09
Eram nove e meia da manhã quando Bucky entrou no apartamento e tropeçou no fio do abajur, fazendo Steve, que estava deitado no sofá, levantar o corpo, de supetão, assustado.
-Puta que pariu! - Bucky xingou, ajoelhado no chão, tentando desembolar o pé do fio. - Mas quem é que deixa essa porra no meio do caminho, hein, Steve?!
-Bom dia para você também, meu amigo! - Steve riu e bocejou, a seguir, respirando fundo, enquanto observava Bucky levantar do chão. - Sua noite foi boa?
Bucky tirou o casaco e as luvas, balançando a cabeça, de leve, em concordância, enquanto pendurava as roupas no cabideiro detrás da porta.
-Já tive noites melhores, para falar a verdade… E você?
Steve deu espaço para que Bucky se jogasse contra o sofá e começasse a tirar as botas, descartando-as em um canto de qualquer jeito.
-Ah… Foi. Legal.
Bucky olhou por sobre o ombro para Steve, que atingiu um tom de vermelho tão intenso e tão rápido que não pôde passar despercebido pelo homem.
-Mesmo, é?
-É…
Bucky ergueu as sombrancelhas, mas como Steve não parecia muito disposto a falar nada, ele nem mesmo perguntou. Apenas olhou ao redor e achou a bolsa e o casaco da irmã em cima da mesinha, então relaxou o corpo.
-Passou a noite com quem? - Steve perguntou, baixo.
-Sharon. - Bucky admitiu, coçando a nuca, envergonhado. - Eu sei que você e ela… Hmmm… Rolava um clima, mas…
-Tá de boa. - Steve ergueu o corpo da cama, esticando os braços para cima, soltando um longo bocejo. - Não se preocupa com isso, cara… Foi só uns beijos.
Bucky assentiu, batendo com os olhos na marca de dentes no pescoço do amigo e Bucky tinha certeza que não havia aquela mordida por lá quando ele saiu do casa, no dia anterior. Sorrindo, Bucky apontou com a cabeça para o pescoço do amigo e perguntou:
-Noite boa?
-Que?
-Você tem uma marca de dentes no seu pescoço. - Bucky sorriu de lado, erguendo uma sombrancelha, com um olhar insinuante para o amigo. - Eu conheço ela?
Steve voltou a ficar vermelho igual um tomate e olhou ao redor, acenando com a cabeça que sim. Isso fez Bucky inclinar a cabeça, confuso.
-Sim, foi boa a noite ou, sim, eu conheço ela?
-Faz um favor? - Steve declarou, de repente, parecendo alarmado. - Acorda lá a Stacy e a Becca que eu vou fazer o Café da manhã!
Bucky franziu ainda mais a testa, sem entender o comportamento de Steve. Era quase como se ele estivesse envergonhado de alguma coisa e a possiblidade dele e de Rebecca terem ficado passou em sua cabeça, mas logo foi descartada.
Quer dizer, os dois se gostavam como irmãos. Não tinha a menor possibilidade disso acontecer.
De qualquer forma, quando Steve sumiu pela porta da cozinha, Bucky levantou do sofá e, pulando a gata que estava deitada no chão, ele caminhou até a porta do quarto de Stacy, batendo três vezes na madeira.
-Oh, Nastya! Acorda aí! Está na hora do café, hein!
Nada. Bucky bufou, pensando em bater de novo, mas a porta estava entreaberta e ele não resistiu a tentação de entrar no quarto, já que ela parecia estar dormindo tranquilamente em cima da cama.
O quarto dela e de Rebecca era o mesmo de Steve e ele já o conhecia por dentro, mas dessa vez, havia algumas fotos espalhadas pela parede e, enquanto ele examinava, Bucky se surpreendeu de ter algumas dele também. Eram fotos recentes, tiradas nad últimas saídas noturnas e, por alguns minutos, ele se perguntou por qual motivo Stacy tinha aquelas fotos. Mas então, se lembrou que o quarto também era de Rebecca e deixou para lá.
