36
A sala estava caótica.
Um monte de vozes juntas preenchia a sala de reuniões da Shield e a impressão que Stacy tinha era de que haviam mais pessoas por metro quadrado do que o suportado e, por isso, sua garganta estava levemente fechada, a dando um pouco de falta de ar.
Ela e Bucky tinham pousado em solo americano cerca de três horas antes e passaram aquele tempo divididos entre conversar à sós e de portas fechadas com Nicky Fury e reencontrar os amigos.
Claro, eles queriam contar a novidade sobre o noivado para todos eles - Especialmente, Rebecca -, mas sabiam que isso ia tirar o foco principal daquela reunião e por isso, as alianças estavam no bolso da calça de Bucky, dentro da caixinha.
E naquele momento de nervoso, tudo que Stacy mais queria, era que estivesse em seu dedo para que ela pudesse se distrair, brincando com o aro de ouro, como dez durante todo o trajeto de avião.
Na falta dele, a mulher de cabelos loiros platinados, quase em um tom de branco brilhante, apenas respirou fundo, prendeu o ar nos pulmões e segurou o colar em seu pescoço. O metal gelado da dogtag de Bucky queimou em sua mão quente e ela se concentrou nele, enquanto ia para a janela de vidro fumê, tentar manter a calma.
Muita gente falando junto, discutindo e em um espaço pequeno era demais para ela, que tinha uma mente extremamente inquieta e barulhenta naturalmente.
Ao olhar para os lados, Stacy pôde perceber que não era apenas ela que estava incomodada com a situação caótica do lugar, que estava cheio de super-heróis, Vingadores e Agentes da Shield: O Próprio noivo e Bruce Benner também pareciam tão incomodados e ansiosos quanto ela. E de alguma forma, isso a confortou um pouco.
Porém, o falatório cessou quase que no mesmo instante em que a porta da sala de reuniões se abriu e Nicky Fury apareceu, acompanhado de ninguém mais, ninguém menos do que Maria Hill.
O silêncio abrupto chegou a doer os ouvidos de Stacy e a cabeça dela rodou de alívio. Então, Fury andou até a ponta da enorme mesa de vidro preta e se sentou, com Hill ao seu lado. O homem ergueu o olhar para os presentes naquela sala e franziu a testa, deitando o corpo para trás na enorme cadeira presente em todas as salas de reuniões.
-Podem se sentar.
Em conjunto, todos buscaram lugares para isso. Bucky se sentou bem ao lado de Rebecca e guardou, com o pé, a cadeira ao seu lado, até que Stacy estivesse sentada nela. Dando a mão à mulher por baixo da mesa e a apertando para demonstrar que estava lá por ela, Bucky viu Stacy suavizar a expressão de quem parecia prestes a vomitar de nervoso.
Claro, desde o momento em que se encontraram, cerca de uma hora antes, Rebecca não tirava os olhos do casal ao seu lado. Quer dizer… Podia ser paranoia ou só uma impressão, mas tinha algo a mais rolando entre eles. Ela conseguia sentir aquela tensão no ar, afinal, era da melhor amiga da vida toda e do irmão dela que estavam falando, mas como nenhum dos dois disse nada mais que o básico, Rebecca deixou de encarar o casal assim que Tony Stark pronunciou:
-Eu tenho uma dúvida…
-Mas que novidade! - Fury revirou o único olho visível e encarou Tony, parecendo entediado. - Qual sua dúvida, Stark?
-Por que diabos fui arrancado da minha nova banheiro com hidromassagem e cachoeira às duas e vinte da tarde?
Steve revirou os olhos, em frente a Bucky, fazendo o moreno querer rir com a reação do melhor amigo.
-Por que temos problemas bem mais importantes do que o Homem de Ferro não aproveitar o novo brinquedinho.
Tony levou a mão ao peito, dramaticamente, e exclamou:
-Poxa, Pirata! Assim você me magoa!
-Essa organização… - Fury começou, falando mais alto e sério, atraindo a atenção de todos na sala, enquanto ele se levantava da cadeira. - Os Ares. Eles fazem parte de uma espécie de Mafia. Cartel de drogas, prostituição, jogos ilicitos, tráfico de órgãos… Em teoria, eles estão longe da nossa alçada de proteção. Isso seria um trabalho para a polícia ou…
-Então por que a polícia não tá fazendo?
