Capítulo 8
Tudo voltou ao normal, ou o mais normal que minha vida pode estar. Foquei no trabalho o máximo que pude, isso foi bom. Me fez distrair a cabeça o suficiente para não pensar no Adrien. Pelo menos enquanto ele não aparece no ateliê. Soube que está em uma campanha e que provavelmente vai demorar para surgir aqui. Espero que ele fique ausente o tempo necessário para que eu o esqueça completamente. Para não sentir nada quando voltar a vê-lo. Essa parte vai ser difícil, mas farei o meu melhor.
Agora estou morando em uma kitnet, mas não posso reclamar. Já estava mobiliada com tudo o que preciso e o valor é acessível. Além de ficar razoavelmente próxima de onde trabalho.
Hoje é minha folga e como Alya ainda está fora, pretendo passar o dia todo sem fazer nada útil para a sociedade. Talvez faça alguns esboços, mas de resto será apenas eu e o sofá.
Faço um pedido no delivery e ligo a televisão, disposta a ter um pouco de paz. Em menos de quinze minutos alguém bate à porta, não pode ser o pedido tão rápido. Pode? De qualquer forma, levanto para verificar pelo olho mágico. Então minha respiração acelerar. É Adrien. Com um capuz sobre a cabeça, mas posso ver seus cabelos loiros escapando da blusa e os olhos verdes que parecem aflitos.
— Mari, sei que está aí. Precisamos conversar — Ouço sua voz e estremeço.
— Vai embora — escapa, mas eu me arrependo imediatamente.
— Mari… — sussurra, o tom baixo e impreciso.
Destranco a porta, mesmo ciente de que vou me arrepender de tê-lo feito.
— O que mais você quer, Adrien? — esbravejo quando ele está parado diante de mim.
Apesar da simplicidade das suas roupas, Adrien continua lindo. Como se fosse possível esquecê-lo com facilidade. Eu sou uma idiota iludida.
— Eu quero me explicar! — exclama, puxando o capuz da cabeça — Quero poder esclarecer o mal entendido entre nós.
— Não tem o que esclarecer — rebato, exasperada.
Estou vestindo um pijama de unicórnio minúsculo, meu cabelo está preso em um coque alto sem glamour e verdadeiramente não queria que Adrien me visse dessa forma. Tão vulnerável e…
— Por que você é tão teimosa? — Ele dá um passo em minha direção.
Eu cambaleio para trás.
— Quer saber? Eu odeio como você faz eu me sentir forte e fraca ao mesmo tempo, carente, necessitada de você... Odeio me sentir assim! — despejo, sem poder controlar minha língua.
— E eu odeio como você sempre quer ter razão, como tudo que envolve você me deixa louco... como se eu não conseguisse raciocinar quando o assunto é você... Eu estou exausto de tudo isso — balança a cabeça. — Eu te amo, Marinette. Sempre amei e estou cansado de lutar contra esse sentimento. Estou cansado de tentar te esquecer, se tudo me lembra você.
— Adrien — sussurro, sentindo minhas pernas fraquejarem.
— Me perdoa, Marinette — suplica — Vamos recomeçar.
— Mas o seu pai nem gosta de mim! — Apesar disso, estou quase cedendo.
Não tenho mais forças para lutar contra esse sentimento que me preenche desde que eu era uma garotinha. Não consigo deixar de amá-lo com todas as minhas forças.
— Eu não trabalho mais com ele, estou por conta própria — diz simplesmente — Vou continuar com a Audrey e só. Acontece que eu quero você, Marinette. E se me quiser, eu…
— Você? — insisto, sentindo o coração bater forte contra o peito.
— Prometo que nunca mais vou te magoar, mentir ou fazer qualquer coisa que possa te deixar chateada comigo — um pequeno sorriso curva seus lábios.
Acabo suspirando.
— Eu não sei, Adrien — murmuro sem muita convicção.
— Me deixa te provar que posso ser o cara certo pra você — pede, e suas mãos seguram delicadamente meu rosto.
Nossas respirações se chocando.
Ele encosta a testa na minha.
— Se você me machucar outra vez eu não vou aguentar… — choramingo, sem me dar conta das lágrimas que molham meu rosto.
Adrien as enxuga com a ponta dos dedos.
— Eu não vou — garante, a voz grave — Prometo.
Faço que sim com a cabeça sem nem perceber. Então sinto seus lábios tocarem os meus. Calmos. Como uma brisa sutil. E depois tempestuosos, feito um furacão. Eu me entrego quando suas mãos me puxam mais para si. Enrosco os dedos em seus cabelos, sentindo a maciez. Meu corpo todo reage com seu toque. É como se eu renascesse.
— Marinette, nunca mais vou te deixar sair da minha vida — sussurra rente a minha boca. — Se me deixar ficar, vou te fazer a mulher mais feliz do mundo.
— Eu deixo você ficar na minha vida, Adrien — declaro, sorrindo com lágrimas nos olhos.
— Você está no meu coração, Marinette — ele coloca minha mão direita sobre o seu peito e posso senti-lo bater acelerado na minha palma. — E nunca vai sair. É como uma tatuagem.
Encosto a cabeça em seu peito, estabilizando minha respiração.
— Que bom, porque você também está cravado em mim, Adrien. E também acho que nunca vai sair.
Fim.
Alguém lendo essa fic ainda? Kkkkkk mds voltei pra dar um final
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