
Hoje não
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Edward veio me buscar para me levar para o colégio no dia seguinte. Ok, eu pensei com meus botões, não tem nada de extraordinário nisso. É uma carona. Ele vai me dar uma carona e nós vamos agir normalmente depois da noite que passamos no meu telhado e das palavras tão românticas que trocamos. Ele me disse que é meu e tá tudo bem com isso.
Óbvio que eu estou super tranquila e normal depois de ontem. Não acho que foi um sonho nem coisa do tipo. Não foi um anjo que me fez carícias, foi Edward. O meu Edward.
Falando assim, dá pra entender que eu congelei assim que saí de casa e vi o carro dele parado à minha porta ao invés do de minha melhor amiga? Ele não saiu do veículo, uma atitude que achei louvável já que minha mãe estava levantando e ela teria um surto sem igual se me visse entrando no carro de um rapaz.
Sem ter tempo para ficar ali, estagnada e abobalhada, apertei o passo e entrei no volvo prateado jogando minha mochila aos meus pés, e, útil como sempre, Edward arrancou com o carro assim que coloquei o cinto, tal como se estivéssemos sendo perseguidos pela polícia depois de assaltar um banco de segurança máxima.
— Bom dia, senhorita.
Nós nos olhamos e ele sorriu, virando o rosto ao reconhecer nos meus pensamentos o quanto eu estava nervosa e que minha situação só iria piorar se ele continuasse me olhando. Afundei no banco e senti meu rosto se acender.
— Não diga uma palavra.— resmunguei, tentando me recompor.
Ele passou um zíper imaginário no seu sorriso presunçoso e jogou a chave imaginária na minha mão quando lhe estendi a palma.
Apoiei o cotovelo na janela e cobri o meu próprio sorriso, tendo que, logo em seguida, trancar o riso. Ele me colocou num risco danado vindo me buscar sem aviso prévio!
Edward estalou os dedos para chamar minha atenção e apontou para a própria boca. Eu sabia que ele só queria me dar uma resposta, mas fingi confundir os sinais. Afrouxei o meu cinto e me inclinei em sua direção, dando-lhe um selinho bem rápido, com pressa para não cobrir sua visão da estrada. O sorriso de Edward cresceu, iluminando seu rosto sobrenatural e lindo.
— Não foi o que eu...
— Eu não te dei a chave, dei?— questiono sacudindo a mão fechada que segurava a chave do zíper na sua boca.
Edward pegou minha mão — com a sua enluvada — e a abriu com facilidade, entrelaçando nossos dedos. Por mais que nossas peles não se tocassem, senti um frio subir pelo meu braço e fiquei hipnotizada por aquele contato. Encarei aquele encaixe e o adorei. Com a mão livre, segurei seu pulso, infiltrando a ponta dos dedos por dentro da manga de sua blusa para que houvesse aquele choque térmico que ele havia tido o zelo de evitar.
— Eu sou muito frio— ele disse em tom de lamento, segundos mais tarde. Ergui o olhar e mirei aqueles olhos que ficavam cada vez mais escuros. Em breve ele vai se ausentar para poder se abastecer. Ontem finalmente entendi porque seus olhos nunca ficam da mesma cor por muitos dias a fio. Quanto mais escuros estão, mais sede eles tem, ele me disse. Só há um fio de ouro ali.
Fiz carinho em sua pele. Do que quer que ele fosse feito, conseguia sentir algum poder me ameaçando bem sutilmente.
— Tudo bem— eu disse e sorri— Sou quente o suficiente por nós dois.
Edward levou as costas de minha mão para os seus lábios e deixou um beijo ali. Seus olhos estavam fixos nos meus e ele sequer piscava. Me ocorrem lembranças e pensamentos impuros que luto para abafar.
— Você é linda.— sussurrou contra minha pele.
Revirei os olhos como se seu elogio e seu olhar admirado não tivessem feito meu dia.
— Olhos na estrada, vampirão. Já sofri acidentes o suficiente para todas as suas vidas.
Edward soltou uma risada gostosa e balançou a cabeça. Não nos falamos de novo até chegarmos no estacionamento do colégio. Quando o carro parou, pensei em como era estranho não ir para a vaga ao lado da secretaria, como sempre.