O vestido preto que Stacy usou no dia anterior jazia no chão, embolado com uma calcinha rosa, o que fez Bucky respirar muito fundo e tentar não imaginar a mulher dentro daquela peça de roupa, em específico. Então, ele chutou os pertences dela para debaixo da cama e andou mais dois passos, até ver algo brilhando no chão.
Se abaixando, Bucky pegou uma embalagem descartada de camisinha. Era de uma marca comum, mas Bucky tinha certeza que era a que estava no banheiro e foi nesse segundo que ele entendeu porque Steve estava tão envergonhado.
Ele e Stacy estavam juntos. E Bucky não sabia o que pensar sobre isso, na verdade. Mas de alguma forma, estava um pouco decepcionado mesmo que não quisesse. Quer dizer, naquele momento em que deixou o pacote de camisinha no chão de novo, Bucky só queria se jogar na cama, no seu quarto, e se trancar lá para o resto ds vida.
Foi, exatamente, no segundo em que ia se levantar do chão, que Bucky notou uma coisa na cabeceira da cama de Stacy. Uma algema. E por dois segundos, ele franziu a testa, imaginando o que deveria ter rolado de madrugada para ter uma algema naquela cama.
No entanto, quando Stacy se mexeu, ele percebeu que ela estava presa na algema. E com um pequeno choque, ele se lembrou que era assim que todas as Viúvas Negras dormiam na KGB, para que não houvesse nenhum tipo de fuga durante a noite.
Ponderando se era algum tipo de trauma ou apenas uma brincadeira sexual, Bucky chegou mais perto e examinou os pulsos de Stacy, notando que nos dois haviam marcas muito parecidas com argolas. Umas mais antigas, outras mais recentes…
-Ah, Menina… - Bucky sussurrou, sabendo que muito provavelmente, ela não conseguia dormir sem as algemas por ter se acostumado com isso.
Seu olhar vagou para Rebecca, mas ela tinha as duas mãos embaixo da cabeça, sem algemas. Então, ele voltou a olhar para Stacy e negou com a cabeça, olhando ao redor. Sabia que se tirasse as algemas, ela acordaria em alguns minutos, então, achou a chave em cima da cômoda e, devagar, liberou a argola que prendia seu pulso, vendo a marca vermelha ao redor dele.
Ele devolveu a chave e saiu do quarto, parando no corredor e encarando a direção da porta da cozinha. Sabia que Stacy gostava de Steve desde que Rebecca tinha ido contar o porque dela queria fugir. Então, porque estava tão desanimado e sem vontade nenhuma de falar com Steve?!
Porém, não teve muita sorte, já que o loiro apareceu a seguir e perguntou:
-Hey, chamou elas? O café está quase pront…!
-Foi a Stacy?
-Que?!
Steve arregalou os olhos e ficou mais vermelho do que antes, o que demonstrou que ele sabia, exatamente, do que Bucky estava falando. O moreno não respondeu, apenas continuou o encarando, Sério.
-Hum… Bucky, do que…?
-Você e a Stacy transaram?
Steve gelou. Ele conseguia sentir a decepção na voz do amigo e o jeito como Bucky o olhava, deixando claro que não foi uma notícia muito agradável e Steve sabia o porquê, apesar de saber também que Bucky negaria até a morte que sentia algo a mais do que ódio por ela.
-Foi só essa vez… - Steve coçou a nuca, dando de ombros.
-Não perguntei quantas vezes foram! - Bucky ergueu uma sombrancelha e desviou o olhar, encarando o chão. - Mas meus parabéns, Steve! Foi bem rápido, até… Bem, depende, se considerar que já rolava um clima quando éramos jovens…
-Bucky…
-Eu vou dormir, tá? - Bucky exclamou, de repente, o olhando nos olhos. - Fico feliz que vocês estejam juntos…
-Não estamos! - Steve corrigiu, negando e chegando um pouco mais perto de Bucky. - Foi só uma vez, cara!
