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Capítulo 32

Que o medo de cair mais uma vez não te impeça de viver mais uma linda história de amor.

O aroma de primavera estava no ar e as poças de chuva derretiam o solo em diversos pontos da cidade, confirmando que o pior inverno dos últimos quarenta anos havia terminado. As fortes chuvas tinham praticamente paralisado a comunidade por muitas semanas, mas agora Della se sentia como se estivesse sendo libertada de um longo confinamento solitário.

Mudou o pacote de supermercado para o outro braço enquanto pulava a água da chuva recente que escoava junto à calçada. Haviam sido meses difíceis para ela. O frio e o céu continuamente nublado só aumentavam sua depressão, e saber que Alessandro passara o Natal sozinho longe de sua casa e família, preferindo aquele retiro a enfrentar uma reunião anual de seus familiares, a deixara com uma profunda sensação de culpa.

A mãe e as irmãs deles acabaram por entrar em contato com ela, pois não haviam conseguido encontrá-lo. Della acabou confessando que também não tinha a mínima ideia do seu paradeiro. E ela pode imaginar que a família deve poderia estar a odiando por feri-lo outra vez.

Porém, apesar de tudo, o inverno não havia sido de todo mau. Pelo menos sua situação financeira sofrera uma mudança para melhor. O casamento de Lindalva em janeiro divulgara seu trabalho por toda a cidade e Della viu-se atulhada de encomendas. Além disso, os proprietários da lavanderia local a procuraram para saber se estava interessada em encarregar-se de consertos e reformas de roupas. Estavam tão desesperados para arrumar alguém de confiança que lhe ofereceram um contrato de três anos com pagamentos mensais, permitindo inclusive que ela própria estipulasse seus preços. O acordo lhe proporcionaria segurança financeira por um bom tempo e Della sentiu que lhe haviam tirado um grande peso dos ombros. Agora poderia aumentar o valor das prestações do empréstimo e assim liquidaria a dívida mais depressa. Parecia que o pior já havia passado.

Isto é, quase havia passado. Alessandro retornara à cidade na semana anterior e esse fato provocara uma reviravolta em seu estado emocional. Vira-o uma vez saindo da oficina e isso fora suficiente para destruir tudo o que o tempo e a distância havia conseguido empreender. Desde então, suas noites transformaram-se em agonias insones, com as lembranças voltando em enxurrada e derrubando as barreiras que ela construíra enquanto Alessandro estivera fora. Ficava trêmula só de pensar que poderia cruzar com ele em qualquer lugar, a qualquer hora, e isso chegava a lhe dar medo de sair de casa.

Della esperou o sinal de pedestres ficar verde e atravessou a rua em direção ao banco. Havia poucos clientes nos guichês quando ela entrou e dirigiu-se ao balcão.

Baixou o pacote de compras, desabotoou o casaco e enfiou as mãos nos bolsos, esperando ser atendida.

Uma senhora de cabelo grisalho e sorriso agradável não tardou a aproximar-se.

— Pois não?

— Eu gostaria de falar com o gerente, por favor.

— Sinto muito, mas ele está viajando de férias e só voltará daqui a três semanas. É algo que eu possa ajudar?

Della tirou do bolso a cópia de seu requerimento de empréstimo.

— Obtive um empréstimo antes do Natal e gostaria de aumentar o valor das prestações mensais.

— Pois não. Aguarde um minuto enquanto pego sua pasta no arquivo.

Enquanto esperava, Della remexeu distraída num folheto publicitário de um cartão de crédito importante e imaginou se um dia ela preencheria aqueles requisitos. Um telefone tocou assim que a mulher retornou ao balcão, e ela deixou a pasta aberta em frente à Della antes de ir atender o chamado.

Della observou casualmente os papéis sobre o balcão. O original de um documento que ela nunca vira antes se encontrava por cima dos demais e, por um minuto, pensou que a atendente houvesse trazido a pasta errada. De repente, a assinatura no fim da página pareceu destacar-se de todo o resto e saltar diante de seus olhos. Atordoada, Della reconheceu a letra de Alessandro Montserrat.

Esforçou-se para focar a vista, apesar da tontura que se apoderou dela, e tentou decifrar o significado daquele documento.

Bastou ler algumas linhas para não ter mais dúvidas a respeito do que se tratava.