— Deve se acostumar com isso.— o telepata me diz.
— Isso é uma ameaça?— pergunto, erguendo a sobrancelha. Ele comprime os lábios e faz uma careta pensativa.
— É. Talvez.
Balanço a cabeça e tiro o cinto de segurança, pronta pra levar minha mão à maçaneta, no entanto, sou impedida por Edward.
— O que?— eu franzi a testa quando ele segurou meu pulso.
— Não se mova— ele me responde e desce do carro sem que eu possa compreender o motivo por trás de sua ordem. Espero pacientemente enquanto o rapaz dá a volta pela frente para vir para a minha porta. Tenho vontade de rir quando ele a abre para mim e me estende a mão de forma cômica. Puxo minha mochila para o ombro e aceito sua ajuda, ainda que não seja necessária— Não estrague o meu momento de cortejo.
— Cortejo, hein?— arregalo os olhos e ele não solta minha mão mesmo quando tem que pegar sua mochila no banco traseiro do volvo. Eu não paro de sorrir e não tenho coragem de encará-lo porque sei que me apaixonarei perdidamente se o fizer— Não acha o seu método um pouco ultrapassado, senhor Masen?— com a mão livre, coloco uma mecha do cabelo atrás da orelha. Novamente, Edward entrelaça nossos dedos e joga o braço por cima dos meus ombros, puxando-me para si.
Passei a língua na bochecha, evitando sorrir demais.
— Acho que posso me adaptar aos cortejos de hoje em dia, você não concorda, querida?— ele provocou ao aproximar os lábios do meu ouvido.
Urgh! Isso é muito melhor do que senhorita.
— Está jogando baixo— resmunguei deixando o sorriso rasgar meu rosto de um canto a outro. Eu gosto tanto do contato dele.
— Eu já vou para o inferno mesmo— ele disse com absoluto deboche. O olhei torto, porém, fui ignorada. Edward sorria como se fosse o cara mais sortudo do mundo.
Procurei pelos meus amigos do outro lado do estacionamento e todos expressavam diferentes interrogações em seus semblantes, juntos no grupinho de sempre. Só faltava eu ali.
— Eles vão me comer viva— comento sem ter necessidade de me explicar. Lindsey, Candice e Peter estão com os olhos arregalados e as mãos erguidas como se perguntassem aos céus o que diabos estava acontecendo. Franklyn entrou na frente de Georgia antes que eu pudesse ver o que os dois poderiam querer me dizer, ficando de costas para mim. Uni as sobrancelhas em questionamento à atitude, mas talvez ele não tivesse me visto. Aceno na direção dos meus amigos e eles acenam euforicamente de volta. Pete gesticula para que eu o ligue mais tarde enquanto Edward finge não ver.
— Não, hoje não. Não no meu turno— Edward diz, levando-me em encontro aos seus irmãos. O quarteto fantástico acabara de descer do Jeep de Emmett e um flash inesperado veio de uma pequena câmera nas mãos de Alice. Pisquei algumas vezes, não estava nem um pouco preparada para uma foto.
— Bom dia pra você também, Lili— eu disse e Alice me arrancou dos braços de Edward, colocando-me entre ela e Rosalie, que sorriu para mim educadamente, mas com a cara de quem está de saco cheio de bancar a boazinha.
— Está vendo? Eu já tenho um apelido— gabou-se a vidente para a loira de beleza superior.
— Bom pra você.
— Bom dia, feita na China!— Emmett segurou minha mão e me sacudiu de um jeito que fez todos os meus ossos balançarem, sendo censurado tanto por Edward quanto por Jasper pela força. Dei meu melhor para disfarçar a dor na minha mão porque não queria estragar o bom humor de Eddie— Vai se sentar com a gente de novo hoje?
— Hã...— olhei por entre um pequeno espaço dos ombros de Jasper e Emmett e vi meus amigos conversando entre si. Nem faz tanto tempo que não nos falamos e eu já estou morrendo de saudade deles.
Mas só mais um dia não fará mal....
— É, claro— volto a me concentrar no rosto sorridente de Emmett e ele assentiu.
— Ótimo. Queremos saber mais de você, japinha. Qual sua cor favorita?
— Ah, essa é fácil. É rosa.
