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Peças que se encaixam

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ALYSSON CHOI

É o susto que me acorda pela terceira noite seguida, mas este pesadelo não foi como os outros anteriores. Ninguém importante para mim me ameaçou ou estava sendo ameaçado. Confusa com o sonho da vez, abraço minhas pernas e passo a mão nos cabelos, novamente suada de tanto nervoso. As cortinas do meu quarto se erguem em uma linda dança. Eu não deixei a janela aberta.

Lembro-me de entrar na adega do pedófilo, lá em Port Angeles, e lembro-me de não saber porque faria uma coisa dessas. O lugar estava diferente da última vez que havia estado lá, as luzes vermelhas de neon piscavam lentamente — de uma forma que não eram programada para fazer — e eu senti como se estivesse em um jogo de terror, prestes a levar um susto com algum bicho que pula na tela. Meus batimentos acelerados faltavam espancar meus tímpanos. Eu conhecia aquele lugar apertado, sempre fedia a cigarro graças ao seu dono de vício repulsivo, mas dessa vez eu senti um cheiro diferente. Um cheiro ruim de carne podre. Eu não queria entrar lá, mas entrei. Uma força invisível me empurrou e eu me assustei quando a porta de vidro se fechou atrás de mim. Engolindo em seco, me aproximei do balcão como se fosse fazer um pedido e apoiei as mãos trêmulas naquela superfície fria.

— Olá?— chamei, receosa. Ninguém respondeu— Senhor...?— debrucei-me sobre a bancada e olhei por cima da mesma com o cheiro asqueroso me mandando me afastar. Aí eu vi o corpo contorcido do homem do outro lado e dei um grito, recuando até bater as costas em uma estante e derrubar incontáveis garrafas de bebida no chão. Cobri a cabeça e me encolhi, meu estômago se revirou mas eu não tinha o que vomitar.

Comecei a me tremer. Não. Não, ele tem que estar vivo, eu disse a mim mesma. Eu tenho que ajudá-lo. Reunindo migalhas de coragem, eu me aproximei outra vez do balcão, dei a volta por ele e prendi a respiração. O cheiro de decomposição e as moscas já me dizia tudo que eu estava lutando para ignorar.

Com uma careta de nojo, me abaixei e me aproximei daquele homem de uma forma que eu nunca tinha feito antes e jamais poderia imaginar que faria. Ajoelhei-me do seu lado, tirando seu braço de seu rosto e estremecendo ao reparar que ele estava com os olhos arregalados. Greg, lia-se numa pequena placa em seu peito.

— Senhor?— chamei tolamente e pude ver o sangue coagulado em seu pescoço, ao redor de uma mordida violenta, a ferida em carne viva era atacada pelas varejeiras. Não havia sangue em mais nenhum lugar, fosse no chão ou sobre a bancada. Estava óbvio que sua carótida havia sido dilacerada, mas não havia sangue em mais nenhum lugar. Ele havia sido mordido e dissecado feito um animal, estava duro. Havia sido morto há tempos.

Me levantei, pronta para ir chamar a polícia e denunciar o corpo, mas assim que me virei, percebi que Greg e eu não estávamos a sós. Vindo das sombras do corredor à frente do balcão e pisando sem compromisso nos cacos de vidro que eu havia derrubado há pouco, se aproximava o estranho familiar. Dexter. Ele tem que ser o Dexter. As luzes se apagaram por um segundo e no outro ele já estava colado ao balcão, debruçado sobre o mesmo e agarrando a gola de minha jaqueta. Bruscamente, fui puxada para perto dele e o moreno me cheirou como se fôssemos íntimos. Muito íntimos.

Eu não sabia o que fazer, fiquei congelada enquanto seu nariz frio roçava a pele sensível do meu pescoço e me arrancava arrepios.

— A próxima é você, Alysson— ele sussurrou para mim de tal forma que, em outro contexto, iria parecer meu amante. Ele me apavora. É como se eu estivesse nas mãos do diabo. Virei o rosto quando sua língua subiu pela minha bochecha e deixou um rastro até minha têmpora.

— Pare— eu pedi baixinho, feito uma covarde.

— Vai acabar logo, logo— ele me promete, mantendo o tom sedutor.

— Por que está fazendo isso comigo?— gemi.

— Como todos da minha classe, gosto quando vocês sentem medo— ele diz, juntando nossas testas. Tentei empurrá-lo e virar o rosto, mas ele era forte demais, feito uma rocha— Vai valer a pena, querida, você, mais do que todos os outros, tem que valer a pena.

