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Capítulo 5

Que o medo de cair mais uma vez não te impeça de viver mais uma linda história de amor.

No fim da tarde, os meninos foram recolher o lixo que se acumulara no pátio e entre as moitas atrás da oficina de Alessandro Montserrat. Della os acompanhou para inspecionar o trabalho e aprovou a idéia de Demétrio quando ele sugeriu que aparassem a grama.

Enquanto o menino manejava o cortador de grama, ela arrancou o mato que havia crescido em frente ao prédio, havia um pequeno jardim a muito tempo abandonado. Quando terminaram, todo o terreno estava limpo e em ordem.

Della deixou as crianças irem brincar com os filhos de Domingas na ravina e voltou para casa disposta a cuidar de seu próprio jardim infestado de mato. Eric a ajudara a cortar a grama tanto da frente como do quintal, o que melhorara muito a aparência do pátio, mas a desordem ainda era grande e Della estava decidida a arrumar tudo. Talvez, depois, a casa não parecesse mais tão abandonada.

Generosa não tardou a vir conversar com ela. A menina de dezesseis anos, que era sua vizinha e servia de babá para as crianças, sentou-se na grama e começou a falar sobre o início do período letivo. Della tinha uma grande simpatia por ela. Às vezes ouvia seus pais discutindo e imaginava que Generosa devia viver mais ou menos sob as mesmas circunstâncias que ela tivera de enfrentar com aquela idade. Esperava poder evitar que a jovem cometesse também os mesmos enganos.

— Eu queria uma daquelas blusas largas que as garotas de minha classe usam. Vou ter de economizar para poder comprar alguma daqui a um tempo.

— Por que não compra o tecido e traz para que eu costure? Você pode ter quatro blusas pelo preço de uma. Se me ajudar, poderei fazer duas numa tarde.

— É mesmo? A senhora sabe costurar?... — Generosa perguntou; os olhos brilhando. — Ah, Della, eu adoraria!

— É só arrumar o tecido e o modelo. Faço com o maior prazer.

— Ei, deixe que eu faça isso para você. — Generosa ofereceu-se, tirando a pá de jardinagem das mãos de Della. — Se vai costurar para mim, eu posso pelo menos ajudar com o jardim também.

— Obrigada. — Della agradeceu, massageando as costas doloridas. — Pensei que você não ia se oferecer nunca.

Não foi o constrangimento que veio assombrar Della no meio da noite, mas um par de olhos frios. Poucas vezes vira alguém com cabelos tão negros e olhos tão azuis. Ela deitou-se de costas e cruzou as mãos sob a cabeça enquanto fitava a escuridão. Desde que o vira pela primeira vez, no episódio do pneu furado, ele lhe despertara uma estranha sensação. Há muito não experimentava algo como atração física por um homem.

Della virou de bruços, tentando apagar de sua mente a imagem daqueles olhos.

Apoiou a cabeça nos braços e cerrou as pálpebras, invadida por uma súbita melancolia. Imaginava se um dia teria a sorte de encontrar alguém para ficar á seu lado, alguém para preencher a solidão que às vezes parecia sufocá-la.

Sabendo que não conseguiria dormir, levantou-se devagar, com cuidado para não acordar Nádia, que ocupava o outro lado da cama. Dirigiu-se ao banheiro e, em seguida, foi verificar os meninos. Ficou parada junto ao beliche por alguns minutos, observando-os.

Depois, com os olhos cheios de lágrimas, fechou a porta sem fazer barulho e foi para a cozinha. Eles mereciam muito mais do que ela poderia lhes dar e isso a angustiava de forma insuportável.

Della sentou-se numa cadeira, apoiou o rosto nas mãos e deu vazão às lágrimas. Chorou por seus filhos, por seu casamento infeliz, por sua avó, porém, mais do que tudo, chorou pelo vazio que se estendia a sua frente.

Della acomodou-se diante da máquina de costura e colocou sobre a mesa várias calças jeans dos meninos. Ela costumava fazer quase todas as roupas das crianças, muitas vezes reformando peças usadas, já que raramente tinha dinheiro para comprar tecidos novos. A maior parte das peças que costurara na primavera ainda servia, mas Régis precisava de uma jaqueta nova e os sapatos de Nádia estavam ficando pequenos.

Além disso, Demétrio rasgara seu tênis naquela manhã. Della podia consertá-lo para que o filho ainda o usasse para brincar, mas teria de comprar um novo par quando começassem as aulas. Não tinha como fugir disso.

Sua expressão era de preocupação enquanto prendia com alfinetes o remendo da calça. Havia percorrido todas as lojas comerciais da cidade à procura de emprego e comentara com várias pessoas que aceitava trabalhos de costura, esperando que a notícia se espalhasse pela cidade. Precisava arrumar dinheiro depressa. Talvez valesse à pena arriscar parte das economias e colocar um anúncio no jornal oferecendo o velho fogão. Se conseguisse encontrar o comprador certo, poderia obter um bom dinheiro. Pois o mesmo era uma antiguidade.