— Perfeito, você e Rosalie já poderão sair por aí combinando. A Barbie tradicional e a feita na China.
— Ok, nós podemos ir— Rosalie passou por nós arrastando Emmett consigo e eu ri. Edward voltou a me reclamar, colocando-me sob sua asa. Lili e Jasper caminharam calmamente ao nosso lado e eu me senti completamente confortável de novo. Eles são meus amigos. Eu sou uma deles.
— Ele nunca vai parar com essa de feita na China, né?— perguntei para Alice, abraçando de lado a cintura do meu Edward. Ela sorriu travessa e sacudiu a cabeça, agitando seus cabelos curtos e espetados.
— Pode dar uma surra nele por isso depois.
— Como eu poderia bater num vampiro sem me quebrar todinha?
— Vamos, parece que seu professor está estressado hoje, não vai querer se atrasar— Edward me puxou consigo para que eu apertasse o passo e eu fiquei intrigada com o que ele estava interrompendo só depois de ver que meu professor estava na verdade com muito bom humor.
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Eu não acho que posso dizer que inventei uma história para os meus amigos. Quer dizer... eu contei a verdade pra eles sobre o que andava acontecendo entre Edward e eu. Nós tivemos uns conflitos porque ele me deixa muito confusa, mas logo nos resolvemos. Eu omiti, é claro, tudo o que eles não precisavam saber, como por exemplo o fato de que eu tenho passado horas com vampiros e que tem um outro da espécie deles ansioso para sugar até a última gota do meu sangue.
Eles piraram e caíram de amores, óbvio. Se tirar o sobrenatural, só resta o romance. Minha história com Edward seria tão diferente.
— Ele disse que é meu— concluí com um sorriso— Ele é meu.
— O casamento vai acontecer!— Lindsey segurou minhas mãos e rodopiou comigo na sala de estar da casa dos Kyle, onde estávamos reunidos— Eu sabia, eu sabia, eu sabia!
Eu fui sequestrada. Tecnicamente, eu deveria estar passando esse final de tarde com Edward, no entanto, na saída do colégio, Candice e Peter me arrancaram dele, colocaram um capuz na minha cabeça e me jogaram no porta malas do carro.
Óbvio que não foi exatamente isso que aconteceu, mas foi como eu senti que aconteceu.
Eles queriam saber de tudo e a todo custo e eu tive que andar na corda bamba por umas boas horas até que se dessem por satisfeitos desse meu novo... relacionamento? Não sei se assim posso nomear.
— Sabia que ele era um bom garoto— Georgia elogiou— Ele é um pouco na dele, mas um bom garoto. Principalmente depois de ter pago nossa conta do hospital.
— Já que ele é rico, não só pode como deve se casar com ele. Vocês tem a minha benção, gata— emendou Candice, prendendo os cabelos ruivos em um coque bagunçado— E façam isso depressa, porque eu mataria pra ver Rosalie de vestido de gala.
— Ah, ela deve ficar muito gosto-
— Gente, sossega— interrompo Georgia— Não falem assim dela. Qual é.
— Uhh— elas riram— Defendendo a cunhada? Entrou de jeito naquela família, hein Aly!
Eu e Lindsey nos jogamos na poltrona perto da janela, a loira no meu colo me abraçava sem querer me soltar, alegava imensa saudade de mim. Eu a abraço de volta porque sinto o mesmo.
— Em minha defesa, declaro que sei que as mulheres são muito mais que objetos de desejo e fetiche— disse Candice com a mão direita erguida e a esquerda sobre o peito, como se estivesse fazendo um juramento em um tribunal— Eu as respeito e as amo com todo o meu coração e libido. Rosalie Hale acima de todas as outras.
Georgia a encarou balançando a cabeça.
— Você nunca vai superar ela.
— Tem como superar aquela deusa!?— Candice bateu nas próprias coxas depois olhou para o teto como se estivesse aflita e suplicando— Ai, papai do céu, brota na minha horta, por favor, por favor.
— Seja menos sapatona na minha presença, falou?— disse Pete, o gay mais homofóbico que conhecemos, sentado aos pés de Georgia e recebendo um afago nos cabelos da cor do fogo.
— Não enche, Peteroba— rebateu sua gêmea— Está com inveja porque eu teria mais chances com ela do que você jamais teria com Emmett Cullen.