A pergunta escapou da boca de Sam muito rápido e Rebecca enfiou um chute na canela dele, fazendo o homem pular e Bucky acabar deixando uma risada escapar, mas ela morreu assim que Stacy socou a sua coxa, olhando feio para ele.
Em frente aos dois casais, Steve tampou a boca com a mão, mas ajeitou a própria postura ao perceber que Natasha o censurava com o olhar, parecendo irritada.
Fury respirou fundo e pôs as mãos no quadril, simplesmente, falando:
-Eu disse " em teoria". Afinal, essa fachada de Mafia estilo Al Pacino é, literalmente, apenas uma fachada.
Algumas imagens de documentos apareceram atrás de Fury em uma espécie de painel de vidro. Isso fez Stacy abaixar a cabeça ao reconhecer os documentos coletados por sua mãe. Inclusive, Rebecca arregalou os olhos em sua direção ao olhar para um passaporte e reconhecer, através da foto de má qualidade, a sogra do irmão.
Stacy pediu, com os olhos, para que ela esperasse e engoliu em seco, desviando o olhar. Rebecca voltou a encarar Fury, que começou a explicar.
-Os Ares existem, mas eles são a porta de entrada para algo maior e pior do que Máfia. Na verdade, Os Ares existem desde antes da primeira Guerra Mundial. Foram, em teoria, a primeira organização mundial criminosa a tentar uma dominação mundial e, tendo em vista isso… Bem, eu deveria dar uma aula de história, mas não sou pago para isso. Então, de forma resumida, assim como os Ares planejavam a dominância, havia uma outra organização que sabia sobre eles e… O que foi agora, Stark?
Os olho de todos se voltaram para a mão erguida no ar e Tony perguntou:
-Se você não é pago para explicar história… Por que está fazendo?
-Talvez, se você calasse a boca e deixasse o Fury falar…
-Calado, Picolé! Ninguém perguntou nada!
-Não me manda calar a boca! E para de me chamar assim, Tony!
-Prefere Doritos?
-Ah, pronto! - Natasha jogou o rosto sobre o braços, deitando a cabeça na mesa. - Vão começar!
Dito e feito, Steve e Tony simplesmente começaram uma discussão, o que fez outros membros se meterem e um pequeno caos ficar instalado no local, porém, tão abruptamente quanto começou, o caos acabou assim que Stacy se ergueu da cadeira e berrou, a plenos pulmões:
-Eu sou o primeiro super soldado existente criado em laboratório antes do nascimento!
O silêncio foi insurdecedor enquanto todos os pares de olhos presentes se voltavam para ela. Caindo na cadeira novamente, Stacy soltou um longo suspiro, tentando controlar a vontade de chorar que se apossou dela. Já tinha chorado a viagem inteira de volta, enquanto lia os detalhes de cada documento que sua mãe juntou. Não choraria alí, na frente de amigos e companheiros de equipe.
-De alguma forma, antes mesmo do soro de super-soldado do Steve existir… Meu pai, ele… Aparentemente, e minha mãe só descobriu isso depois… Bem, meu pai era um dos fundadores dessa organização junto com alguns amigos da faculdade e… Eles planejavam montar exércitos de soldados que já nasceriam fortes e imbatíveis, então… Aparentemente, todos os quatro fundadores decidiram que iam ter filhos para serem os primeiros a testar. Uma inseminação caseira simples e discreta para que nem mesmo a minha mãe notasse e… Bem, ela pode ter sido drogada também, não sei…
Stacy focou os olhos escuros na mesa a sua frente e respirou fundo e longo.
-Mas… Aí, a Primeira Guerra Mundial acabou e eles precisaram de um longo tempo para se reerguer, sabem? E eu… Bem, pelo que entendi, meu pai casou com a minha mãe porque sabia que ela era uma agente internacional e precisava ficar a par de tudo, mas… Quando a Segunda Guerra começou… Bem, ela precisou fingir a morte dela. É complicado mas está naquele diário.
Todos encararam o painel de vidro, vendo o diário que Stacy falava, antes dela voltar a falar.
-Aparentemente, meu pai também fingiu a morte dele. E… Estava esperando uma oportunidade para me ter de volta, já que fui a única do experimento à chegar a vida adulta. E… Bem, eles precisaram unir forças com a Shield e a KGB para se manterem trabalhando até agora e… É isso, eu preciso de cinco minutos!
