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Capítulo 24

Que o medo de cair mais uma vez não te impeça de viver mais uma linda história de amor.

A pequena cozinha parecia um mercado persa. Havia cortes de tecidos coloridos espalhados por toda parte. Domingas e a irmã encontravam-se no centro da bagunça disputando cada peça. Havia peças inteiras de seda, cetin e muita renda de cores variadas. Della ficou de lado, com um sorriso nos lábios, observando as duas mulheres discutirem estilos e estampas e o que caberia a cada uma. Tinha linha, botões e zíperes espalhados por toda a mesa.

— O que você acha Della? — Domingas indagou, pegando um corte de seda multicolorida e pegando um outro de cetim florido.

— Não vai ficar melhor em mim do que em Lúcia?

Della achou melhor não dar palpite. As duas irmãs quase pareciam gêmeas, exceto por Lúcia ser um pouco mais miúda e bem magra.

— De onde tirou essa conclusão? — Lúcia quis saber.

— Não interessa. Eu quero este tecido e esse outro também. E caso me irrite quero aquele ali também... — Domingas insistia, levantando o queixo num gesto de teimosia.

Lúcia riu e colocou o tecido em frente à irmã, observando com um olhar crítico.

— Está bem, não vou discutir por isso. Faz um ano que tenho esta seda e ainda não decidi o que fazer com ela. Realmente ela vai ficar melhor em você, combina com o seu mau humor.

— Lúcia é uma consumidora e tanto. Mas tem um péssimo gosto para tecidos! — Domingas comentou, dirigindo-se a Della. — Compra tudo que vê e o que não vê também.

— Não é bem assim. Está quase dizendo que sou uma comsumidora compulsiva. — Lúcia revidou, amuada, dando um empurrão de brincadeira na irmã.

Della as observava, achando graça na conversa, mas mantendo-se distanciada, como se houvesse um abismo separando-a do que acontecia ao redor. Sentia-se assim desde que alessandro fora embora. Tentava não pensar no que ocorrera naquela madrugada, nas acusações que haviam trocado, mas era inútil. Tinha sorte quando conseguia dormir.

À noite sentia-se tão esgotada física e mentalmente que mesmo a tarefa mais simples demandava um grande esforço.

Os caminhões haviam retornado à cidade quatro dias atrás, porém Alessandro não viera junto e isso á deixava ainda mais desolada. Não conseguia pensar em outra coisa a não ser nele, no entanto não havia nada que pudesse fazer a esse respeito. Sua única saída era esperar e isso a estava matando de angústia.

— O que você acha deste tecido, Della? — Lúcia indagou, pegando outro corte. — Vai ficar bem em mim?

— Vai, contanto que sua irmã não o queira também.

— Pelo menos não vamos nos engalfinhar por isso como fazíamos quando crianças. Nossa Domingas sempre implicou comigo e com as minhas escolhas, mas acho que isso é só o jeito dela tentar me proteger. Sabe coisas de irmã mais velha. — Lúcia comentou, rindo.

— Não tenha muita certeza. Domingas parece estar irritada com todo o modelo que você escolhe. — Della alertou. — Ela parece muito decidida a fazer você mudar de ideia sobre a maioria dos modelos escolhidos..

— Bela amiga você me saiu! — Domingas protestou saindo da cozinha com um dos biscoitos de chocolate entre os dentes. — Devia ficar do meu lado.

— Está bem... — Lúcia cedeu, jogando o tecido para a irmã. — Vamos fazer um trato. Você fica com esses dois tecidos e tira suas mãozinhas do resto. E para de dar palpite nas minhas escolhas daqui pra frente.

— Eu sabia que ia conseguir! — Domingas exclamou, segurando o corte de seda chinesa com evidente entusiasmo.

Della aproximou-se da mesa e deslizou a mão sobre um corte de linho escuro. Seria bom trabalhar com tecidos tão finos depois de ter passado quase toda a vida costurando tecidos baratos ou reformando roupas usadas.

a sensação era outra, algo dentro dela começava a emergir devagar. Tanto que Della nem imaginava que conseguia fazer traços no papel como algumas modistas faziam. Os desenhos misturando estilos e formas diferentes agradou tanto Domingas quanto Lúcia. Que se alegrou em desfilar vestidos novos diante da sociedade Mineira.

