Intervalo com os Cullen
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Demorei?
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— Se sente conosco hoje— Alice me convidou, mal tínhamos saído da fila do almoço na hora do intervalo.
Era uma armadilha, eu sabia que era. Só podia ser.
— Vem!— ela acenou novamente, animada. Troquei olhares com Lindsey e a loira deu de ombros, apoiando e incentivando a minha partida para outra jornada. Eu sei que mais tarde ela vai cair matando sobre mim, querendo saber de cada sílaba que sair de nossas bocas.
— Hã, está bem, claro— eu assenti, segurando a bandeja com meu almoço. Ou melhor com minha salada sem tempero. Não sabia o que esperar disso. Ainda estou morrendo de vergonha por todos eles saberem que eu estive na sua casa e que tive... o meu momento com Edward. Mordo o lábio e fico relutante.
— Muito obrigada por emprestá-la!— a Cullen disse para a minha melhor amiga.
— Sem problema, desde que ela volte para a sua verdadeira dona— Lindsey sorri e dá um aperto no meu braço, me lançando uma piscadela.
— Obrigada pela parte que me toca— faço careta e West se afasta, acenando para a Cullen. Nós duas desviamos do meu caminho de sempre. É estranho sair da minha rotina, quer dizer, eu almoço com meu amigos desde sempre, é errado deixá-los mesmo que só dessa vez. Até o ar do outro lado do refeitório é diferente.
Olho para trás e Peter Kyle está espiando tudo com atenção, fazendo com que os outros nos notem também antes que Lindsey sequer tenha chegado à mesa para contar. Quem dera fossem os únicos nos olhando, mas vamos ignorar o resto da plateia.
Georgia gesticulou para que eu ajeitasse os peitos e eu virei a cara logo em seguida, fazendo uma careta.
Que vergonha, que vergonha, que vergonha, eu fico pensando enquanto enrolo, dando passos curtos. Em segundos, irei me sentar com os Cullen. E todos já estão com os olhos em mim.
— Acho que já passou da hora de ter uma conversa digna conosco, você não concorda, Aly? Posso te chamar assim?— a vampira baixinha saltitava na minha frente feito uma criança hiperativa. Meus ombros estão tensos.
— Claro, e eu posso te chamar de Lili?
— Não só pode como deve!— seu semblante se iluminou mais ainda— Lili— repetiu, degustando do apelido— Eu adorei!
Mais cinco passos e nós já havíamos chegado no nosso destino. Lá estavam eles, todos me encarando como se fossem filhos de Afrodite, exercendo uma beleza delicada e avassaladora ao mesmo tempo. Poderia ficar dias admirando cada um deles sem deixar de me impressionar.
— É... Bom dia!— eu perdi o fôlego e tão desajeitada me senti sob seu holofote, quase roubei o lugar de Alice ao lado de Jasper. A vampirinha segurou meus ombros e me colocou entre ela e Edward.
— Não se preocupe— ela disse, ficando na ponta dos pés só para poder alcançar o meu ombro— Nós não mordemos.
Seus irmãos sopraram risos fracos e eu recolhi os lábios, encarando-a por cima do ombro.
— Muito cedo?— ela sorriu, mostrando-me os dentes. Franzi o nariz e sacudi a cabeça.
— Um pouco, sim.
— Ok, vou tentar de novo mais tarde. Agora sente-se— ela empurrou meus ombros para baixo e, mesmo se eu quisesse, não seria capaz de resistir contra sua força. Uau, pensei, olhando para aquela criatura miúda sem saber encaixar a sua força no seu corpo. Ela se sentou do meu lado com a delicadeza de uma princesa e eu esbocei um sorriso educado para Jasper, Rosalie e Emmett, antes que meus olhos se encontrassem com os de Edward, fechando o circulo ao meu lado.
Eu tentei ignorar o frio na barriga quando ele sorriu para mim.
— Olá, senhorita.— ele cumprimentou, cortês.
