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Capítulo 30

Que o medo de cair mais uma vez não te impeça de viver mais uma linda história de amor.

Della parou junto à janela, observando o vento frio de outono arrancar as últimas folhas ressecadas das árvores. O céu cinzento completava a paisagem melancólica que parecia refletir o humor dela. Suspirando, apoiou a cabeça na vidraça, tentando ignorar a profunda solidão. Era primeiro de novembro e duas semanas haviam se passado desde que vira Alessandro pela última vez.

Cada dia parecia mais longo e desolado que o anterior.

Durante duas semanas, ela se recusara a encarar o inevitável, a aceitar o fato de que Alessandro havia ido embora. Toda vez que o telefone tocava ou batiam na porta, sentia o coração dar um pulo e rezava, inutilmente, para que fosse ele. Todo dia repetia-se o mesmo pesadelo da espera. Inúmeras vezes pegara o telefone para chamá-lo, mas perdera a coragem e desligara antes de terminar de discar o número. Uma única ocasião, no dia anterior, havia cedido ao desespero e completado a ligação. Com as mãos úmidas de nervoso e o coração acelerado, somente ouvira a voz de Alessandro gravada na secretária eletrônica. Desligara desapontada, percebendo que estava apenas prolongando a agonia.

Por fim, parou de se enganar. Ele não queria falar com ela, porque havia dito tudo o que tinha á dizer. Alessandro fora embora e não voltaria mais. e tudo era por culpa dela, por seu medo de amar novamente.

Passando a mão pelo rosto pálido, Della olhou para o relógio de pêndulo. Tinha duas horas antes que as crianças chegassem da escola e era melhor fazer um bom uso desse tempo.

Alguns dias antes, havia tirado as medidas de Lindalva e Jeremias, a neta da Sra. Pontes, e de suas quatro damas de honra. Havia aceitado fazer os vestidos para o casamento que se realizaria em janeiro e tinha vários metros de cetim branco e cetim lilás empilhados sobre sua mesa de trabalho.

A princípio, não levara a sério a sugestão de Domingas, mas agora começava a pensar que talvez a amiga tivesse razão. Quando Lúcia viera buscar seus três vestidos, trouxera junto uma amiga que encomendara várias roupas para a filha e dois vestidos de noite para si própria. Della viu-se repentinamente atulhada de trabalho. Mas era disso mesmo que precisava no momento: não ter tempo suficiente para pensar.

Quando as crianças chegaram da escola, Della havia cortado dois dos vestidos das damas de honra e começara a costurá-los na máquina. Régis largou a mochila, tirou o tênis dos pés e veio correndo.

— O que está fazendo, mamãe?

— Estou trabalhando nos vestidos das damas de honra de Lindalva. — Ela viu o filho chegando muito perto e levantou a mão para detê-lo. — Nem mais um passo, Régis. Não quero essas mãozinhas sujas nos tecidos das minhas clientes.

— Quer dizer que não posso comer sanduíches de geléia aqui? — Ele perguntou, com um sorriso travesso.

— De jeito nenhum. E de preferência fique bem longe daqui quando estiver comendo algo.

— Mamãe, Nádia pode ir conosco à oficina hoje à noite? Alessandro disse que não se importa se ela for junto.

— Não sei se é uma boa idéia, Régis. — Ela respondeu, esforçando-se para manter a voz natural. — Vocês vão lá para trabalhar e Nádia só vai atrapalhá-los.

— Não vai, não. Ela pode levar a boneca. Ah, mamãe, ela quer tanto ir!

Della sabia disso. Ouvira várias conversas que Nádia encenava com as bonecas e, em quase todas, Alessandro era mencionado. Imaginava que ele ia levá-la para fazer compras, ou para passear no zoológico da capital algum dia, ou tomar chá, e Della sentia o coração aos pedaços, mas não sabia o que fazer. Se tentasse conversar com a filha sobre Alessandro, acabaria chorando e talvez piorasse ainda mais a situação.

— Tem certeza de que Alessandro não vai se importar?

— Tenho. Demétrio perguntou a ele. Talvez nossa irmã possa o deixar mais feliz. Alessandro parou de sorrir a vários dias e vive com a cabeça no munda da lua. Os funcionários estão dizendo que ele está com o coração ferido, mamãe. Será que é algo grave? Talvez ele devesse ir ao médico. Disse o garoto também preocupado.

