II
Manter um relacionamento a distância nunca foi algo que me imaginei fazendo e agora aqui estava eu, morrendo de rir olhando a tela do celular depois de uma ligação de vídeo com Louise.
– Nosso garoto tá mesmo apaixonado – Tristan riu e me jogou uma almofada que estava em seu colo.
– Ah, cala boca – Devolvi a almofada vendo Connor levantar de seu lugar e vir até mim com um sorriso largo no rosto, ele sentou de lado no meu colo e me abraçou pelos ombros.
– Deixa ele curtir, ele tá até mais gostoso depois que voltamos de Manchester – Connor bagunçou todo meu cabelo me zoando e eu o empurrei para o chão.
– Vão dormir... James, uma ajudinha aqui – Pedi vendo ele entrar no estúdio enquanto Connor e Tristan vinham pra cima de mim, tentar me agarrar parecendo dois zumbis idiotas.
– Lou, vem me buscar – Connor agarrou minha perna enquanto Tristan tentava beijar meu braço de um jeito muito esquisito e nojento.
– Lou, amor, eles querem me pegar – Tristan me imitou e James começou a gargalhar, me deixando sozinho naquela bagunça.
– Idiotaaas – Me desvencilhei dos dois rindo e mostrei o dedo do meio – Sai de mim!
– Sei que faz pouco tempo que estão juntos, mas é legal ver que ela te faz bem – James disse depois que sentei perto do meu violão, comecei a sorrir involuntariamente – Olha essa cara de besta... Só Louise pra aguentar mesmo – Ri e sabia que deveria ter algum tipo de sorriso idiota no meu rosto, isso estava ficando comum pra mim quando se tratava dela.
– Pronto! Já me zoaram o bastante, vamos voltar ao trabalho, por favor? – Olhei para os três que riram mais um pouco até a concentração voltar ao nosso meio.
Já fazia um bom tempo que não conseguia ir ver Lou em Manchester, comentei com ela sobre o aniversário de casamento dos meus pais e ela quis fazer algo especial pra eles. O poder dela sobre mim era algo que nunca vi igual, estávamos a meia hora no telefone e já conseguimos brigar e fazer as pazes, e agora ela estava determinada a me irritar com detalhes sobre comida:
– Lou, me ouve... Não vai ter a menor condição de eu encontrar toda essa lista que você pediu, é coisa demais e tem umas especiarias que só minha mãe encontraria – Reclamei olhando mais uma vez os ingredientes que nunca tinha visto na vida.
– Não!!! Sua mãe, não! Brad, meu bem, é um jantar pros seus pais, você não pode pedir que eles comprem os ingredientes...– Ouvi a risada dela e ri junto por saber que iríamos rodar e rodar sem sair do lugar.
– Já tô pensando em mudar esse presente... Que complicação...
– Não seja assim, vai ficar uma delícia, você vai ver... Podemos fazer assim, eu fico com as especiarias e você compra o resto que estiver faltando, combinado?
– O.k.! Vou comprar tudo que puder hoje, amanhã já preciso voltar pra turnê.
– Mal vejo a hora de estar em Londres com você, já faz um tempinho, não? – Ela disse baixo, sabia que ela estava sorrindo ou mordendo o lábio tímida, eu gostaria de poder ver o rosto dela naquele momento, faziam exatos 20 dias, 13 horas e 20 minutos que nos despedimos no apartamento dela. E essa distância parecia me matar de saudade cada dia mais.
– Um tempão né, estou ansioso pra te ver.... Como se cada dia que você passasse longe me desse mais certeza de que te quero mais e mais aqui.
– Talvez você odiasse ter alguém querendo mandar na sua cozinha – Ela me provocou, falando com a voz sexy que ela sabia que acabava comigo.
– Sabe que você não corre esse risco, aqui você já tem o passe livre da casa toda, principalmente do quarto...– Foi a minha vez de falar mais baixo, direto aos seus ouvidos, ouvindo ela soltar uma risada alta em resposta.
– Bradley Simpson, não diga coisas que não pode cumprir...Veremos isso quando eu chegar aí.
– Mal posso esperar, Bennett.
Alguns dias depois quando estava voltando pra casa e recebi a foto dela em seu carro a caminho de Londres eu sabia que os melhores dias se aproximavam. Ela chegou com toda a empolgação do mundo, trouxe as suas panelas favoritas, tantos temperos que eu não fazia ideia de como ela conseguiu se achar ali no meio de tanta coisa.
– Tô pronta pra fazer desse jantar um acontecimento!! – Ela me entregava as coisas e eu não fazia ideia de como aquilo tudo ia virar o jantar, mas eu sabia que a única capaz de fazê-lo era Louise.
