Sem relações
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EDWARD CULLEN
Apoiei as mãos na mesa e encarei minha irmã.
— Onde ele está?— perguntei-lhe.
Feito idiotas, nós corremos atrás de Dexter por horas até ele por fim nos despistar dentro do mar. Eu mergulhei na pedreira atrás do vampiro, mas ele brincou com minha mente, me cegando e eu não tive como usar nenhum outro dote para rastreá-lo, não podia sentir seu cheiro ou ouvi-lo se movimentar dentro d'água. Quando não pude mais ler seus pensamentos, voltei para casa com meus irmãos, furioso e molhando o tapete caro que Esme escolheu com tanto carinho para colocar na nossa falsa sala de jantar que na verdade se trata de uma sala de reuniões.
Alice fez uma pausa esticada e todos a olharam com expectativa.
— Não o vejo em Forks. Não o vejo atacando a nós ou Alysson— ela conclui— Ele está indo para Seattle.
— Não vamos nos traquilizar com essa notícia. Ele vai voltar por Alysson.— Carlisle diz.
— Por que é que ele se arriscaria tanto voltando pra cá? Ele é só um, estamos em sete e ficou mais do que óbvio que não vamos deixar que ele se aproxime da japinha— Emmett diz.
— Ela é coreana— corrijo de modo automático.
— Ela é "olhinho puxado"— meu irmão responde para implicar e eu o ignoro, revirando os olhos.
— Ele disse que precisa do sangue dela— Carlisle continuou, sem se deixar levar pelas gracinhas fora de hora de Emmett— Não ouvi muitos casos assim, mas Dexter acredita que Alysson foi feita para ele. Ele não vai desistir até matá-la.
— Se Alysson é tão irresistível para ele, por que não a matou logo?— Rosalie pergunta.
— Ele é dramático, diz que gosta que suas vítimas saibam o que ele é, que o temam— explico, segurando-me para não revirar os olhos— Devia tê-lo matado assim que botei meus olhos nele— resmungo.
— Mesmo se tentasse, não iria ser fácil: ele não é um amador— Jasper disse, cruzando os braços e atraindo toda a atenção para si— Sabe se defender, eu mesmo quase não consegui segurá-lo. Isso sem contar com o dom dele...— ele une as sobrancelhas— aquilo é perigoso.
— Quase matamos o Edward. O Jasper e eu— Emmett conta para Esme, como se ela precisasse saber de uma coisa dessas. A matriarca da nossa família leva a mão ao peito e eu ergo a minha, pedindo um tempo.
— Ele entrou na minha cabeça, me fez pensar que ele era Edward e vice versa. Emmett não fez nem cócegas comparado o quão longe eu fui.
— Qual é!
— Você não teria conseguido me matar mesmo se eu não pudesse prever seus pensamentos, eu sou mais rápido que você— o recordo.
Jasper focou os olhos em mim e sorriu de canto, debochado.
— Você acha, é?
— Urgh, vocês precisam crescer— Alice reclama— Não farão disso uma competição. Tem como focarmos no que realmente importa agora?
Eu ganharia facilmente, Jasper pensou e se afastou de mim, indo abraçar Alice por trás porque era evidente o quanto ela estava chateada. Eu só balancei a cabeça, minha irmã está certa, não é hora de brincar de poder.
— O cheiro é uma falha na ilusão que Dexter projeta— continuo, mais para o resto da minha família do que Jasper e Emmett— Ele pode nos fazer ver e ouvir coisas, então, não podemos confiar em todos nossos instintos quando o cercarmos, mas no olfato, sim. Ele, com toda certeza, vai dar um jeito de nos jogar uns contra os outros, por isso, temos que seguir o cheiro dele. É a nossa única chance.
— O cara é liso feito sabonete com manteiga— Emmett diz e Rosalie revira os olhos, balançando a cabeça.