-E por que? - Bucky negou com a cabeça, como se Steve estivesse maluco. - Ela gosta de você!
-Como amigo…
-Quer saber? Deixa, eu não tenho nada a ver com isso e nem vou dar uma de cupido, especialmente para a Stacy e você! - Bucky se interrompeu e apontou para o quarto. - Felicidades aos dois e pensa bem antes de usar ela, tá? Pelo visto, ela tá… Esperando por isso há… Hm.. Um tempão, então… Enfim! Bom dia!
-Oh, Bucky! Espera!
A porta do quarto masculino batendo foi a última resposta de Bucky e Steve até tentou a abrir, mas ele passou a tranca na porta e ficou quieto por vários minutos, depois de, aparentemente, deitar na própria cama.
Encarando o teto, Bucky deixou um suspiro longo escapar, tentando entender o aperto que sentia no coração e a súbita vontade de chorar. Não era possível que estava sentindo isso só porque achava que Steve merecia coisa melhor do que a Stacy, certo?
Então, depois de um longo período olhando para o teto do quarto, as vozes de Stacy e Becca ecoaram no apartamento e ele tampou a cabeça com um travesseiro, se perguntando se era possível nutrir algum tipo de sentimento bom por alguém que ele odiava tanto. Porque se fosse, isso era loucura e ele sentia que estava ficando louco.
Não conseguia parar de tirar a imagem de Stacy e Steve da cabeça e quando se pegou pensando até em que tipo de posição eles transaram, Bucky percebeu que doía tanto porque ele estava com ciúme.
Ciúme…
Era quase irônico, mas até compreensível, na verdade. Não que gostasse dela, mas agora seu ego sabia que ia precisar dividir a atenção de Stacy com Steve e, no fundo, ele até gostava de brigar com ela. Agora, com Steve e Stacy juntos, ele não ia poder ficar implicando e nem provocando, afinal, sabia que Steve não ia gostar.
Bufando, Bucky sentiu os olhos encherem de lágrimas e os limpou com a mão esquerda, pausando o movimento para encarar o braço, como se fosse um corpo estranho. Bem, pelo menos o melhor amigo não tinha um braço mecânico e nem era fudido da cabeça como ele era…
Notando que, de novo, estava se comparando, Bucky se revirou na cama e abraçou o travesseiro, fechando os olhos, com força. Ele ia deixar os sentimentos saírem só por aquela manhã. Depois, ninguém nunca mais, nem mesmo ele, ia cogitar a possibilidade ou desconfiar que, mais uma vez, chorou por querer alguém que nunca ia poder ter.
***
Já era a terceira vez que Stacy abria a carteira e segurava a DogTag de Bucky entre seus dedos, lendo as informações contidas alí. Seus olhos já nem mesmo focavam no que estava escrito, sua mente estava, na verdade, em outro lugar.
Sentada na cama, Stacy encarava as algemas que deixava escondidas embaixo do colchão. Comprara quando saiu da KGB e, desde então, precisava dormir presa a alguma coisa ou não conseguia dormir. Foram anos acorrentada todas as noites em uma cama para, simplesmente, deixar de usar aquilo, mesmo que tivesse sido um dos vários hábitos que Rebecca logo se livrou.
Encarando a cama da amiga, Stacy notou o quão forte Rebecca era. Tinha passado por aquilo tudo e mesmo assim, tinha se livrado de muita coisa por conta própria, era capaz de seguir em frente sem ficar amarrada no passado e entendia que nada do que passaram foi culpa dela.
Stacy, não. Ainda fazia as mesmas coisas que na KGB, como se amarrar na cama ou tomar banhos extremamente rápidos. Ainda não conseguia não se sentir culpada por tudo…
De qualquer forma, quando encarou as algemas de novo, Stacy sabia que não tinha sido Rebecca quem abriu o fecho. E muito provavelmente, não deveria ter sido Steve. Se fosse, ele já tinha ido falar com ela e dar uma bronca.