Penso na noite passada quando ele veio me visitar e que ele não estava mais lá quando acordei pela manhã. Pareceu um sonho, mas eu sei que foi real. Eu sei que ele queria me ver ontem. Talvez também queira me ver hoje.
— Oi— respondi baixinho. Quase me esqueci da presença dos seus irmãos, absorvida pelo charme de Edward.
— Isso vai ser interessante— Jasper comenta. Sua voz me tira do transe e enquanto me recupero, Edward troca nossas bandejas. Fico intrigada com sua atitude, só que não o corrijo. Sua bandeja estava muito mais atrativa com um prato de comida de verdade.
— Você não vai comer nada?— perguntei-lhe inocentemente.
— Nós não comemos nada feito pelo homem— ele franze o nariz— Fede e tem o gosto pior ainda.
Uni as sobrancelhas.
— Teve um dia...
— Tivemos que fingir porque você estava prestando atenção.— ele explica, passando a mão no topete.
— E por sinal, obrigado, foi uma experiência terrível— Emmett disse para mim do outro lado da mesa. Se ele quer convencer alguém de que é humano, não vai dar muito certo ficar só de regata nesse frio.
Se bem que ele tem mesmo cara de exibido.... não fale nada para ele, pedi para Edward, lançando lhe um olhar de esguelha.
— Ah, me desculpe eu não...
— Ignore-o, Emmett é uma máquina de implicância, se der corda, vocês ficarão nessa por horas e horas— Edward me aconselha e eu assinto, começando a comer. Não sei para onde olhar ou o que fazer, por isso, me concentro somente no prato de macarronada e almôndegas à minha frente por uns longos segundos como se estivesse morrendo de fome.
Felizmente, o constrangimento que pensei que me esmagaria durante esse almoço desaparece feito um passe de mágica e de repente estou tão confortável como sempre estive perto dos meus melhores amigos.
Não sei de onde veio aquela confiança, mas não reclamei. Ergui os olhos enquanto comia uma almôndega e meus olhos encontraram os de Rosalie.
— Imagino que vá ser um jeito estranho de começarmos nossa primeira conversa, mas...— cubro a boca com a mão e termino de engolir a almondega— Vocês tem problemas com crucifixos?— quis saber, mais para deixar o clima mais leve do que qualquer outra coisa. Emmett e Alice riram.
— Ah, sim, morro de medo de dois paus juntos— Emmett zomba.
— São uma boa decoração— Rosalie dá de ombros, evitando me encarar ao abrir e fechar a tampa de seu M&M— E Carlisle é bastante religioso.
— Estacas de madeira também não fazem nem cócegas— Edward disse antes que eu precisasse continuar.
— Claro, imaginei isso depois que você se jogou de uma janela sem sofrer nem um arranhão.
— E nós não queimamos no sol.— Alice acrescenta e eu me lembro do dia do acidente outra vez, focando no momento em que vi a pele de Edward cintilar feito uma joia rara sob a luz do sol. Voltei-me para ele.
— Você brilha!
O Masen faz careta e balançou a cabeça.
— Não é uma coisa da qual nos orgulhamos.
— Ah, fale por você— disse aquela massa de musculoso ao lado da loira mais bonita do mundo— Eu sou uma estrela, nasci pra brilhar.
— Só você acha isso.— Alice respondeu com a sobrancelha levantada. Emmett fez uma careta feia para a mais baixa e eu ri.
— Quem você era antes de ser transformado?— perguntei para Emmett, estreitando os olhos— Quer dizer, trabalhava com o que?
— Eu? Eu era um pescador e um caçador!— ele disse com orgulho.
— Hm, interessante— fiz-me de surpresa como se essas profissões não se encaixassem maravilhosamente bem com ele— Pensei que fosse um bobo da corte.