— O seu rabo, sua degenerada!
A gritaria que se seguiu me arrancou boas risadas, mas uma presença que não era abalada pelo bom humor de todos presentes me intrigou. Franklyn parecia bastante fora de órbita o dia todo, e quando Lindsey se levantou do meu colo anunciando que ia no banheiro, ele saiu de fininho em direção a cozinha e eu decidi segui-lo enquanto a discussão dos outros três se voltava para a pizza que iriam pedir.
Quando cheguei lá, o Swan estava abrindo uma garrafa de cerveja na bancada de um jeito totalmente prático e rápido. Ele nem pareceu notar que eu estava ali na porta.
— Não é cedo para beber?— perguntei depois de assisti-lo dar o longo primeiro gole. O rapaz se voltou para mim e sorriu amarelo. Aquilo estava muito estranho. Frank só bebe quando todo mundo está bebendo.
Eu não me lembro de uma vez ver ele enchendo a cara sozinho, nem mesmo quando seus pais divorciados tiveram uma recaída e encheram-no de esperanças de que seriam uma família de novo. Ele ergue a garrafa para mim em cumprimento.
— Estou comemorando porque serei padrinho do seu casamento com Edward Cullen.
Por um momento tolo, quase corrigi o sobrenome, mas pude me impedir a tempo. Um sorriso bobo me escapou e eu me sentei na bancada dando um pulo. Franklyn baixou o olhar e se encostou no lado oposto.
— Ainda assim... vai beber sozinho?
— Estava com sede.
— Tem água.
Ele só deu de ombros em resposta e ficou quieto, os cachos caindo sobre os olhos. Uni as sobrancelhas e inclinei a cabeça para o lado.
— Você está bem, Frankie?
— Vocês ficam bem juntos— nós falamos ao mesmo tempo. Quando seus olhos encontram os meus, sei que algo que eu não vou gostar está por vir.
Não gosto dessa sensação.
— Acho que sim...— murmuro, um vinco profundo se formando entre as minhas sobrancelhas.
— Ele te trata bem?
— Ele é o maior cavalheiro.... Por que?
— Nada. Que bom. Você merece.
Nós ficamos calados e ele não mantém o contato visual. Respira fundo e olha pra cima como se estivesse algo o incomodando de verdade. Espero ele dar mais dois goles na cerveja.
— O que que tá pegando?
— Nada, já falei— ele sorri sem me olhar. Eu deslizo para fora do balcão e cruzo os braços.
— O que é que está te perturbando, Franklyn?— insisti.
— Caramba, Alysson, por que está pegando no meu pé?
— Porque você está estranho o dia todo!
— Pra você, eu sou estranho sempre, não é?
— Hoje você está mais do que o normal.
— Só não tô no clima, falou?— ele me deu as costas, ficando de frente para a pia e a janela. Lá se foi mais da metade da garrafa.
Fui para o seu lado encarar seu perfil, preocupada.
— No clima de quê, exatamente?
— Não quero falar disso, não com você.
— Por que não comigo?
Franklyn olhou nos meus olhos com certa raiva e eu dei um passo para trás, cautelosa. Ele nunca me olhou desse jeito.
— Você e Lindsey tiveram uma briga?— assim que termino de falar, sei que é bobagem. Se eles tivessem brigado, Lindsey não estaria tão tranquila. Eu conheço minha melhor amiga e sei que ela não esconde quando está magoada.
— Nós estamos bem— ele responde secamente, voltando os olhos pra janela.
— Então o quê!?
— É você!— ele sussurra, irritado.
Eu fico perdida.
— O que eu fiz?— olho para a porta, mas não tem ninguém ali. Frank revira os olhos castanhos.
— É irrelevante.
— Por que seria irrelevante?
— Porque falar disso não vai mudar nada. E eu não quero que mude alguma coisa.
— Fale comigo— exijo diante do silêncio que se segue.
— Me dá um tempo.— ele pede, impaciente. Eu dou um empurrão no seu ombro.
— Fala! O que foi que eu te fiz pra estar tão zangado comigo!?
— Eu não estou zangado com você!— ele larga a garrafa na pia, deixando-a cair e derramar o resto do seu líquido pelo ralo.