Só poderia ter sido ele. Mas por quê abrir as algemas e não falar nada? Não fazia sentido para ela, mas nada que envolvesse Bucky, fazia.
Saber que ele e Sharon tinham dormido juntos fazia Stacy ter vontade de morrer sem nem mesmo saber o motivo direito. Odiava ele. Odiava estar no mesmo ambiente que ele e quase não conseguia olhar na cara dele sem querer o matar.
Então, por que caralhos Stacy não conseguia parar de tirar o olhar daquele homem em cima de si enquanto dançava, na noite anterior?
Já tinha visto, inúmeras vezes, Bucky flertando ou escolhendo a "vítima" nos anos 40. Mas aquele olhar… Tinha algo de quase selvagem no jeito que ele não desviava os olhos enquanto ela rebolava, sério e concentrado. Provavelmente, estava repreendendo mentalmente suas atitudes e Stacy não esperaria por outra coisa, mas… Foi o suficiente para ela se sentir verdadeiramente notada por ele, finalmente.
Como se, naquele momento, ele finalmente tivesse reparado que Stacy não era mais uma garotinha e sim, uma mulher.
Ela encarou a dogtag de novo, pensando que deveria ir lá e devolver. Mas não conseguia. Não quando sabia que assim que devolvesse o cordão, não teria nada mais dele.
Estava confusa e cansada. Eram mais de oitenta anos nessas brigas incessantes e sem motivo e, sinceramente, Stacy nem mais se lembrava por qual motivo o odiava tanto, no passado. Era mesmo só porque ele havia dormido com a irmã dela? Antigamente, Stacy achava que sim, afinal, do jeito que seu pai havia falado, parecia que Bucky tinha usado Addy e a dsscartado…
Porém, anos depois, a própria Addy admitiu que queria ir para a cama dele e que não se arrependia…
Fechando os olhos, Stacy, em um impulso, levou a plaquinha ao nariz, sentindo o cheiro do perfume dele misturado com o metal. Era fresco e marcante, embora ela não entendesse o suficiente de perfume para saber classificar como algo há mais do que amadeirado e com algo que lembrava sândalo.
Em um impulso, Stacy deixou uma das placas da Dogtag escorregar e guardou dentro da carteira para, enfim, tomar coragem e levantar da própria cama. Ela caminhou, decidida, até o quarto dos meninos e parou na porta, observando Rebecca ao lado de Bucky, os dois comendo pipoca enquanto riam e comentavam algo sobre saírem no fim de semana.
-Por mim, tudo bem! - Bucky concordou com a boca cheia, provocando a irmã. - Até porque, agora, achei que só valia sair com o Passarinho depenado!
-Para de implicar com ele, Bucky! - Rebecca pediu, rindo. - Você gosta do Sam!
-Se contar para alguém, eu te mato, ouviu?!
Rebecca jogou pipoca nele, rindo, o que fez ele rir também e abraçar a irmã, bagunçando os cabelos dela.
Mesmo com pena de interromper o momento, Stacy sabia que se não fosse agora, perderia a coragem e não seria nunca mais. Então, respirou fundo e entrou no quarto, fazendo Becca sorrir assim que viu ela.
-Oi, Stacy!
-Você! Sai! - Stacy ordenou, apontando a seguir para Bucky. - E você! Vamos ter uma conversinha…
Rebecca alternou o olhar entre Stacy e Bucky, que cruzou os braços e negou, sério.
-Não quero ter conversinha nenhuma com você, Stacy! Cai fora!
-Ah, mas você vai ter, sim! Anda, Becca!
-Ela não vai sair daqui!
-Ótimo! Ela fica!