– E eu tô pronto pra te ajudar – Peguei dois aventais e dei um pra Lou, coloquei o meu e a vi começar a fazer sua mágica. Em meio a facas e muitas panelas, fui picando e refogando coisas junto de Louise, que parecia uma criança no parque de diversões, tudo que ela me dava pra experimentar era delicioso e quando finalmente tudo já estava no forno, corremos nos arrumar.
Meus pais chegaram no horário marcado e o cheiro que dominava a casa era algo que eu mesmo fiquei surpreso.
– Que incrível, querida – Minha mãe disse assim que colocamos a comida na mesa – O cheiro está maravilhoso!
– O Brad ajudou? – Meu pai perguntou tentando esconder um sorriso e eu fiz cara feia pra ele.
– Ajudou sim, foi meu braço direito, né amor – Louise piscou pra mim e eu fiz uma careta pro meu pai que gargalhou antes de se servir.
– Feliz Aniversário de Casamento! Que vocês sejam mais e mais felizes juntos – Disse erguendo minha taça de vinho e fui acompanhado por todos – Saúde!!
Meus pais estavam contentes e a conversa parecia fluir naturalmente, Louise já era a minha pessoa favorita, mas ao longo do jantar percebi que, pelo menos, mais dois fãs ela conseguiu.
– Estava tudo tão bom, o próximo vai ser lá em casa – Minha mãe disse a Lou quando estávamos nos despedindo – Faço questão!
– Vou adorar, quando eu voltar pra cá, podemos marcar – Louise respondeu me fazendo lembrar que muito em breve já estaríamos nos despedindo de novo. Minha mãe me olhou e eu cheguei mais perto delas.
– Pode deixar que eu aviso, mãe! – Pisquei pras duas que se abraçaram, me despedi do meu pai e o vi abraçar Lou e brincar com ela.
Quando os dois foram embora, puxei Louise pra sentar comigo no sofá, estava exausto e ela estava do mesmo jeito, puxei suas pernas para o meu colo e ela riu quando peguei seu pé.
– Faz cócegas, amor – Segurei seus pés e ameacei morder, fazendo ela rir ainda mais, comecei a fazer massagem nos pés dela que suspirou aliviada – Nossaaa....
– Tá bom? – Perguntei passando as mãos na perna dela que sorriu torto pra mim – Aqui tá melhor? – Apertei suas coxas e ela riu passando suas pernas por meus ombros, me fazendo rir.
– Tá ótimo....– Voltei a massagear seus pés e vi o sorriso de satisfação dela aparecer.
– Obrigada por ter feito isso pelos meus pais. Você é incrível, Bennett! – Olhei pra ela e senti aquele frio na barriga, de quando alguma especial está acontecendo com você, ela era a minha história inesquecível e inigualável.
– Adorei ter feito parte desta noite, eles são demais – Ela sorriu e eu me deitei ao seu lado no sofá, sentindo ela mexer em meus cabelos, relaxando cada pedacinho de mim.
Eu odiava vê-la ir embora, eu só queria mais uma hora, mais um tempinho, mais um abraço ou qualquer coisa que me desse um pouco mais dela.
– O.k., aquela hora chegou mais uma vez... – Louise deixou sua mala perto do batente da porta e eu que estava no sofá, fazendo carinho na Max, minha cachorra, escondi o rosto em uma almofada – Vamos, Brad, sabe que desta vez não posso demorar – Ela chegou mais perto e puxou minha almofada, aproveitei a deixa e a puxei pra cima de mim, ouvindo ela gritar pelo susto.
– E se a gente ficasse só mais meia hora escondidos aqui? Acho que não faria mal algum—Sussurrei em seu ouvido e Lou começou a rir.
– Da última vez que fizemos isso, você quase perdeu um compromisso importante e eu me senti péssima – Ela me abraçou apertado e nos beijamos, tentando guardar o gosto, o cheiro, o toque, nos abastecer de tudo que fazia tanta falta quando estávamos longe um do outro.
– Se cuida, o.k.? – Ela com os olhos cheios de lágrimas segurava minha cabeça em suas mãos, sorri pra ela tentando não deixar transparecer toda minha tristeza e balancei a cabeça em resposta.
– Vou me cuidar, se cuida também! E me liga assim que chegar, tá bem?! – Puxei Lou pela cintura e beijei seu pescoço, sentindo o cheiro dela me embriagar e a ideia de pedir pra ela não ir ficar ainda mais forte, mas eu sabia que não podia – Não vou demorar pra ir te ver.
– Estou contando com isso! – Louise me olhou mais uma vez antes de selar nossos lábios e sair. E a cena que eu mais odiava se repetia.
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