— Por que eu?

Ele não me respondeu, apenas mordeu meu pescoço e me fez gritar.

Eu levantei da cama e fechei a janela, com aquela sensação rançosa de que aquele homem havia tocado em mim de verdade. Fui para o banheiro e tomei um longo banho, esfregando-me com força até minha pele ficar vermelha. Precisava me livrar daquela sensação, mas não consegui.

Eu sinto que não vou demorar a descobrir porque ele me quer.

— Ele está com sede— murmurei, sozinha no banheiro e me encarando na frente do espelho. Outra noite mal dormida está acabando com a minha aparência. Engoli em seco. Como eu sei disso?

[...]

Fazia sol de novo, mas desta vez eu pude aproveitar direito, sentada no pátio, cercada pelos meus amigos e pelo pessoal da escola. O dia estava lindo, excepcional. Ainda que houvesse várias coisas para me entreter, eu não saí de meu mundinho. Fiquei olhando ao redor, procurando pelos Cullen mesmo sabendo que eles todos haviam faltado de novo. Será que Edward está bem?

— Alô, terra para Alysson— Georgia estalou os dedos na frente do meu rosto e eu me voltei para os meus amigos, piscando algumas vezes.

— Que foi?— perguntei. Estou tão acostumada a vê-los todos cobertos da cabeça aos pés que chega a ser bizarro ver seus braços nus e bustos ao vestirem regatas. Nós precisamos de mais dias de sol, penso, estamos quase refletindo toda a luz com tamanha palidez.

— Cê me empresta seu caderno de inglês?— ela pede— Matei as últimas aulas para dar uns pegas no Dwight do segundo ano. A professora quer comer meu rabo por estar com o caderno vazio— a cacheada explica, bolando um. Ela é a única do grupo que fuma maconha, e ai de qualquer um de nós que ousar pedir.

— Claro, só não garanto que as anotações da última aula estarão ok, não prestei muita atenção— respondo, mexendo em minha bolsa para pegar o caderno de inglês. Antes de entregá-lo, uma ideia me passa pela cabeça e eu recuo com a mão para que a loira não pegue.

— Eu não vou te pagar um oral, Alysson— ela zomba, colocando o cigarro nos lábios. Peter ri, comendo seu salgadinho e se recusando a compartilhar com sua irmã gêmea. Frank e Lindsey estão em um mundo só deles que ninguém pode atrapalhar, compartilhando sorrisos e selinhos.

— O pagamento vai ser uma carona até Port Angeles— eu digo e a loira franze a testa para mim— Bate e volta. Tenho que ver uma coisa lá.

— Não posso chegar tarde em casa— ela avisa.

— Não vamos demorar— prometo, metendo um sorriso no rosto. Georgia dá de ombros e pega meu caderno, aceitando as condições.

Não sei se é a melhor ideia, mas tenho que entender o que anda acontecendo comigo. Eu preciso ir até a adega, preciso ver que Greg está vivo como tive que verificar se Aaron estava  bem e que eu só estou sendo paranoica sem motivo. Suspirando, olho ao redor outra vez, sem encontrar quem eu queria. Santo Deus, como eu queria ver o Edward para que ele me tranquilizasse com aquele sorriso singelo de novo, mesmo que de longe. Ele é uma das fontes de minha confusão, mas também é o ponto principal de minha calmaria.

... Isso é um pouco conflitante.

As horas demoraram a passar. Estavam se arrastando, na verdade, feito uma tortura sem fim. Durante a aula de biologia, fiquei metade do tempo com o rosto virado para trás, encarando a mesa vazia de Edward Cullen.

Minha mente não se interessava nas aulas, em nada além dos meus pesadelos e todas as peças desse quebra cabeça gigantesco embaralhadas na minha frente. Eu sei que imagem verei quando montá-lo, mas prefiro fingir que não. Prefiro me fazer de burra ou doida, porque essa história não faz sentido. Não tem como ser real. Quando Georgia e eu chegarmos a Port Angeles, veremos que Greg está vivo e bem e que eu só estou surtando por nada. Dexter é um personagem que eu inventei nos meus sonhos e nada mais que isso.

Quando o último sinal toca, eu sou a primeira da turma a sair da sala e fico angustiada do lado de fora esperando por Georgia ao lado de seu carro Chevrolet.