Rebecca negou, levantando da cama e passando por eles, enquanto reclamava que não tinha saúde mental para aturar mais uma briga deles. Quando Rebecca sumiu pela porta do apartamento, Stacy ergueu a dogtag, fazendo Bucky arregalar os olhos e levantar de um pulo.
-Você pegou?!
-Eu achei no sofá da balada, seu lezado!
Bucky andou até a frente dela e tentou pegar o cordão, mas Stacy o escondeu atrás de si, negando com a cabeça.
-Só quando a gente conversar!
-Stacy, eu não tô bem hoje. - Bucky respondeu, suspirando e tentando manter a calma. - Será que dá para não me irritar e me dá logo?!
Stacy inclinou a cabeça para o lado, perguntando:
-Não está bem? O que houve?
-E desde quando você se importa, caramba?! Me dá essa merda de cordão!
Stacy desviou do movimento dele e o contornou, entrando no quarto. Ao mesmo tempo, ela fechou a porta e passou a tranca, tirando a chave da fechadura. Bucky respirou muito fundo de novo e pôs as mãos nos quadris, encarando, sem acreditar, ela escondendo tanto o cordão quanto a chave nos seios.
-Stacy…
-Se quiser, é só pegar.
-Annastacia, se eu tiver que deixar você pelada para pegar, eu vou deixar! Me. Dá. Isso!
Stacy o ignorou e andou até a cama dele, mas Bucky avançou em sua direção, segurando seus pulsos, o que fez ela gritar de susto e acertar um tapa na cara dele. Então, os dois iniciaram uma espécie de discussão com tapas e brigas, enquanto Bucky tentava fazer ela deixar o cordão e a chave cair do sutiã, sem sucesso.
-Já acabou, seu filho da puta?! - Stacy perguntou, rolando para ficar por cima do corpo dele, prendendo as mãos de Bucky acima da cabeça dele e o fulminando com o olhar. - Pode me ouvir agora, caralho?!
-Você fez isso tudo para ficar por cima de mim, é? - Bucky perguntou, irritado. - Era só pedir, Boneca. Eu gosto de ficar por baixo!
-Você é nojento! - Stacy revirou os olhos e soltou as mãos dele, levantando de cima do corpo de Bucky. - Levanta agora!
Bucky rolou os olhos e levantou do chão, sentando na cama a seguir, enquanto encarava a mulher, de braços cruzados.
-Você andou chorando? - Stacy perguntou, tentando manter um tom de voz suave, apesar de não estar tendo sucesso.
-Não te interessa. - Bucky retrucou.
Stacy estava prestes a mandar ele para um lugar feio quando respirou fundo e se sentou ao lado de Bucky, fazendo ele encarar ela como se estivesse prestes a explodir.
-Por que você me odeia?! - Stacy perguntou, cansada, fazendo Bucky arregalar os olhos, surpreso. - Quer dizer… Por qual motivo você me odeia tanto, Bucky? O que foi que eu fiz?!
-O que você fez?! Stacy, você já viu o jeito que você me trata a vida toda?! Você me xinga, me bate… Você enfiou uma faca no meu braço!
-E você enfiou uma no meu ombro! - Stacy retrucou, irritada. - Além disso, você também me xinga! E acabamos de brigar fisicamente…
-E vai me dizer agora que não me odeia?!
Stacy deixou o corpo cair na cama, encarando o teto.
-Tô cansada de brigar, Bucky.
O homem franziu a testa, mas Stacy continuou falando.
-Tô cansada de ficar me perguntando porque você me trata tão mal e porque não podemos, ao menos, parar de tratar como se não nos importássemos um com o outro. - Bucky ia abrir a boca, mas Stacy apenas ergueu um dedo e continou falando. - E nem vem dizer que não se importa, Bucky Barnes! Você não deixou eu ir embora…
-Por causa da Becca!
-Ficou todo preocupadinho quando eu levei aquela surra…
-Eu queria saber se Íamos ter problemas!
-E tirou minhas algemas hoje!