Talvez eu tenha ficado folgada demais e muito rápido, mas Jasper, Alice e Edward começaram a rir enquanto eu encarava seu irmão como se o desafiasse. Rosalie sorria, passando os olhos de um para o outro como se estivesse assistindo uma partida de ping pong. Foi a vez do Cullen cerrar os olhos para mim, um sorrisinho de canto estampado no rosto me dizendo que eu não sabia no que estava me metendo.
— Toma— Emmett pegou a garrafinha de água na sua bandeja, a deitou e a jogou na minha direção. Confusa, agarrei-a antes que ela caísse em meu colo— Acredito que vá precisar.
— Hã, por que?
— Fiquei sabendo que você fica com sede quando está perto do seu gatinho— ele abre um sorriso largo e meu rosto ferve como se eu tivesse enfiado a cabeça em um caldeirão. Edward abaixa a cabeça e mal consegue conter a gargalhada, inflando o ego do irmão paspalhão, eu o olho torto e coloco a garrafa na mesa com tanta força que a água treme.
— Edward— reclamo e ele se debruça na mesa, escondendo o rosto nos braços. Seus ombros sacudindo denunciavam seu divertimento.
Olhei ao redor, Alice e Jasper viraram o rosto, rindo discretamente e Rosalie baixou o olhar com um sorrisinho pequeno estampado em seus lindos lábios. Olho feio para Emmett Cullen que ergue o queixo e me desafia com seu sorriso.
— Não gostei de você— concluí.
— Isso é impossível— ele rebate— Eu sou adorável.
Alice apoia o braço no meu ombro, risonha, e se inclina na minha direção.
— Você ainda vai odiá-lo— a vidente afirma com muito bom humor.
— Não se preocupe— Jasper emenda— Não é a única, ninguém o suporta.
— Para com isso, Senpai, eu sei que você me ama.
— Nunca mais me chame assim, Emmett.
Eu não sabia onde me enfiar. Queria que Edward parasse de rir, então, fiquei o encarando com um bico emburrado até ele erguer a cabeça. Masen me olhou de rabo de olho, o que não ajudou muito nos batimentos do meu coração. Os olhos dele brilhavam enquanto voltados para mim.
Edward endireitou a postura, apanhou a garrafa, tirou a tampa e a ofereceu pra mim.
— Quer?— perguntou, provocando mais risadas na mesa.
Você está sendo ridículo, reclamei, cruzando os braços. Edward sorriu.
— E você está com sede.
Eu devo estar roxa, penso.
— Sim, você está.— ele concorda
— Vá se ferrar— reclamo e exclamações debochadas de surpresa ecoaram pela mesa.
— Ela levou para o lado pessoal!— zombou Emmett.
— Deixe-a quieta, Emmett— disse Rosalie, olhando para o resto do refeitório entre Alice e eu.
— Eu deveria? Ela que começou! Ah, eu vi e adorei as pulseiras que você fez, ursinha— devolveu seu namorado em tom provocativo. Rosalie revirou os olhos e o empurrou para o lado com o ombro.
Não entendi o que aconteceu.
— E pensar que teremos muitos mais momentos assim— Lili sorriu, satisfeita com a perspectiva. Lembrei-me de qual é seu dom e a curiosidade falou mais alto do que a vergonha que eu estava sentindo.
— Como vai ser meu futuro?— queria saber. Ela me olhou, depois para Edward por cima do meu ombro e para mim de novo sem que seu sorriso deixasse seu rosto. Alice olhou no fundo dos meus olhos como se fosse capaz de enxergar absolutamente tudo.
— Ele vai ser muito romântico.
Não sabia o que aquela resposta significava exatamente, mas soava bem. Parecia uma promessa boa, como se eu não precisasse temer o que viria a seguir. Soltei um suspiro aliviado e meu ombro se encostou com o de Edward. Nós nos olhamos e ele já não sorria mais, parecia pensativo. Queria saber o que estava passando na sua mente. Fiquei encostada nele até o intervalo acabar.
Quando o sinal tocou, Rosalie me deu seu M&M e se afastou como se não tivesse acontecido nada.
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