Capítulo 6: Amar e proteger.

Ming Yi tentou se segurar, mas não conseguiu segurar as risadas. Essa era a primeira vez que Hua Cheng se apaixonou por alguém, e era de certa forma engraçado.

Agora mesmo, Hua Cheng havia gritado no meio do banheiro da cafeteria, após receber uma foto de Xie Lian com a pequena Ban Yue.

— Sério, quem te olha assim, todo metaleiro, não imagina o quão boiola você é. Mas sério, grita assim de novo em um lugar público, e eu não saio mais com você.

— Aham. Tenta a sorte para ver o que te acontece. Você me ama, pobrete.

— Me chama assim de novo que eu te furo o outro olho — ela disse, apontando o garfo em sua mão para o local.

Hua Cheng fechou a boca na hora.

— Ehe, gosto assim — ela disse, colocando um pedaço do doce em sua boca— mas sério, se você está tão afim dele. Por que não o convida para um encontro? Quero dizer, vocês saem bastante. Tenho certeza que ele vai gostar.

— Sair pra dar uma volta e ir em um encontro são coisas muito diferentes. Acredita mesmo que ele sairia com alguém como eu?

— Pare de cu doce, e chama logo ele.

Hua Cheng iria contrariar o que a amiga havia falado. Mas decidiu não falar nada e apenas comeu um pedaço de doce.

Ele realmente acreditava que não era digno o bastante pra ir a um encontro com Xie Lian. E nem para se tornar algo a mais, que apenas um amigo.

Mas a forma que ele se sentia bem ao lado do ator, e o beijo que havia recebido em sua testa naquela manhã, pairavam em sua mente. E o fazia se perguntar, será que Xie Lian tinha interesse nele?

Ming Yi encarou o amigo por um tempo, e logo indagou:

— Você é um cara incrível, acredite em mim. Sou sua amiga desde que você era criança, sei do que estou falando. Tenho certeza que ele também sabe o quão incrível você é.

Hua Cheng sentiu um pouco de sua insegurança ir embora, e um sorriso bobo surgiu em seu rosto.

— Obrigado.

— Por sinal Hua, você vai naquele lugar hoje...?

— Vou sim. Não se preocupe comigo.

— Hum — Ming Yi concordou, mesmo estando preocupada com o amigo.

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Hua Cheng realmente tinha um trabalho a fazer naquele dia, era aniversário de uma pessoa especial.

Ele se sentou no chão, na frente do túmulo, olhando com carinho para a foto de sua mãe.

— Feliz aniversário. Haha, faz tanto tempo, a senhora faz falta em casa — ele se encosta no túmulo — sabe, é meio complicado, mas, eu estou apaixonado. Engraçado né? Quando eu era criança sempre dizia que nunca me apaixonaria. Mas esse não é mais o caso. Eu quero uma vida ao lado dele. Fazer parte da família dele.

Em sua mente, todos os momentos que ele passou até agora com Xie Lian, passam como um filme.

— O seu sorriso, o jeito calmo de falar, a risada alta, o jeito que seu cabelo cai sobre seu rosto quando está deitado ou com ele solto, os olhos caramelados que brilham quando ele está com sua filha ou assistindo filmes de ação, o jeito incrível que ele atua nos filmes ou o pai incrível que ele é. Sou apaixonado por cada coisa que a nele. Xie Lian, mãe. Esse é o nome do homem que eu amo.

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Xie Lian brincava com Ban Yue no quintal, a pequenina rindo no balanço enquanto segurava sua pelúcia. Ele ainda estava meio avoado por mais cedo, e talvez, um pouco preocupado com a opinião de sua filha. Ela era uma criança muito compreensiva, mas ele não conseguia não se preocupar.

— Filha, o que você acha do San Lang?

— Eu adoro o tio Huahua! Ele é tão legal comigo, e faz o papai sorrir de verdade.

— ... De verdade?

— Uhum. Papai não sorri de verdade, quase nunca. Mas quando está com o tio Huahua, papai tem os sorrisos mais lindos do mundo! — ela disse, balançando os braços na forma de um aro para sinalizar o que dizia.

Xie Lian ficou em um estado de choque, não sabia dizer se ficava aliado ou com medo.

Ele se aproximou de Ban Yue e a abraçou, afagando seus cabelos.

— Você que tem o sorriso mais lindo do mundo.

— Hehe — ela abraçou o pai de volta —papai gosta do tio Huahua?

— Gosto — respondeu com sinceridade —Está tudo bem o papai gostar dele?

— Aham! Ban Yue também gosta do Tio — ela parou por um momento, e enterrou seu rosto na blusa de Xie Lian —Se papai ficar com o tio... promete que não vai me abandonar?

Xie Lian congelou. Suas mãos tremendo, abraçaram forte sua pequena criança. Ele escondeu a voz chorosa, e disse sorrindo —Prometo. Papai nunca mais vai fazer isso.

Não vou mais cometer esse erro.

Amar é proteger, e para minha filha,minha pequena Ban Yue, isso nunca vai mudar.

No meio daquele abraço, ambos levaram um susto ao escutarem um barulho vindo da cerca.

Xie Lian rapidamente, pois Ban Yue atrás de si e andou devagar até a cerca, porém, quem estava ali, era um jovem com roupas carmesins.

— San Lang? O que está fazendo aqui,você não devia estar no trabalho?

Hua Cheng que havia caído e batido com a testa na cerca colocou a mão na testa e deu um pequeno gemido de dor.

— Ai Ai, que vergonha. Estava planejando entrar com um pouco mais de estilo.

— Hum?

Quando Hua Cheng se levantou, Xie Lian percebeu algumas pétalas de flores em seu cabelo, naquele momento, ele notou um buquê de flores nas mãos de Hua Cheng.

— Haha, eu estava pensando em entrar com um pouco mais de jeito para te entregar elas. Desculpa, agora elas estão um pouco amassadas.

— N-não tudo bem. Mas pra que tudo isso? —ele perguntou ainda confuso.

Xie Lian notou um tom rubro se espalhando sobre a pele pálida de Hua Cheng, com os cabelos que balançavam um pouco por conta da brisa e aquele sol que sumia no horizonte. Tudo isso dava um ar angelical para Hua Cheng, Xie Lian não pode deixar de achar isso fofo.

— Gege. V- você gostaria de ir a um encontro comigo? — ele disse, seus olhos iluminados enquanto o vermelho em seu rosto se espalhava.

Ao olhar para Xie Lian, o mesmo o olhava com a mesma intensidade e vermelhidão.

Ele segurou o buquê de flores, um sorriso se espalhando sobre seu rosto, e apenas uma resposta que ele sabia ser a correta.

— Sim! San Lang, vamos a um encontro.