Stacy se levantou rapidamente e saiu da sala, a passos largos, antes que desabasse de novo, bem alí. Haviam tantas dúvidas que não eram sanadas naqueles poucos relatos escritos pela sua mãe e que, muito provavelmente, ela nunca encontraria a resposta…
Então, quando começou a chorar no corredor, Stacy ouviu a porta se abrir atrás de si e tentou segurar o fôlego junto das lágrimas, o que fez ela quase engasgar. Passos puderam ser ouvidos e ela sabia que não era Bucky, como achou no início.
Na verdade, os dois braços que envolveram Stacy eda femininos e ela reconheceu o perfume de Rebecca assim que a amiga encostou a bochecha em suas costas, murmurando:
-Hey, eu tô aqui, Stacy…
Soluçando ao soltar as lágrimas e o ar, Stacy se virou para Rebecca e a abraçou, apertado, assim como a morena. E então, ela deixou as lágrimas virem.
Rebecca ficou abraçada a melhor amiga até Stacy se acalmar um pouco, as duas no meio daquele corredor com um monte de agentes passando de um lado ao outro, olhando curiosos para elas.
Recuando e tentando enxugar o rosto, Stacy percebeu que Rebecca também chorava e, franzindo a testa, enquanto fungava alto, ela perguntou:
-Ué? Por que você está chorando?
-Ah, amiga… - Rebecca deu de ombros e cruzou os braços, com o lábio inferior tremendo em um beicinho adorável. - Você sabe que se eu ver você chorando, eu choro junto!
Stacy soltou uma risada, fazendo uma bolha de meleca mole explodir para fora do nariz. Isso fez Rebecca arregalar os olhos e não conseguir controlar a risada também, deixando mais lágrimas caírem junto. Era uma situação caótica e ridícula e elas pareciam mais duas crianças choronas do que duas mulheres adultas, treinadas para matar.
Mas era verdade, sempre tinha sido assim; Se Rebecca visse Stacy chorando, ela nem sabia o porquê, mas começava a chorar junto. Então, quando a situação foi controlada e Stacy limpou a meleca na beirada da blusa, ela encarou a Barnes mais nova e soltou um longo suspiro.
-É meio difícil ler que, infelizmente, para o seu próprio pai, você não passava de um mero experimento científico. Quer dizer… Não sei, Becca… Ele sempre foi um ótimo pai. Igual minha mãe era uma ótima mãe, apesar de serem um pouco ausentes e… Eu achava que eles se amavam. Sei lá…
-Sua cabeça deve estar uma confusão, não é? - Becca segurou as duas mãos de Stacy e soltou um suspiro. - Mas olha, amiga… Você é maior e mais importante do que só um experimento. Você é a minha melhor amiga, minha irmã, basicamente. Minha cunhada também, mas… Seja lá o que querem de novo com você, vão ter que passar por cima de mim para conseguirem! E para de chorar, se não, eu vou chorar de novo!
Stacy prendeu a respiração e assentiu, enquanto Rebecca a puxava para perto mais uma vez e a abraçava, apertado.
Aquele era um elo muito maior até do que o amor entre Stacy e Bucky. Na verdade, as duas tinham certeza que, mesmo se ela e Bucky não namorassem ou viessem a terminar algum dia, Rebecca e Stacy continuariam sendo a certeza uma da outra, o porto seguro e a parte mais incrível delas.
E aquele abraço não significava só um abraço. Significava muito mais. Coisas que não poderiam ser explicadas com palavras e nem deveriam. Mas que elas conseguiam sentir através daquele contato.
No entanto, quando Steve apareceu no corredor, o contato entre as duas foi interrompido e o loiro sorriu para ambas, como se pedisse desculpas por interromper o momento, enquanto perguntava:
-Hey… Tudo bem, Stacy?
-Vai ficar. - Stacy deu de ombros, de revestindo daquela armadura que sempre vestia quando queria parecer bem. - E com você?
-Tudo certo. Bem… - Steve coçou a nuca e encarou Rebecca, como se para perguntar se, realmente, estava tudo bem. Quando a morena acenou, ele perguntou. - Então, nesse caso, tem como voltar? É que o Fury precisa terminar de dar uns avisos e…
Stacy nem mesmo esperou ele terminar de falar, apenas exclamou um "É claro!" E passou pelas duas pessoas no corredor, adentrando a sala cheia novamente. Era claro como água que Stacy tinha ido chorar, mas ninguém fez nenhum comentário enquanto ela andava de volta até a cadeira, ao lado de Bucky, que se virou para ela, quase que imediatamente, a examinando com os olhos.
-Eu tô bem! - Stacy se antecipou a pergunta que ele estava prestes a fazer, em um tom de voz claramente irritado.