— Caramba, Aly, está com pressa, né?— ela ri, surpresa. Eu forço uma risada e mordo o lábio.

— Também quero chegar em casa antes que anoiteça— dou de ombros, a primeira desculpa que me vem à mente.

Nós duas entramos no carro e eu quase fico preocupada com os olhos vermelhos da minha amiga, antes que ela coloque outro cigarro na boca.

— Está doida?!— eu dou um tapa no seu braço e o cigarro de maconha cai no seu colo.

— Ei.

— Minha mãe vai sentir o cheiro disso a um quilômetro. Não fuma agora, por favor.

— Tá bem, sem estresse— ela ri abobalhada e eu a obrigo colocar o cinto de segurança antes de sairmos do estacionamento— E aí, o que de tão importante tem que ser feito em Port Angeles?— ela pergunta, concentrada na estrada.

Coloco a unha entre os dentes e a mastigo. É meu tique ansioso, fazia tempos que eu não roía minhas unhas...

— Tenho que ver alguém.

— Edward está em Port Angeles? Olha, se eu virei a motorista do sexo, eu vou cobrar. O caderno não é o suficiente para pagamento.

— Não é o Edward.

— Uh, que vadia— a cacheada se diverte e eu ligo o rádio, procurando por uma música legal só para que o assunto saia de mim. Não vou saber o que fazer se ela me encher de perguntas. Por mais que esteja um pouco chapada, ela pode perceber que tem algo errado.

Por uma hora inteira, finjo que estou animada só para entreter minha amiga. Nós ouvimos músicas animadas e cantamos juntas, totalmente desafinadas. Georgia dança no banco sensualmente, dirigindo despreocupada e pisando no acelerador quando saímos de Forks. O ar gelado do entardecer beijava meu rosto e jogava meus cabelos para trás. Era uma sensação gostosa, ouso dizer que fiquei tranquila. Era só mais um dia normal e acabaria como mais um dia normal.

Quando chegamos em Port Angeles, Georgia abaixou o volume e diminuiu a velocidade.

— Para onde?— ela perguntou, com um sorriso no rosto.

— A loja do Greg.

— Quem?

— Desculpa, o pedófilo— é claro que ela ficou surpresa.

— É meio da semana, Alysson, por que você quer beber?

— Eu não vou beber. Só... vamos, por favor.

Deixando a animação de lado, Georgia obedeceu, seguindo seu rumo para a adega que nós já vimos tantas vezes.

— O que...?— ela se inclinou e seus peitos roçaram a buzina. Nós duas estávamos vendo a mesma coisa. Antes de chegarmos a estacionar, vimos as faixas de polícia isolando o estabelecimento pútrido. Georgia parou o carro no meio da rua, tão aturdida quanto eu— O que será que aconteceu?

Um frio subiu pela minha espinha.

— É coincidência— eu disse para mim mesma— Só pode ser coincidência.

— Do que está falando?

Eu desço do carro e me aproximo do vidro da loja apagada, tentando enxergar algo. Obviamente não vejo nada além de estantes de bebidas.

— Alysson, o que você está fazendo?

Não é porque eu sonhei que ele morreu que ele está morto. Ele pode estar fora da cidade por mil e um outros motivos. Ele não morreu, deve ter sido assaltado ou coisa do tipo. E, se morreu, não foi porque alguém tomou todo o seu sangue. Ele era meio velho, pode ter tido um enfarte, ou uma doença agiu rápido contra seu organismo.

Ele está bem, tem que estar. Porque se não estiver...

— Alysson? Alysson!— Georgia me chamava, mas minha ficha ainda estava caindo. A loja não havia sido vandalizada, não tinha nada fora do lugar ali.

A próxima é você, Alysson.

A próxima é você.

Ele não está morto. Sua garganta não foi dilacerada. O meu pesadelo não tem nada de real. Sugadores de sangue não existem, são mitos, cultura, entretenimento. Criaturas inventadas. Começo a bater no vidro.

— Greg! Greg!— eu grito.

— Alysson, mas o que você está fazendo!? Entra no carro, garota!— Georgia gritou e recebeu uma buzinada de um carro que apareceu atrás do seu— Merda! Espera aí!

— Greg!

— Alysson, entra logo no carro!

— Sai do meio da rua!— berrou o dono do carro de trás.

— CÊ TÁ MORRENDO, SEU FODIDO!?

— GREG!