A porta dos fundos bateu e os meninos entraram correndo, com o entusiasmo refletido nos rostos corados.

— Mamãe, Domingas vai até o centro da cidade fazer compras esta noite e deixará as crianças no cinema para assistir a um filme. — Demétrio anunciou. — Ela nos convidou para ir junto. Podemos ir, mamãe?

Della não levantou os olhos do trabalho, oprimida por uma terrível sensação de culpa. Todas as crianças do país estavam loucas para assistir o lançamento dos novos filmes.

— Não dá Demétrio. Precisamos economizar o dinheiro enquanto eu não arrumar mais trabalho, principalmente agora que as aulas vão começar e teremos despesas com material escolar.

Houve um pequeno momento de silêncio e, então, Régis falou, hesitante.

— Nós não vamos comer pipoca nem nada disso, mamãe. Eu e Demétrio juntaremos garrafas de refrigerante para vender e então devolveremos o dinheiro.

Della não sabia como enfrentar o olhar ansioso dos meninos. Com um nó na garganta, levantou a cabeça e esforçou-se para manter a voz firme.

— Sinto muito, mas não podemos gastar esse dinheiro agora. Eu sei o quanto vocês querem ir e gostaria muito de poder dizer sim, mas não posso. — Ela baixou os olhos cheios de lágrimas e não conseguiu mais controlar o tremor na voz. ― Quando saírem de novo, agradeça Domingas pelo convite.

Della tentou engolir, mas a garganta parecia paralisada pelo esforço de conter a emoção. Ela os ouviu sair e liberou as lágrimas. Seus filhos quase nunca podiam acompanhar os amigos. Mas ela daria um jeito de melhorar a vida deles. Não sabia como, mas tinha de arrumar uma maneira.

Os garotos não mencionaram mais o desapontamento, mas Della carregou a sensação de culpa pelo resto da manhã. Cada vez que olhava para o rosto deles, a amargura expressava-se com tamanha intensidade que ela tinha de sair da sala para que não percebessem seu estado. Doía muito negar-lhes um prazer tão pequeno.

Quando, por fim, terminou o trabalho, ouviu as vozes das crianças no pátio e cedeu a uma nova onda de lágrimas. Era evidente que haviam preferido brincar ali para não ter de enfrentar a insistência dos filhos de Domingas pedindo para que dessem um jeito de acompanhá-los no passeio. Mas eles não reclamavam de nada. Podiam demonstrar certa tristeza, mas nunca ressentimento. Ela enxugou as lágrimas e começou a arrumar a mesa de costura.

Nádia entrou em casa aos pulos, seguida de perto por Demétrio. A menina cruzou os braços roliços sobre a mesa e pousou o queixo sobre eles.

— Sobrou algum tecido para minhas bonecas, mamãe?

— Não, querida, mas acho que há retalhos na gaveta daquela velha máquina de costura que colocamos no galpão.

Nádia saiu cantarolando e Della olhou para Demétrio, que estava parado junto a pia bebendo um copo de água. Havia um estranho ar de maturidade nele e Della sentiu o coração apertado.

— Se você e Régis quiserem, podem ir à loja comprar um chocolate.

— Está tudo bem, mamãe. — Ele disse, encarando-a sem nenhuma censura. — A Sra. Pontes vai receber um caminhão de terra para sua nova horta e nós vamos lá ver. Os homens precisarão tirar um pedaço da cerca para entrar e ela está tendo ataques com medo de que eles estraguem as plantas.

Della sorriu. A Sra. Pontes morava logo atrás deles e não haviam demorado muito para perceber sua mania de perfeição. Não existia um tufo de grama mais alto ou um galho fora do lugar em sua propriedade. Os arbustos eram podados em forma de esferas perfeitas e pouco naturais, os canteiros de flores tinham limites precisos e ela varria o pátio e a frente do jardim infalivelmente todas as manhãs.

Para a Sra. Pontes, derrubar a cerca já seria um grande problema; estragar algumas de suas preciosas plantas atingia o nível de catástrofe.

— Se acontecer alguma coisa, tomem cuidado para não rir.

— Está bem. — Ele virou-se e caminhou para a porta. — Pelo menos não na frente dela.

— Demétrio! — Della advertiu.

— Pode ficar sossegada, mamãe. Nós não vamos incomodar. O que acha que ela vai fazer se o caminhão passar por cima das rosas? — Ele indagou, com um sorriso travesso.

— Nem pense nisso!

Ele riu e abriu a porta, mas antes de sair olhou para a mãe com uma firmeza que não condizia com sua pouca idade.