— Está bem, mas se ela começar a atrapalhar traga-a de volta para casa, certo? E não faça perguntas indiscretas a ele.

— Certo. — Régis pegou a mochila e foi correndo para o quarto trocar de roupa.

Della inclinou-se novamente sobre o trabalho, procurando não dar importância à terrível solidão que se instalara dentro dela. Bastava ouvir o nome de Alessandro Montserrat para começar a sofrer outra vez.

Acabara de fechar a máquina de costura e entrara na cozinha para preparar o jantar quando ouviu baterem na porta da frente. Ajeitou a blusa e foi atender. Uma sensação horrível percorreu-lhe a espinha ao reconhecer o homem na varanda. Era Mário Basurto, seu antigo patrão, e, a julgar pela expressão do rosto dele, não era uma visita amigável.

— Oi, Graciella.

Ela o fitou, com milhares de pensamentos se confundindo em sua mente. Demorou um momento até conseguir recuperar-se do choque e responder:

— Oi, Senhor Basurto.

— Gostaria de falar com você, se não se importa.

Embora a contragosto, Della deu um passo para trás e fez sinal para que ele entrasse.

— O que está fazendo aqui, tão longe de sua propriedade?

— Estive na cidade vizinha para uma venda de alguns bois.

Della enlaçou os dedos e muniu-se de coragem para ir direto ao assunto.

— Imagino que esta não seja uma visita social. O que ele fez afinal?

— Não. — Ele puxou alguns papéis do bolso e os entregou a Della. — Alguns são extratos de minhas contas bancárias e outros são recibos do cartão de crédito. Demorei em fazer o levantamento, por que não tinha cabeça para assimilar tudo o que havia acontecido. Mas tenho sólidas evidências de que seu marido andou acumulando dívidas em meu nome.

Della sentiu o sangue fugir-lhe do rosto ao pegar o maço de papéis. Paralisada de medo, constatou que o primeiro era uma fotocópia de um recibo de cartão de crédito de quase quinhentos mil reais gastos numa loja de artigos de rodeio em BH.

Referia-se à compra de um par de botas de couro importado e duas calças jeans de marca. O cartão era um Black ilimitado, e correspondia à conta que a ex mulher dele mantinha em conjunto com o mesmo, o senhor Mário Basurto abrira para suas transações comerciais e alguns pagamentos de sua fazenda. Della usara algumas vezes aquele cartão, quando tivera de fazer pedidos de combustível ou fertilizantes para a fazenda. Só que a assinatura que constava no recibo era inquestionavelmente de Estevão. O pior era os inúmeros pagamentos dos motéis e hotéis.

Atordoada, verificou o papel seguinte. Também uma fotocópia de recibo de cartão de crédito, desta vez de oitenta e oito mil reais em restaurantes e boates, por um quarto de hotel cinco estrelas cinquenta mil reias, caviar e champanhe importados, uma semana de gastos absurdos. Novamente não havia dúvidas de que era a assinatura de Estevão e a data correspondia à de uma semana antes da morte dele. Com a cabeça latejando de dor, Della folheou o restante das notas: algumas eram de apenas poucos reais, outras de quantias mais altas. Porém o que mais a impressionou foi à quantidade de recibos em diferentes lojas espalhadas por todo o país.

Ela fechou os olhos, tentando vencer uma súbita tontura. Então, olhou para o senhor Basurto e sua voz pareceu vir de muito longe.

— Quanto exatamente?

— Mais de 200 mil reais.

Ela pensou que ia desmaiar. Apertando os papéis nas mãos, sentou-se numa cadeira com o corpo trêmulo. Mário pigarreou e continuou a falar.

— Eu só descobri o que ele andava aprontando quando me deparei com o recibo da compra feita dentro da cooperativa. Era minha esposa quem cuidava dos livros e os entregava diretamente ao contador. Mas eu achei este papel no porta-luvas do carro dela e comecei a investigar. Então encontrei tudo isso. E essa pilha corresponde apenas às dívidas de um ano para cá.

