa, e eu tive que retribuir. A baixinha com os cabelos negros arrepiados quase esmagou minhas costelas e eu arfei quando ele me soltou.
— Uau!— eu disse, soprando uma risada— Bom dia para você também!
— Um excelente dia!— ela respondeu com um sorriso que mostrava todos os seus dentes. Os caninos de todos eles são afiados? Olhando bem, Alice se parece com uma personagem de um desenho que eu não me lembro o nome agora...— Acho bom que tenha aproveitado esse final de semana com sua amiga, porque nesse próximo você será toda minha!
— Hã... ok?— franzi a testa, mas antes que nossa conversa continue, Emmett se aproxima e estende a mão na minha direção.
— Feita na China!— ele cumprimenta, alegre, e me sacode quando seguro sua mão gigantesca— Vai se sentar conosco hoje? Quem sabe você pode me ensinar um pouco do seu idioma, eu sempre quis falar coreano! Você sabe o que significa watashi wa kurechindesu?
(Eu sou um cretino)
Eu fico boquiaberta por um momento, sem saber o que fazer com toda essa boa recepção como se eu estivesse entrando para a família. Não consigo parar de sorrir.
— B-bem, isso não é coreano, é japonês.
— Eu sabia!— ele solta minha mão e estala os dedos, se virando para trás— Sabia que estava me enganando, Jazz!
Meus olhos passaram por cima do ombro de Alice e se encontraram com os olhos escuros de Jasper Hale. Ele estava encostado em sua moto, os braços cruzados no peito e o olhar atento sobre nós. Seus cabelos loiros caíam sobre seus olhos, mas ele não parecia incomodado para tirá-los. Senti uma onda de calma me abraçar e me acomodei naquela sensação gostosa. Acenei para o Hale e ele assentiu para mim, parecia preferir a distância. Olhei para o outro lado, o lado de Emmett, encontrando o lindo rosto de Rosalie, sua suposta gêmea. A loira, como de costume, parecia receosa comigo, olhando-me de rabo de olho.
Faziam dias que não nos cumprimentávamos pelos corredores. A ofereci meu melhor sorriso.
— Bom dia, Rosalie— favorecendo Emmett com seu humor levemente racista, eu baixei a cabeça para a loira. Emmett riu e eu arregalei os olhos para o grandalhão. Pode ir parando, censurei internamente.
— Bom dia— ela respondeu num tom mais frio que de costume. Ok, os Hale não estão muito confiantes comigo. Tudo bem, acontece. Talvez eu não ficasse tão tranquila se meu segredo estivesse nas mãos de uma pessoa com quem não tenho nenhuma intimidade também.
Os trovões se pronunciaram de novo e Edward empurrou Emmett do caminho, vindo para a minha frente.
— Ei!— ele cumprimentou, meio cauteloso, meio ansioso.
— Oi— eu mordi o lábio. Alice nos lançou um olhar atrevido e se afastou, saltitante. Rosalie foi com ela e Jasper ia logo atrás, mas ao ver que Emmett manteve os pés fincados no chão ao nosso lado, deu meia volta, agarrou o muralha pela nuca e o arrastou para longe.
— Ah, qual é! Eu quero ver!— Emmett reclamou, mas não pode resistir, o que era bem divertido já que Jasper não é tão musculoso quanto ele. Tipo, nem de perto.
— Você tem um irmão muito interessante— falei. Edward sorriu.
— Ele é a pedra no sapato de todo mundo.
— Mas é bastante divertido, não é?
— Tem seus momentos— Edward me mede de cima a baixo rapidamente— Tudo bem com você?
Eu hesito, depois, dou de ombros.
— Tudo. Você?
— Sim. Também.
Ficamos calados por dois torturantes segundos.
— Vim te devolver— lhe estendo sua jaqueta puffer e ele sacode a cabeça, segurando a alça da mochila em seu ombro.
— Não, pode ficar.
— Não posso ficar com sua blusa.
— Pode. Fica melhor em você.
Não faz isso comigo, peço em pensamentos. Ele sorri de canto.
— Vou insistir se você insistir— ele avisa, teimando. Tento a todo custo não pensar no que Lindsey me disse ontem. Edward estreita os olhos para mim.
— Está bem, se faz tanta questão— aceitei com falsa humildade, como se eu estivesse lhe fazendo um favor. Tirei a mochila do ombro e a entreguei para que o Cullen a segurasse enquanto guardava a jaqueta na mesma, deixando-a parecendo uma bola. Quase que o zíper não fecha. Ai, preciso de uma mochila nova, reclamo.
— Você está linda hoje— Edward diz e eu ergo o olhar para encará-lo, surpresa com o elogio inesperado— Você é linda— ele se corrige.
Meu rosto queima e eu desvio o olhar imediatamente, envergonhada.
— Não pode fazer isso. Não me elogie quando eu estiver sóbria!— tentei pegar minha mochila de volta, mas ele a tirou do meu alcance rapidamente.
— Só estou dizendo— Edward dá de ombros e sorri quando o fulmino com o olhar. Meu rosto queima mais um pouco— Te acompanho?— ele se oferece.
Aperto os lábios, cruzo os braços, empino nariz e vou andando na frente dele, torcendo para que ninguém perceba o quão vermelha estou. Edward ri e vem logo atrás. Eu sabia que ele sabia que eu estava segurando o sorriso bobo.
É difícil esconder as coisas dele.
Começou a chover logo depois que nós entramos.
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NOTA DA AUTORA:
Favor evitar cadelagem pelo Jasper nos comentários! Tenho fanfics o suficiente para o nosso loirinho empata, já leu alguma?
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