— Não fique triste por causa do cinema, mamãe. Logo eu e Régis vamos crescer e poderemos trabalhar. Aí você não precisará se preocupar tanto. — Ele levantou os ombros num gesto tímido e saiu da cozinha.

Della o observou através de uma nova cortina de lágrimas. Havia muitas coisas ruins em sua vida, mas as crianças certamente não estavam incluídas.

Nem meia hora havia se passado quando Régis entrou correndo pela porta dos fundos, tão excitado que mal conseguia falar.

— Mamãe! Adivinhe só! Eles estavam tão preocupados em não bater na cerca da Sra. Pontes com aquele caminhão enorme que se esqueceram de olhar para trás e bateram na nossa! Puxa, ficou uma bagunça!

Do jeito que a situação andava, mais um desastre parecia parte do processo, e uma cerca quebrada nem merecia muita consideração. Della recebeu a notícia com indiferença enquanto tampava a panela que acabara de colocar no fogo.

― Está falando da cerca do outro lado da garagem?

— É. Os pedaços voaram por toda parte.

— Diga ao motorista para não se preocupar com isso. Eu ia mesmo tirar aquela cerca. — Della pegou algumas cebolas e preparou-se para cortá-las. Depois de tantalágrimas que já chorara naquele dia, mais algumas não fariam diferença.

— Mamãe... — Demétrio chamou.

— O que foi?

— O Sr. Montserrat está aqui para falar com você sobre a cerca.

Della levantou os olhos, aborrecida. Alessandro Montserrat era a última pessoa que ela queria encontrar. Porém, logo percebeu que não tinha escolha; ele estava parado junto à porta, logo atrás do menino.

Com o ar distante de sempre, ele dirigiu-se a Della em tom ríspido e profissional.

— O estrago foi grande e, como o caminhão é de minha firma, cuidarei do conserto o mais rapidamente possível.

— Não se preocupe com isso. — Della respondeu, forçando-se a não hesitar diante do olhar glacial que ele lhe lançava. — Eu ia mesmo derrubá-la; a madeira não estava em boas condições.

— De qualquer modo, a culpa foi minha e pretendo assumir a responsabilidade pelo estrago.

Aquelas palavras assemelhavam-se muito ao que ela havia dito na véspera sobre o vidro quebrado e Della corou. Não pôde mais sustentar o olhar dele e voltou a atenção para a comida que estava preparando.

— Preferia que o senhor esquecesse isso. — Ela insistiu, sem jeito. — Eu pretendia mesmo tirar a cerca.

— Ela caiu mesmo! — Régis interveio, rindo. — Alguns pedaços voaram até o teto da garagem!

Houve um silêncio incômodo e Della forçou-se a olhar para o homem que se encontrava encostado na geladeira.

— Por favor, deixe tudo como está. Sinceramente, não quero que a cerca seja consertada.

Ele continuou a fitá-la com atenção, como se a estivesse avaliando. De3lla sentia-se cada vez mais constrangida.

— Está bem. Se mudar de idéia, é só me avisar. — Alessandro fez uma pausa e sua expressão tornou-se menos dura. — Os meninos fizeram um bom trabalho. Quase não reconheci o lugar quando cheguei esta manhã.

— Nós quisemos compensá-lo pelo vidro da janela quebrado. — Demétrio explicou. — Assim mamãe não ia ter de pagar.

Della já não tinha controle sobre seu sistema nervoso. Sentiu-se à beira das lágrimas mais uma vez ao observar o jeito quase adulto do filho. Virou-se rapidamente para o fogão, mas não antes que Alessandro Mont5ser5rat percebesse o brilho úmido em seus olhos. Ela nunca parecera tão frágil.

— Preciso de mais ajuda esta tarde, se vocês dois estiverem interessados — Alessandro propôs.

— Claro! — Régis aceitou, entusiasmado. — Para fazer o quê?

— Bem, há uma pilha de gravetos para serem retirados do jardim da Sra. Pontes e precisaremos arrumar a terra no canteiro.

— Vamos começar agora mesmo. — Demétrio declarou, dirigindo-se para a porta.

— Primeiro temos de saber se sua mãe concorda.

Della sabia que não poderia manter-se de costas para Alessandro, então limpou as lágrimas disfarçadamente e virou-se, evitando encará-lo.

— Claro que sim. Coloque seu tênis velho e troque de camisa, Régis.

— Está bem. E não devemos tocar em nada no jardim da sra. Pontes, certo?

Della sorriu para o filho e, em seguida, levantou os olhos. Alessandro Montserrat a observava e a frieza em sua expressão havia sido substituída por um ar pensativo. Ela começou a imaginar como seria o famoso sorriso que deixava Domingas com as pernas moles e desviou o olhar, sentindo-se ainda mais vulnerável do que antes.

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