Fotos de presente
Foi bem divertido escrever esse capítulo.
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Não voltei para casa no final de semana, fiquei com os Kyle e embora eles não tivessem um quarto de hóspedes e seu sofá fosse duro, era melhor do que ficar em casa. Tudo o que eu pudesse fazer para ficar longe de minha mãe ultimamente, eu fazia. Não era muito difícil, para ser franca. Ela não vem atrás de mim nunca.
Quando acordei naquele sofá na segunda feira, não houve nada de diferente ou especial. Tomei um banho quente e me arrumei com Candice no quarto dela, antes de nos unirmos com sua mãe e irmão na cozinha para tomar café da manhã. Não falamos muito enquanto acordávamos, mas fiz questão de consolar a senhora Kyle com as seguintes palavras:
— Eu vou voltar para minha casa hoje, senhora, não vou mais perturbar por um tempo.
Ela me olhou, diferente dos filhos, seus cabelos eram castanhos e seus olhos eram verdes. Ela sorriu, coisa que faz muito, segundo suas linhas de expressão.
— Não me incomodaria se vivesse conosco, querida— ela respondeu e meu coração foi agraciado com orgulho. Sorri-lhe de volta.
— Nem a mim— Peter emendou— Podemos mandar Candice no seu lugar.
— Ninguém fica com o meu quarto, mas nem ferrando— a sua gêmea respondeu e levou um tapa na parte de trás da cabeça, além de ser obrigada a enfiar um dólar no jarro que já estava cheio.
Saímos de casa juntos, todos bocejando de sono e falta de vontade de viver. Sentei atrás e nós cantamos as músicas que tocavam na rádio o caminho todo até o colégio. Fiz minhas lições e ajudei Peter com as dele: é bom saber que não estou devendo nada em pelo menos uma parte da minha vida.
Foi um bom final de semana, acredito eu.
Candice estaciona e nós descemos do carro, sem pressa, colocando as mochilas nos ombros.
Olhei do outro lado do estacionamento e fiquei satisfeita por encontrar o volvo de Edward e ele próprio ao lado de sua irmã, Rosalie.
Queria ir até lá para lhe cumprimentar, queria puxar assunto mas o próximo passo tem que ser dele. Concordamos isso. Mas eu vou me cansar de esperar e não vai demorar muito.
Paro de encarar o Cullen quando ele e sua irmã entram na escola sem falar muito. Logo depois, Georgia vem para a nossa frente entrega um envelope para Candice, recebendo dinheiro em troca. Candice passa o envelope para Peter e lhe diz algo que eu não consigo ouvir porque tinha alguém gritando meu nome. Olhei na direção do som e me deparei com Lindsey e Frank caminhando lado a lado, ambos sorrindo bastante.
Peter se afastou e eu chamei Lindsey para que se aproximasse.
— Bom dia, Pucca— Georgia beijou meu rosto e eu ri.
— Que pacote misterioso é aquele, hein?— pergunto, Peter marcha para dentro do colégio e as garotas ao meu lado trocam olhares.
— Ah, as fotos que tiramos. Falei para o Peter entregar para o Edward Cullen— Candice responde, dando de ombros. O sinal toca no mesmo instante, chamando-nos para dentro.
— Você o que...?— eu quase perdi a voz, dividida se estrangulava minha amiga ou colocava fogo nela.
— Eu falei para o Peter entregar umas fotos suas para o Edward— ela hesita antes de colocar a garrafinha de suco de maçã nos lábios, a ruiva parece confusa com meu olhar mercenário contra ela— Que foi? Não foi para isso que tiramos aquelas fotos?
Eu gelei de dentro para fora, mas não fiquei parada, disparando pelo estacionamento feito uma doida para dentro do colégio. Comecei a correr pelos corredores atrás do meu ex melhor amigo com minha mochila batendo nas minhas costas de jeito desconfortável. Empurrei várias pessoas do meu caminho e com certeza minha atitude grosseira não melhorou seu humor em plena segunda de manhã. Não fazia ideia para que lado Peter poderia ter ido, mas por algum motivo eu fui na direção que eu sabia que ficava o armário de Edward.
Depois de algumas viradas, tropecei e me segurei na bolsa de um garoto do primeiro ano que foi direto para o chão, comigo amortecendo sua queda.
— Mas que porra é essa?— ele reclamou, mas fui eu que torci o pulso!
— Ai— resmunguei, tirando-o de cima de mim e levantando cambaleante. Ele tinha seus amigos para ajudá-lo a se levantar e eu nem olhei para trás ao despejar um pedido de desculpas. Voltei a correr e não foi difícil ver que não tinha ninguém próximo do armário de Edward Cullen. Estava começando a me desesperar, mas quem sabe Peter não o tivesse encontrado ainda?! Não tem como ele saber do horário do Cullen uma vez que não decorou nem o próprio!
Minhas pernas protestaram. Meus músculos estão ferrados por conta da agitação que tivemos no final de semana, mas eu tinha de forçá-los mais um pouquinho pois minha dignidade corre perigo. Reclamações me seguiam por onde quer que eu fosse e acredito até que fui censurada por um professor, mas isso aqui é questão de vida ou morte, porque eu não vou saber lidar com a vergonha se Edward ver qualquer uma das minhas fotos do dia do Halloween.
Merda, merda, merda! Como eu pude me esquecer desse detalhe?! Aquela desgraçada da Candice sequer mencionou algo a respeito de todas as quase 72 horas que passamos juntas!