-Eu tô vendo o seu bem… - Bucky cruzou os braços e revirou os olhos, olhando para Fury, que agora explicava algo mais complexo, sobre a Deep Web.
-Cala a boca!
-Vem calar!
-Mas não é possível…! - Rebecca se virou para os dois, franzindo os lábios, com uma careta seria. - Calem a boca os dois, caralho!
O casal revirou os olhos quase em sincronia, mas obedeceram a mulher, passando a prestar atenção no que o diretor da Shield dizia - Com bastante dificuldade, para ser sincero, já que Tony interrompia de tempos em tempos para fazer alguma piadinha ou simplesmente, questionar coisas ridículas só para ver até onde a paciência de Fury ia.
Por baixo da mesa, Bucky pôs a mão na coxa da namorada e pressionou os dedos, fazendo uma leve pressão na parte interna delas, bem no meio. Stacy suspirou, correndo a mão pelo pulso dele, até que Bucky tivesse soltado sua perna e entrelaçado seus dedos aos dedos femininos, com certa força, ficando daquele jeito até o final da reunião - Que diga-se de passagem, foi massante para todos.
****
O caos no apartamento de Steve e Bucky era confortável e tinha sensação de casa. Dory, a cocker Spainel adotada por Stacy, latia animada e feliz, correndo pelo local, atrás de Alpine, a gata rabugenta que Stacy também adotou.
O som da televisão era agradável e fazia um bom som ambiente em constraste com as conversas animadas e em tom divertido que vinha da sala de estar.
Depois que saíram da Shield, Bucky, Stacy, Becca, Sam, Natasha e Steve decidiram fazer uma noite da pizza com vinho para comemorar a volta à Nova Iorque e os avanços da investigação. Parecia algo simples e até fútil a se comemorar, mas é claro, Bucky e Stacy estavam aguardando o mais emocionante para o final, com a certeza de que iam querer internar os dois em camisas de força.
-Tá… Mas até agora o que eu não entendi… - Natasha comentou, apoiando os pés em cima dos joelhos de Steve, enquanto bebia um gole de vinho e alternava o olhar entre Bucky e Stacy. - Como diabos vocês acharam a bolsa da mãe da Stacy?
-A parede quebrou. - Stacy e Bucky responderam juntos, do outro lado da mesa.
Bucky tinha Stacy sentada de lado, em seu colo, enquanto, ao seu lado, Rebecca e Sam também estavam abraçados, mas de uma forma mais discreta. Até porque, Sam já tinha reparado no olhar matador que Bucky direcionou para ele e achava melhor não o irritar.
-Mas ela simplesmente decidiu quebrar sozinha? - Sam indagou, fazendo um gesto de explosão com as mãos. - Buuum! Explodiu!... Foi assim?
-Bem… - Bucky coçou a nuca e negou com a cabeça. - É claro que não foi assim…
-Então… Como foi?! - Steve também se virou para Bucky, jogando um pedaço de pepperoni tirado de uma das fatias de pizza direto na boca.
Bucky hesitou, sentindo a pele do rosto esquentar enquanto trocava um olhar com Stacy, que se controlava para não rir de novo, lembrando do quão constrangedor foi. No entanto, para o desespero de ambos, Becca arregalou os olhos e soltou uma risada, quase engasgando com o queijo da pizza.
-Ah, não!
-Ah, sim! - Stacy soltou a risada que estava prendendo quando encarou a melhor amiga, quase caindo do colo de Bucky no processo.
-O que foi? - Steve alternou o olhar entre as duas mulheres, confuso. - Eu não entendi!
-Eles estavam transando!
-Ah, pelo amor de Deus! - Sam reclamou, revirando os olhos para o casal, enquanto a risada de Natasha e Steve ocupava a sala de estar. - Na parede?! É sério?!
-Qual o problema? - Bucky o encarou, entediado. - Nunca transou encostado na parede?!
-Não a ponto de quebrar uma parede! - Sam se defendeu, rindo, finalmente. - O que você tem entre as pernas? Uma britadeira?!
Stacy soltou uma risada alta e aguda, engasgando e fazendo barulho de porquinho, enquanto Steve engasgava com o ar e Rebecca e Natasha guinchavam de tanto rir da cara de Bucky.
-A parede era falsa, porra! De gesso! A gente nem chegou a transar!
-Foi uma… Única… Estocada violenta!