— Mas o que é que está acontecendo aqui?— perguntou uma senhora, aparecendo na janela ao lado da adega. Ela não parecia muito feliz comigo ou com as buzinas.

— Senhora, senhora— me aproximei da mais velha— Sabe dizer o que houve com o dono desse estabelecimento?

— Como sei!— ela disse, deixando que um gato escapasse de sua casa para a rua— Ele foi encontrado morto no Halloween, velho desgraçado, nem sabem o que aconteceu, algum doente dilacerou o pescoço dele....

Uma buzina alta e longa interrompeu nossa conversa.

— ALYSSON!— Georgia gritou comigo, nunca a vi tão irritada— Entra no carro agora!

Eu corri de volta para o carro e Georgia saiu em disparada, entrando em uma rua qualquer só para sair do caminho do homem estressado que estávamos barrando.

— Mas o que foi que deu em você? Caralho, Alysson! Se aquele cara desce do carro, nós duas apanhamos!— ela bateu no volante e eu me encolhi em seu banco, as mãos tremendo enquanto eu colocava de volta o cinto de segurança. Minha visão ficou embaçada e eu apertei os olhos, respirando com dificuldade.

— O Greg morreu. Ele tá morto— digo, passando mal. Georgia para de me fuzilar com o olhar um pouco.

— Cara... que merda.

Ela não dirigiu nem por mais duas quadras quando eu pedi para ela parar. Encostamo-nos no meio fio, eu abri a porta e me inclinei para fora, vomitando o meu almoço. Georgia passou a mão nas minhas costas enquanto eu chorava com a ardência em minha garganta.

— Meu Deus, você precisa ir no médico, tá estranha desde ontem...

Sacudo a mão em negação e tusso algumas vezes, antes de voltar a vomitar. Quando terminei, afundei-me no banco, sentindo-me zonza.

— O que está acontecendo, Alysson?— minha amiga segura minha mão, preocupada. Evito olhar em seus olhos e balanço a cabeça.

— Podemos ir pra casa, por favor? Eu quero ir para casa.

Mesmo sem entender nada, Georgia assentiu. Não falamos no caminho de volta, não ligamos o rádio. Eu encostei a cabeça na janela e tentei assimilar, tentei fazer com que as coisas fizessem sentido. Queria racionalizar tudo. Eu só posso ter ficado muito louca.

— Aqui, amor— Georgia se dobrou na minha direção para abrir o porta luvas, pegou uma caixa de chicletes e os ofereceu para mim. Forcei um sorriso para ela e aceitei o doce de bom grado. Aquela uma hora parecia estar durando sete. Eu passava mal e não sabia o que fazer enquanto minha mente vagava as possibilidades. As árvores corriam ao nosso redor sem que a gente saísse do lugar.

A próxima é você.

Eu tenho tanto medo de morrer.

Isso não é real, não pode ser. Não pode.

Quando finalmente estávamos chegando em Forks, atravessando a zona da reserva, eu fiquei olhando a janela, admirando o sol se pondo. Podia ver a praia a alguns quilômetros. Georgia tocou a minha coxa para chamar a minha atenção.

— Amiga— ela disse, mais calma. Me senti péssima por ter colocado a garota naquela situação mais cedo, foi realmente perigoso abusar da paciência do homem desconhecido— O que está acontecendo contigo, de verdade?— ela me olhava com atenção. Mais do que poderia dar, estando dirigindo.

— Eu...— meus olhos foram para o para brisa e eu percebi um homem parado no meio da pista. Georgia estava indo rápido demais, poderia acabar o matando— Georgia, cuidado!— gritei, apontando para frente.

Tudo aconteceu muito rápido em seguida. Georgia pisou no freio e virou o volante com o susto, fazendo o carro derrapar de lado por uns metros até, finalmente, capotar. Não sei quantas vezes o carro capotou, bati a cabeça na janela e minha visão ficou totalmente escura por uns segundos.

Silêncio absoluto.

Abri os olhos lentamente, zonza. O mundo estava de ponta cabeça e todas as janelas foram destruídas. Senti o gosto metálico de sangue e olhei para Georgia, que estava apagada e com os braços para cima — ou seria para baixo?

— Amiga?— chamei, cuspindo um pouco de sangue. Se eu ficasse de ponta cabeça por mais um segundo, ia explodir, mas tive medo de soltar o cinto. Estiquei a mão para tocar Georgia. Os olhos dela tremeram sob as pálpebras e seu air bag foi acionado, esmurrando o rosto dela. A cacheada ficou inconsciente outra vez— Amiga— belisquei seu braço. Não sabia o que fazer, minha cabeça está doendo.