Alessandro fora declarado fiador de seu empréstimo e assumia responsabilidade legal perante o banco sobre qualquer pagamento que ela deixasse de efetuar. Além disso, ela acabara de descobrir que as parcelas que ela estava pagando estava indo diretamente para um conta poupança em nome dela e de seus filhos. Todo o empréstimo feito já havia sido quitado a pelo menos duas semanas atrás.

Por um momento, Della pensou que suas pernas não iam segurá-la. Respirou fundo diversas vezes para afastar a vertigem.

— Você está bem? — A atendente perguntou, fitando-a com preocupação.

— Sim.

— Tem certeza? Está tão pálida!

— Estou com um pouco de tontura. Talvez seja melhor eu vir tratar do empréstimo outra hora. — Della murmurou, tentando não demonstrar toda sua perturbação.

— Quer que eu chame alguém?

— Não, obrigada. Só preciso tomar um pouco de ar. ― Ela pegou o sacola de compras e foi para a rua, sabendo apenas que tinha de chegar logo em casa.

Percorreu todo o caminho como um robô, sem prestar atenção em nada à sua volta.

A reação instalou-se apenas quando se viu na segurança de sua sala e, então, começou a tremer. Sentou-se no sofá e fechou os olhos, procurando relaxar para poder raciocinar melhor.

Se não tivesse visto a assinatura com seus próprios olhos, não teria acreditado.

Alessandro dispusera-se a se arriscar por ela mesma sem crer num futuro para o relacionamento deles. Apesar de tudo, ele ainda se colocara a seu lado quando ela precisara de apoio. Nunca pessoa alguma fizera algo assim por ela e ainda tinha dificuldade em acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade.

De repente, percebeu por que Alessandro havia ido embora. Justamente porque ela não acreditava nele. Porque não conseguira confiar nele. Mesmo assim, ele quisera mostrar que estaria pronto para ajudar em qualquer circunstância, que era alguém com quem ela de fato poderia contar. Della nunca sentira tamanha certeza a respeito de outro ser humano como naquele momento. Porém, justo agora que compreendera o que realmente significava confiar, já era tarde demais. Havia perdido tudo.

Como Alessandro teria sabido que ela precisava de ajuda?

Era como se houvesse lido seus pensamentos naquela noite em que decidira pedir o empréstimo. Agora percebia por que não tivera nenhuma dificuldade para que o gerente aceitasse seu pedido: o empréstimo já havia recebido a garantia de Alessandro horas antes. Mesmo depois de tudo que o fizera passar, ele ainda se dispusera a ajudá-la. A angústia que a acompanhava havia meses aumentou ainda mais ao tomar consciência de quanto havia perdido. E a culpa fora toda sua.

Passou a tarde inteira sentada no sofá, entorpecida demais para tomar qualquer atitude.

Levantou-se apenas na hora de as crianças chegarem da escola.

Estava cortando tomates na pia quando Demétrio entrou e lançou-lhe um olhar preocupado.

— Está doente, mamãe?

— Não, querido. Estou só com dor de cabeça.

— Parece doente.

— Mas não estou. — Esforçando-se, pelas crianças, para parecer mais, animada, ela virou-se e sorriu. — Como foi seu dia?

— Horrível. A Sra. Elise faltou e tivemos uma aula vaga.

— E isso é ruim?

— Ela telefonou para a escola e mandou a gente fazer todos os exercícios do capítulo. No fim, não tivemos folga nenhuma.

Régis entrou nesse instante com uma expressão de desgosto.

— Odeio aquele zíper da jaqueta da Nádia! Ele vive emperrando. Por que você não o conserta, mamãe? Eu fico fazendo força para abrir e ela continua parada como uma estátua e nem tenta ajudar.

Della largou a faca sobre a pia e abaixou-se diante da filha.

— Vamos ver isso então, Nádia.

Nádia fitou a mãe com os olhos brilhantes, como há muito tempo Della não via.

— Adivinhe só, mamãe! Alessandro nos deu uma carona da escola até aqui. Nós estávamos na esquina quando ele passou e falou para a gente entrar no carro. Ele disse que trouxe presentes para nós e pediu para irmos à oficina amanhã para pegar os pacotes. Ele me contou que foi na casa do papai Noel e pegou os nossos presentes pessoalmente.

Como se compreendesse o olhar perturbado da mãe, Demétrio segurou a irmã pelo braço e a puxou para a sala.

— Venha, Nádia. Vão começar os desenhos na televisão.