— Se ele só quer uma coisa, por que ficaremos no caminho dele?— Rosalie pergunta e eu a fulmino com o olhar— Não estou sendo má— ela se defende— Só estou colocando na balança. Ele está com fome, e, se ficar vindo até Forks só para ser expulso por nós de novo e de novo, pessoas começarão a morrer por aqui. Se ele precisa tanto de Alysson, todo mundo importante para ela está correndo perigo e a garota não tem poucos amigos, Edward, você sabe disso. Nós não temos como proteger a cidade toda. Ele vai acabar chamando atenção e nós é que iremos pagar a conta.
— Nós temos que defender o máximo de pessoas possíveis...
— E você deixaria Alysson morrer para salvar a cidade?— interrompo Carlisle, encarando Rosalie com ódio— Sendo que ela é a única humana nesse lugar que não tem medo de se aproximar de você? Quão generosa você é!
— Eu estou pesando na balança! Nós acabamos de chegar nesse lugar, não podemos arriscar tudo por uma garota...
— Não fale como se essa garota não fosse a Alysson!— gritei e Rosalie baixou o olhar, cerrando os dentes— Eu sei que tem simpatia por ela, Rose, porque com a Alysson é assim! Ela faz você gostar dela e faz isso parecer uma coisa extremamente fácil. Sei que se houver tempo, se houver como, você vai acabar deixando ela se aproximar e eu sei o que você faria por ela depois disso, Rosalie. Você deixaria a cidade toda morrer, ser derrubada pelas chamas, para mantê-la segura. Porque você é assim.
— O que espera de mim, Edward? Acha mesmo que eu e a sua humana de estimação iremos nos tornar melhores amigas? Dividindo segredos e pulseiras?— Rosalie franze a testa para mim, mas não tem como ela me enganar. Eu sei que ela gostou da atenção que Alysson lhe deu ao chamá-la para a festa de Halloween e a atenção que a dá todos os dias ao cumprimentá-la pelos corredores.
Rosalie gosta de parecer fria. Gosta de nos fazer pensar que ela passa por cima de qualquer um para se proteger, mas quando ela gosta de alguém, ela faz qualquer coisa por essa pessoa. E não tem como não gostar da Alysson.
— Eu sei que você irá amá-la como uma irmã— Alice intervém quando eu abro a boca para continuar o debate. Nós dois olhamos para ela e ela manteve os olhos fixos em Rosalie, calma— Eu sei que sim.
Talvez ela só estivesse blefando para desarmar Rosalie, uma vez que eu não via imagem alguma em seus pensamentos como prova, mas não era a mim que ela precisava convencer. Nossa irmã deu um passo para trás e balançou a cabeça. Até parece, ela pensou fazendo uma cara feia e saiu da sala.
— Nós vamos atrás dele agora?— Emmett pergunta, hesitante em ir atrás de Rosalie para fazê-la se acalmar e colocar os pés no chão. Eu não sei bem como funciona essa balança entre eles dois, mas fico feliz que Emmett esteja nela. Ele é a âncora que impede Rosalie de surtar e ela é a âncora que o impede de cometer bobagens demais. Uma pena que eles ainda não possam controlar o que o outro fala.
— Não— Carlisle responde— Ele acredita que nos despistou e, se o encontrarmos tão cedo, pode ser que acabemos entregando nossos talentos. Não podemos arriscar perdê-lo de novo, vamos esperar um pouco e só avançaremos quando tivermos certeza de que Dexter não conseguirá escapar.
— Eu posso lidar com isso sozinho— Jasper diz.
— Não. Você mesmo disse que ele não é amador. Emmett e Edward irão com você.
— Carlisle.
— Você não é nosso carrasco, Jasper— Carlisle responde com firmeza, usando de sua natural autoridade— Emmett e Edward irão com você. Treine-os, se necessário, mas não vá sozinho. Não sei de que outros ele é capaz e não vou arriscar.
Jasper passou a língua nos dentes, mas não discutiu. Nós todos sabemos que Carlisle está certo.
— Jazz— eu chamo sua atenção— Eu vou com você.— o loiro me olhou por um segundo longo e assentiu.