Stacy exclamou, rindo. Ou melhor, chorando de rir, o que fez Bucky a empurrar do colo dele. Aproveitando o momento de distração, ele puxou a caixinha com as alianças do bolso e as escondeu dentro da mão, exclamando, fingindo irritação:
-Olha, se querem saber… Não foi uma transa aleatória na parede, tá?! Teve motivo!
-Você queria ver como era ser uma lagartixa?!
Rebecca conseguiu rir ainda mais ao ouvir a piadinha do namorado, mas parou assim que Stacy entendeu a deixa e, olhando para Bucky e tornando a se sentar em cima dele, a loira exclamou:
-Estávamos tentando comemorar o noivado!
Levou alguns segundos para todos os outros quatro prestarem atenção neles, raciocinando a frase. Foi Steve quem perguntou:
-Que noivado?!
Stacy levantou a mão mostrando a aliança que ela tinha acabado de enfiar no dedo. Rebecca foi a primeira a reagir, levantando da cadeira com um berro agudo, assim como Natasha, que reagiu um segundo depois. Stacy também ergueu o corpo do colo de Bucky e as três pulavam juntas, berrando que nem crianças quando ganham doces, ao mesmo tempo que Sam e Steve encaravam o homem.
Bucky terminou de enfiar sua própria aliança no dedo e deu de ombros, vendo a cara confusa deles. Então, com um sorriso, exclamou:
-Estamos noivos!
-Noivos?! - Steve perguntou, sorrindo a seguir. - Meus parabéns! Ou melhor dizendo… ATÉ QUE ENFIM!
-É ISSO AÍ, PORRA! QUEM É O MEU CAMPEÃO!
-O BUCKY É O NOSSO CAMPEÃO!
Bucky soltou uma risada alta quando Sam e Steve foram até ele e começaram a bater em suas costas, o parabenizando e bagunçado o cabelo dele. Os três logo iniciaram uma lutinha entre eles e, como estavam atrapalhando a conversa das três mulheres, Natasha as arrastou para a cozinha, onde elas se penduraram em volta do balcão de mármore, empolgadas.
-Eu sei o que vocês devem estar pensando… - Stacy exclamou, rodando a aliança na mão, enquanto dava de ombros, ainda com um sorriso amplo no rosto. - É cedo demais. Eu sei. Também acho. Mas…
-Não é cedo demais. - Rebecca exclamou, quase em desespero. - Pelo amor de Deus, vocês se amam uma vida toda! Além disso… Quem tem que saber o tempo certo é vocês!
-E tempo nunca foi garantia de nada! - Natasha concordou, afirmando com a cabeça, ao observar Stacy suspirar aliviada. - Conheço vários casais que se casaram depois de anos de namoro e não chegaram nem a cinco anos de casamento!
-É… - Stacy sorriu e deu de ombros, puxando a garrafa de vinho da mão de Natasha para beber um longo gole. - Quer saber? Quando a gente vê o cara ajoelhado no chão, falando uma coisa tão linda quanto a que Bucky falou… Eu acho que é aí que a gente vê se ele é o cara certo. Quer dizer… Recusar nem mesmo passou pela minha cabeça, sabe?
-E como foi?! - Rebecca perguntou, curiosa. - O patife do Bucky não me disse nada!
-Ele decidiu cerca de duas horas antes, amiga, e me deixou plantada vinte e sete minutos naquele restaurante enquanto ia comprar a aliança! - Stacy esclareceu, fazendo Natasha rir. - É sério! Imaginem o quão puta eu fiquei? Era o nosso primeiro encontro e ele cismou que tinha esquecido a carteira e sumiu. Eu estava quase matando ele, tadinho…
Rebecca sorriu apoiando o corpo no balcão, o que chamou a atenção de Stacy. Não pelo sorriso, ou pelo apoiar de corpo, mas sim, pela discreta careta de dor que ela tinha feito. Franzindo a testa e acompanhando o olhar de Stacy, Natasha não chegou a ver o mesmo que ela, então a ruiva perguntou:
-O que foi?
-Eu que pergunto… - Stacy continuou encarando Rebecca, confusa. - Tá tudo bem?
-Claro! Por quê não? Vocês estão noivos e…
-Você tá com dor?
Natasha se virou para Rebecca, pendendo a cabeça de lado, enquanto a olhava. Rebecca perdeu um pouco da cor e, fuzilando a melhor amiga com os olhos, negou.
-Dor? Não! Ficou doida?
-Você torceu o rosto…
-Eu bati com o joelho no balcão. Só isso. Não se preocupa.