Pareceu levar uma eternidade, mas quando os encontrei, ambos na frente da sala de química, quis morrer imediatamente quando Edward aceitou o envelope que Peter o entregou sem questionar e o Kyle o deixou sem mais nem menos. O Cullen saiu do caminho para que os outros alunos pudessem entrar na sala e abriu o envelope. Eu continuei correndo até ele, e o rapaz já tinha um monte de fotos nas mãos. Ele viu a primeira e sorriu.
Assim que o alcancei, estiquei-me para frente para arrancar as fotos de suas mãos, no entanto, ele foi mais rápido e as tirou da frente. Nós nos encaramos pela primeira vez em um tempo e eu me apoiei na parede, sem fôlego. Seus olhos estavam claros novamente. Uma insinuação de sorriso debochado no canto dos seus lábios.
— Olá, estranha— ele cumprimenta com o envelope acima do ombro. Dou outra investida e Edward esconde a mão atrás de si— O que está fazendo?
— Isso... isso não é seu!— ofeguei e passei a mão nos cabelos, jogando-os para trás.
— Foi um presente endereçado à mim, então, acredito que seja meu— ele replicou, eloquente.
Inflei as narinas e balancei a cabeça.
— Não, não é seu, meus amigos queriam.... fazer uma pegadinha... comigo, não é seu! É meu!
Seu sorriso desafiador cresceu.
— Não. É meu, sim— ele teimou. Joguei os braços ao seu redor, querendo pegar o envelope e Edward se inclinou para trás, erguendo a mão acima da cabeça. Agarrei sua blusa e fiquei na ponta dos pés, tentando a todo custo alcançar sua mão, mas minha altura não colaborava. Ele se divertia, olhando-me de cima— Não podemos nos falar, mas podemos roubar as coisas um do outro?
— Não estou roubando nada, Cullen! Isso não é seu!— disse, emburrada, e meu rosto esquentou ao saber que tínhamos uma plateia para nos ver. Sim, eu estou desesperada, vocês já viram o suficiente!
— É meu, sim!— ele devolveu, soltando-se de mim com facilidade. O Cullen ficou de costas para mim e começou a folhear as fotos. Pude ouvir sua risadinha. Sem o menor escrúpulo, pulei nas suas costas, pendurando-me em seu pescoço e Edward girou comigo, rindo e segurando meu braço com a mão fria para que eu não alcançasse as fotos. Pude ver aquela que eu tirei segurando meus peitos acima de todas e quase explodi— Ah, olhe só isso...
— Me dê isso aqui!— puxei seus cabelos acobreados e Edward sacudiu a cabeça sem demonstrar dor alguma.
— Nunca!
— Eu vou te morder!
— Não faria isso se fosse você, Aly.
— MAS O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!— gritou uma voz autoritária. Edward parou de rodar e eu desci de suas costas em um pulo, ofegando. Tentei pegar o envelope quando ele encarou a professora, mas, novamente, ele foi mais rápido, metendo-o nas costas e o escondendo sob as suas blusas. Como se eu fosse ter medo de meter a mão ali, faria isso até sem precisar, resmunguei em pensamentos e o Cullen trancou o riso— O que é que os dois pensam que estão fazendo?— a professora de química perguntou, aproximando-se de nós, irada.
Não podia arriscar que minhas fotos "provocativas" acabassem nas mãos de alguém do corpo docente, por isso, menti.
— Estávamos apenas brincando, professora— fiz bico e minha melhor cara de santa.
— É. Brincando.— o tom dele não colaborou.
— Que brincadeira mais ousada é essa!?— continuou a professora— Acham divertido montar nas costas um do outro com o risco de machucar outros alunos? Quanta irresponsabilidade e vulgaridade logo cedo, vocês, casais jovens, não aguentam um minuto sem ficar se atracando pelos cantos?
Edward e eu trocamos olhares, nós não estávamos nos atracando com malícia, que diabos foi que ela viu? Acho que pareceu que eu estava tentando matar ele enforcado, nada além disso.
— Professora, nós não....
— Sem mais uma palavra!— ela interrompeu Edward. Parecia evitar olhá-lo e eu não entendi o porquê. Me veio a ideia de que ela se achasse fraca demais para olhá-lo, como se fosse deixar o assunto de lado se ele falasse com ela com aquele jeitinho encantador que só ele tem— Os dois ficarão de detenção depois da aula e não se fala mais disso!
Quis começar a protestar, mas Edward arregalou os olhos para mim e balançou a cabeça. Cerrei os dentes e os punhos, irritadíssima.
— Farei isso ou chamarei os seus pais, o que prefere, senhorita Choi?— ela me pergunta ao perceber a minha cara de bunda. Baixei o olhar e tentei relaxar o rosto. Qualquer coisa. Eu faço qualquer coisa se não contar disso para a minha mãe. Nosso público não importa, eu pensei, só não deixem minha mãe saber— Venham até minha sala depois que todas suas outras aulas acabarem. Dispensados!— ela gritou para o resto dos nossos telespectadores. Olhei de canto para Edward e ele não me encarou de volta, seguindo a professora para dentro da sala.
Quando fiquei sozinha no corredor, esperneei e bati os pés feito uma criancinha. Passado o surto, fui correndo para a minha aula sem saber quem eu quero mais matar: meus amigos, Edward ou eu mesma.
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