— Lin!— a voz de Peter grita da sala e nós dois paramos completamente, olhando para a porta. Continua não tendo nada ali— Vem me ajudar a escolher um filme, essas duas panacas não sabem o que estão fazendo!
— Já estou chegando pra te salvar, docinho— ela respondeu, risonha. O que quer que seja essa conversa que estou tendo com Swan, parte de mim sabe que ela não deveria estar acontecendo nas costas de todo mundo. Mas eu preciso entender.
— Então por que está zangado?
— Estou zangado porque eu amo você.— ele diz e arregala os olhos para mim— Satisfeita?
Ele ia se retirar, mas segurei seu braço com força antes que o fizesse, desnorteada.
— Espera, espera aí. Não pode dizer uma coisa dessas e sair andando!— sussurro em tom de urgência.
— Me deixaria sair se eu não falasse?
— Não. Não, não. Espera, isso deve ser um engano. Não. Eu ouvi errado. Eu interpretei errado.
— Alysson, não fode.— ele se solta de mim— Você sabe que eu sempre fui louco por você.
Engoli em seco e fiquei morrendo de medo de Lindsey nos ouvir. Tenho que resolver isso.
— Você não.... nós já... nós já superamos isso...
— Você superou porque eu não fui seu primeiro amor.— ele rebateu, balançando a cabeça.— Sempre foi você, Alysson. Pra mim sempre foi você. Então, por favor, me desculpe se eu não estou no clima pra comemorar seu namoro com seu precioso Edward Cullen. Me desculpe mesmo, mas eu vou lidar melhor com isso amanhã.
— Frank, eu não sabia disso... eu pensei que... pensei que fosse só uma paixonite boba. Eu sinto...
— Não me diga que sente muito— ele se vira para mim com uma seriedade que não estou acostumada a ver nele. Seus olhos encontram os meus de um jeito que meu coração estremece.— Só disse que te amo, não precisa fazer disso algo que precisa ser lamentado.
Sinto que isso é uma traição, me sinto péssima por ter uma conversa dessas pelas costas de Lindsey. Como vou olhar nos olhos da minha melhor amiga depois que o namorado dela me fala uma coisa dessas?
— Não devia falar essas coisas, a Lin...
— Eu amo a Lindsey.— ele me interrompe outra vez— Não se preocupe com ela. Não pretendo magoá-la ou deixá-la só porque não posso ter você, Alysson. Muito menos estou saindo com ela só para te atingir, eu não sou nenhum tapado e não vou parar minha vida por sua causa— lá me vem um tapa na cara e até o Swan para por um momento, umedecendo os lábios rosados— A coisa é que... eu sei que não adiantaria ficar te esperando. Você nunca sentiu o mesmo e eu não jogarei nas mãos do destino o meu futuro todinho sem saber o que vai acontecer entre nós ou se vai acontecer alguma coisa. Eu posso ser bobo, mas sei o que quero. E eu quero me casar logo, quero ter filhos logo e quero sair de Forks logo. Você não. Só que... não é porque eu não vou ficar te esperando, que não me machuca— eu me sinto destruída por dentro por lhe causar tal dor sem consciência.
Eu amo Franklyn, mas não desse jeito. Ele é um dos meus melhores amigos desde criança, eu nunca poderia desejar machucar seus sentimentos. Mas eu fiz isso ao considerá-los mais rasos do que eram.
Não podemos continuar aqui. Queria poder, mas Candice está perguntando por nós na sala.
— Sabe que eu desejo o melhor pra você, não sabe?— ele me pergunta. Seus olhos brilham, mas ele não vai deixar cair uma lágrima.
— Sim...— respondo, meio sem ar, meio sem jeito— Sim, eu sei.
— Eu só queria que o seu melhor fosse eu.
Então nós caímos num silêncio do qual nunca poderíamos nos recuperar. Eu sinto muito por ele, muito mesmo, porque nós somos uma história que nunca vai acontecer.
— Vou lidar com isso melhor amanhã. Não me peça pra fazer isso hoje.
Ele vai embora sem olhar pra trás e eu fico estagnada na cozinha me perguntando como diabos vou poder consertar isso.
NOTA DA AUTORA:
Daqui pra frente só para trás 😍
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