Della recostou-se à parede e fechou os olhos. Alessandro não apenas a ajudara quando ela precisara dele, mas também continuava dando a atenção que seus filhos necessitavam. Sua sensação de perda era cada vez maior. Sabia que seus filhos a recriminavam por manter Alessandro afastado da casa e deles. Mesmo que Demétrio ou Régis nada falassem, seus olhos já diziam tudo.

Sabia também que as crianças continuavam sendo ensinadas por Alessandro, pois o mesmo fazia questão de lhes ensinar as matérias que eles não conseguiam entender direito. Até ficou sabendo que Alessandro ia aos jogos dos meninos aos domingos no campo de futebol improvisado atrás da escola.

Depois do jantar, as crianças foram brincar no pátio e Della os observou pela janela da cozinha enquanto terminava de lavar as panelas. Os meninos estavam construindo um elaborado sistema de canais para drenar as poças de água entre o pátio e o jardim da Sra. Pontes. Ambos usavam qualquer coisa como desculpa para entrar no canal mais fundo e Régis divertia-se em ver quanto podia afundar antes que suas botas se enchessem de água. Della tinha certeza de que iam voltar encharcados da cintura para baixo.

Ela ainda se lembrou que Alessandro lhe dizia que Régis talvez se tornasse um engenheiro civil, pois gostava de construir. Já Demétrio poderia seguir a linha da administração de empresas, pois tinha um mente bastante aguçada e amava matemática.

Com uma expressão pensativa, voltou a atenção para as panelas. Agora que o nervosismo inicial cedera, conseguia ver os fatos com maior clareza. Alessandro não esperava que ela descobrisse o que ele fizera e, portanto, também não esperava agradecimento.

No entanto, ela acabara descobrindo e sua consciência exigia que tomasse coragem e agradecesse. Nunca mais conseguiria estar em paz consigo mesma se não fizesse isso.

Terminou de arrumar a cozinha, pensando numa maneira de realizar seu intento sem criar uma situação constrangedora para nenhum dos dois. Sabia que não teria coragem de procurá-lo pessoalmente. Podia telefonar, mas seria doloroso falar com ele, ouvir-lhe a voz fria e distante, tentar encontrar as palavras adequadas para se expressar.

Restava-lhe, então, uma única alternativa: uma carta. Talvez fosse a saída mais covarde, mas pelo menos seria segura, principalmente se levasse a carta ao chalé imediatamente.

Domingas lhe contara que Alessandro ia jantar na casa deles e, portanto, poderia ir até lá sem correr o risco de encontrá-lo. Enxugou as mãos num pano de pratos, abriu a gaveta, tirou papel e caneta e sentou-se à mesa.

Assim que decidiu o que iria dizer, não demorou muito para escrever. Contou que descobrira que ele havia avalizado o empréstimo e que apreciara muito a atitude, principalmente sob as circunstâncias em que se encontravam. Revelou também que aquilo significara muito para ela. e que assim que o gerente voltasse iria lhe pagar o dinheiro que ele havia gasto com ela.

Limpando as lágrimas, colocou a carta em um envelope. Talvez um dia, apesar de toda a amargura, ele viesse a compreender o quanto ela lamentava todas as coisas que haviam saído errado entre ambos.

Sem dizer às crianças para onde ia, saiu de casa, atravessou os lotes que separavam a casa de ambos e deixou a carta presa na estrutura de metal da porta. Sentia-se como se houvesse rompido o último laço e sofria tanto que mal podia andar. Sentou-se um pouco sob uma árvore do terceiro lote, tentando superar o momento mais difícil. Quando chegou em casa, já conseguia fingir uma expressão de naturalidade. Assim que entrou no pátio, viu Generosa passando através da sebe que separava as duas propriedades.

— Oi... — A adolescente cumprimentou. — Resolveu passear um pouco?

— O clima está tão agradável que eu não resisti. — Della mentiu e disfarçou.

— Você devia estar no trabalho às sete horas, não é?

— Oh, não! — Della colocou a mão na cabeça com um ar de desânimo. Havia esquecido que combinara com Meirelles que iria trabalhar naquela noite. — Ah, Generosa, eu tinha me esquecido! Ainda nem arrumei as crianças.

— Não se preocupe com isso. Eu cuido delas.

— Que horas são?

— Vinte para as sete.

— Tenho de correr ou chegarei atrasada. As crianças estão perto do jardim da Sra. Pontes. Você me faria o favor de trazê-los para dentro?

— Deixe comigo, eu farei isso mais tarde. Quando eles terminarem de se enlamear eu lhes darei um belo banho de mangueira.

2110 Palavras

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