— Contem comigo também— Emmett disse— Vou ficar com a ursinha até lá.
Ele se retirou. Eu pensei que esse era o momento perfeito para falar para minha família o que vi e ouvi na mente de Dexter, mas eu não aproveitei a oportunidade e não sei bem dizer o porquê. Prefiro não pensar a respeito disso, porque já sei o que eles vão falar. Se Dexter conheceu mesmo meus pais, isso explicaria como minha mãe sabia o que Carlisle era e o que estava pedindo para ele quando o implorou para que me salvasse.
Mas quem era Dexter para os meus pais? Ele amava minha mãe? Parece que amava, de acordo com as lembranças que lhe ocorreram quando ele me encarou.
Sentimentos conflitantes me abraçaram e Jasper me lançou um olhar intrigado que eu fingi não reparar. Dexter não é nada meu. Tudo o que eu preciso saber é como derrotá-lo.
— Eu vou ver como Alysson está— digo.
— Não acho que você deva ir agora— Carlisle segura meu braço quando caminho para a porta, me obrigando a parar. Mostrou-me como Alysson ficou receosa na sua presença e como queria que sua amiga mantivesse distância do doutor.
Baixei o olhar, absorvendo sua imagem assustada. Minha garganta se apertou e eu sabia que só podia ser coisa da minha cabeça, mas a dor que eu senti parecia física.
— A dê um tempo para se acalmar— ele recomenda. Ela não ficará com medo para sempre.
— Ela não vai me ver— solto-me de meu criador com pouca delicadeza e saio de casa, depressa.
Eu corri pela floresta até não haver mais árvores para me esconder, porém, felizmente, a casa de Alysson não fica muito distante dos bosques. Olhei para os lados e caminhei rápido na rua escura e vazia, sentindo o cheiro da senhorita Choi ficar cada vez mais forte. Sonhos variados irromperam na minha mente, no entanto, me foquei na única que estava consciente naquela hora.
... Mas ele me salvou!, ela pensava, em meio a um debate interno. Ele é gentil, me ajudou tantas vezes. Dexter deve ter corrido dele porque sabia que estava em desvantagem.
Esperançoso, pulei para o telhado da casa dos Choi, logo acima do quarto de Alysson e me deitei, cruzando as mãos na barriga e observando as estrelas sem realmente vê-las. Há coisas mais importantes para prestar atenção agora.
Vampiros existem. O garoto que eu gosto é um deles, mas ok. Nada de pânico. Eles não são cruéis e sanguinários, né? Edward disse que se alimentam de animais e eu teria que ser muito hipócrita para considerá-los monstros se eu nem sou vegetariana. Quer dizer, qual a diferença? Nós somos praticamente iguais.... tirando o fato de que eu morreria se me atirasse da janela e levasse um choque de desfibrilador...
Ela está deitada, mas sua mente funciona sem parar. Era interessante vê-la racionalizar tudo. Suas suspeitas de que talvez eu estivesse mentindo foram abafada depois de ela lembrar que Carlisle é doutor e que se tivesse gente morrendo nas suas mãos, as pessoas já teriam começado a falar. Ela se perguntou com que frequência nos alimentamos e porque não comíamos comida humana, procurou fraquezas e ficou frustrada por não encontrar.
Eles não viram cinzas sob a luz do sol, ela se lembrou do meu rosto quando a resgatei do carro capotado, demorando-se em repassar a cena de minha pele cintilando, sua mente não me disse nada, apenas admirando aquele momento. Por um momento, fiquei em dúvida se conseguiria ouvir tudo o que ela tinha para pensar ao meu respeito, mas... ele é tão lindo, ela pensou e se remexeu na cama.
Passo a língua nos lábios e tento não sorrir quando ela se lembra de nossa detenção e dos nossos beijos. Ela pode estar com medo de mim, mas não me odeia.
Alysson pensa em mim até dormir e eu fico ali, garantindo que ela não teria nenhum pesadelo.
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