Della apoiou os cotovelos sobre a mesa e cobriu o rosto com as mãos. Mário Basurto tinha seus defeitos, mas nunca fora desonesto. Ela não tinha dúvidas de que fora realmente Estevão quem assinara todos aqueles papéis. Seu falecido marido além de estar dormindo com a esposa do padrão, estava praticamente o roubando a muitos meses. Respirando fundo, levantou a cabeça e o encarou.

— Como Estevão conseguiu pôr as mãos no seu cartão?

— Como você acha? — Mário lhe dirigiu um sorriso amargo. — Por meio de minha mulher, é claro. Os dois estavam juntos nisso. Tenho uma pilha de recibos duas vezes maior assinados por ela. — Ele hesitou por um instante, parecendo refletir antes de resolver continuar. — Há outra coisa que acho que devo lhe contar. Sei que eu parecia estar pagando um salário de fome para vocês, mas não era bem assim. Vocês estavam comigo há menos de dois ano quando o gerente do banco me chamou para avisar que Estevão não havia pagado as prestações do caminhão e que estavam tomando as medidas necessárias para retomá-lo. A dívida era de oito mil reais na época. Acredito que ele havia pedido alguns empréstimos extras usando o seu nome, além do dinheiro do caminhão, para continuar frequentando os rodeios. Sabe viver no luxo e manter as aparências diante de tantas mulheres. Eu cobri a dívida e fui deduzindo as prestações de seu salário. Como ele mesmo me autorizou, eu infelizmente também cai na conversa dele.

Della o fitou sem saber o que dizer. Aquele segundo choque fora tão forte quanto o primeiro.

— Ele me disse que havia pagado tudo e que o meu salário era tão baixo, por que o senhor e sua esposa n'~ao precisavam de mais nenhum funcionário. Então de tanto ele insistir vocês dois aceitaram me empregar na fazenda. Falou que tinha ganhado dinheiro suficiente nos rodeios para liquidar a dívida e...

— Só que ele mentiu. Trouxe a carta do banco para provar o que lhe contei.

Ela pegou a carta que Mário lhe estendia, leu até o fim, depois tornou a dobrá-la devagar e a devolveu, envergonhada demais para encará-lo.

— Por que não me contou antes da minha mudança?

— Achei que você já tinha problemas suficientes. Além disso, acreditava que era só o velho caminhão e nada mais...

— Ainda ficamos lhe devendo algum dinheiro, não é?

— Bastante, mas eu deixei pra lá por causa das crianças. Elas realmente não tem culpa da irresponsabilidade do próprio pai.

Houve um longo e tenso silêncio enquanto Della fitava o vazio. O que mais a impressionava era que não havia ficado realmente surpresa. Chocada, mas não surpresa.

— Vou demorar algum tempo para levantar esse dinheiro.

— Della, eu quero resolver de uma vez esse assunto. Não vou pagar pela diversão daquele cafajeste maldito, principalmente porque ele se divertia junto com minha esposa e com outras mulheres. Mas também não vou jogar tudo em cima de você. Estou certo de que, se investigar meus extratos anteriores, eu vou descobrir mais sujeiras. Porém, se você cobrir esta parte, eu esquecerei o resto. Além disso, estou aqui para que saiba de toda a verdade. Você não merece continuar sendo enganada assim.

— Quanto tempo pode me dar?

— De quanto acha que precisa?

— Não sei... Eu... — Ela respondeu, passando a mão pelo rosto e sacudindo a cabeça. — Preciso ver se consigo arrumar um empréstimo usando a casa como garantia.

— Estarei na cidade vizinha até o final da semana.

— Está bem. Quanto é? — Della indagou, levantando os papéis que tinha na mão.

— Deixemos por 100 mil reais tudo. — Ele desviou o olhar, como se estivesse constrangido por cobrar aquela quantia tão elevada.

— Como entro em contato com você?

— Estou na casa de meu cunhado. Vou lhe escrever o número do telefone. Estou vendendo a fazenda e indo embora do país. Infelizmente o banco vai me tomar ela!

Segundos depois, Della acompanhava Mário Basurto até a porta, com um andar inseguro.

Quando se virou de volta, sentiu o coração dar um pulo ao ver Demétrio parado na entrada da cozinha com uma expressão assustada.

— Nós vamos ter de mudar? — Ele murmurou, com os lábios trêmulos.

2040 Palavras

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