Bucky abriu a boca, mas sem nenhum som sair, fazendo ele desviar o olhar e fechar a boca, sem argumentos.
-Para de fingir que não se importa, Bucky!
-E você por acaso se importa?!
-Me importo, porra! - Stacy retrucou, irritada, batendo com o travesseiro nele. - Por que caralhos acha que eu tô aqui, me humilhando para tentar resolver nossas diferenças?!
Bucky a fuzilou com os olhos, batendo o pé, confuso, sem entender. Então, a ficha dele caiu.
-Ah… Foi o Steve, não foi?
-O que foi ele? - Stacy perguntou, balançando a cabeça, confusa com a mudança de assunto.
-Ele pediu para você vir aqui, não é? Olha, Stacy… Não precisa fazer isso, tá legal?
-E por que diabos o Steve ia pedir para eu vir resolver algo com você?!
-Vocês estão juntos. Não estão? Não precisa fingir, eu percebi.
Stacy piscou. E então, começou a rir alto, fazendo Bucky revirar os olhos, irritado.
-Ai, meu Deus! Bucky, isso é sério?!
-Qual a graça, agora?
-Eu não to com o Steve! Meu Deus… Isso tudo é ciúme dele?!
Bucky calou a boca, mordendo o lábio inferior enquanto ela ainda ria. Soltando o ar, Bucky devolveu:
-E você, Stacy? Por que me odeia?
Stacy perdeu o riso e o encarou, torcendo os lábios.
-Não sei.
-Ta…
-Eu tô falando sério, James. - Stacy o puxou pelo rosto, fazendo ele olhar em seus olhos. - Eu não sei porque comecei a te odiar. E é por isso que eu to tão cansada. Eu nem sei porquê isso aqui começou…
-Mas sabe porquê continuou. - Bucky se soltou da mão dela e soltou o ar, cansado.
-Você é insuportável, sabia? - Stacy puxou a corrente e a chave de dentro da blusa, levantando da cama e deixando no lugar onde ela estava sentada, com exceção da chave. - E eu nem sei porquê eu achei que vir aqui, expor meus sentimentos, ia adiantar alguma coisa! Está claro que apesar de eu estar cansada dessa briga e dessa implicância toda, você realmente me odeia! Desculpa, mesmo, eu não sabia disso! Quer dizer… Eu sou muito idiota mesmo! Achei que você se importava pelo menos um pouco, mas… Esquece essa conversa, Bucky. E vê se, por favor, me deixa em paz. Você pode até gostar de me irritar e me odiar, mas… Eu tô cansada, tá legal?
Bucky observou, em silêncio, Stacy sair do quarto e bater a porta do próprio, com força. Seus olhos pararam no cordão em cima da cama e ele percebeu que, se Stacy não se importasse mesmo, ela não teria pego o cordão e guardado. E se as contas dele estivessem certas, isso tinha sido antes dela e Steve dormirem juntos.
Levantando da cama, Bucky foi até o quarto e abriu a porta, achando Stacy deitada na cama, com o travesseiro enfiado na cabeça.
-Eu me importo, tá legal?! - Bucky admitiu, encarando a parede para não desistir de falar. - Passei tanto tempo da minha vida te odiando e implicando e irritando… Que sinceramente, Stacy, eu chegava a sentir saudade de ter alguém para aporrinhar quando achei que você estava morta. Então, não pense que eu não me importo com você, porque me importo. Talvez, não pelos motivos convencionais que levam uma pessoa a se importar com a outra, mas é… Eu me importo. E eu também não sei porque caralhos te odeio, mas você tem razão! Eu gosto de te ver irritada e implicar com você e, me desculpa, mas eu não vou parar! Então… Você quer uma trégua? Ótimo, eu te dou! Quer que eu pare de falar contigo? Beleza, eu paro! Só diz o que você quer que eu faça, Stacy, e eu faço!
Stacy tirou o travesseiro do rosto lentamente e o encarou, surpresa demais para dizer algo. Ele olhou para ela e acenou com a cabeça.