Natasha encarou Stacy e Stacy deu de ombros, deixando para lá. Pelo menos, até o momento em que, minutos depois, Rebecca repetiu a mesma careta rápida, mas dessa vez, foi Natasha quem viu e exclamou:
-Tá passando mal, Becca?
-Meu Deus, gente! Já disse que eu tô bem! - Rebecca se irritou, cruzando os braços e fazendo um bico infantil igual ao do irmão. - Eu devo ter comido alguma coisa que não m fez bem e agora tô com dor de barriga e gases! Só isso! Mas que inferno!
Como a morena se irritou, Stacy e Natasha acharam melhor não insistir no assunto e deixaram para lá, ignorando qualquer tipo de preocupação quando Rebecca exclamou que ia dormir, abruptamente.
Claro, depois de muita farra entre os que ficaram abordados, Stacy e Bucky acabaram indo dormir também lá para as três da manhã, mas eram exatamente quatro e quinze da manhã quando Stacy acordou sendo sacudida de leve.
Ao abrir os olhos, enquanto tentava acostumar a visão à semiclaridade do quarto, ela chegou a achar que tinha sido Bucky quem a acordou, afinal, fitou dois olhos azuis turquesas e cabelos escuros.
No entanto, ela reconheceu a voz de Becca quando a mulher sussurrou, em um tom de voz muito baixo:
-Stacy? Acordou?
-Aham…
-Tem certeza? Por que eu preciso de ajuda… E tem que ser rápida e discreta…
Stacy rolou para o lado, se livrando do aperto de Bucky em seu corpo, antes de se sentar na cama e encarar a melhor amiga.
-Hm? Que foi?
-Eu… Eu não tô muito bem.
-O que você está sentindo?
Stacy se levantou da cama e no escuro, caminhou até a sala, seguindo Rebecca, que andava meio curvada.
-Becca?!
-Eu acho que…Tô tendo uma hemorragia.
Stacy franziu a testa ao ouvir a frase da amiga, mas assim que Rebecca se virou para ela, iluminada pela luz suave da televisão, que tinha ficado ligada, Stacy pôde perceber que a calça do pijama de Rebecca estava ensopada de sangue. Muito, muito sangue, a ponto de ter escorrido quase até os tornozelos. As mãos de Rebecca também estavam sujas e ela se dobrou de novo sobre a própria barriga, contendo um gemido de dor.
-Meu Deus…!
-Não acorda ninguém, só me leva para o hospital, por favor! - Rebecca pediu, enquanto Stacy passava para o seu lado e a segurava. - Tá doendo muito!
-Mas onde você se machucou? Foi na barriga? Não to entendendo…
Stacy pegou a chave de Steve e, no impulso, nem lembrou de pegar o celular, apenas começou a sair do apartamento deles com Rebecca.
-Não me machuquei!
-Mas…
-Isso está saindo de dentro de mim, amiga… Eu não sei o que pode ser, eu só… Ai, isso dói! Começou a doer ontem de tarde, mas estava suportável… E agora…
Stacy sentiu o coração apertar e começou a andar mais rápido em direção ao final do corredor, apressada e implorando ao universo para que, fosse o que fosse, não tirasse Rebecca dela.
Oiiie, Pessoal! ❤
Pois é... Eu tô MUITO sumida, mas to enfrentando o meu PIOR bloqueio criativo que já tive. Sério, já tem um mês que não consigo escrever quase nada, as ideia não vem na cabeça e eu to desesperada KKKKK
Mas, por enquanto, ainda não vou entrar em desespero pois eu tive um mês de outubro extremamente agitado e sem nenhum descanso, pode ser que agora, em novembro melhore
Só que tô entediada e tinha esse capítulo guardado, então...
Aqui temos um capítulo para vocês que precisei reescrever cerca de 3 vezes para sair de um jeito minimamente satisfatório. Espero que tenham gostado ao menos, um pouquinho!
Ah, e alguém quer chutar o que tá acontecendo com a Becca? 👀🤭 Se tudo der certo, vou tentar terminar o capítulo que vem que tá escrito só pela metade, pq não é justo vocês ficarem ansiosos por ele KKKKK
Até a próxima!
Beijos! 💋💋
Ps: Vocês são os melhores leitores do mundo! Obrigada pela paciência, amor e carinho! Vocês são incríveis e eu prometo que vou terminar as histórias... Nem que levem dez anos, mas eu vou! ❤
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