Nádia entrou dançando na cozinha, com as faces coradas de brincar ao sol. Domingas inclinou-se e afagou-lhe os cabelos.

— Olá, Srta. Nádia. Como vai você esta manhã?

— Eu vou muito bem titia Domingas. — A menina respondeu com um largo sorriso. Depois, abriu a porta do armário, pegou um biscoito na lata e começou a esmigalhá-la sobre um pratinho de brinquedo.

— Está preparando o almoço para a boneca? — Domingas indagou.

— Não. Vou alimentar minhas formigas.

— É mesmo?

— É. O Sr. Montserrat disse que era melhor soltarmos as formigas, então eu coloquei todas no jardim. Ele falou que elas precisam de tempo para se preparar para o inverno. Construir uma nova casa e formar sua nova família. — Nádia levantou os olhos com uma expressão séria. — Elas têm de armazenar comida para não passar fome quando estiver frio. Então eu vou ajudá-las. Mamãe, podemos fazer como as formigas?

Domingas respondeu com a mesma seriedade.

— Compreendo. e estou curiosa quanto a resposta de sua mãe agora. Indagou olhando em direção de Della com intensidade e um pouco de divertimento no olhar.

Lúcia também olhou para Della, esperando vê-la sorrir diante da preocupação da filha. Porém, a expressão no rosto da amiga era de tristeza e desânimo. Domingas seria capaz de apostar que Della não estava sofrendo por causa das formigas em seu jardim. Mas por causa de um certo homem teimoso e determinado que morava na rua acima.

Sem perceber que Domingas a observava, Della tentou afastar a sensação de abatimento.

Tinha outras coisas em que pensar: por exemplo, no comerciante de antiguidades que ficara de passar mais tarde para examinar o fogão que um dia foi de seus antepassados. Se tudo desse certo, poderia trocar o aquecedor de água antes que surgisse mais problemas.

A transação com o comerciante de antiguidades acabou sendo melhor do que ela esperava.

Quando ele se despediu, foi como se houvesse levado consigo metade dos problemas de Della. Além de comprar o fogão e várias outras peças que ela se dispusera a vender, fizera uma avaliação por escrito de outros móveis. Apenas o que oferecera pela mobília da sala de jantar seria suficiente para suprir a despensa por vários meses. Della ficou bem mais aliviada depois dessa visita. Pelo menos, agora sabia que tinha em mãos alguns bens de valor real, aos quais poderia recorrer se fosse necessário. E o que obtivera pela venda do fogão não apenas pagava uma nova caixa d'água, como a reforma do encanamento do banheiro e um novo chuveiro, um pouco mais moderno e dava também para suprir o guarda-roupa das crianças para o dias mais frios que logo chegariam, o inverno. Saber que poderia entrar nas lojas e comprar roupas novas para todos sem ter de se preocupar com cada centavo gasto era um verdadeiro alívio. Só gostaria de poder dizer o mesmo quanto a seus outros problemas.

Planejara limpar os escritórios de Alessandro tanto na construtora como na oficina antes de jantar, porém não tivera tempo. Por isso, precisou deixar a tarefa para bem mais tarde, quando Generosa pôde vir para ficar com as crianças.

Talvez por estar cansada demais, ou por não apreciar a idéia de voltar para casa para mais uma noite insone, Della demorou mais do que de hábito na limpeza. Já era quase meia-noite quando pegou o aspirador de pó para terminar a arrumação do escritório. Havia colocado as cadeiras sobre a escrivaninha e estava puxando o aspirador para dentro da sala quando a tomada ficou presa sob a porta. Ela virou-se para soltá-la e foi surpreendida por uma voz masculina.

— Deixe que eu solto. Estou mais perto do que você.

Della levou um susto tão grande que seu coração disparou. Levou a mão ao peito e fechou os olhos, esperando que o efeito violento do súbito fluxo de adrenalina passasse.

Alessandro entrou e puxou o fio do aspirador para dentro.

— Desculpe. Eu não quis assustá-la assim.

— Não foi nada. Eu não ouvi você chegar. Estava distraída!... — Com o pulso ainda acelerado, Della sentiu o sangue fugir de seu rosto. Alessandro parecia cansado e nervoso. O silêncio que se seguiu aumentou a tensão de Della e, constrangida, ela abaixou-se para ligar o aspirador.