Olhei através do para brisa, agora totalmente rachado, e minha visão turva reconheceu um par de botas caminhando lentamente na direção do carro. Na minha direção. Não sei porquê, me apavorei. Eu sabia que aquilo tudo tinha sido proposital. Tenho que fugir. Agora.

— Georgia!— chamei, alarmada e tentando solta meu cinto emperrado— Georgia!— gritei. O homem com aquelas botas de coturno não parecia ter pressa para nos alcançar— GEORGIA!— ladrei e a loira continuou molenga, o air bag cobrindo seu rosto. Não sabia o que era mais apavorante, estar de ponta cabeça ou presa por uma porcaria de um cinto.

Ele nos alcançou e hesitou na frente do carro, aumentando a minha agonia, esticando o suspense. Por fim, ele se abaixou, colocando um joelho sobre os cacos de vidro na estrada sem dar a mínima. Ele era tão lindo quanto nos meus pesadelos. O moreno sorriu, inclinando a cabeça de lado, os olhos escuros cintilaram de desejo ao se encontrarem com os meus. Apertei o cinto com força e coloquei uma mão no teto.

— Olá, querida— ele se abaixou mais um pouco e se aproximou. Com um movimento suave da mão, ele destruiu o vidro rachado que nos separava e eu fechei os olhos com força, com um medo tolo de que algo entrasse no meu olho.

Algo pior está prestes a acontecer com você, eu pensei. Ele esperou até que eu abrisse os olhos novamente, aí se aproximou e se aproximou. Ficou com o rosto a um palmo de distância do meu. Eu devia estar roxa, todo o meu sangue no cérebro.

— Você sabe meu nome.— ele diz com um sotaque britânico muito suave. Quase imperceptível.

— Dexter— sussurrei, meus olhos queriam saltar da minha cara e minhas lágrimas iam parar na minha testa. Ele ficou satisfeito com a resposta e se aproximou mais, aqueles olhos negros me despindo.

— Muito prazer, amor— ele apertou seus lábios frios contra os meus e eu quase vomitei de novo. Foi rápido, um selinho de nada, mas ainda foi eterno. Enchi-me de repulsa e tentei afastar o rosto dele, mas o rapaz segurou minha mão. Meu sangue foi parar nos seus lábios e ele passou a língua, degustando. Sua risada baixa me arrepiou.

— Vai se foder.

— Ah, isso não é muito educado— cuspi na cara dele, salpicando seu rosto angelical de vermelho. Ele fechou os olhos por um segundo longo— Se faça de corajosa o quanto quiser. Ainda sinto o cheiro do seu medo, querida.

Novamente, ele hesitou. Ficou congelado e olhou para trás como se tivesse ouvido algo. Então, desapareceu.

Eu sequer havia piscado e ele sumiu! Sem pensar nem por um momento cogitar que ele poderia estar blefando, voltei a investir contra o botão do cinto. Continuava emperrada. Sacudi o braço de Georgia.

— Amiga, por favor, acorda!— implorei e a garota mexeu os braços.

Um barulho alto do meu lado me arrancou um grito e quando vi, a porta havia sido arrancada. Eu não fazia ideia de como. Gritei e esperneei quando braços me agarraram, rompendo meu cinto e me tirando de debaixo do carro, vi a porta do lado de Georgia ser arrebentada também. Bati em quem me resgatava até meus pés encostarem o chão.

— Alysson, sou eu!— aquela voz me arrepiou e não foi do mesmo jeito que a voz de Dexter. Meus olhos encontraram os de Edward. Como ele havia chegado ali? Como sabia onde eu estava? Eu nem consegui me concentrar nestas perguntas, porque o sol estava tocando a lateral de seu belíssimo rosto preocupado e ele brilhava. Era como se sua pele fosse feita de diamantes. Ele brilha. Porra, ele brilha. Edward passou a mão nos meus cabelos e eu soltei um soluço.

— O que está acontecendo?— perguntei-lhe com o coração na garganta.

— Me desculpa por isso— ele apertou meu ombro e eu me encolhi de dor.

— Edward...— eu murmuro e minhas pernas falham. Eu sou entregue à escuridão.

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NOTA DA AUTORA:

Se quiserem uma ajudinha para visualizar, eu imagino o Dexter como o Hero Fiennes!

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