-Fala, garota! O gato comeu a sua língua?!
-Eu… é…
-Stacy, eu tô estourando de dor de cabeça! Pode, por favor, falar o que você quer comigo?!
Stacy engoliu em seco e deu de ombros.
-Eu só… Eu só queria saber se você se importa e… Se podemos… Você sabe…
-Não, eu não sei.
-Ficarmos mais… Hm… Próximos?
-É isso que você quer? - Bucky perguntou, desconfiado. - Se aproximar de mim?
Stacy ficou vermelha e assentiu, ainda mantendo o travesseiro cobrindo metade do rosto.
-Ótimo! É só isso?!
-Acho que sim?
-Perfeito! Obrigado pelo cordão! Podemos começar a missão "Ficar mais próximos" a partir de amanhã? Eu tô morrendo de dor de cabeça hoje e não tô com disposição e paciência para te aturar, tá? Tchau!
Stacy encarou a porta que ele fechou por alguns minutos, antes de levantar da cama e ir de novo, ao quarto de Bucky.
-Ah, Deus… - Ele suspirou quando ela bateu na porta e entrou. - O que você quer agora?!
Stacy não falou nada, apenas colocou dois fones de ouvido nele e mandou Bucky ficar quieto. Mesmo desconfiado, ele observou Stacy mexer no celular e um som alto e agudo, como se fosse uma frequência meio harmoniosa soou, fazendo a cabeça dele latejar.
-Fica! - Stacy tirou as mãos dele de perto dos fones, falando mais alto para ser ouvida. - Eu juro que daqui a pouco, você vai estar melhor!
-Que é isso?!
-Frequência para dor de cabeça e ansiedade. Espera um pouco!
Bucky bufou e ficou quieto, encarando o teto. Agora, sua cabeça latejava no ritmo da frequência e ele sentia como se o cérebro tivesse derretido e virado água. Mas ao mesmo tempo, era uma sensação até prazerosa e quando Stacy se deu conta, o homem dormia a sono solto.
Sorrindo, ela tirou os fones dele e desligou a frequência, parando ao lado de Bucky para observar ele dormir.
-Se resolveram?
Levando um pequeno susto, Stacy encarou Rebecca, que tinha um enorme sorriso no rosto, na porta do quarto.
-Acho que sim… - Stacy sussurrou, saindo do quarto a seguir.
-Legal. - Rebecca disse. - Aliás, quando se casarem, eu quero ser a madrinha, viu?
-Vai a merda! - Stacy reclamou, irritada, e saiu de perto da amiga.
No entanto, assim que fechou a porta do quarto, o sorriso no rosto de Stacy deixava claro o quão feliz ela estava, sem poder ser disfarçado por nada.
Oiie, Pessoal ❤
Sim, eu não aguentei de ansiedade e como tenho MUITOS capítulos escritos dessa fanfic aqui, resolvi vir postar esse que é, literalmente, um dos meus favoritos de todos que escrevi e o meu favorito dos que já postei 🥰
Primeiro, vamos falar do Bucky sofrendo por amor! 🥺 Deu uma peninha, né? Mas se lembrarmos que ele passou a noite com a Sharon, talvez, a peninha suma hehehe
E COM CERTEZA TEMOS QUE FALAR DA STACY TOMANDO ATITUDE E ATÉ COLOCANDO O HOMEM PARA DORMIR 🤣🤣🤣🤣
É assim que eu gosto de escrever personagens femininas: Elas "a"... O Homem "Quer o mundo, Deusa? Eu dou! Sento e ainda dou a patinha" KKKKKKKK
Ai ai, esses dois... Um Loooooongo caminho ainda pela frente e com MUITAS reviravoltas hehehe Mas o primeiro passo já foi dado!
Espero que tenham gostado da surpresa!
Domingo eu trago mais um! 👀❤
Beijos! 💋
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