Alessandro caminhou até a escrivaninha e pôs-se a verificar a pilha de correspondência e algumas contas pendentes.

— Por que não deixa isso para amanhã? Já é tarde e você deveria estar na cama.

— Vai levar só um minuto...

Ele levantou os olhos das cartas, segurou-a pela mão e tirou o fio do aspirador da mão dela.

— Vá para casa, Della.

O calor daquela mão deu-lhe coragem e ela esforçou-se para manter a voz estável.

— Estou feliz por você ter voltado. Fiquei preocupada.

Ele a fitou com um olhar inexpressivo e abaixou-se para enrolar o fio do aspirador.

— Eu apenas precisava me afastar por algum tempo. Precisava pensar em muitas coisas.

Ele parecia tão distante que Della não sabia como alcançá-lo. Queria tocá-lo, mas sentia que não podia. Desejava falar com ele, mas não encontrava o que dizer. Enfiou as mãos trêmulas nos bolsos da calça e baixou os olhos.

— Sinto muito, Alessandro. — Murmurou. — Desculpe pelo que aconteceu; eu não queria que fosse assim.

Ele colocou o aspirador em um canto e apoiou as mãos nos quadris. Por fim, levantou a cabeça e olhou para Della.

— Eu sei. — Moveu a mão como se fosse tocá-la, mas desistiu em seguida e virou-se para a porta. — Vamos. Eu vou acompanhá-la até a sua casa.

— Eu devia terminar...

— Eu e os meninos cuidamos disso... Demétrio e Régis farão isso amanhã quando vierem limpar os caminhões. Explicou ainda sem saber o que fazer.

Alessandro apagou as luzes no fundo da loja e procurou as chaves no bolso. Depois abriu a porta e esperou Della passar antes de desligar a última lâmpada.

A noite estava fria e Della puxou a gola do casaco para proteger-se. Sempre adorara aquela época do ano. O outono parecia mexer com suas emoções mais profundas.

— Haveria algum problema se os meninos viessem amanhã logo depois da aula? Há dois caminhões na oficina para conserto e gostaria que eles limpassem as cabines.

— Claro que não. Eu direi a eles.

— Não, eu lhes telefonarei de manhã antes de saírem para a escola. Preciso passar-lhes algumas instruções para o caso de eu não estar aqui quando chegarem. Vou deixar alguém da minha confiança para cuidar deles.

A única iluminação no jardim em frente à oficina era o poste de luz do outro lado da rua.

Della olhou para o chão, tentando distinguir as sombras dos buracos. Quase tropeçou e Alessandro a segurou pelo braço, puxando-a em sua direção.

— Venha por aqui. A terra está mais nivelada.

Cedendo à pressão em seu braço, Della o seguiu e suas pernas quase perderam as forças quando Alessandro segurou-lhe a mão. Ela apertou inconscientemente os dedos em torno dos dele e manteve o olhar fixo na rua, embora mal reparasse no caminho. Era uma sensação perturbadora aquela de estarem separados e, ao mesmo tempo, tão unidos. Na verdade, estavam mesmo separados. Mágoa, frustração, culpa haviam se combinado para criar uma enorme barreira entre ambos e Della não sabia como rompê-la. Não podia mudar o passado e nem a atitude de Alessandro em relação a isso.

Chegaram à calçada em frente a casa dela e Alessandro soltou-lhe a mão. A quebra do contato físico aumentou ainda mais a angústia de Della. Relutante, ela enfiou a mão no bolso.

— Quer entrar e tomar um café?

— Não, obrigado! — Ele respondeu, fitando a rua.

Della baixou os olhos, ouvindo uma lufada de vento agitar as folhas das árvores. A luz da rua piscou entre os galhos, lançando sombras instáveis no chão. Della colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, tão amargurada que já nem tinha forças para esboçar qualquer reação.

Um leve toque em seu rosto a fez levantar a cabeça e olhar para Alessandro, lutando contra uma enorme vontade de chorar. Ele a observava com uma expressão indecifrável.

— Vejo-a amanhã!... — Ele disse, por fim. — Agora é melhor você entrar. Está frio.

Della sentiu-se um pouco mais confortada com aquilo e conseguiu forçar um sorriso.

Fitou-o uma última vez antes de dar-lhe as costas.

— Boa noite, Alessandro.

— Boa noite.

2048 Palavras

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